Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira (4), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, apresentou os resultados de sua viagem à China. Um dos resultados da missão foi a reabertura do mercado chinês para a carne brasileira.
No primeiro dia da pauta em Pequim, após reunião com o ministro da Administração Geral das Alfândegas Chinesas (GACC), Fávaro comunicou o levantamento do embargo à importação de carne bovina brasileira ao país asiático, que durou 29 dias, período recorde em relação ao último governo, demorou cerca de 100 dias para retornar as exportações para a China.
A paralisação das exportações para a China ocorreu em fevereiro deste ano, após a confirmação de um caso isolado e atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), popularmente conhecida como doença da “vaca louca”, em um animal no Pará.
Fávaro falou ao presidente Lula sobre o clima receptivo e amistoso por parte da população chinesa nas ruas, principalmente das autoridades do país, que mostraram boa vontade nas reuniões oficiais que discutiram novos acordos entre os dois países.
O ministro confirmou a Lula que já houve nove aberturas de mercado para produtos da agropecuária brasileira este ano, um número expressivo para tão pouco tempo de governo.
Em janeiro, o Egito abriu o mercado para o algodão e a Argélia para o gado vivo. Em fevereiro, o Chile autorizou a importação de mucosa intestinal, ovos férteis e aves de um dia (codorna), o Panamá para sêmen de búfala, o México para carne suína e a Malásia para gelatina bovina. Em março, abrimos o México para a carne bovina, além do frango da Polinésia.
“O Brasil é mais uma vez uma grande oportunidade de relações comerciais com o parceiro da China. Isso significa oportunidades de trabalho e renda”, destacou o ministro.
certificação digital
Após o encontro com o presidente, o ministro Fávaro reforçou à imprensa que a viagem de Lula ao país asiático, nos próximos dias, trará ainda mais oportunidades ao agronegócio brasileiro com a assinatura de quatro acordos para o setor.
“Negociações importantes que sonhamos há muitos anos devem se concretizar com a presença do presidente Lula na China”, destacou o ministro. Uma delas é a certificação digital, que deve tornar o processo mais rápido e confiável, desburocratizando os exportadores brasileiros.
Segundo Fávaro, o acordo trará um ganho importante para o setor, além de mais uma ação em andamento, que permite a operação direta entre o real e a moeda chinesa, sem a necessidade de dolarização.
Entre as propostas apresentadas pelo Mapa: abertura de mercado para novos produtos do Brasil; expansão das vendas de milho, incentivo à exportação de carne suína e outros produtos, como gergelim e noz-pecã, e avanços na comercialização de algodão e sorgo.
Outro tema que mereceu destaque nesta missão foi a entrega de uma carta da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) ao Ministro Carlos Fávaro, reconhecendo a qualidade, segurança e credibilidade do sistema de defesa brasileiro. “Para nós foi motivo de muito orgulho e fortalecimento da nossa parceria”, disse Fávaro.
Atualmente, o Brasil tem mais de 50 frigoríficos cadastrados para serem avaliados pelo governo chinês. “As oportunidades estão na mesa e tenho certeza que teremos mais produtos vendidos com a China”, comemora Fávaro.
Outro item da agenda do MAPA na China foi a sustentabilidade. O ministro lembrou que o Brasil tem grande potencial de crescimento na produção sustentável, mas ainda faltam investimentos nessa área. Segundo ele, o BNDES está formatando uma linha de crédito com taxas de juros equilibradas para aumentar a produção sustentável no Brasil.
A comitiva presidencial do Brasil deve viajar para a China no dia 11 de abril, e o nome do ministro Fávaro já está confirmado.
Da redação, com Mapa