As exportações globais de café, no acumulado de sete meses, especificamente no período de outubro de 2022 a abril de 2023, totalizaram o equivalente a um volume físico de 72,19 milhões de sacas de 60kg. Desse volume, 42,52 milhões de sacas foram de café arábica, que corresponde a 58,3% do total exportado, e, adicionalmente, 29,67 milhões de sacas de café robusta, volume equivalente a 41,7% das vendas mundiais no período em foco.
Com foco exclusivo no mês de abril do corrente ano de 2023, verifica-se que as exportações de café, também mundiais, totalizaram 10,15 milhões de sacas, das quais 6,15 milhões de sacas foram de café arábica, volume físico que corresponde a 60,5% do total vendido, e, adicionalmente, 4 milhões de sacas foram de café Robusta (39,5%).
Assim, com base nos dados desses dois desempenhos mundiais das exportações de café, constatou-se, em termos percentuais, que a participação dos cafés Arábica nas exportações globais gira em torno de 60%, e que, adicionalmente, a venda de cafés Robusta para importadores está próxima a 40 %, desempenhos obviamente muito semelhantes nos dois períodos objecto desta análise, acima referidos.
Tais volumes do desempenho mundial das exportações de café, em destaque, retratam o que foi efetivamente vendido aos importadores pelos países produtores de café do planeta, que são divididos e agrupados pela Organização Internacional do Café – OIC em quatro grandes regiões cafeeiras do mundo, a saber: América do Sul, Ásia e Oceania, México e América Central e África. Além disso, cabe esclarecer que o ano cafeeiro da Organização compreende o período de outubro a setembro, por isso esses sete meses estão sendo analisados e destacados.
Conforme mostra o Relatório do Mercado Cafeeiro da OIC – maio de 2023, que também está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio de Pesquisa do Café, coordenado pela Embrapa Café, especificamente no mês de abril deste ano de 2023, o Sul A América, maior região produtora de café do mundo, exportou o equivalente a 3,57 milhões de sacas de 60kg, volume físico que corresponde a cerca de 35% do que foi exportado naquele mês pelas quatro regiões produtoras. No entanto, esse desempenho denota uma leve queda de 6,4% nas exportações dessa região, em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Complementando essa análise, com base em dados estatísticos sobre o desempenho da cafeicultura mundial, a OIC também destaca em seu Relatório que as exportações da Ásia & Oceania, no mês em questão, representaram um volume físico de 3,75 milhões de sacas, o que equivale a 37% das vendas totais, apesar de ter registrado uma pequena redução de 1%, na mesma base comparativa.
No que se refere às exportações de café da África, cujo volume físico comercializado somou 0,94 milhão de sacas de 60kg, quantidade que corresponde a 9,2% do total exportado no mundo em abril, tal desempenho denota queda de 9,8%, em relação a o mês do ano anterior. E, por fim, resta mencionar que as exportações do México & América Central atingiram um total de 1,9 milhão de sacas de 60kg em abril de 2023, vendas que equivalem a aproximadamente 18,7% do que foi registrado no mundo no mês em análise. Além disso, tal desempenho nesta região representa um aumento de 6,3% em relação ao desempenho de abril de 2022.
Concluindo esta análise, com base nos dados estatísticos da OIC, referenciados em seu Relatório de maio, vale também mencionar os números indicados, em nível mundial, tanto para a produção quanto para o consumo de café estimados para o ano cafeeiro 2022-2023. Assim, segundo a Organização, a produção mundial de café das quatro regiões cafeeiras juntas deve atingir um volume físico de 171,3 milhões de sacas de 60kg, desempenho que registrará um ligeiro crescimento de 1,7%, em relação ao ano cafeeiro anterior. .
Além disso, o consumo mundial de café deve atingir o equivalente a 178,5 milhões de sacas no ano cafeeiro 2022-2023, registrando também uma taxa de crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior. No entanto, caso tais desempenhos se confirmem, o mercado cafeeiro mundial deve passar por mais um ano de déficit de oferta da ordem de 7,2 milhões de sacas de 60kg, levanta o Relatório da OIC.
