Cuidados necessários para prevenção da ferrugem asiática no MS

Cuidados necessários para prevenção da ferrugem asiática no MS

Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!

Dados divulgados recentemente pela Embrapa Soja, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), membro do Consórcio Antiferrugem, revelam registro das primeiras ocorrências da ferrugem-asiática da soja, em áreas comerciais na safra 2022/23, nos municípios de Londrina e Terra Roxa, no Paraná.

Terra Roxa fica a pouco mais de 50 km de Mundo Novo, município localizado no Sul do Mato Grosso do Sul. Nessa localização, a divisa estadual é geograficamente marcada pela presença do rio Paraná. O analista da Embrapa Agropecuária Oeste, Alexandre Dinnys Roese, explica que “Mato Grosso do Sul, especialmente a região Sul, tem um clima muito semelhante ao do Paraná e a época de semeadura também é muito próxima. Desta forma, nossas lavouras estão muito semelhantes às lavouras do Paraná em termos de estádio de desenvolvimento”. Segundo ele, é preciso redobrar os cuidados, porque a ferrugem ainda não chegou, mas está bem próxima.

Alexandre explica que o ciclo da ferrugem asiática dura em torno de sete dias para que um esporo gere uma nova pústula, que vai novamente produzir esporos e assim sucessivamente. “Esses focos precisam ser bem controladas, para evitar que multipliquem-se” e acrescenta “é possível que a doença já tenha se espalhado na região e como os esporos da ferrugem são leves, transportados pelo vento, inclusive a longas distâncias, esse foco tem potencial de disseminar doença numa região bem abrangente”.

Por outro lado, Alexandre destaca ainda que o fato desses dois focos terem sido registrados no estado do Paraná pode significar, simplesmente, que os produtores e a assistência técnica, daqueles municípios, e dos arredores estejam mais atentos para detectar a doença no campo.

Ele salienta ainda que a ferrugem asiática da soja é uma doença extremamente difícil de detectar, logo no início, nos primeiros dias de ocorrência, porque os sintomas são minúsculos nas folhas e é preciso ter conhecimento para identificar a doença. “Porém, ainda assim é preciso andar bastante no meio das lavouras, coletar bastante folhas para examinar e, então, é possível verificar se a doença já está presente”.

Esse esforço, segundo Alexandre, vale a pena, pois quanto antes for detectada, caso esteja presente, torna-se mais fácil controlar a doença, devido ao potencial de prejuízo que pode causar. Ele recomenda ainda que seja feito o controle preventivo, por meio da aplicação de fungicida nas lavouras, antes que ocorra a doença e acrescenta “o ideal é que a primeira aplicação de fungicida seja feita antes do pleno fechamento das ruas de soja, porque isso facilita a entrada do fungicida no dossel da cultura, com uma boa cobertura foliar, que protege a planta”.

Ele explica ainda que depois dessa primeira aplicação de fungicida recomenda-se que não se espere mais do que 21 dias para realizar a próxima aplicação e acrescenta “deve-se usar fungicidas com princípios ativos diferentes. Porém, a escolha dos fungicidas deve ser sempre feita junto com assistência técnica, junto com engenheiro agrônomo responsável pela lavoura, sempre procurando rotacionar princípios ativos dos produtos”.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia, enfatiza a importância do monitoramento das lavouras para as tomadas de decisões mais assertivas, sempre pensando no alto potencial produtivo e também nos custos de produção. O monitoramento das condições do clima, também são fundamentais, destaca Rodrigo. “Em casos de chuvas frequentes é preciso ter ainda mais cuidados, inclusive com possível antecipação das pulverizações, pois dezembro é historicamente o mês mais chuvoso do Sul do Mato Grosso do Sul e explica “em Dourados, a média histórica anual em dezembro é de 175mm, de acordo com o Guia Clima. Porém, este ano, até o dia 15 de dezembro, os dados registram média de 47.4mm. Já em Rio Brilhante, a chuva registrada este mês é bem menor, apenas 15mm até meados de dezembro”.

Saiba mais

Fonte: Embrapa

Fonte