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Conflitos no campo batem recorde em 2023: por que?

Conflitos no Campo: Realidade Atual do Brasil

Em 2023, o Brasil registrou um número recorde de 2.203 conflitos no campo, afetando a vida de mais de 950,8 mil pessoas. Esses dados refletem uma realidade preocupante, com impactos significativos em diversas regiões do país. Com a área em disputa reduzida em relação ao ano anterior, é fundamental analisar a complexidade desse cenário e buscar soluções eficazes para mitigar os conflitos existentes.

Neste contexto, o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT) desempenha um papel crucial ao fornecer informações essenciais sobre a situação dos conflitos no campo. As estatísticas apresentadas revelam a gravidade da questão e apontam para a necessidade urgente de ações preventivas e políticas públicas eficientes para lidar com esse cenário desafiador.

Neste artigo, exploraremos em detalhes as principais causas, consequências e desafios relacionados aos conflitos no campo no Brasil. Será abordado o papel da terra, a violência contra a ocupação e posse, os conflitos por água e as perspectivas de reforma agrária, proporcionando uma visão abrangente dessa problemática que afeta milhares de famílias em todo o país.

Ao compreender melhor essa realidade complexa e multifacetada, podemos contribuir para a busca de soluções sustentáveis e pacíficas que promovam a justiça social e a segurança no campo brasileiro.

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Conflitos no Campo no Brasil

Os conflitos no campo no Brasil atingiram um número recorde em 2023, afetando a vida de mais de 950,8 mil pessoas. Apesar do aumento nos números, a área em disputa foi reduzida em 26,8%, chegando a cerca de 59,4 mil hectares. As regiões do Norte e Nordeste concentraram a maioria dos conflitos, seguidas pelo Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Disputas por Terra

A terra continua sendo o principal motivo dos conflitos no campo, com 1.724 disputas registradas em 2023, representando 78,2% do total. Além disso, houve um aumento de 7,6% nas ocorrências de invasões, afetando 187.307 famílias. A pistolagem também foi um tipo de violência em ascensão, com 264 casos registrados em 2023.

Violência contra a Ocupação e Posse

A maioria dos conflitos relacionados à terra envolveram violência contra a ocupação e a posse, com fazendeiros, empresários e governos estaduais sendo os principais agentes causadores. Apesar de uma pequena diminuição na violência, persiste a falta de avanços na reforma agrária e demarcação de terras indígenas.

Povos Originários e Governo

A aprovação da tese do marco temporal no Congresso Nacional e a implementação do programa Terra da Gente pelo governo federal são medidas em destaque. A violência contra os povos originários e a necessidade de garantir uma distribuição justa de terras são pontos cruciais que precisam ser abordados com urgência.

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Conclusão

Diante do cenário preocupante dos conflitos no campo no Brasil, é essencial que políticas efetivas sejam implementadas para garantir a segurança e os direitos das pessoas afetadas. A análise dos dados apresentados pela Comissão Pastoral da Terra evidencia a necessidade urgente de ações que promovam a reforma agrária, demarquem territórios indígenas e quilombolas, e assegurem o acesso à água e a proteção das comunidades vulneráveis.

É fundamental que o governo federal adote medidas concretas para resolver os conflitos no campo, garantindo o direito à terra e à dignidade das famílias rurais. A compra de propriedades para reforma agrária pelo programa Terra da Gente representa um passo importante, mas é necessário um esforço contínuo para promover a justiça social e a sustentabilidade no campo.

A sociedade como um todo precisa se mobilizar e pressionar as autoridades para que a questão dos conflitos no campo seja tratada com seriedade e compromisso. Somente com ações coordenadas e eficazes será possível construir um país mais justo e igualitário para todos os brasileiros.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Conflitos no Campo: Dados e Estatísticas Atuais no Brasil

Em 2023, o Brasil registrou um número recorde de 2.203 conflitos no campo, afetando a vida de mais de 950,8 mil pessoas. Embora os números tenham aumentado em relação ao ano anterior, a área em disputa foi reduzida em 26,8%, totalizando cerca de 59,4 mil hectares. Os dados são do relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado recentemente em Brasília.

Perguntas Frequentes sobre Conflitos no Campo:

1. Quais regiões do Brasil concentraram mais conflitos no campo em 2023?

No ano de 2023, as regiões do Norte e Nordeste lideraram em número de ocorrências, com 810 e 665 conflitos, respectivamente. Em seguida, aparecem o Centro-Oeste (353), Sudeste (207) e Sul (168).

2. Quais foram os principais tipos de conflitos registrados pela CPT em 2023?

A terra continuou sendo o principal motivo de disputa, com 1.724 casos relacionados a conflitos por terra, representando 78,2% do total. Também foram registrados conflitos por água (10,2%) e trabalho escravo contemporâneo na zona rural (11,3%).

3. Quem foram os principais agentes causadores de violência nos conflitos por terra em 2023?

Entre os agentes causadores de violência nos conflitos por terra estão fazendeiros (31,2%), empresários (19,7%), governo federal (11,2%), grileiros (9%) e governos estaduais (8,3%). A CPT destaca a necessidade de reforma agrária e demarcação de terras indígenas para lidar com essas questões.

4. Quais são as novidades do programa Terra da Gente anunciadas pelo governo federal?

O governo federal anunciou a compra das primeiras vinte propriedades para reforma agrária pelo programa Terra da Gente. O programa busca alternativas legais de obtenção de terras, incluindo a desapropriação de áreas improdutivas e a regularização de terras públicas.

5. O que o relatório da CPT destaca sobre a violência contra os povos originários em 2023?

O relatório menciona a aprovação da tese do marco temporal no Congresso Nacional, que limita os direitos dos povos originários a territórios ocupados antes de 1988. Também destaca a fragilização dos indígenas, que foram vítimas de agressões e assassinatos no ano passado.

Para mais informações, consulte o relatório completo da CPT e fique por dentro das últimas atualizações sobre conflitos no campo no Brasil.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Verifique a Fonte Aqui

Em 2023, o Brasil registrou número recorde de 2.203 conflitos no campo, que afetou a vida de mais de 950,8 mil pessoas. Embora ambos os números tenham registrado alta, na comparação com o ano anterior, a área em disputa foi reduzida em 26,8%, sendo agora de cerca de 59,4 mil hectares. Os dados são da última edição do relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgada nesta segunda-feira (22), em Brasília.

As regiões do país que concentraram mais conflitos foram o Norte e o Nordeste, com 810 e 665 ocorrências, respectivamente. Na sequência, vêm o Centro-Oeste (353), o Sudeste (207) e o Sul (168).

Em 2022, foram notificados 2.050 conflitos no campo, em todo o país. Ao todo, 923,5 mil pessoas foram impactadas pelos embates travados naquele ano.

Conforme a CPT, a terra esteve mais uma vez no centro da maior parte dos conflitos no campo. Somente em 2023, foram 1.724 disputas por terra, correspondentes a 78,2% do total registrado, que inclui também conflitos por água (225 ocorrências) e trabalho escravo contemporâneo na zona rural (251 ocorrências), equivalentes a 10,2% e 11,3%. No ano passado, verificou-se crescimento de 7,6% nas ocorrências relativas à terra, que interferiram no universo de 187.307 famílias.

No total, destaca o relatório, 1.588 dos conflitos por terra foram ligados à violência contra a ocupação e a posse e/ou contra a pessoa. No primeiro tipo de violência, observa-se que a quantidade dos casos de invasão subiu de 2022 para 2023, passando de 349 para 359. De acordo com a comissão, no ano passado, 74.858 famílias foram afetadas por esse tipo de agressão.

A pistolagem foi o segundo tipo de violência contra a ocupação e a posse, com maior nível de registros em 2023. Foram contabilizados 264 casos, 45% a mais do que o total de 2022 e o maior número registrado pela CPT dentro do recorte da coletividade das famílias atingidas, que chegaram a 36.200. A entidade ressalta que as principais vítimas, nesse caso, foram os trabalhadores sem terra (130 ocorrências), posseiros (49), indígenas (47) e quilombolas (19).

Nos conflitos em torno do acesso à água, os agentes da violência mencionados nesses casos são fazendeiros, governos estaduais, empresários, hidrelétricas e mineradoras. Na outra ponta, figuram como vítimas indígenas (24,4%), pescadores (21,8%), ribeirinhos (13,3%), quilombolas (12,4%) e assentados (8,4%).

Entre os agentes causadores da violência nos conflitos por terra são citados fazendeiros (31,2%), empresários (19,7%), governo federal (11,2%), grileiros (9%) e governos estaduais (8,3%). Para os especialistas da CPT, apesar de ter havido “pequena diminuição na violência” e maior abertura do governo federal aos movimentos sociais, permaneceu a estagnação quanto à reforma agrária e à demarcação de terras indígenas. No relatório, a crítica feita às gestões estaduais é quanto às forças de repressão, por meio da polícia, e ao alinhamento com políticas como a liberação de pulverização aérea de agrotóxicos.

Povos originários

A Comissão Pastoral da Terra menciona no relatório a aprovação da tese do marco temporal no Congresso Nacional. A tese jurídica sustenta que os povos originários só têm direito aos territórios que ocupavam ou reivindicavam até a promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. O Projeto de Lei nº 2.903/2023 estava sob relatoria do senador Marcos Rogério (PL-RO) e foi aprovado pelo plenário da Casa em setembro de 2023, com 43 votos a favor e 21 contrários. O texto seguiu para sanção e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por vetar trechos. Os vetos, porém, foram revistos na Câmara dos Deputados e a votação foi finalizada com 321 votos pela derrubada e 137 pela manutenção. No Senado, somou 53 votos pela rejeição e 19 pela manutenção.

O capítulo do relatório da CPT que aborda a violência contra a pessoa mostra a fragilização dos indígenas. Nele estão detalhadas agressões cometidas contra indivíduos, complementando dados referentes à realidade imposta a famílias. Em 2023, foram relacionadas 554 ocorrências dessa natureza, que envolveram 1.467 pessoas. Em 2022, a comissão tomou conhecimento de 561 ocorrências abrangendo 1.075 pessoas,. De um ano para o outro foi constatada queda de 1,2% no número de ocorrências e aumento de 36,4% no de vítimas.

Os indígenas estão no topo da lista de pessoas vítimas da violência assim categorizada (25,5%). Além disso, foram 14 das 31 pessoas assassinadas em 2023, número 34% menor que o do ano anterior, que teve 47 execuções.

Governo

O governo federal anunciou, na semana passada, a compra das primeiras vinte propriedades para reforma agrária pelo programa Terra da Gente. Pelo menos dez estados devem ser contemplados no primeiro momento. Cerca de R$ 300 milhões devem ser investidos na aquisição das primeiras áreas.

O programa Terra da Gente sistematiza alternativas legais de obtenção de terras, além das formas tradicionais, como a desapropriação de áreas improdutivas e a regularização de terras públicas.

Entre as novidades, está a adjudicação (transferência de propriedade) de terras oriundas de grandes devedores da União e a possibilidade de negociação com bancos, empresas públicas e governos estaduais para a transferência de imóveis rurais também em troca do abatimento de dívidas ou permutas (encontro de contas).

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, espera que o processo de seleção das famílias que serão assentadas aconteça até junho. Segundo ele, a ideia é agilizar a reforma agrária também por meios não conflituosos.

O programa Terra da Gente é visto “desconfiança pelo setor agropecuário que a considera uma medida já prevista na legislação e foi apresentada às pressas para apaziguar os movimentos de invasão,” conforme o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária em nota divulgada na última semana.

Para o coordenador nacional da CPT, Ronilson Costa, a saída é que o governo federal retome um pacote de políticas para o campo. “É distribuir terra, demarcar territórios, titular territórios quilombolas, mas com o acompanhamento de políticas que, de fato, garantam vida digna para as pessoas que vivem nesses territórios. Porque [senão] conquistam a terra e depois vão continuar a fazer luta para conquistar outros direitos que, quando chegam, é de forma fragmentada, insuficiente, parcelada e não é bem isso. Não adianta estar em uma terra conquistada ao longo de anos de luta e, de repente, não ter uma estrada que dê acesso, uma ponte, ou sem incentivos para produzir. Ficam os chamados abandonados da reforma agrária. Certamente, na primeira oportunidade que vier, essas terras voltarão a ser concentradas nas mãos daqueles que conseguem, com mais facilidade, capital para promover a produção”, argumenta.

A Agência Brasil procurou o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre as críticas feitas no relatório, pela CPT, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.

Com informações da Agência Brasil

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