Sumário

1. Participantes da oficina discutem recuperação e reintegração de pastagens em degradação

1.1. Introdução

1.2. Objetivo da oficina

1.3. Resultados esperados

2. Condição das pastagens no Brasil

2.1. Levantamento do Mapbiomas

2.2. Áreas de pastagens boas, intermediárias e em degradação severa

3. Incentivos governamentais para recuperação de pastagens degradadas

3.1. Plano Safra 2023/2024

3.2. Parceria com o Banco Mundial

3.3. Importância da sustentabilidade ambiental

4. Recuperação de pastagens e produção sustentável de alimentos

4.1. Redução da dependência de fertilizantes

4.2. Investimentos em bioinsumos e transição energética

5. Estabelecendo conceitos

5.1. Alinhamento de conceitos sobre pastagens degradadas

5.2. Degradação de pastagens vs. pastagens degradadas

6. Desafio do mapeamento de pastagens degradadas

6.1. Importância e dificuldades do mapeamento

6.2. Ordenamento territorial das áreas degradadas

7. Trabalhos em grupos temáticos

7.1. Metodologia do World Café

7.2. Propostas técnicas para políticas públicas

8. Relatório final e entrega ao governo federal

8.1. Objetivo do seminário e produção do relatório

8.2. Responsabilidade da Embrapa e Banco Mundial

Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?

Participantes da oficina discutem recuperação e reintegração de pastagens em degradação (Foto: Luciana Santos)

Pesquisadores da Embrapa representando os diferentes biomas e regiões, representantes de setores de produção do agro, especialistas de universidades, representantes do setor financeiro, de ministérios ligados ao tema, instituições ligadas à infraestrutura e meio ambiente participaram da primeira oficina técnica organizada pela Embrapa e Banco Mundial para discutir as políticas públicas para otimização do uso sustentável de áreas de pastagens em degradação.

O evento aconteceu na Embrapa, em Brasília, no dia 4 de outubro. A partir das discussões e dos resultados apresentados pelos grupos de trabalho, será elaborado um documento técnico com recomendações para as políticas públicas e os programas voltados para a transformação dessas áreas em produtivas.

Segundo levantamento do Mapbiomas – iniciativa do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (rede colaborativa composta por organizações não-governamentais, empresas de tecnologia e universidades)–, a área de pastagens naturais e plantadas no Brasil equivale a cerca de 160 milhões de hectares e representa 45% da extensão total dos estabelecimentos agropecuários, com variação em termos de qualidade.

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Desse total, 58 milhões de hectares estão em boas condições, 66 milhões em qualidade intermediária e 35 milhões em degradação severa. Oito milhões de pastagens estão em áreas protegidas (unidades de conservação, áreas indígenas e militares).

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No anúncio do Plano Safra 2023/2024, o governo federal informou a redução de taxas de juros para os produtores rurais que incluírem em seus projetos a recuperação de áreas de pastagens degradadas.

O Banco Mundial, parceiro do evento, anunciou que está no momento de repensar os objetivos da instituição, ampliando o foco de sua atuação de combate à pobreza para a sustentabilidade ambiental, onde o enfrentamento à pobreza também faz parte.

A economista agrícola sênior do Banco Mundial, Marie Paviot, destacou o papel fundamental do Brasil para a produção de alimentos, sobretudo no contexto atual, com o aumento de pessoas em situação de insegurança alimentar.

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Em sua opinião, o sucesso da agricultura brasileira teve conseqüências para o meio ambiente, como a degradação de áreas produtivas. “O Governo Lula quer aumentar a produção agrícola e para isso fazer uso das áreas degradadas com sua recuperação, evitando assim mais devastação ambiental. E nós do Banco Mundial podemos ser parceiros nessa política pública”, destacou.

Recuperação de pastagens e produção sustentável de alimentos – O diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, disse que o futuro da agricultura brasileira deve ter como foco a redução da dependência de fertilizantes, investimentos em bioinsumos e a transição energética, de uma produção de energia fóssil para a bioenergia.

Segundo ele, a recuperação de pastagens é uma agenda que se associa diretamente à pauta dos bioinsumos, na qual a Embrapa vem apresentando uma série de tecnologias, fortalecendo a convicção de que o futuro da agricultura é ser de base biológica.

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“A expectativa é que até 2050 os países aumentem em 70% a produção de alimentos e o Brasil será protagonista de quase metade desse esforço global. Por isso, o País precisa ampliar sua capacidade de produção, sem desmatar um hectare, um desafio imenso que passa por esse processo de restauração das áreas [abertas] que já existem”, afirmou.

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“Não adianta incorporarmos áreas degradadas ao processo de produção se não garantirmos inclusão social das famílias que lá existem. Esse é um compromisso de uma Embrapa pública, plural onde o processo de recuperação de pastagens pode também promover fortemente acesso a mercado, a partir de formulação de boas políticas públicas”, anunciou o diretor.

Estabelecendo conceitos – Patrícia Santos, presidente do Portfólio de Pastagens da Embrapa, destacou a importância do alinhamento de conceitos quando se estuda ou pesquisa o tema pastagens degradadas.

“Existem vários conceitos na literatura que seguem caminhos diferentes, o que dificulta a comunicação. Por conta disso, a Embrapa promoveu um projeto que aplicou técnicas e propôs conceitos para organizar a informação sobre pastagens no Brasil, com foco especial em degradação de pastagens”, explicou a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste. O projeto segundo ela, propôs dois conceitos, um para degradação de pastagens e outro para pastagens degradadas.

Quando falo em degradação de pastagens, estou falando de um processo gradativo de perda do potencial produtivo da pastagem, bem como de sua capacidade de recuperação natural ao longo do tempo. Quando falo em pastagem degradada, estou falando da condição final do processo, quando a pastagem perde sua capacidade de regeneração natural em função do baixo vigor das plantas forrageiras ou da infestação elevada por plantas invasoras”, especificou a pesquisadora.

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E acrescentou: “quando falamos em números maiores, estamos nos referindo à degradação de pastagem e em números menores, à pastagem degradada. Um pasto em processo de degradação pode se caracterizar por degradação leve, intermediária ou severa”.

De acordo com a presidente do Portfólio, o Brasil tem feito um esforço grande para resolver o problema, inclusive com a regeneração natural dessas áreas ou com sua conversão para agricultura. Porém, segundo Santos, só políticas públicas, como o Programa ABC, não são suficientes.

O analista em geotecnologia da Embrapa Territorial, Rafael Mingoti, destacou aos participantes que existem pastagens em degradação e degradadas em diversos estados, em todos os biomas brasileiros e o desafio é garantir a acurácia do mapeamento.

O primeiro passo em um mapeamento é estabelecer o padrão para aquela região específica, considerando as características do bioma. De acordo com o bioma, as respostas spectris são diferentes.

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Mingoti considera um grande desafio identificar as pastagens degradadas usando imagens de satélites, porém possível. Mas para garantir o nível de acurácia é preciso estabelecer padrões e variáveis e considerar a complexidade do bioma, a partir de muita ciência.

“A partir do mapeamento, que é um produto muito importante, partimos para o ordenamento territorial, ou seja, o que fazer com aquela área. Selecionamos fatores, tais como logística, produção, socioeconômico, sociais, ambientais, entre outras informações, e depois selecionamos o método, para fazer o zoneamento territorial correto”, afirmou, lembrando que são o método e os fatores selecionados que definirão as estratégias para o uso da terra nas áreas de pastagens degradadas ou em degradação.

Após o nivelamento conceitual, os participantes realizaram trabalhos em grupos temáticos. A orientação metodológica escolhida foi o World Café e, ao final, os grupos apresentaram propostas técnicas para políticas públicas que visem à recuperação de pastagens com foco em questões ligadas aos sistemas de produção, regularização ambiental, infraestrutura e socioeconomia.

Visando ao melhor aproveitamento do tempo, o intervalo para o almoço foi na própria Embrapa. Os participantes puderam interagir entre si e contaram com a visita da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.

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Os dados coletados irão compor o relatório final que a Embrapa e o Banco Mundial devem entregar ao governo federal até o fim deste ano.

“Nosso objetivo com esse seminário é obter dados e informações técnicas para compor um documento que possa ser oferecido ao governo federal com a finalidade de contribuir para políticas públicas, entre elas, aquelas que visam a transformação de pastagens em degradação em sistemas agrícolas sustentáveis”, explicou o Eduardo Matos, chefe da Superintendência de Estratégia (Suest) da Embrapa Sede.

A coordenação da oficina e a produção do relatório esta sob a responsabilidade da Suest com a colaboração dos especialistas da Embrapa Pecuária Sudeste e Embrapa Territorial.

Participantes da oficina discutem a recuperação e reintegração de áreas de pastagens em degradação

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No dia 4 de outubro, aconteceu a primeira oficina técnica organizada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Banco Mundial, com o objetivo de discutir as políticas públicas para otimização do uso sustentável de áreas de pastagens em degradação. O evento contou com a participação de pesquisadores da Embrapa, representantes dos setores de produção agrícola, especialistas de universidades, profissionais do setor financeiro e representantes de ministérios ligados ao tema, bem como instituições relacionadas à infraestrutura e meio ambiente.

A área de pastagens naturais e plantadas no Brasil abrange aproximadamente 160 milhões de hectares, o que corresponde a cerca de 45% da extensão total dos estabelecimentos agropecuários. No entanto, nem todas essas áreas estão em boas condições, pois existem cerca de 35 milhões de hectares em estado de degradação severa. Diante dessa realidade, a oficina teve como objetivo elaborar um documento técnico com recomendações para as políticas públicas e os programas voltados para a transformação dessas áreas em produtivas.

Uma das iniciativas discutidas durante o evento foi a redução de taxas de juros para os produtores rurais que investirem na recuperação de áreas de pastagens degradadas, como parte do Plano Safra 2023/2024. O Banco Mundial também anunciou seu compromisso em ampliar o foco de sua atuação, passando do combate à pobreza para a sustentabilidade ambiental, em parceria com o governo brasileiro.

O diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa ressaltou a importância da recuperação de pastagens como uma estratégia para a produção sustentável de alimentos. Ele destacou a necessidade de reduzir a dependência de fertilizantes e investir em bioinsumos, além de promover a transição energética para fontes renováveis. Segundo ele, esse enfoque biológico é o futuro da agricultura brasileira.

Durante a oficina, foram estabelecidos conceitos e definições relacionados à degradação de pastagens. Foi proposto que existem dois estágios: a degradação de pastagens, que é um processo gradual de perda do potencial produtivo da área, e a pastagem degradada, que é quando a área perde completamente a capacidade de regeneração. Essas definições visam auxiliar na identificação e classificação das áreas em diferentes estágios de degradação.

Os participantes da oficina puderam interagir e apresentar propostas técnicas para políticas públicas por meio do método de trabalho em grupo chamado World Café. As propostas abordaram questões relacionadas aos sistemas de produção, regularização ambiental, infraestrutura e socioeconomia. Ao final do evento, foram coletados dados e informações técnicas que irão compor um relatório final a ser entregue ao governo federal até o final do ano.

Essa oficina marca um importante passo no sentido de promover a recuperação e reintegração de áreas de pastagens em degradação, visando à sustentabilidade ambiental e à produção agrícola eficiente. Ao unir especialistas de diferentes áreas, instituições e setores, busca-se criar políticas públicas que possam contribuir para a transformação dessas áreas em sistemas agrícolas sustentáveis. Com o compromisso do governo federal e do Banco Mundial, espera-se que medidas efetivas sejam adotadas para enfrentar esse desafio e garantir um futuro próspero para a agricultura brasileira.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Os debates realizados durante a oficina técnica organizada pela Embrapa e Banco Mundial foram de extrema importância para discutir as políticas públicas voltadas para a recuperação e reintegração de áreas de pastagens em degradação. A participação diversificada de representantes de diferentes setores e regiões, juntamente com especialistas e pesquisadores, contribuiu para a elaboração de recomendações técnicas que podem beneficiar o uso sustentável dessas áreas e promover a produção de alimentos de forma mais sustentável.

Com base nas discussões e resultados apresentados pelos grupos de trabalho, será elaborado um documento técnico que subsidiará a criação de políticas públicas e programas para a transformação dessas áreas em pastagens produtivas. Essas recomendações serão essenciais para direcionar esforços e recursos na recuperação e reintegração dessas áreas, visando à sustentabilidade ambiental e produtiva.

O Brasil possui uma extensa área de pastagens naturais e plantadas, que correspondem a aproximadamente 160 milhões de hectares. No entanto, cerca de 35 milhões de hectares estão em degradação severa, representando um desafio a ser enfrentado. Diante disso, é crucial que estratégias eficientes sejam implementadas, visando ao uso sustentável dessas áreas e à recuperação de sua qualidade.

As taxas de juros reduzidas para os produtores rurais que incluírem em seus projetos a recuperação de áreas de pastagens degradadas, anunciadas no Plano Safra 2023/2024 do governo federal, apontam para uma iniciativa promissora. Além disso, a parceria com o Banco Mundial pode proporcionar apoio financeiro e técnico para a implementação dessas políticas públicas.

É fundamental que a recuperação de pastagens esteja alinhada com a produção sustentável de alimentos. A redução da dependência de fertilizantes, o investimento em bioinsumos e a transição energética são aspectos-chave para o futuro da agricultura brasileira. A recuperação das pastagens degradadas está intimamente ligada à agenda dos bioinsumos, fortalecendo a convicção de que a agricultura brasileira deve ser baseada em práticas agrícolas mais sustentáveis.

Perguntas e respostas:

h2: Quais são as recomendações que serão elaboradas no documento técnico resultante da oficina técnica organizada pela Embrapa e Banco Mundial?
R: O documento técnico trará recomendações para as políticas públicas e programas voltados para a transformação de áreas de pastagens em degradação em áreas produtivas de forma sustentável.

h3: Qual é a extensão total das áreas de pastagens naturais e plantadas no Brasil?
R: A área de pastagens naturais e plantadas no Brasil equivale a cerca de 160 milhões de hectares.

h4: Quais são os desafios enfrentados na recuperação de áreas de pastagens degradadas?
R: Os principais desafios incluem a identificação das áreas degradadas, a definição de estratégias de recuperação adequadas para cada bioma e a garantia da acurácia do mapeamento dessas áreas.

h4: Como a recuperação de pastagens está relacionada à produção sustentável de alimentos?
R: A recuperação de pastagens está diretamente ligada à redução da dependência de fertilizantes, ao investimento em bioinsumos e à transição energética, tornando a agricultura mais sustentável e produtiva.

h4: Além das políticas públicas, quais são os outros fatores essenciais para a recuperação de áreas de pastagens degradadas?
R: Além das políticas públicas, é importante garantir a inclusão social das famílias que vivem nessas áreas e promover a formulação de boas políticas públicas para acessar o mercado.

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