Noticias do Jornal do campo
Boa leitura!
Com o fim do confinamento na hora da morte – ainda mais depois das perdas de 2022 – muitos pecuaristas estão abandonando a estratégia ou terceirizando a etapa.
No entanto, alguns especialistas acreditam que o melhor é rever os conceitos de produção e investir no período de reprodução mais barato: o tempo de pastejo.
Nessa fase da vida, o gado naturalmente ganha mais peso – devido ao estágio de desenvolvimento – e a arroba produzida é a mais barata.
Com alguma suplementação em um pasto tomado como lavoura, é possível imaginar um rebanho que chega à engorda no cocho apenas para ganhar o acabamento de gordura necessário.
Tudo bem planejado – No entanto, Alexandre Campos Gonçalves, agrônomo formado pela Esalq/USP e diretor da Alecrim Consultoria, alerta para os perigos do empreendimento e pede um planejamento minucioso.
“Só com ações articuladas, baseadas em leituras corretas do processo produtivo e do mercado onde a carne será entregue, é possível ter sucesso”ele diz.
Quando vamos desenvolver uma gestão estratégica, algo essencial para qualquer negócio, temos que olhar para o mercado, identificar e garantir que haja demanda para o produto que queremos oferecer, uma carne com essas características; bem como para nossa propriedade e avaliar as reais condições que temos para produzi-la. Melhorar é uma questão de saber para onde você quer ir e onde pode ir.
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É preciso, por exemplo, ter clareza sobre o potencial genético do rebanho e o que precisa ser feito para melhorá-lo e dar todas as condições para que ele se manifeste.
Qual é a qualidade e disponibilidade de forragem e grãos? O protocolo de saúde do rebanho é satisfatório, eficiente? E o manuseio? O que precisa melhorar?
E não para por aí. Como está o maquinário agrícola? As instalações são adequadas? E a força de trabalho? Em que nível você está qualificado para completar a jornada? Quanto de impulso ele suporta? Tudo isso precisa ser bem avaliado, com frieza e sem paixão. Erros de planejamento geram riscos desnecessários, totalmente evitáveis.
Ao mesmo tempo, à medida que a pesquisa avança, é necessário introduzir todas as possíveis variáveis que possam surgir em cada uma das etapas e setores da produção, além das oscilações do mercado receptor do produto. Também é importante observar toda a logística envolvida. Para cada pergunta que é feita, há uma gama de respostas prováveis.
Tudo isso para desenhar um cenário econômico-financeiro para que, apesar das variáveis, as contas fechem no azul.
Feito esse levantamento, o próximo passo é implementar ações conjuntas e interligadas. Um dependente do outro para cumprir o objetivo de produção da melhor maneira possível.
Também é importante manter a capacidade de autocrítica, capaz de tomar outras decisões que salvaguardem os resultados esperados.
Uma história de sucesso – A Fazenda Ressaca é responsável pela marca Nelore Grendene. Está localizada em Cáceres (MT) e trabalha com um rebanho estimado de 30.000 cabeças, incluindo um centro de seleção de gado PO com 6.000 matrizes.
Além de reprodutores, a marca produz carne. Portanto, o custo da arroba produzida é de fundamental importância na construção do lucro.
Ilson Ribeiro Corrêa é o diretor pecuário da operação. Ele diz que não há como fugir de um bom planejamento que considere genética, manejo, alimentação e sanidade diferenciada para o rebanho.
“Excelência em todos os níveis e setores da obra, do equipamento à mão de obra, da grama à suplementação”reforça.
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Assim, o “bom planejamento estratégico” tem que fazer com que a prole nasça em um bom período, contando sempre com um efetivo trabalho de seleção genética.
Caso o pecuarista trabalhe com reposição, a preocupação não deve ser menor, pois de nada adianta dar tudo que um bovino precisa se ele não tiver potencial produtivo para responder.
A alimentação em Ressaca é baseada em vacas que mamam bem, pastagens vistas como cultura agrícola e boa suplementação de proteína mineral. A sanidade é um pilar do negócio que não pode ser tomado com o “rigor absoluto”.
Excelente trabalho.