A movimentação de frutas e hortaliças no último ano, nos mercados atacadistas, ficou estável em relação à registrada em 2021, chegando a 17,5 milhões de toneladas. O volume negociado representou R$ 61,8 bilhões movimentados na economia brasileira, um aumento de 32,57% em relação ao valor negociado em 2021. Os dados, divulgados nesta quinta-feira (20) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referem-se ao registro comercialização dos produtos em 2022 nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país.
De acordo com o balanço, esse desempenho foi influenciado tanto pela menor oferta de produtos no atacado quanto pelo aumento de preços, explicado, em parte, pelo aumento dos custos de produção. No caso das hortaliças, as quantidades de produtos comercializados nas Ceasas tiveram redução de 1,46% na comparação com 2021. O abastecimento foi prejudicado pelas chuvas registradas em importantes áreas produtoras.
No caso das frutas, as análises mostram que não houve recuperação na comercialização desses produtos em relação ao período pré-pandemia. O ano de 2022 encerrou com pequena queda de 3,8% na quantidade total vendida em relação a 2021 e de 4,3% se a comparação for com 2020, com quedas mais intensas nos meses de junho, julho e agosto.
A menor oferta também reflete nas exportações brasileiras de frutas. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o volume total embarcado para o exterior foi de 980,37 mil toneladas, 17% menor quando comparado ao ano de 2021, com faturamento em torno de US$ 955,48 milhões, 15 % abaixo do mesmo período de 2021. “Essa queda pode ser explicada pelo aumento dos custos de produção, não só no campo, com aumento dos preços dos insumos devido à variação cambial, mas também em termos de logística, como o aumento do frete marítimo, por exemplo”, pondera Wellington Teixeira, superintendente de Gestão de Abastecimento da Conab. “No entanto, as perspectivas para 2023 são de crescimento, pois o mercado internacional de frutas frescas oferece boas oportunidades de crescimento para os produtores brasileiros”, destaca.
O estudo aponta ainda que o percentual de participação das regiões na comercialização do setor hortícola no país tem se mantido constante nos últimos anos. A região Sudeste responde por 49% (8.522.061 toneladas), seguida pelo Nordeste, com 28% (4.976.016 toneladas), Sul com 13% (2.299.045 toneladas), Centro-Oeste com 8% (1.486.495 toneladas) e Norte com 2% (263.825 toneladas). Considerando o valor financeiro comercializado, o percentual de participação do Sudeste foi de 53%, do Nordeste 22%, do Sul 14%, do Centro-Oeste 9% e do Norte 2%.
Marketing em março deste ano
Além de divulgar o balanço da movimentação das Ceasas em 2022, a Conab também apresentou dados de comercialização das principais frutas e hortaliças. De acordo com o 4º Boletim do Prohort, o principal movimento de preços da batata, cebola e tomate foi a queda na maioria dos Centros de Abastecimento. Já a alface e a cenoura apresentaram tendência de alta nos preços praticados. “A média ponderada dos preços da raiz subiu 23,93% no último mês. Houve aumento na oferta de cenouras tanto em relação a fevereiro de 2023 quanto em março de 2022, mas não o suficiente para alterar a tendência de alta. No início de abril, essa tendência de alta continua presente na maioria dos mercados”, analisa Allan Silveira, gerente de Produtos Hortícolas da Conab.
Entre as frutas, as vendas totais de março aumentaram 15,2% em relação ao mês anterior e 4,0% em relação ao mesmo período de 2022. Entre os produtos analisados, laranja, mamão e melancia tiveram alta de preços, enquanto banana e maçã caíram nos preços. .
peixe destaque
A edição de abril do Boletim do Prohort também trouxe um tema extra sobre o mercado do pescado, produzido em parceria com a Confederação Brasileira dos Trabalhadores na Pesca e Aquicultura (CBPA), que trouxe um panorama da situação atual da pesca artesanal marítima no Brasil e prospectou possíveis ações para melhorar o setor.
Entre os desafios do setor, a questão logística tem impacto significativo na lucratividade dos pescadores artesanais, que, em sua maioria, carecem de meios de escoamento que minimizem os custos e maximizem os lucros. Segundo o CBPA, é necessária uma gestão voltada para o aproveitamento integral do pescado, com incentivos à modernização e renovação da frota, além de mecanismos de financiamento de equipamentos que permitam o armazenamento, beneficiamento e distribuição a potenciais mercados consumidores. Nesse sentido, políticas públicas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) podem ajudar a alavancar o segmento da pesca artesanal.
Para mais informações sobre os dados consolidados de 2022, consulte a totalidade da comercialização total nas Ceasas. Para saber sobre a venda registrada em março nos principais centros atacadistas, acesse o boletim.
da Conab