O preço do leite arrecadado em janeiro subiu 5% no “Brasil Médio” líquido do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), atingindo R$ 2,6619/litro, 17,6% superior ao registrado em janeiro do ano passado, em reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de janeiro/22). E pesquisas em andamento indicam que esse cenário de alta deve se manter para o leite arrecadado em fevereiro.

O aumento dos valores no início do ano é incomum para o setor, já que, historicamente, esse período é marcado pela queda dos preços, devido ao aumento sazonal da produção. No entanto, a produção continuou limitada neste primeiro bimestre, refletindo a perda de potencial de produção ocorrida no ano passado e as condições climatéricas adversas, fruto do fenómeno La Niña.

O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) recuou 2,1% de dezembro a janeiro na “Média Brasil”. Nos estados do Sul, houve queda média de 0,2%, que, por sua vez, esteve ligada à estiagem na região. Nos estados do Sudeste e Centro-Oeste, a queda foi de 2,3%, pois o excesso de chuvas prejudicou a produção. Agentes ouvidos pelo Cepea afirmam que, em fevereiro, os financiamentos continuaram limitados, o que deve sustentar o movimento de valorização do campo.

A alta dos preços no campo melhorou o poder de compra do produtor em relação aos insumos. Ainda assim, o cenário é de cautela para investimentos de longo prazo, já que a valorização dos grãos tem limitado a redução dos custos de produção. Apesar do Custo Operacional Efetivo (EOC) ter caído 0,61% em fevereiro, no acumulado do ano, o aumento é de quase 1% no Brasil Médio. Como resultado, a produção progrediu lentamente.

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Com oferta limitada no campo, a média mensal do leite spot em Minas Gerais aumentou 8,3% de janeiro a fevereiro, chegando a R$ 3,05/litro, segundo pesquisa do Cepea. As médias mensais de UHT, mussarela e leite em pó vendidos no atacado em São Paulo também subiram 9,8%, 4,5% e 1%, respectivamente, em fevereiro ante o mês anterior.

Porém, é importante observar que a valorização do spot e dos derivativos ocorreu na primeira quinzena do mês, quando as indústrias ainda conseguiram repassar o aumento do campo para os canais de distribuição. A partir da segunda quinzena de fevereiro, porém, o mercado desacelerou, devido à queda do consumo e ao crescimento das importações – o que levou ao aumento dos estoques.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o volume de lácteos importados ficou praticamente estável em fevereiro, em 156,5 milhões de litros de leite equivalente. No entanto, esse valor é mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: cepea

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