Bioinsumos ganham espaco rapidamente na producao agricola e ampliam praticas

Bioinsumos ganham espaço rapidamente na produção agrícola e ampliam práticas sustentáveis

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Um movimento importante em direção à agricultura do futuro começa a se fortalecer com o uso de insumos biológicos na agricultura brasileira. Esse movimento está alinhado à tendência de uma agricultura mais sustentável, aproveitando a biodiversidade do país e buscando reduzir a dependência de insumos importados.

Seguindo esse viés, o estado de Goiás foi pioneiro na criação da Lei de Bioinsumos, em maio de 2021, que institui o Programa Estadual de Bioinsumos. O objetivo do Programa é ampliar e fortalecer a adoção de práticas para a evolução do setor agropecuário, com a ampliação da produção, desenvolvimento e uso de bioinsumos e sistemas de produção sustentáveis.

O Programa admite ainda a possibilidade de os bioinsumos serem produzidos na própria fazenda, ou seja, na propriedade do agricultor, seguindo os protocolos recomendados.

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Para entender um pouco mais, os insumos biológicos são de origem animal, vegetal e microbiana, utilizados em sistemas de cultivo agrícola para combater pragas e doenças e ou para melhorar a fertilidade do solo e a disponibilidade de nutrientes para as plantas.

“Não temos dúvidas de que os insumos biológicos são o futuro do agronegócio. Eles são o carro-chefe para o país se desenvolver na agricultura, criando biofábricas para beneficiar o produtor rural. Por isso, é fundamental que produtores rurais e profissionais do agronegócio estejam preparados para lidar com essa tecnologia”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Tiago Mendonça, que também é agrônomo.

Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Tiago Mendonça

Esteve recentemente em Londrina (PR), participando como palestrante na abertura da XIV Semana de Agronomia da UniFil. Tiago Mendonça falou aos universitários sobre “Cenário e perspectivas da agricultura brasileira – visão de futuro na profissão de Agronomia”.

“Aprovamos a Lei de Bioinsumos em Goiás no ano passado e formamos um grande polo com diversos centros de pesquisa como a Embrapa Arroz e Feijão, a Embrapa Cerrado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e instituições como a Universidade Estadual de Goiás (UEG), que trabalham no desenvolvimento de pesquisas que ajudarão os produtores a fazer o melhor uso dos bioinsumos nas propriedades rurais”, observa o secretário. Ele acrescenta que por meio do polo foram criadas 13 biofábricas no estado para pesquisar e melhorar a qualidade dos bioinsumos.

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Em rápido crescimento no Brasil – pesquisa publicada pela Spark Intelligence Estratégica aponta 40% ao ano –, o uso de bioinsumos sinaliza a possibilidade de promover uma produção agrícola mais sustentável, trazendo menos impacto ambiental, além de ser mais econômica e sustentável. Segundo ele, estudos mostram que a previsão de faturamento do setor para 2022 pode chegar a R$ 2,5 bilhões e a estimativa é que até 2030 chegue a cerca de R$ 18 bilhões.

“É um crescimento enorme. Essa tecnologia traz uma forma diferente de praticar a agricultura e não tem volta. À medida que o produtor se torna consciente e seguro no uso dos biológicos, passa a adotar bioinsumos na propriedade”, diz o secretário, acrescentando que atualmente os biológicos já trazem uma redução de 35% no uso de agroquímicos. “Temos propriedades que já utilizam 100% de bioinsumos, sem perda de produtividade”.

Segundo o secretário, o estado de Goiás já tem conhecimento suficiente para substituir com segurança produtos químicos por biológicos. “No caso de fertilizantes, por exemplo, temos produtores que utilizam remineralizantes, como pó de rocha (insumo feito a partir da britagem de rochas.), juntamente com compostos biológicos, para que possamos reduzir a necessidade de importação de fertilizantes”.

O Brasil importa atualmente 85% dos fertilizantes. A maioria deles vem de países da Eurásia, como Rússia e Ucrânia, que são protagonistas de uma das piores guerras do momento. Com as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia, devido ao conflito, o fornecimento de fertilizantes vem causando instabilidade no abastecimento ao Brasil.

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“O conflito nos mostrou que precisamos reduzir a necessidade de importação de fertilizantes. E o bioinsumo é o carro-chefe para o país se desenvolver nesse setor, criando biofábricas para beneficiar o produtor rural. Isso impactará o mercado de trabalho, demandando mão de obra especializada devido à tecnologia embarcada”, afirma Tiago Mendonça.

“Os bioinsumos vão contribuir para uma nova agricultura, que chamamos de agricultura regenerativa, sustentabilidade, que é hoje a maior exigência da União Europeia e da China para adquirir nossos produtos. E estamos mostrando que é possível fazer essa agricultura”.

Paraná estuda implantação de programa de bioinsumos

Por meio de resolução, o Paraná constituiu um grupo de trabalho com representantes da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Adapar, Ocepar, Faep e Fetaep para discutir a implementação de um programa estadual de bioinsumos. O objetivo das entidades é debater questões regulatórias para garantir segurança e padronização da produção de bioinsumos no estado.

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Também no estado, a pesquisadora da Embrapa Soja Mariangela Hungria, única brasileira entre os 100 maiores cientistas do mundo incluídos no ranking de Fitotecnia e Agronomia, realiza pesquisas voltadas ao desenvolvimento de inoculantes à base de bactérias que substituem os fertilizantes nitrogenados e possibilitam uma Agricultura sustentável.
Ela é uma das responsáveis ​​pelo desenvolvimento das tecnologias de inoculação e coinoculação da soja, que tem promovido grandes saltos de produtividade no campo: a fixação biológica de nitrogênio (BNF) traz uma economia anual de 14 bilhões de dólares ao Brasil, dispensa o uso de fertilizante nitrogenado.

Além de seu trabalho com soja, Mariangela também coordenou pesquisas com outras tecnologias, como a autorização/recomendação de bactérias (rizóbios) para feijão, Azospirillum para milho e trigo, e pastagens com Brachiaria e coinoculação de rizóbios e Azospirillum. para as lavouras de soja e feijão e melhoramento de pastagens.

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