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Pesquisa desenvolve batata resistente a doenças foliares

A BRS F50 (Cecília) apresenta como principal diferencial a resistência a doenças nas folhas, o que diminui a necessidade de uso de defensivos químicos, lhe conferindo indicação a sistemas orgânicos de produção.

O material foi desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado (RS) e pela Embrapa Hortaliças (DF) com testes nas estações experimentais Cascata (EEC), em Pelotas (RS), e Canoinhas (EECan), no estado de Santa Catarina. 

 Nos últimos anos, três variedades foram lançadas para atender a diferentes necessidades do setor produtivo. A BRS F50 (Cecília) é destinada ao cultivo orgânico, com melhor qualidade de tubérculo.

“As outras variedades são para sistemas convencionais; não têm essa mesma resistência equilibrada a doenças foliares, que são as principais limitações ao sistema orgânico.

E a cultivar BRS Clara, lançada anteriormente, não apresenta a aparência de tubérculo e o multiuso culinário que a BRS F50 Cecília possui”, detalha o pesquisador da Embrapa Arione Pereira, líder do programa de melhoramento de batata.

Em 2015, a BRS F63 (Camila) foi desenvolvida com foco no mercado fresco, para consumo doméstico e restaurantes, o principal no Brasil.

Por isso, apresenta película amarela, que, segundo o pesquisador, representa de 70% a 80% da preferência do mercado nacional.

Já em 2020, o objetivo com o lançamento da BRS F183 Potira, de película vermelha, foi atender à indústria de palito pré-frito congelado, embora o material seja de duplo propósito e também possa ser utilizado no consumo doméstico. 

Uma das principais características da  BRS F50 (Cecília) é sua resistência moderada a doenças foliares, como a requeima (Phytophthora infestans), principal doença da batata no mundo, que pode causar a perda total da produção, e a pinta preta (Alternaria grandis), também importante, que reduz o tamanho dos tubérculos e a produtividade.

Essa resistência, no entanto, não dispensa a necessidade de medidas de manejo de controle de doenças, independentemente do tipo de sistema utilizado, com substâncias ou produtos permitidos para cada caso.

Os cuidados também são importantes porque a variedade não é resistente a doenças como o vírus Y da batata (PVY) e o vírus do enrolamento das folhas da batata (PRLV). 

No campo, a BRS F50 (Cecília) apresenta elevado potencial produtivo, podendo chegar a 45 toneladas por hectare.

As plantas têm porte médio a alto, com hábito de crescimento semiereto, e folhas moderadamente abertas. O ciclo vegetativo é médio, com cerca de 110 dias. 

“A combinação de produtividade, resistência a doenças foliares, aparência de tubérculo e conteúdo de matéria seca encontrada na BRS F50 (Cecília) confere um produto versátil no campo e na mesa”, comenta o pesquisador Giovani Olegário da Silva, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar.

O material é adaptado à safra de inverno, com plantios de maio a julho, em Minas Gerais e São Paulo; e às safras de outono e primavera, com plantios em fevereiro e maio e em agosto e setembro, respectivamente, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além disso, pode ser cultivado na safra de verão, em áreas de maior altitude do Sul do País.

As batatas da nova variedade têm película amarela e lisa, com formato ovalado e gemas rasas, o que confere aparência atrativa. Sua polpa é de coloração amarelo-clara.

Além disso, os tubérculos apresentam baixa suscetibilidade a defeitos, exceto rachaduras de crescimento, caso a umidade do solo não esteja adequada na fase de enchimento. Também são moderadamente resistentes ao esverdeamento pós-colheita.

Em termos de uso, a nova cultivar apresenta textura firme e não farinhenta no pós-cozimento e sabor característico.

O teor de matéria seca é relativamente alto (maior que 20%), o que a torna versátil para uso, já que essa característica também a torna adequada à fritura. A textura é crocante e a cor clara em produtos fritos.

A nova variedade foi desenvolvida para ser destinada ao mercado fresco e testada e selecionada com base na aparência dos tubérculos, no potencial produtivo, no teor de matéria seca e na resistência a doenças foliares.

Seus testes ocorreram em várias regiões produtoras do Brasil, apresentando vantagens em relação às cultivares voltadas a sistemas de produção menos dependentes de controles químicos de doenças foliares.

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