A queda das temperaturas em grande parte do país é um anúncio de que o inverno está cada vez mais próximo e, com ele, alguns fatores que influenciam na redução do desempenho dos equinos atletas. Situações como o aparecimento em maior escala de doenças respiratórias infectocontagiosas e problemas articulares devem estar no radar de criadores e veterinários.
“Nessa época do ano é comum que a imunidade respiratória do animal caia, principalmente nos períodos de clima seco, e isso facilita o contágio de agentes como o vírus da Gripe Equina e a bactéria responsável pelo Garrotilho. Além disso, as articulações podem ficar mais rígidas e doloridas nos dias mais frios, exigindo atenção e cuidados”, alerta Pollyana Braga, médica veterinária, gerente da linha equina da Ceva Saúde Animal.
Muito temida no mundo equestre, a Gripe Equina é uma doença altamente contagiosa, apesar da baixa mortalidade traz grandes prejuízos. “Os impactos da gripe são tão importantes que a FEI (Federação Equestre Internacional) exige que os animais participantes de competições oficiais sejam vacinados contra a doença. A mesma exigência também é feita pelas autoridades sanitárias do Brasil para a emissão da Guia de Transporte Animal (GTA) para todos os animais que participam de eventos esportivos, exposições, leilões, feiras, entre outros”, conta Pollyana.
A Garrotilho, doença também conhecida como Adenite Equina, tem as mesmas características da Influenza: é altamente contagiosa e afeta vários animais em uma sequência muito rápida, colocando toda a propriedade e arredores em estado de alerta.
“Apesar de serem doenças diferentes, com agentes diferentes, tanto o Garrotilho quanto o Influenza são consideradas doenças de rebanho e exigem repouso prolongado dos animais acometidos, o que compromete seu trabalho, condicionamento e desempenho. Ambos os casos, porém, podem ser prevenidos com a vacinação dos animais e um manejo sanitário mais rigoroso e atento”, reforça a veterinária.
Outro fator que favorece a queda de desempenho em dias frios é a contração muscular e a rigidez articular, sentidas principalmente por animais mais velhos ou que já apresentam alguma lesão envolvendo o aparelho locomotor.
“A necessidade de manter o corpo aquecido, principalmente os órgãos, resulta em contração dos músculos e compressão dos vasos sanguíneos para centralizar a circulação no dorso dos animais. Esse mecanismo natural torna as extremidades, principalmente os membros, mais tensos e rígidos, o que dificulta ainda mais alguns movimentos, principalmente em cavalos já lesionados”, explica.
A fim de ajudar os animais a superar as dores articulares e musculotendinosas que possam surgir, bem como evitar lesões, é ainda mais importante a realização consistente de exercícios de alongamento, mobilidade, aquecimento e desaquecimento para cavalos atletas. Este também pode ser um bom momento para iniciar ou intensificar a fisioterapia no animal atlético.
“São esses movimentos antes e depois da parte intensa do treino que estimulam a circulação sanguínea e o líquido sinovial nas articulações, flexibilizando os tecidos e facilitando gradativamente a movimentação, além de evitar lesões que podem ser mais graves quando o animal faz uma grande esforço. e ainda está frio. Em locais com temperaturas mais baixas, essa parte do treinamento pode ser feita com o animal em uma manta ou cobertor leve, para diminuir o risco de choque térmico”, explica Pollyana.
A profissional também alerta para maior incidência de cólicas no período, já que a ingestão de alimentos se intensifica e os animais tendem a ficar mais tempo confinados, além de uma notável redução no consumo de água, o que favorece a compactação das fibras no intestino grosso.
“O cuidado redobrado com os cavalos nessa época protege o animal de problemas comuns. O mais importante é que a saúde plena de um animal bem cuidado reflete nos resultados como um todo, garantindo o desempenho de um campeão”, finaliza.
(Com Ceva Saúde Animal)
(Emanuely/Sou Agro)
