Associação promove protagonismo das mulheres no agronegócio

Associação promove protagonismo das mulheres no agronegócio

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O apoio ao associativismo é uma das frentes de atuação do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) para valorizar o produtor rural paranaense, retirar a mulher do campo do papel de coadjuvante e torná-la protagonista de sua própria história. Com ações assistenciais e de promoção social, o instituto atende mais de 20 mil mulheres rurais em todo o estado.

De acordo com o Censo Agropecuário de 2017 – o último divulgado –, 13% dos estabelecimentos agropecuários do Paraná são chefiados por mulheres. Ou seja, cerca de 40 mil imóveis são movimentados com o poder feminino.

Um dos exemplos é o apoio à Associação das Mulheres Rurais de Chopinzinho (AMR). O grupo, oficializado em 1987, foi idealizado após a fundadora, Maria Tereza Simon Remor, e outras três mulheres de sua localidade participarem do I Encontro Estadual de Mulheres Rurais em Curitiba, levado à Capital por uma extensionista do IDR-PR.

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“Naquela época, muitas mulheres achavam que só os homens trabalhavam, não faziam ideia da importância que eles tinham na propriedade. Muitas nem documentos tinham, usavam os documentos do marido. Tudo isso tivemos que resolver. Começamos com 62 mulheres e hoje temos mais de 180 associadas”, destaca a fundadora.

Foi na associação que a moranqueira Eliane Terezinha de Abreu Silva conseguiu encontrar uma forma de se manter no campo após sair da cidade. Ela conta que se mudou de Curitiba para Chopinzinho, no Sudoeste, quando o filho era pequeno para dar mais qualidade de vida a ele. Mas, no começo, encontrou tantas dificuldades que pensou em desistir.

“Até que conheci a associação e, com a assistência técnica que recebi do IDR-Paraná, pude aprender e viver da minha produção. Agora meu filho e sua esposa também trabalham na agricultura. Nós trabalhamos juntos. Sinto que alcancei meu grande objetivo”, avalia.

Por meio do Projeto de Promoção Social e Cidadania do IDR-PR, as ações voltadas para as mulheres da Associação Chopinzinho incluem assessoria técnica para estimular o protagonismo feminino, possibilitando o acesso a políticas públicas e capacitação. Também há apoio à comercialização, melhorando a geração de renda.

O instituto atende associados na produção de leite, hortifrutigranjeiros, produção orgânica e agroecológica, produção de grãos, agroindústria, produção de alimentos para autoconsumo, e ainda com apoio para acesso ao crédito rural.

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Com foco justamente no poder de protagonismo, a associação também contribui para o desenvolvimento da agricultura do município, formado principalmente por pequenas propriedades produtoras de grãos, frango de corte e leite – é uma das principais produtoras do Sudoeste –, em além de uma forte agroindústria.

A AMR oferece oportunidades de comercialização de produtos, com a organização de feiras e uma loja física, instalada em sede própria. Um exemplo é a feira das cucas, que ajuda nas despesas. São vendidas até 360 unidades por dia, todas produzidas pela diretoria da entidade.

Os produtores rurais também têm a possibilidade de processar os produtos na associação, agregando maior valor de comercialização. Os morangos produzidos pela Eliane, por exemplo, são transformados em geleias, coberturas de bolos ou podem ser vendidos congelados.

Nesse contexto, outros avanços também ocorreram com o apoio do governo do estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Com recursos de programas como o Coopera Paraná, a associação ganhou uma cozinha industrial no valor de R$ 135,2 mil.

Foi um passo decisivo para crescer ainda mais. Desde que a associação passou a fazer parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), ela garante a comercialização da produção para alimentação do município e região, contribuindo para uma melhor qualidade da alimentação dos alunos e gerando renda para os associados.

No ano passado, eles também conseguiram adquirir um caminhão baú refrigerado, que ajuda na entrega do almoço, e ampliaram a sede da associação.

A extensionista rural do IDR-Paraná, Márcia de Andrade, que trabalha na AMR, explica que o equipamento ajudou a profissionalizar o trabalho de panificação, geléias, compotas e armazenamento dos produtos da merenda.

“Tínhamos produtores que produziam pão para o almoço em pequenos fornos. Agora, ganharam fornos maiores, amassadeira, cilindro, tudo para ter a proporção dos produtos que precisam, economizando tempo e dinheiro”, conta.

Márcia também reforça que essa união entre as mulheres tem aumentado a renda e a qualidade de vida das famílias. “Quando eles trabalhavam sozinhos, tudo era mais difícil. Era cada um por si. Mas quando eles se juntaram, isso mudou. A venda e entrega da merenda escolar, que são realizadas pela associação, garantem a comercialização dos produtos, que a roda gira. Todos saem ganhando”, acrescenta. “Esse é um modelo que o Estado apoia, que dá resultado e transforma a vida de centenas de mulheres”.

Com AEN

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)



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