Árvores no pasto melhoram peso, conforto térmico e reprodução

Árvores no pasto: benefícios surpreendentes!

Como a sombra das árvores no pasto pode melhorar o bem-estar animal e a produção pecuária

Estudo coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) avaliou os benefícios do sombreamento proporcionado por sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) para o conforto térmico e a produtividade de bovinos de corte criados a pasto. Os resultados obtidos apontam não apenas para o impacto positivo do microclima mais favorável, mas também para a influência nas condições fisiológicas e comportamentais dos animais.

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Benefícios da sombra para o conforto térmico e bem-estar animal

O plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais mostrou-se benéfico para proporcionar um microclima mais favorável à criação de bovinos de corte, influenciando não só o conforto térmico, mas também o comportamento natural e as condições fisiológicas dos animais.

Incentivo às boas práticas pecuárias através da integração de árvores na pastagem

Os dados obtidos no estudo são essenciais para incentivar os pecuaristas a implementarem ações focadas em boas práticas, visando o bem-estar animal e a produtividade da criação. O conforto térmico é crucial para o desempenho dos bovinos de corte, e a presença de arborização nas pastagens tropicais pode contribuir significativamente para manter as condições ideais de temperatura.

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Desenvolvimento

Os dados obtidos no estudo coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste revelam a importância do plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais para garantir um microclima mais favorável à criação de bovinos de corte. A presença de sombra influencia diretamente no conforto térmico, no comportamento natural dos animais e em suas condições fisiológicas.

Experiência na Fazenda Canchim

A pesquisa de 13 meses realizada na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, avaliou 64 machos das raças Nelore e Canchim, divididos em dois sistemas diferentes: pastagem a pleno sol e sistema de Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A termografia infravermelha foi utilizada para identificar as zonas de conforto térmico nas pastagens arborizadas, mostrando-se como uma ferramenta promissora para apoiar os pecuaristas na tomada de decisões e melhorar o bem-estar dos animais a pasto.

Avaliação comportamental dos animais

O comportamento dos animais foi avaliado através de observação visual e monitoramento eletrônico, utilizando acelerômetros acoplados a colares para registrar os movimentos dos animais. Os registros de comportamento consideraram atitudes de pastejo, ruminação, segurança, frequência de ingestão de água e mistura mineral. Para os animais do sistema ILPF, também foram analisados os tempos de permanência ao sol e à sombra.

Impacto das árvores no ganho de peso e reprodução

Os resultados do estudo indicam que os animais criados em sistemas sombreados não apresentaram diferenças significativas em relação ao peso vivo e a produtividade por animal, em comparação com os animais em sistemas a pleno sol. No entanto, os animais no ILPF reduziram a frequência de idas ao bebedouro. A presença de árvores na pastagem contribuiu para a melhoria da qualidade da forragem, com maior teor de proteína bruta, resultando em benefícios ambientais, bem-estar animal e favorecendo o balanço de carbono na produção dos bovinos.

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Benefícios das Árvores no Pasto: Bem-Estar Animal e Produção Sustentável

A pesquisa coordenada pela Embrapa Pecuária Sudeste mostrou que a presença de árvores em áreas de pastagens tropicais traz benefícios significativos para o conforto térmico, reprodução e saúde dos bovinos de corte, sem comprometer o ganho de peso. Além disso, o estudo evidenciou a importância de considerar o ambiente em que os animais são criados para garantir seu bem-estar e desempenho.

Recomendações para Produtores e Indústria

Com base nos resultados obtidos, é recomendável que os pecuaristas considerem a implementação de sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em suas propriedades, a fim de proporcionar um microclima mais favorável aos bovinos de corte. Além disso, a adoção de boas práticas de manejo, como o fornecimento de sombra adequada e a oferta de água de qualidade, pode contribuir para o aumento da produtividade e bem-estar dos animais.

Importância da Sustentabilidade na Pecuária

Diante dos desafios enfrentados pela pecuária, como o aumento da demanda por alimentos e a pressão por práticas mais sustentáveis, a adoção de sistemas agropecuários integrados e amigáveis ao meio ambiente se mostra como uma alternativa viável e vantajosa. Ao investir em tecnologias que promovam o conforto animal e a eficiência produtiva, os produtores podem garantir a sustentabilidade de seus negócios a longo prazo.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Estudo da Embrapa Pecuária Sudeste avalia o conforto térmico de bovinos em sistemas ILPF

Um estudo coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste avaliou o bem-estar animal em relação ao conforto térmico fornecido pelos sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Esse estudo abrangeu diversos parâmetros, desde o ambiente até o nível celular dos bovinos de corte criados a pasto.

FAQs:

1. Qual a importância do conforto térmico na criação de bovinos de corte?

O conforto térmico é essencial para o bem-estar e o desempenho dos bovinos de corte. Condições inadequadas de temperatura podem levar ao estresse térmico, prejudicando a reprodução, a fertilidade e a eficiência dos sistemas de produção.

2. Como as árvores em áreas de pastagens tropicais influenciam o conforto térmico?

O plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais cria um microclima mais favorável para a criação de bovinos de corte. Isso influencia o conforto térmico, o comportamento natural e as condições fisiológicas dos animais.

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3. Os bovinos criados em sistemas sombreados ganham mais peso em comparação aos criados a pleno sol?

Os bovinos criados em sistemas sombreados não apresentaram diferença significativa no ganho de peso em relação aos criados a pleno sol. Apesar da oferta reduzida de pasto, a qualidade da forragem é melhor, resultando em um peso final semelhante.

4. Como foi realizada a avaliação comportamental dos animais no estudo?

A avaliação do comportamento dos animais foi feita por meio de observações visuais e monitoramento eletrônico, considerando aspectos como pastejo, ruminação, segurança e ingestão de água. Os animais da ILPF também tiveram seus tempos de permanência ao sol e à sombra registrados.

5. Qual a relevância do estudo para os pecuaristas?

Os resultados do estudo são essenciais para incentivar os pecuaristas a adotarem práticas que melhorem o bem-estar e o desempenho dos animais, considerando o conforto térmico. A presença de árvores nas pastagens traz benefícios ambientais, como aumento da biodiversidade e redução da temperatura, além de favorecer o balanço de carbono na produção.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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Pasto sombreado sim. Estudo coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) avaliou o bem-estar animal, de maneira multidimensional, em relação ao conforto térmico fornecido pelos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O monitoramento ocorre sob diversos prismas: desde o sistema de produção até o nível celular de bovinos de corte criados a pasto. Com isso, consegui registrar os amplos impactos que essa tecnologia gera na atividade, que vão além do conforto térmico e influência até na reprodução dos bovinos.

O primeiro parâmetro foi o ambiental (microclima), o segundo, a observação dos animais e as respostas comportamentais e, por último, a coleta de material biológico e as análises laboratoriais. “Fomos do nível macro, utilizando sobrevoos de avião com câmeras terminais, passando pelo sensoriamento proximal dos animais, até chegar à microscopia. Três abordagens bem diferentes, mas que se correlacionam, e com tecnologias inovadoras”, explica o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia , coordenador do estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( Fapesp ).

Esses resultados apontam que o plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais mostrou-se benéfico para um microclima mais favorável à criação de bovinos de corte, influenciando o conforto térmico, a expressão do comportamento natural e as condições fisiológicas.

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Foto: Gisele Rosso

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Os dados obtidos no estudo são essenciais para incentivar o pecuarista a implementar na propriedade ações focadas em boas práticas. “O conforto térmico é um componente essencial do bem-estar e que afeta o desempenho de bovinos de corte. Essa informação deve ser considerada quando se utiliza um sistema de produção baseado em pastagens tropicais. Nesses modelos, os animais ficam mais expostos às condições ambientais e podem sofrer com o acúmulo excessivo de calor, principalmente em pastagens sem o componente arbóreo. Assim, é importante saber como os fatores bioclimáticos influenciam a manutenção da temperatura corporal interna e o comportamento, a fim de permitir ajustes no manejo dos rebanhos e no ambiente de produção”, destaca Garcia.

O estresse térmico prejudica a homeostase (capacidade dos organismos de manter seu meio interno estável), causando distúrbios nutricionais e metabólicos, aliviando a taxa de crescimento e o ganho de peso. Segundo o pesquisador, o calor é capaz de tirar o gado de sua zona de conforto de temperatura, levando ao estresse térmico, comprometendo a reprodução e reduzindo a fertilidade, além de diminuir a eficiência dos sistemas de produção. Eventos climáticos extremos também podem ocasionar efeitos adversos na condição imunológica dos bovinos, tornando-os mais suscetíveis a doenças.

Um dado importante da pesquisa refere-se à evolução do peso e à frequência do consumo de água. As mídias iniciais e finais de peso vivo dos animais criados em sistemas sombreados e em sistemas a pleno sol foram semelhantes e a produtividade por animal não teve diferença. Já em relação à água, os animais no ILPF reduziram a frequência de idas ao bebedouro.

A preocupação dos produtores é saber se na pastagem sombreada o boi ganha mais ou menos peso. A oferta de pasto é um pouco reduzida na área com árvores. No entanto, a qualidade da forragem produzida é melhor, com maior teor de proteína bruta. Assim, tanto o rebanho a pleno sol, como o do ILPF chegam ao final do ciclo de engorda com peso igual. “O fato do peso ser semelhante e trabalhar com um sistema que traz outras vantagens do ponto de vista ambiental já agrega muito valor à iniciativa de arborizar as pastagens. Deve-se olhar do ponto de vista sistêmico, considerar o desempenho animal e os benefícios da presença das árvores, que aumenta a biodiversidade, a matéria orgânica no solo, reduz a temperatura, traz bem-estar animal e favorece o balanço de carbono na produção dos bovinos”, considera Garcia.

 

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Realizada na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), uma pesquisa a campo teve duração de 13 meses, compreendendo um ciclo completo e percorrendo todas as estações climáticas, entre o verão de um ano até o verão do ano seguinte. O projeto foi implementado em parceria com instituições de pesquisa do Brasil: Universidade de São Paulo ( USP ), Universidade Federal do Pará ( UFPA ), Universidade Federal Rural da Amazônia ( UFRA ), Universidade Federal Fluminense ( UFF ), e do exterior: Università di Bologna ( Unibo ) e Università degli Studi di Milano ( Unimi ). Envolveu pesquisadores, alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Para o experimento, foram avaliados 64 machos das raças Nelore e Canchim, com 24 meses e peso médio de 412 kg no início da investigação científica. Os animais foram divididos em dois sistemas diferentes. Um de pastagem a pleno sol ( foto à direita ), com 12 hectares de capim  Urochloa brizantha  (cultivar Piatã) e poucas árvores, que oferecia entre 3% e 4% de sombreamento natural, índice semelhante à adoção na maioria dos sistemas de produção a pasto no Brasil. O outro sistema de produção era do tipo Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), também com 12 hectares de Piatã, arborizado com eucaliptos. Em cada sistema foram mantidos animais Nelore e Canchim, que tiveram acesso irrestrito à água e à mistura mineral, e receberam o mesmo manejo sanitário.

O estudo ainda analisou a consistência da termografia infravermelha utilizando veículos aéreos tripulados, associada a registros feitos em estações intermédias nas duas áreas observadas. Garcia revela que a técnica de termografia embarcada em aviões é uma estratégia de monitoramento inovadora para “enxergar” a mudança térmica e o benefício do uso de árvores nas pastagens. Essa tecnologia é usada na Europa e na América do Norte para cobrir extensas áreas de plantações de trigo e milho. No entanto, para pastagens é novidade.

A termografia infravermelha permitiu a identificação e o dimensionamento de ilhas de calor nas pastagens convencionais e de zonas de conforto para o gado nas pastagens arborizadas. A ferramenta mostrou-se promissória em avaliações microclimáticas na pecuária, para apoiar os pecuaristas na tomada de decisões e melhorar o bem-estar dos animais a pasto.

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Avaliação comportamental


O comportamento de cada animal foi avaliado por meio de método observacional e de monitoramento eletrônico eletrônico ( foto acima ), com base nos registros de movimento feitos, respectivamente, por visualização e pelo uso de acelerômetros acoplados a colares.

As observações visuais e diretas foram registradas imediatamente a cada cinco minutos, por uma equipe de observadores treinados. As coletas de dados foram realizadas em dias típicos de cada estação climática, sem interrupção durante o dia, das 8 às 16 horas. Os dados foram computados individualmente, com os animais marcados numericamente com tinta atóxica para permitir a identificação visual à distância, sem interferências.

A avaliação do comportamento leva em consideração atitudes de pastejo, ruminação, segurança, frequência de ingestão de água e de mistura mineral. Para os animais da ILPF, também foram analisados ​​os tempos de permanência ao sol e à sombra.

(Com  Embrapa)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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