O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) paulista deve encerrar este ano na casa dos R$ 139 bilhões. Ao menos essa é a expectativa por parte do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp/Senar-SP). A projeção foi apresentada no início da tarde desta quinta-feira (8), em coletiva de imprensa realizada na “Casa do Agricultor”, sede da entidade localizada no centro paulistano.
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Caso se confirme, o VBP paulista fechará 2022 com crescimento de 14% no comparativo com o desempenho registrado em 2021. No ano passado, o VBP do estado foi de R$ 122 bilhões. Na comparação com 2020, o salto é ainda maior, de aproximadamente 48% — isso porque, na ocasião, o setor foi responsável por movimentar R$ 94 bilhões.
Vice-presidente da Faesp, Tirso de Salles Meirelles ressaltou que, apesar das dificuldades enfrentadas desde o início da pandemia da covid-19, o agro paulista foi além de manter as atividades. Cresceu, conforme enfatizou. Crescimento esse que, de acordo com ele, se deu — e se dá — em várias frentes. Inclusive, na sustentabilidade nas atividades da pecuária.
“Temos tecnologia. Temos água. Temos terra” — Tirso de Salles Meirelles
“Nosso gado é o único do mundo que é ‘verde’”, afirmou Meirelles. Para embasar tal declaração, ele chamou a atenção para o fato de, em São Paulo e em todo o Brasil, a pastagem representar cerca de 70% da base do setor.
Os recursos naturais do país também foram ressaltados pelo vice-presidente da Faesp. “O Brasil é o único país do mundo a conseguir produzir até três safras por ano”, disse. “Temos tecnologia. Temos água. Temos terra”, complementou dirigente da entidade.
Desenvolvimento em tecnologia para seguir crescendo
E para seguir em crescimento, um dos indicadores valorizados por Tirso de Salles Meirelles terá ao menos um investimento certo para o futuro próximo. Isso porque a federação reforçou que em Ribeirão Preto, uma das maiores cidades do interior paulista, irá funcionar o Centro de Excelência em Cana-de-Açúcar. Conforme o nome sugere, o espaço servirá para lidar com ações voltadas à toda a cadeia produtiva do segmento sucroalcooleiro.
O vice-presidente da Faesp disse, de forma breve, que a Faesp está liderando outros dois projetos relacionados à tecnologia. Um trata da criação de uma escola a ter como base o município de São Roque para levar, entre outros conhecimentos, técnicas de big data para os pequenos produtores da região. O outro é de um centro a servir como apoio às demandas das famílias assentadas em Mirante do Paranapanema e arredores.
Agro paulista: em crescimento, mas sem ultrapassar o Paraná
Mesmo diante da projeção de fechar este ano em crescimento de 14%, o agro paulista não deve ultrapassar o Paraná no ranking de VBP do país. Nem agora e nem ao longo de 2023. Ao menos é o que acredita o gerente do departamento econômico da Faesp, Cláudio Silveira Brisolara. De acordo com ele, a troca de posição não deve ocorrer justamente por causa da estagnação — e das incertezas — em torno da principal atividade da agropecuária de São Paulo: a cana-de-açúcar.
“Não vejo essa possibilidade [de passar o Paraná no ranking nacional do VBP em 2023]”, respondeu Brisolara ao ser questionado pela reportagem do site do Canal Rural. Até o momento, de janeiro a outubro de 2022, o estado de São Paulo ocupa a terceira colocação na lista nacional do VBP, com participação de 11,7% do total. O Paraná está logo à frente, na segunda posição, com 11,9%. Mato Grosso lidera, com 18%, segundo os dados oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Situação da cana e de outras culturas da agropecuária de SP
No VBP paulista, a cana-de-açúcar surge como a principal cultura. E com folga. Com a perspectiva por parte da Faesp de movimentar no consolidado de 2022 R$ 43,69 bilhões, a atividade responde por 31,5% de todo o Valor Bruto da Produção Agropecuária do estado. Boi gordo (13,26%) e soja (9,86%) completam o pódio dos maiores responsáveis pelo VBP de São Paulo.
O segmento sucroalcooleiro e a pecuária de corte surgem no topo das exportações do agro paulista neste ano. De janeiro a outubro, o açúcar apareceu como o principal produto de exportação da agropecuária estadual. O segundo lugar no período foi ocupado pela carne bovina, informou a Faesp. No período, eles foram responsáveis por receitas cambiais nas casas de US$ 5,5 bilhões e US$ 3 bilhões, respectivamente.
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