Agricultores familiares recebem capacitação para melhorar produção de hortaliças

Agricultores familiares recebem capacitação para melhorar produção de hortaliças

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Práticas agrícolas mais eficientes estão sendo implementadas e avaliadas pela Embrapa e instituições parceiras na produção de hortaliças em municípios alagoanos às margens do Canal do Sertão. O objetivo é potencializar a atividade produtiva desse segmento, tornando viável tecnicamente e rentável a melhoria da qualidade de vida das comunidades de agricultores familiares envolvidas.

A região é caracterizada por baixo índice pluviométrico e distribuição desigual das chuvas, além de alto índice de evapotranspiração. Nesse contexto de adversidades climáticas regionais, a adequação e o aprimoramento das práticas agrícolas, bem como a adoção de novas tecnologias, muitas vezes de baixo custo e acessíveis aos agricultores familiares, são fundamentais para a efetividade da produção.

Experimentos com híbridos e cultivares desenvolvidos por Embrapa, de diversas espécies como alface, tomate, cenoura e melão, vêm se destacando por serem mais adaptadas ao clima hostil da região. Além disso, incentiva-se a adoção de práticas de cultivo que favoreçam condições técnicas de construção e estruturação do solo, economia e retenção de água, uso racional de defensivos agrícolas e redução de luz e temperatura, proporcionando um melhor microclima para as plantas.

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“Somente com o consórcio de técnicas e tecnologias sustentáveis ​​será possível reduzir a vulnerabilidade econômica e social que se apresenta no cenário produtivo nordestino, promovendo assim o desenvolvimento rural”, explica. Flávia Teixeiraanalista da Embrapa Hortaliças, que lidera o projeto “Formação continuada para produção de hortaliças no Canal do Sertão de Alagoas”.

Os principais objetivos são trazer novas tecnologias, aprimorar e discutir técnicas de produção com extensionistas e produtores-chave locais que unirão esforços para empreender a produção de hortaliças no sertão. “A participação direta e integrada dos extensionistas é o motor do aumento da produção agrícola, da expansão e especialização do mercado de hortaliças”, acrescenta o analista.

A capacitação ocorre continuamente com a implantação de campos de produção em diversos municípios ao longo do Canal, com b6f4cd90 c3cd b935 ec40 b0053f9635df?t=1689963865476temas de abrangência regional para a resolução de dificuldades enfrentadas pelos agricultores locais. Com isso, espera-se ampliar o conhecimento técnico local por meio da promoção de treinamentos, elaboração de publicações técnicas, realização de dias de campo e palestras e adoção de novas tecnologias de produção.

Para Cícero Roberio dos Santos, que cultiva o tomate BR Sena e vai começar a plantar o melão BRS Araguaia, a experiência com o tomate e o acompanhamento feito em sua área pela equipe da Embrapa tem sido muito gratificante. “Eu cultivava tomate, mas fiquei chateado porque estávamos cultivando errado e agora vejo a diferença”, diz o produtor. “Hoje, para nós, é um prazer passar por lá e ver um tomate tão incrível”, ressalta. “Isso te deixa orgulhoso; Estou aprendendo muito, muito e a cada dia aprendo mais porque quero produzir mais e melhor”, enfatiza o fruticultor de Olho d’Água do Casado.

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Pesquisador da Embrapa Semiárido Jony Eishi Yuri, fitotécnico na área de horticultura, acompanha as Unidades Demonstrativas de Hortaliças instaladas em municípios alagoanos por onde passa o Canal do Sertão. Ele conta que algumas áreas já estão em processo de colheita, permitindo que os produtores parceiros façam a comercialização.

Apesar da distância física desse centro de pesquisa da Embrapa, Yuri conta que há um esforço para estar presente nessas áreas pelo menos mensalmente, sempre repassando todas as informações necessárias para que o produtor tenha sucesso em seu cultivo e obtenha lucro com a comercialização do produto colhido. “O que podemos destacar é que, pela qualidade das sementes desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças, o manejo das lavouras tem sido facilitado, pois são materiais adaptados, muito tolerantes a doenças, muito produtivos e com excelente aspecto comercial.”

O canal

No início da década de 1990, o governo de Alagoas iniciou as obras do Canal do Sertão, por meio da transposição e canalização de parte das águas do rio São Francisco, que se estende por 250 quilômetros, abrangendo 18 municípios. Essa é mais uma alternativa para minimizar os impactos sociais e econômicos negativos causados ​​pela estiagem, começando em Delmiro Gouveia e terminando em Arapiraca.

Experimentos no Agreste e na Zona da Mata

Além do Sertão, experimentos também vêm sendo realizados, desde 2020, na Zona da Mata e no Agreste de Alagoas, regiões com condições climáticas bastante distintas. Para fins comparativos, paralelamente, foi observado o desempenho de cultivares no estado do Rio de Janeiro. Em Teresópolis e em Duas Barras, por exemplo, foi cultivado o tomate BRS Sena, que tem maior resistência ao calor, mas é suscetível a baixas temperaturas.

A BRS Sena, cultivada em Alagoas, apresentou excelentes resultados, com produtividade de 70 toneladas por hectare e baixo custo de produção. Em Coruripe, o plantio começou em 2021 para avaliar o comportamento com três espaçamentos, em uma lavoura sem agrotóxicos. Novos testes serão realizados na região em 2023, em parceria com a Cooperativa Pindorama.

“Estou muito feliz com essa parceria com a Embrapa, com esse experimento de hortaliças; neste caso, o tomate Sena é um tomate sensacional. Nunca imaginei plantar tomate, mas como surgiu essa oportunidade com a Embrapa, não pensei duas vezes, aceitei na hora e estou gostando muito. Percebi que, além de adaptado à região, também é um tomate muito rústico, muito vigoroso. Até agora não precisei introduzir nenhum produto químico”, diz Vaney Soares, produtor rural de Delmiro Gouveia que planta pela primeira vez hortaliças às margens do Canal do Sertão.

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Também foram realizados experimentos na região de Arapiraca com plantios das variedades de cenoura Brasília, Planalto e Paranoá, e dos tomates BRS Sena, Nagal e Montese, para avaliar o comportamento entre cultivares e analisar a tolerância, principalmente em relação à salinidade. As pimentas BRS Juriti, Nandaia, Sarakura e Red também foram testadas em Arapiraca.

Houve outros plantios no estado de Alagoas, como em Barra de Santo Antônio, com as batatas-doces BRS Cotinga, Anembé, Canadense, Beauregard e Brasilândia roxa. A Cotinga foi a variedade que mais se destacou e teve o melhor comportamento, segundo Flávia Teixeira.

Em 2022, foram plantados em Igaci os plantios das variedades de alface BRS Leila e BRS Mediterrânea e tomate Equatorial. Em Arapiraca, Junqueiro e Mar Vermelho, foram testados clones de alho; porém, devido ao excesso de chuvas, o retorno foi muito pequeno. Para este ano, estão previstas ações de validação de híbridos de tomate, alface, batata-doce, alho e pimenta no Nordeste, incluindo outros estados, especialmente Sergipe.

Alagoas importa mais de 80% das hortaliças consumidas no estado. Para incentivar o cultivo, a Embrapa também aprovou, no final do ano passado, o projeto “Produção de tomate pela agricultura familiar em Alagoas por meio de práticas conservacionistas para aumento da produtividade e qualidade dos frutos”.

Cofinanciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (fapeal), está sendo desenvolvido por Embrapa Hortaliças (DF), com apoio da Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento do Embrapa Tabuleiros Costeirosem Rio Largo e Embrapa Alimentos e Territórioslocalizado em Maceió.

(Com EMBRAPA)

(Emanuely/Sou Agro)



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