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As abelhas podem aumentar a produtividade da soja em até 13%

As abelhas podem aumentar a produtividade da soja em até 13%
As abelhas podem aumentar a produtividade da soja em até 13%

A soja está presente em praticamente todas as regiões brasileiras e ocupa aproximadamente 40 milhões de hectares na safra 2021/2022. Assim, em alguns casos, as áreas cultivadas com soja ficam próximas aos apiários fixos tradicionais, ou mesmo aos locais onde as colmeias são colocadas em apiários migratórios. Se, por um lado, a floração da soja pode ser utilizada como pasto apícola, por outro, a polinização aumenta a produção de soja em cerca de 13%.

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Apesar do desafio da convivência harmoniosa, ambas as atividades apresentam vantagens. Segundo Gazzoni, por um lado, a floração da soja pode ser utilizada como pasto apícola pelos apicultores, principalmente Apis mellifera (a abelha africanizada), em períodos de baixa disponibilidade de alimento.

“Além disso, podemos dizer que, em condições adequadas de visitação, a produtividade da soja pode ser aumentada em cerca de 13% pelo processo de polinização proporcionado pela visitação das abelhas à soja”, diz Gazzoni.

Para investigar o efeito da polinização por abelhas na produtividade da soja, três experimentos foram instalados no campo experimental da Embrapa Soja, em Londrina (PR), nas safras de soja de 2017/2018 a 2019/2020.

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Na metodologia foram utilizados três tratamentos: o primeiro permitiu o livre acesso das abelhas na cultura da soja, o segundo consistiu na introdução de uma colmeia de Apis mellifera dentro de uma parcela de soja enjaulada e o terceiro tratamento manteve uma parcela de soja enjaulada sem acesso de abelhas ou qualquer outro polinizador.

De acordo com Gazzoni, a visitação de abelhas durante o florescimento da soja foi monitorada durante todo o período de floração, com contagem de abelhas às 9h, 10h e 11h. “Podemos observar que o maior número de abelhas foi observado às 11h, o que é um indicador importante para o planejamento da pulverização de agroquímicos na soja”, explica.

“Nos três anos do estudo, o aumento médio da produtividade da soja, em parcelas engaioladas com colônia de abelhas, foi de 639 quilos por hectare (kg/ha), ou seja, 12,97%, sendo 274 kg/ha (5,58%) nas parcelas abertas, sem gaiolas, quando comparadas às parcelas enjauladas, que não permitiam acesso aos polinizadores”, relata.

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A Embrapa e a basf assinou um acordo de cooperação técnica e financeira para validar um modelo tecnológico, a partir da safra 2022/2023, baseado em boas práticas agrícolas e apícolas.

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O objetivo do projeto, com duração de três anos (2022-2025), é promover a convivência harmoniosa entre sojicultores e apicultores, a partir de ações conjuntas em três importantes regiões brasileiras para a produção de soja no Brasil: Paraná (Maringá), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Rio Grande do Sul (São Gabriel).

A partir da validação de um protocolo de boas práticas agrícolas, as instituições pretendem comprovar que o desenvolvimento de atividades em espaços integrados pode ser benéfico para ambos os setores.

No caso dos sojicultores, Gazzoni ressalta a necessidade de respeitar e adotar as recomendações agronômicas para o cultivo da soja em todas as fases da safra. A pesquisadora reforça a importância da aplicação correta de agrotóxicos, observando todos os cuidados necessários para a conservação das colônias de abelhas criadas e, também, de espécies nativas.

“O agricultor deve respeitar integralmente as recomendações do Manejo Integrado de Pragas da Soja e dar atenção especial às melhores práticas em tecnologia de aplicação”, orienta.

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Um dos primeiros passos indicados para os apicultores para garantir a produção de mel em quantidade e qualidade adequadas é a manutenção de abelhas saudáveis ​​e colônias com grande número de indivíduos, diz Gazzoni. Nesse sentido, a pesquisadora também considera recomendada a substituição periódica da rainha, o manejo dos favos, o respeito ao calendário floral, a limpeza do entorno e a suplementação alimentar, se necessário.

“Recomenda-se que os apicultores façam inspeções quinzenais em suas colônias, para acompanhar seu desenvolvimento e fazer o manejo necessário”, diz.

Outra diretriz é manter uma distância mínima de 500 metros de áreas de trânsito de pessoas e animais, para evitar acidentes. “Os apiários também devem estar a uma distância mínima de 50 metros das áreas de cultivo, para evitar a perda de colônias pela deriva de produtos fitossanitários”, observa.

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“De preferência, devem ser utilizadas barreiras naturais ao redor do apiário, como capim Napier, arbustos altos como astrapeias, cerca viva, entre outros”, acrescenta.

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Quanto ao posicionamento das colônias, Gazzoni explica que, para a produção de mel, é recomendado o uso de três colônias por hectare estimado de pastagem apícola, já que as abelhas forrageiras buscam alimento em um raio de, no máximo, 2,5 km de distância. “Se houver competição entre as abelhas para a produção de mel, a produtividade pode ser prejudicada. Da mesma forma, apiários sobrepostos devem ser evitados. A distância ideal de um apiário para outro é de 5 km.”

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