Presença de árvores melhora qualidade da pastagem, diz estudo

Como a presença de árvores pode melhorar a qualidade da pastagem, de acordo com um estudo?

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A pesquisa realizada pela Embrapa Pecuária Sudeste comprovou que a integração pecuária-floresta (IPF) apresenta benefícios importantes para o manejo arbóreo estratégico. Além de contribuir para a melhoria da qualidade da madeira remanescente e manter a produtividade do pasto, a forragem nesse sistema possui alto teor de proteína bruta, o que significa uma alimentação de maior qualidade para os animais.

O desafio para os produtores rurais é manter a produção de forragem em sistemas integrados com árvores, uma vez que o desenvolvimento das pastagens depende da incidência de luz. A diminuição da radiação afeta o crescimento das plantas, resultando em menor produtividade na pecuária. No entanto, os sistemas silvipastoris são alternativas sustentáveis que permitem aos pecuaristas intensificarem suas pastagens.

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Com a integração das árvores à pecuária, os produtores podem proporcionar bem-estar animal, contribuir para a remoção do carbono atmosférico e mitigar as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, o componente arbóreo pode ser uma boa aposta para garantir créditos de carbono no futuro, oferecendo uma nova alternativa de renda.

Segundo estudo publicado no Jornal de Ciências Agrícolas, uma pastagem sombreada apresenta características nutricionais superiores e produtividade semelhante a uma pastagem a pleno sol. Práticas como o desbaste ou poda são opções para reduzir a competição por recursos entre o pasto e as árvores, garantindo uma produção equilibrada entre todos os elementos do sistema.

Durante a pesquisa, foi avaliado o capim piatã após o desbaste do componente florestal do silvipastoril. Os resultados mostraram que o teor de proteína bruta foi maior no sistema de integração pecuária-floresta do que em uma pastagem a pleno sol na maioria das estações. A produção de forragem foi favorecida pelo desbaste, enquanto sua qualidade foi consistentemente superior no sistema integrado.

O manejo de árvores em sistemas integrados é fundamental para garantir uma produção de forragem semelhante à de uma pastagem a pleno sol e, inclusive, com maior teor de proteína. Quando o produtor consegue utilizar tanto a produção de gado quanto de madeira de forma eficiente em uma mesma área, ele obtém diversos benefícios, como renda alternativa, diversificação de espécies e fixação de carbono.

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No entanto, esse modelo é bastante complexo, pois envolve interações entre os elementos do sistema: pasto, árvores e animais. Para que os resultados sejam positivos, é necessário garantir interações sinérgicas entre esses componentes.

De acordo com a produtora Maria Fernanda Guerreiro, que trabalha com sistemas integrados desde 2013, é possível obter benefícios com o sombreamento das árvores desde que seja feito o desbaste adequado. Ela destaca a importância de observar visualmente os elementos do sistema e estar atento a todos os indicadores, como a radiação e o crescimento das árvores, para definir a época certa de manejo.

Além disso, a presença de árvores contribui para a qualidade da pastagem em silvipastoril, devido à diversificação da matéria orgânica do solo e sua microbiota. Isso resulta em uma maior fertilidade do solo e beneficia a suplementação de nitrogênio para as plantas a longo prazo. A sombra também reduz o estresse térmico nos animais, o que pode resultar em um maior desempenho animal.

Portanto, o manejo adequado das árvores em sistemas integrados é fundamental para garantir a qualidade e produtividade da pastagem. Essa prática possibilita a produção de forragem com características nutricionais superiores e contribui para o equilíbrio entre todos os elementos do sistema.
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A forragem na integração pecuária-floresta (IPF) apresentou alto teor de proteína bruta quando comparada a um modelo pecuário tradicional

arvore

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Uma pesquisa de Embrapa Pecuária Sudeste (SP) comprovou que o manejo arbóreo é estratégico para garantir o equilíbrio em sistemas de integração pecuária-floresta (IPF) ou silvipastoril. Além de manter a produtividade do pasto e melhorar a qualidade da madeira remanescente, a forragem nesse sistema apresentou alto teor de proteína bruta, quando comparada a um modelo pecuário tradicional, sem a presença do componente arbóreo, o que significa maior qualidade da alimentação dos animais. .

O avanço é importante porque manter a produção de forragem em sistemas integrados com árvores é um desafio para o produtor rural, já que o desenvolvimento das pastagens depende da incidência de luz. A diminuição da radiação afeta o crescimento dessas plantas, o que pode levar a uma menor produtividade na pecuária.

Os sistemas silvipastoris são opções sustentáveis ​​para pecuaristas intensificarem pastagens. Com as árvores integradas à pecuária, o produtor proporciona bem-estar animal e contribui para a remoção do carbono atmosférico e mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Sem falar que o componente árvore é uma boa aposta para garantir créditos de carbono no futuro, uma nova alternativa de renda.

A obra, publicada em O Jornal de Ciências Agrícolas, concluíram que uma pastagem sombreada apresenta características nutricionais superiores e produtividade semelhante a uma pastagem a pleno sol manejada da mesma forma. (Leia o artigo científico: Características produtivas e nutritivas do capim-piatã após o desbaste do componente florestal de um sistema silvipastoril no sudeste do Brasil).

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Práticas como o desbaste ou poda são opções para reduzir a competição por recursos entre o pasto e as árvores, garantindo uma produção equilibrada entre todos os elementos do sistema.

Experimentar

O estudo avaliou as características produtivas e nutricionais do capim piatã (Urochloa brizantha cv. BRS Piatã) após o desbaste do componente florestal do silvipastoril, formado por eucalipto (eucalipto urograndis clone GG100). Também foram analisados ​​a produção de forragem e o valor nutricional, com variáveis ​​microclimáticas, no sistema intensivo a pleno sol com capim piatã. O experimento ocorreu em Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP)de 2016 a 2018.

O sistema silvipastoril foi formado em 2011, com árvores plantadas em fileiras simples espaçadas de 15 metros por 2 metros, totalizando 333 árvores por hectare. Antes do início do estudo, em 2016, foram retirados 50% dos eucaliptos de cada linha e, assim, o espaçamento foi reduzido para 15 metros por 4 metros. Segundo dados do levantamento, em outubro de 2017, as árvores tinham, em média, 27,8 metros de altura e 25,9 centímetros de diâmetro à altura do peito (DAP).

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Durante o período experimental, foram avaliados o valor nutritivo e a produção de forragem em cinco ciclos de pastejo representativos das estações do ano de dezembro de 2016 a março de 2018: verão, outono, inverno e primavera de 2017 e verão de 2018.

Resultados

O teor de proteína bruta foi maior em IPF do que a pleno sol na maioria das estações. O acúmulo de forragem em ambos os sistemas foi semelhante. A produção de forragem foi favorecida pelo desbaste, principalmente próximo ao evento, enquanto sua qualidade foi consistentemente superior no IPF.

Assim, Pezzopane recomenda a adoção do desbaste de árvores em sistemas integrados para proporcionar uma produção de forragem semelhante a pleno sol e, inclusive, com maior teor de proteína.

Quando o pecuarista consegue utilizar, em uma mesma área, a produção de gado e madeira de forma eficiente, ele tem vários benefícios. Além da renda alternativa da madeira, existem serviços ecossistêmicos como diversificação de espécies e fixação de carbono (C), que geralmente não são contabilizados. No entanto, Pezzopane adverte que esse modelo é bastante complexo, pois ocorrem diferentes interações entre os elementos: pasto, árvores e animais. “Os resultados positivos dependem da capacidade de garantir interações sinérgicas entre esses componentes”, afirma.

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Produtora Maria Fernanda Guerreiro, que desde 2013 trabalha com sistemas integrados em sua propriedade, confirma na prática os resultados da pesquisa da Embrapa. Ela conta que nunca teve problemas com o sombreamento das árvores, pois sempre fez o desbaste. Além de produtor, Guerreiro é agrônomo. “Eu tenho um medidor de radiação de luz fotossinteticamente ativa (PAR) no local. Então, nunca tive problemas com o sombreamento do pasto, pelo contrário, só tive benefícios. Trabalhei com poda e desbaste de eucalipto. Quando o medidor apresentava sombreamento acima de 35%, arranjamos uma forma de gerenciamento. Tirei as plantas mais ralas, as doentes, e assim não tive problemas”, conta.

Segundo ela, é possível perceber visualmente quando manusear; não é necessário ter equipamento de medição de radiação. É necessário observar e estar atento a todos os elementos.

A época certa para o manejo é indicada pelo nível de retenção de luz pelas árvores. Pezzopane recomenda monitoramento constante e, caso ultrapasse 35%, deve-se fazer um desbaste. A verificação do crescimento em diâmetro e altura também contribui para definir o ponto ideal de manejo. Outros indícios são a estabilização do crescimento das árvores, vigor do pasto e oportunidades de exploração de madeira para uso na propriedade ou para venda.

A qualidade da pastagem em silvipastoril está relacionada à maior fertilidade do solo em relação aos sistemas intensivos a pleno sol devido à diversificação da matéria orgânica do solo (MOS) e sua microbiota devido ao desprendimento de raízes de diferentes espécies e queda de serapilheira. De acordo com o estudo, a MOS e seu carbono resultam em uma taxa variada de mineralização de nitrogênio, beneficiando a longo prazo a suplementação de nitrogênio para as plantas. “Esse fator, com as alterações fisiológicas causadas pelo sombreamento, geralmente resulta em espécies com maior teor de proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria seca em relação àquelas manejadas a pleno sol, o que explica o maior teor de proteína bruta da forragem na maioria das estações quando em comparação com posições intensivas de sol pleno”, detalha o pesquisador.

“Além disso, a presença de árvores reduz o escoamento superficial e possibilita o aproveitamento das camadas mais profundas do solo para captação de água que, em condições de disponibilidade hídrica adequada, aumenta o aproveitamento total de água pelo sistema. Além disso, a sombra reduz a radiação e o estresse térmico nos bovinos, o que pode reverter em maior desempenho animal”, indica o pesquisador do trabalho.

Sob sombra em ambientes com temperaturas mais baixas, as enzimas são menos eficientes do que em pastagens a pleno sol, no processo de fotossíntese. A diminuição da eficiência resulta em maior concentração de enzimas por massa foliar e, como grande parte do nitrogênio da folha está presente nas enzimas da fotossíntese, há maior teor desse nutriente no tecido foliar.

A maior digestibilidade (DIVMS) em pastagens IPF pode ser parcialmente atribuída às maiores temperaturas no sistema pleno sol quando comparado ao sistema integrado. O aquecimento geralmente aumenta o teor de fibra das forragens, o que reduz a qualidade e a digestibilidade. Altas temperaturas também promovem um desenvolvimento mais rápido da forragem. Assim, é possível que a pastagem silvipastoril estivesse fisiologicamente menos madura que a pastagem a pleno sol. Isso, por sua vez, contribui para uma maior digestibilidade, pois essa característica do pasto geralmente diminui com a idade da planta.

Manejo de árvores traz mais qualidade e produtividade

A produção balanceada só ocorrerá com práticas de manejo como desbastes e podas de acordo com as necessidades dos sistemas de produção. O estudo apontou que o desbaste silvipastoril garante à pastagem características nutricionais superiores e produtividades semelhantes às de uma pastagem a pleno sol.

Pastagens IPF têm menos energia disponível para o crescimento em comparação com pastagens a pleno sol. Assim, plantas sombreadas adaptam-se morfologicamente e fisiologicamente para um melhor aproveitamento da energia disponível. As plantas cultivadas sob baixa irradiação geralmente têm folhas mais finas com uma área foliar específica alta (SLA), o que aumenta a interceptação da luz. Isso é vantajoso para a planta em ambientes com pouca luz. O desenvolvimento de folhas mais finas é uma adaptação para diminuir a evapotranspiração, reduzindo a área foliar sujeita à transpiração.


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