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Produtora revoluciona mercado ao fabricar queijos de búfala inovadores

Produtora revoluciona mercado ao fabricar queijos de bufala inovadores

Herdeira de uma tradição na produção de leite, Maria Rosário Cardoso, mais conhecida como Rosarinha, é a quinta geração de pecuaristas da família Cardoso. Seu pai, o Sr. Alexandre Cardoso de Araújo, foi um dos pioneiros na produção de leite em Bom Despacho, região do Alto São Francisco, Minas Gerais. Desde 1989, mantém a tradição familiar, na Fazenda Raposo, de produzir leite com gado girolando. Porém, em 2018, período em que houve queda no mercado, ela e o marido decidiram, mesmo contra a vontade, abandonar a atividade.

Concomitantemente, ela havia recebido, como pagamento por serviço prestado como médica veterinária, três búfalos, os quais estavam sem uso na propriedade. “Meu marido achou esse o maior presente do grego. Não fizemos nada com os búfalos. Aí eles deram à luz, então resolvemos pegar um leite e fazer um queijo fresco, dar para um, para outro”, lembra.

Eles contaram essa história para um amigo, Maurício Lima, que é um grande divulgador desses animais. O amigo, então, deu o chute que faltava para eles embarcarem de vez na bubalinocultura, para produção de leite. Ele enviou um caminhão com 42 animais para a Fazenda Raposo, para serem produzidos em sociedade.

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Com o passar do tempo, o rebanho da fazenda foi crescendo, chegando a 258 animais, sendo 68 búfalas em lactação. Esse movimento ocorreu em todo o país. Em Minas Gerais, por exemplo, o número de búfalos aumentou mais de 30% entre 2017 e 2021, segundo o IBGE, passando de pouco mais de 60 mil animais para quase 81 mil. O Estado é o sexto maior produtor do país. No topo do ranking está o Pará, com quase 620 mil animais, seguido do Amapá (312 mil animais), São Paulo (118 mil), Amazonas (109 mil) e Maranhão (95 mil).

queijos

No início, toda a produção de leite da Fazenda Raposo era destinada a laticínios estrangeiros. As búfalas da Rosarinha produzem em média 8,5 litros de leite por dia, a produção total da fazenda está entre 100 e 150 litros diários. Como sempre foi uma amante da culinária, a produtora decidiu fazer um curso para aprender mais sobre a produção de queijos. Foi aí que nasceu o desejo de ter sua própria leiteria. Assim nasceu a De Búfala Natural.

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Para estruturar e regularizar seu próprio laticínio, Rosarinha contou com a assessoria técnica da Emater-MG. Primeiro, De Búfala conseguiu um selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), que permitia a comercialização apenas no município. Com o aumento da demanda por seus produtos, pouco tempo depois, o laticínio entrou com um processo para obter o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que autoriza a comercialização em todo o território nacional.

“O SIM aqui tinha sido implantado em 2017, logo depois que começou a funcionar fomos em busca desse registro. Tudo correu bem, começou com uma estrutura muito pequena e simples. Foi colocando esse queijo no mercado, os produtos fizeram sucesso, a demanda foi crescendo. O próprio mercado cobrou que aumentasse a estrutura e fez os ajustes necessários, com o nosso acompanhamento. Então chegou a um ponto que começou a ter demanda para mercados fora de Bom Despacho. Estudei a legislação do SIF Pequeno Porte e fizemos essa caminhada juntas, que deu muito certo”, conta a técnica de assistência social da Emater-MG, Viviane Helena de Melo.

Aproveitando a constante expansão do mercado de produtos derivados do leite de búfala, além da produção de queijos mais tradicionais, como mussarela de búfala e burrata, a Rosarinha também desenvolveu outros 4 tipos de queijos autorais. “Um queijo muito parecido com o parmesão, chamado queijo maduro. Este já está registrado. Além de outros três: Mediterrâneo, Oli e Aiake. Esses dois últimos, os nomes são uma homenagem a um dialeto comum aqui na região, Tabatinga. Oli significa branco e Aiake significa queijo”, explica. Seus queijos já ganharam diversos prêmios nacionais de qualidade, concorrendo até com iguarias estrangeiras.

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Produtividade

Segundo Rosarinha, embora a produtividade do leite de búfala seja inferior à de algumas raças de gado, o rendimento para a produção de queijo pode chegar a ser o dobro do leite de vaca. “A búfala não produz muito leite, mas a qualidade é extremamente diferente. Tem mais proteína, mais cálcio, menos colesterol. A cada 100 litros de leite é possível produzir mais de 18 quilos de queijo, quase o dobro do que se pode produzir com a mesma quantidade de leite de vaca. Depende do que eu faço, se eu fizer muita burrata, por exemplo, o rendimento é um pouco menor; mas se eu fizer só mussarela, o rendimento é extraordinário”, explica.

Rosarinha também destaca o baixo custo da criação de búfalos, animais extremamente resistentes a doenças, como a mastite, comum no gado leiteiro; carrapatos, uma das principais pragas dos bovinos. E elenca as vantagens do leite de búfala: “mais proteína, mais cálcio, mais gordura, que não é saturada, então tem menos colesterol. Existem estudos que indicam que ela possui muito ácido linoléico, que ajuda na proteção contra o câncer. E tem um detalhe, o leite de búfala é todo A2A2, que é um nicho muito procurado por quem tem dificuldade de digerir a proteína do leite. Ou seja, o leite de búfala não causa desconforto ou indigestão”, ressalta.

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desafios

Apesar de todas essas vantagens listadas pelo criador, a bubalinocultura ainda é muito incipiente em relação à pecuária no país. Segundo os dados mais atuais do IBGE, o rebanho bubalino no Brasil é de pouco mais de 1,5 milhão, contra mais de 224 milhões de cabeças de gado. Um dos grandes desafios da bubalinocultura é o equilíbrio e a organização de sua cadeia produtiva. Por isso, os criadores vêm se organizando e divulgando cada vez mais a raça. A Rosarinha, por exemplo, faz parte do grupo Bufaleiros Polo Minas Gerais. Segundo ela, são necessários incentivos, por exemplo, para a implantação de frigoríficos que utilizem a carne animal, que garante sabores muito semelhantes aos da carne bovina, com vantagens nutricionais. “Tem mais proteína, menos colesterol, então é uma carne mais vantajosa nesse ponto. Mas temos grandes dificuldades no abate, porque faltam matadouros e o búfalo não pode ser abatido na mesma linha de gado”, explica.

Entre vantagens e ainda muitos desafios, enfim, Rosarinha não se arrepende de ter trocado a criação de gado bovino pela de búfalos. Na verdade, ela acredita que, se seu pai ainda estivesse vivo, ela adoraria a ideia. “Meu pai era muito inovador. Ele veio das margens do São Francisco, que era o melhor na época, para vir produzir aqui, no Cerrado, que na época era considerado improdutivo e hoje é uma potência. Ele chegou a produzir aqui nesta fazenda, em 1970, 6 mil litros de leite. Ele sempre esteve muito à frente de seu tempo”, diz ela. E como dizem, filha de peixe, peixinho é!

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Jornal do campo
Herdeira de uma tradição na produção de leite, Maria Rosário Cardoso, mais conhecida como Rosarinha, é a quinta geração de pecuaristas da família Cardoso. Seu pai, o Sr. Alexandre Cardoso de Araújo, foi um dos pioneiros na produção de leite em Bom Despacho, região do Alto São Francisco, Minas Gerais. Desde 1989, mantém a tradição familiar, na Fazenda Raposo, de produzir leite com gado girolando. Porém, em 2018, período em que houve queda no mercado, ela e o marido decidiram, mesmo contra a vontade, abandonar a atividade.

Concomitantemente, ela havia recebido, como pagamento por serviço prestado como médica veterinária, três búfalos, os quais estavam sem uso na propriedade. “Meu marido achou esse o maior presente do grego. Não fizemos nada com os búfalos. Aí eles deram à luz, então resolvemos pegar um leite e fazer um queijo fresco, dar para um, para outro”, lembra. Eles contaram essa história para um amigo, Maurício Lima, que é um grande divulgador desses animais. O amigo, então, deu o chute que faltava para eles embarcarem de vez na bubalinocultura, para produção de leite. Ele enviou um caminhão com 42 animais para a Fazenda Raposo, para serem produzidos em sociedade. Com o passar do tempo, o rebanho da fazenda foi crescendo, chegando a 258 animais, sendo 68 búfalas em lactação. Esse movimento ocorreu em todo o país. Em Minas Gerais, por exemplo, o número de búfalos aumentou mais de 30% entre 2017 e 2021, segundo o IBGE, passando de pouco mais de 60 mil animais para quase 81 mil. O Estado é o sexto maior produtor do país. No topo do ranking está o Pará, com quase 620 mil animais, seguido do Amapá (312 mil animais), São Paulo (118 mil), Amazonas (109 mil) e Maranhão (95 mil).

No início, toda a produção de leite da Fazenda Raposo era destinada a laticínios estrangeiros. As búfalas da Rosarinha produzem em média 8,5 litros de leite por dia, a produção total da fazenda está entre 100 e 150 litros diários. Como sempre foi uma amante da culinária, a produtora decidiu fazer um curso para aprender mais sobre a produção de queijos. Foi aí que nasceu o desejo de ter sua própria leiteria. Assim nasceu a De Búfala Natural.

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Para estruturar e regularizar seu próprio laticínio, Rosarinha contou com a assessoria técnica da Emater-MG. Primeiro, De Búfala conseguiu um selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), que permitia a comercialização apenas no município. Com o aumento da demanda por seus produtos, pouco tempo depois, o laticínio entrou com um processo para obter o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), que autoriza a comercialização em todo o território nacional.

“Aproveitando a constante expansão do mercado de produtos derivados do leite de búfala, além da produção de queijos mais tradicionais, como mussarela de búfala e burrata, a Rosarinha também desenvolveu outros 4 tipos de queijos autorais. ‘Um queijo muito parecido com o parmesão, chamado queijo maduro. Este já está registrado. Além de outros três: Mediterrâneo, Oli e Aiake. Esses dois últimos, os nomes são uma homenagem a um dialeto comum aqui na região, Tabatinga. Oli significa branco e Aiake significa queijo’, explica. Seus queijos já ganharam diversos prêmios nacionais de qualidade, concorrendo até com iguarias estrangeiras.”

Segundo Rosarinha, embora a produtividade do leite de búfala seja inferior à de algumas raças de gado, o rendimento para a produção de queijo pode chegar a ser o dobro do leite de vaca. “A búfala não produz muito leite, mas a qualidade é extremamente diferente. Tem mais proteína, mais cálcio, menos colesterol. A cada 100 litros de leite é possível produzir mais de 18 quilos de queijo, quase o dobro do que se pode produzir com a mesma quantidade de leite de vaca. Depende do que eu faço, se eu fizer muita burrata, por exemplo, o rendimento é um pouco menor; mas se eu fizer só mussarela, o rendimento é extraordinário”, explica.

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Apesar de todas essas vantagens listadas pelo criador, a bubalinocultura ainda é muito incipiente em relação à pecuária no país. Um dos grandes desafios da bubalinocultura é o equilíbrio e a organização de sua cadeia produtiva. Por isso, os criadores vêm se organizando e divulgando cada vez mais a raça. A Rosarinha, por exemplo, faz parte do grupo Bufaleiros Polo Minas Gerais. Segundo ela, são necessários incentivos, por exemplo, para a implantação de frigoríficos que utilizem a carne animal, que garante sabores muito semelhantes aos da carne bovina, com vantagens nutricionais. “Tem mais proteína, menos colesterol, então é uma carne mais vantajosa nesse ponto. Mas temos grandes dificuldades no abate, porque faltam matadouros e o búfalo não pode ser abatido na mesma linha de gado”, explica.

Entre vantagens e ainda muitos desafios, enfim, Rosarinha não se arrepende de ter trocado a criação de gado bovino pela de búfalos. Na verdade, ela acredita que, se seu pai ainda estivesse vivo, ela adoraria a ideia. “Meu pai era muito inovador. Ele veio das margens do São Francisco, que era o melhor na época, para vir produzir aqui, no Cerrado, que na época era considerado improdutivo e hoje é uma potência. Ele chegou a produzir aqui nesta fazenda, em 1970, 6 mil litros de leite. Ele sempre esteve muito à frente de seu tempo”, diz ela. E como dizem, filha de peixe, peixinho é!

**Perguntas e Respostas Frequentes:**

1. Qual é a diferença entre o leite de búfala e o leite de vaca?
– O leite de búfala possui mais proteína, cálcio e menos colesterol em comparação ao leite de vaca.

2. Quantos litros de leite uma búfala produz por dia?
– As búfalas da Fazenda Raposo produzem em média 8,5 litros de leite por dia.

3. Quais são os principais desafios da bubalinocultura no Brasil?
– Um dos principais desafios da bubalinocultura no Brasil é o equilíbrio e a organização da cadeia produtiva, além da falta de infraestrutura de abate e processamento.

4. Quais são os tipos de queijos produzidos pela De Búfala Natural?
– Além dos queijos mais trad

Fonte
**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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