A avicultura vai muito além de criar galinhas para produzir ovos e pintinhos. O cenário atual envolve um gigantesco processo industrial e a revisão diária das estratégias de gestão para potencializar resultados e, ao mesmo tempo, promover um ecossistema sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social. No Paraná, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), em parceria com empresas, cooperativas e órgãos públicos, realiza ações para que toda a cadeia produtiva esteja engajada no desenvolvimento saudável do setor.
Questões como tratamento de resíduos e efluentes, eficiência energética, logística reversa, carbono zero, entre outros temas, fazem parte do dia a dia de produtores, empresários, indústrias e trabalhadores do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindiavipar, afirma que antes mesmo de o conceito ESG se firmar como tendência no mundo corporativo, ele já era realidade no setor avícola paranaense. “Há uma intensa produção avícola no estado, porém, essa produção precisa ser sustentável para que não seja limitada e não cause impactos ambientais indesejados. Existe toda uma cadeia envolvida nesse processo e, se houver alguma falha em um dos pontos, a produção não acontece”.
A opinião é compartilhada por especialistas e gestores da área. “Na avicultura comercial paranaense, o ESG não é mais uma prática de gestão da moda, mas uma necessidade das empresas vencedoras e de classe mundial, pois serão as preferidas nas negociações comerciais e financeiras”, analisa Clédio Roberto Marschall, superintendente Administrativo-Financeiro, responsável pela gestão corporativa do tema Sustentabilidade, no Lar Cooperativa. Segundo ele, dentro do conceito de desenvolvimento sustentável, a avicultura comercial no Paraná desempenha um papel importante, pois gera milhares de empregos diretos e mais de um milhão de empregos indiretos, além de proporcionar renda e melhorar a qualidade de vida de milhares de integrados e suas famílias.
No aspecto de governança, Marschall cita como exemplo a criação de associações e conselhos que aproximam produtores e indústrias, participando e opinando sobre o rumo da atividade, atividades e programas de treinamento e preparação de pessoas e o ambiente de transparência das indústrias com a sociedade. , para divulgar ações e resultados. BOAS PRÁTICAS Para Fabiana Cristina de Campos Romanelli, diretora de ESG do Sistema FAEP/SENAR, à primeira vista, o desenvolvimento sustentável pode parecer um “animal de sete cabeças” para a maioria das pessoas. No entanto, ela destaca que a base das ações é garantir a eficiência – ou melhor aproveitamento – dos recursos naturais. Fabiana ressalta que essas iniciativas vão além do aspecto de preservação ambiental. Também estão relacionados às boas práticas das propriedades rurais, onde o produtor precisa pensar no tratamento de efluentes, na separação e destinação correta de resíduos sólidos e no uso racional de água e energia elétrica.
“A sociedade vem apresentando preocupações relevantes com as formas de produção e, consequentemente, com a sustentabilidade. A adoção de estratégias que tragam maior eficiência na produção e garantias de preservação serão diferenciais competitivos para posicionamento no mercado”, comenta.
MERCADO INTERNACIONAL
O diretor destaca que boas práticas e critérios rígidos de controle sanitário têm peso significativo no mercado internacional na hora da venda. Segundo Clédio Roberto Marschall, esse mercado está cada vez mais atento às práticas das empresas. “A frase ‘vamos fazer qualquer negócio’ nunca foi tão irreal. Hoje, a ética é condição básica para fazer negócios com clientes, seja no mercado doméstico, mas principalmente no mercado internacional”, reforça. Outro ponto importante nesse mercado, segundo Marschall, é a atenção à biossegurança e demais medidas adotadas por produtores e indústrias para evitar a entrada e disseminação de doenças nos plantéis avícolas, garantindo a segurança alimentar, a saúde e o bem-estar dos animais. estar dos trabalhadores. “Esses aspectos são muito valorizados pelos países e empresas que compram produtos avícolas do Paraná”, conclui. O Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango e seus derivados do país, com cerca de 34% da produção nacional e 42% do volume de exportação do segmento.
(com conselhos)
(Débora Damasceno/Sou Agro)