O Brasil exportou 1,02 milhão de toneladas de carne bovina no primeiro semestre, queda de 3,8% em relação ao volume de 1,06 milhão de toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Os números mostram o possível impacto na balança comercial brasileira, que sofre com o impacto da valorização do real frente ao dólar.
Nesse sentido, em relação à receita com as exportações de carne bovina nos primeiros seis meses do ano, ela somou US$ 4,8 bilhões, contra US$ 6,2 bilhões no mesmo período do ano passado. Para Fábio Pizzamiglio, da Efficienza, empresa especializada em comércio exterior, o aumento das exportações desses produtos pode superar o atual quadro de valorização da moeda. “Estamos vivendo um período em que o Real vem ganhando força. Assim, o aumento da produção é fundamental para que nossa pecuária continue crescendo mundialmente. Além disso, novas parcerias e a busca por regras mais justas para os produtores é algo que deve estar na pauta da reunião do BRICS em agosto”, destacou o executivo.
Os dados mostram principalmente o impacto da suspensão temporária das vendas para a China, devido ao caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) confirmado em fevereiro, e a queda dos preços médios dos produtos exportados. O caso da EEB levou à suspensão dos embarques para o país asiático por cerca de um mês, mas também impactou as vendas nos meses seguintes até que a China retomasse o ritmo de compras e as cargas enviadas antes da liberação do embargo.
Mesmo com o embargo às exportações, a China continuou sendo o principal importador da carne bovina brasileira nos primeiros seis meses do ano, com compras de 512,3 mil toneladas e receita de US$ 2,6 bilhões. Na época, os Estados Unidos compraram 71,4 mil toneladas, gerando vendas de US$ 428,6 milhões.
Pizzamiglio reforça a necessidade de ampliar o diálogo internacional como forma de fortalecer o setor pecuário. “Com mudanças significativas nos valores internacionais, é fundamental abrir o diálogo para aumentar a produção nacional. Assim, conseguimos contornar a situação e alcançar os resultados desejados”, completa o especialista.
O Brasil aumentou o volume de exportações de carne bovina para a União Europeia em 7,7% no semestre, para 39,3 mil toneladas, o maior volume exportado para o bloco desde 2008. Exportações para o Canadá, mercado recém-inaugurado para a carne in natura do Brasil, totalizou 2,5 mil toneladas no primeiro semestre, com receita de US$ 10,6 milhões. As exportações para a Rússia cresceram 44,7%, para 23,5 mil toneladas, mostrando a importância do mercado dos BRICS. A receita com as vendas para o país cresceu 40%, para US$ 83,6 milhões.
(Com eficiência)
(Emanuely/Sou Agro)
