Gado ‘seca’ e preços sobem, com virada para frigoríficos; China ainda tem desconto? – Money Times

Gado ‘seca’ e preços sobem, com virada para frigoríficos; China ainda tem desconto? – Money Times

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A segunda quinzena de junho marca um momento de recuperação dos preços do animal vivo no mercado brasileiro (Imagem: Arquivo/Agência Brasil/ASCOM ADEPARÁ)

Como você viu emDe olho no boiNa semana passada, as cotações da arroba do boi gordo retomaram bons índices a partir desta segunda quinzena de junho, que marca o segundo semestre de 2023, após seis primeiros meses de muita pressão.

Além disso, o ritmo das exportações do Brasil para China voltou ao patamar normal três meses após o fim do embargo à carne bovina brasileira, entre fevereiro e março.

Para entender o quadro atual de preços, oferta, demanda e custos, o Tempos Agro conversou com Fernando Iglesias, analista de proteína animal da Culturas e Mercado e Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos.

Preços de arroba e carne no atacado

Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras, houve uma recuperação de preços, ainda que lenta, devido à menor oferta.

“Os frigoríficos não têm mais posições confortáveis ​​nas balanças, que estão mais apertadas, e com isso a necessidade de compras já aumenta”, explica.

Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (avançar)23/jun.16/jun.Variação (%)
SP – BarretosR$ 245,00R$ 240,002.08
baianaR$ 212,00R$ 210,000,95
TO – AraguaínaR$ 210,00R$ 200,005

Para o início de julho, a tendência é de melhores preços para a arroba do boi. Isso não significa que os preços no varejo devam subir, já que não houve quedas tão bruscas que justifiquem repasses da alta da arroba nas carnes”, diz.

No atacado, houve uma leve recuperação dos preços, e a tendência é que os preços subam no início de julho com a entrada dos salários na economia.

Atacado Cortes Base SP – (Safras & Mercado)23/jun.16/jun.Variação
frente casadaR$ 13,60R$ 13,32,26%
burro casadoR$ 18,30R$ 18,150,83%

Frigoríficos e exportações

Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos, destaca que o momento da oferta é bastante favorável, devido ao ciclo da pecuária.

“O volume de oferta continua surpreendendo o mercado. Em 2022, o abate de fêmeas ficou em 7%. Neste ano, devem ficar em torno de 5% a 7%, abrindo espaço para outro aumento no ano que vem. Claro que depende do setor, mas a disponibilidade de carne bovina é alta”, afirma.

Ele destaca, porém, o que considera ser uma possível virada para o setor de proteínas, com a alta dos preços dos animais.

“Com o embargo da China entre fevereiro e março, isso acabou prendendo ainda mais o animal no campo. O produtor que abatia o boi-chinês não tinha mais o prêmio, levando a uma queda no preço do boi, visto que o país é o principal mercado do Brasil, o que acabou prejudicando as negociações”, comenta.

Segundo Alencar, o que mudou o cenário foi o maior número de abates da história no mês de maio. “Então, com a volta da China e a queda no preço do gado, a sensação é de que as indústrias aumentaram o número de abates. Com isso, acredito que sentimos os efeitos disso em junho, com escalas mais curtas e o preço do boi subindo em algumas regiões”, analisa.

Assim, apesar da retomada do volume de exportações para a China, a grande variável para os embarques neste ano são os preços, com a China comprando com “desconto” em relação ao ano passado.

“O faturamento está menor devido à queda da carne bovina no mercado internacional. Há um ano, a tonelada de carne bovina era negociada em torno de US$ 7.100, e agora está entre US$ 5.000-5.100 a tonelada para a China”, comenta Fernando Iglesias.

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