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último trimestre mostra sinais de aquecimento na demanda

Foto: Prefeitura de Capão Bonito

O mês de setembro foi marcado pela interrupção de um ciclo de alta dos preços médios mensais do suíno em todos os mercados brasileiros. Esse ciclo teve início em maio, atingindo seu ápice em agosto. A queda dos preços no mercado interno em setembro coincidiu com a redução dos volumes exportados, que em agosto atingiram o maior recorde para um único mês.

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Outubro demonstra um novo viés de alta nos preços do suíno no mercado independente. Tomando como referência a Bolsa de Valores de Belo Horizonte (BSEMG), que em 22 de setembro divulgou uma cotação de R$ 6,40 válida para a última semana de negociações de setembro, desde a semana seguinte vem registrando alta, chegando a R$ 7,60 em 13/10 (+18,75%).

Em relação às exportações, apesar da redução nos volumes embarcados em setembro em relação a agosto (-11,3%) e em relação a setembro do ano passado (-7,4%), o preço médio da carne suína in natura exportada em dólar foi o maior desde agosto de 2021, chegando a US$ 2.451 por toneladae para a China, nosso maior comprador, o preço médio em setembro foi de US$ 2.527 por tonelada (+4,6% em relação ao mês anterior), indicando um aumento na demanda do gigante asiático.

No acumulado parcial de outubro, com dados de embarque até o dia 14 Secretaria de Comércio Exterior (Secex)a média diária de carne de porco in natura exportado pelo Brasil é de 5.688 toneladas por dia útil, com preço médio por tonelada de US$ 2.503. Esses volumes indicam que o país deve fechar o mês próximo a 100 mil toneladas exportadas, quantidade bastante satisfatória e confirmando a retomada de um bom ritmo de embarques, ajudando a secar o mercado interno.

Conab bate novo recorde na produção de milho e soja

colheita de milho

Milho. Foto: Tony Oliveira/CNA

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o primeiro levantamento da safra 2022/23, estimando um novo recorde para a produção de soja e milho. A expectativa de aumento da produção de milho em relação à safra anterior (12,5%) baseia-se na estimativa de aumento da área plantada (3,8%) e maior produtividade (8,4%) nas três safras no período 2022/23.

Para que essa previsão se concretize, ainda há muita dependência das condições climáticas até o segundo trimestre de 2023, pois as projeções de crescimento da produção de milho no Brasil se concentram principalmente na segunda safra a ser colhida em meados de 2023, que deve representar mais de 75% do volume produzido na safra 2022/23. Por enquanto, o clima tem ajudado no plantio do milho primeira safra e na semeadura da soja brasileira, que deve superar em mais de 20% a produção da última safra com 152,3 milhões de toneladas, contra 125,5 milhões na safra 2021/2021 colheita. 22.

O relatório da Conab chama a atenção para o volume esperado de exportação de milho (45 milhões de toneladas) para o período de fevereiro de 2023 a janeiro de 2024. O último relatório do USDA, publicado em 12 de outubro, prevê 46,5 milhões de toneladas de milho a serem exportadas pelo Brasil a partir de março 2023 para fevereiro de 2024, compensando a redução esperada na participação de Ucrânia no mercado internacional de milho.

A safra norte-americana de milho deste ano com safra bem avançada (mais de 30% até 10/14) deverá ter uma redução de cerca de 15 milhões de toneladas em relação à safra anterior (359,6 x 375 milhões de toneladas); em soja a redução da safra norte-americana deve ficar perto de 4 milhões de toneladas (117,4 x 121,5 milhões de toneladas).

Carne suína: custos crescentes

carne de porco, proteína animal

Foto: Pixabay

Apesar de alguma estabilidade nos preços do milho, o custo de produção de suínos, impulsionado principalmente pelo aumento do farelo de soja, continua subindo. As exportações brasileiras desses grãos não permitiram que os preços caíssem no mercado interno. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a relação de troca do suíno com os dois principais insumos de produção caiu em setembro de 2022 — após certa recuperação em agosto em São Paulo e Minas Gerais, indicando que essa situação de margens negativas em a atividade não se restringe aos três estados do sul.

O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, explica que historicamente o último trimestre, principalmente os meses de outubro e novembro, são os meses de demanda aquecida no mercado interno por carne suína, com indústrias e varejo aumentando suas estoques para as festas de final de ano.

“Se os custos neste momento ainda não recuarem, a expectativa de safra recorde para o próximo ano deve trazer um cenário de maior previsibilidade e estabilidade para o setor” — Marcelo Lopes

“A Copa do Mundo de Futebol, que este ano começa na segunda quinzena de novembro, é outro fator que deve aquecer a demanda nas próximas semanas. Paralelamente, o valor unitário da carne suína exportada vem crescendo, o que tem ajudado a retomar os altos volumes de embarques. Por outro lado, se os custos neste momento ainda não recuarem, a expectativa de safra recorde para o próximo ano deve trazer um cenário de maior previsibilidade e estabilidade para o setor em 2023”, conclui Lopes.

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