O grande desafio da alimentação do rebanho
A alimentação do rebanho é um dos principais custos de produção na pecuária, representando até 60% do total. No entanto, metade das pastagens no Brasil está degradada, o que impacta na qualidade e produtividade do pasto. Isso faz com que os produtores rurais tenham que fornecer suplementos aos animais, elevando os custos de produção. Nesse contexto, é fundamental entender os principais fatores que causam a degradação das pastagens e como é possível reverter esse quadro.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!No artigo a seguir, vamos abordar as causas da degradação das pastagens, os níveis de deterioração e as estratégias para a recuperação e reforma dessas áreas. A nutrição dos animais está diretamente ligada à qualidade das pastagens, e saber manejar o pasto de forma adequada pode ser a chave para reduzir os custos e aumentar a produtividade na pecuária. Acompanhe e descubra como melhorar a alimentação do seu rebanho de forma sustentável e econômica.
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Manejo adequado das pastagens é fundamental para a nutrição dos animais
Para que a alimentação do animal no pasto seja efetiva na nutrição é preciso que as pastagens sejam bem manejadas permitindo maior consumo de forragem de qualidade. Os dois principais fatores que causam a degradação de pastagens são o manejo do pasto inadequado, normalmente superpastejo (elevadas taxas de lotação) e falta de reposição de nutrientes.
Processo evolutivo da degradação de pastagens e seus impactos
A degradação de pastagens é um processo evolutivo contínuo, que pode ser dividido em 4 níveis: leve, moderado, forte e muito forte. Nos níveis leve a moderado há uma redução contínua da produção de forragem e aumento de áreas de solo descoberto e plantas invasoras, já nos níveis forte e muito forte as áreas com as plantas forrageiras são escassas e a maior parte do solo é descoberta ou ocupada por plantas daninhas, havendo erosão e degradação biológica de solo. Nestas situações a produção animal e capacidade de suporte do pasto também vão sendo reduzidas proporcionalmente à severidade da degradação das pastagens.
Recuperação e reforma das pastagens para melhor aproveitamento
Passos para a recuperação de pastagens
Na recuperação de pastagens deve-se em primeiro lugar ajustar o manejo do pasto, reduzindo-se o número de animais por área ou até deixando a área em pousio (sem animais). Em seguida deve-se seguir as recomendações de manejo de cada planta forrageira conforme indicado pela pesquisa, usando faixas de altura do capim para áreas sob lotação contínua e alturas pré e pós-pastejo para áreas sob lotação rotacionada.
Manejo da fertilidade do solo e a importância da análise
Quanto à fertilidade do solo deve ser feita análise de solo e recomendações segundo os resultados, com aplicação de calcário, fósforo e potássio. A aplicação de nitrogênio estará bastante ligada aos objetivos do cultivo do pasto, sendo de 50 a 100 kg/ha.ano de N para manutenção de 100 a 300 kg/ha.ano de N para elevar a produção de forragem.
Implementando a reforma da pastagem
Quando não for possível recuperar, deve-se fazer a reforma da pastagem que engloba as mesmas ações de um novo plantio, com preparo do solo e semeadura de novas plantas forrageiras, além da adubação e adequação do manejo do pasto conforme feito na recuperação. Essa reforma também pode ser feita com integração de lavouras, como milho e soja, reduzindo os custos das operações agrícolas e da adubação.
Conclusão
Gestão eficiente das pastagens garante alimentação de qualidade e redução de custos
Ao promover um manejo adequado das pastagens, os pecuaristas garantem uma nutrição adequada para seus animais, reduzem custos com suplementação e aumentam a produtividade. Investir na recuperação e reforma das pastagens é essencial para manter a sustentabilidade e lucratividade da atividade pecuária a longo prazo.
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Conclusão: Como Manter a Produtividade das Pastagens e Reduzir Custos na Pecuária
A degradação das pastagens é um desafio constante para os pecuaristas, pois impacta diretamente nos custos de produção e na qualidade da alimentação dos animais. Para manter a produtividade das pastagens e reduzir custos na pecuária, é essencial investir em práticas de manejo adequadas e na recuperação ou reforma das áreas degradadas.
A recuperação das pastagens passa pelo ajuste do manejo do pasto e pela aplicação de corretivos e fertilizantes de acordo com as necessidades do solo. Já a reforma das pastagens envolve a renovação do pasto com novas espécies forrageiras e a integração com lavouras, visando otimizar os recursos disponíveis.
Em resumo, a produtividade das pastagens está diretamente relacionada ao manejo adotado pelo pecuarista. Ao investir na manutenção e recuperação das áreas degradadas, é possível garantir pastagens saudáveis, com alta produção de forragem e maior qualidade nutricional, resultando em animais mais saudáveis e custos reduzidos de produção.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Como a degradação de pastagens impacta na produtividade animal?
A degradação de pastagens reduz a capacidade de suporte do rebanho, diminuindo a produção animal e a qualidade da alimentação.
Quais são os principais fatores que causam a degradação de pastagens?
O manejo do pasto inadequado, como o superpastejo, e a falta de reposição de nutrientes são os principais fatores que levam à degradação das pastagens.
O que é necessário para recuperar pastagens degradadas?
Para recuperar pastagens degradadas são necessários ajustes no manejo do pasto, como redução do número de animais por área, análise de solo e adubação conforme recomendações.
Qual a diferença entre recuperar e reformar pastagens?
Recuperar pastagens envolve ajustes no manejo e adubação para restaurar a qualidade das plantas forrageiras existentes, enquanto reformar pastagens inclui o preparo do solo e a semeadura de novas espécies.
Por que é importante estar atento ao manejo das pastagens?
O manejo adequado das pastagens permite uma maior produção de capim, folhas de melhor qualidade e maior produtividade animal, contribuindo para a sustentabilidade do sistema de produção.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
* Por Flávia Maria de Andrade Gimenes
A alimentação do rebanho é o principal componente dos custos de produção de carne e leite, podendo chegar a 60% do total. Nas pastagens, os animais selecionam e colhem sua própria comida, o que torna essa opção a mais econômica, porém metade dos 154 milhões de hectares ocupados por pastagens no Brasil apresenta algum grau de degradação, situação em que as pastagens perdem seu vigor, capacidade produtiva e são infestadas de pragas, doenças e plantas daninhas, sendo necessário o produtor rural fornecer suplementos aos animais que impactam no custo.
Para que a alimentação do animal no pasto seja efetiva na nutrição é preciso que as pastagens sejam bem manejadas permitindo maior consumo de forragem de qualidade. Os dois principais fatores que causam a degradação de pastagens são o manejo do pasto inadequado, normalmente superpastejo (elevadas taxas de lotação) e falta de reposição de nutrientes.
A degradação de pastagens é um processo evolutivo contínuo, que pode ser dividido em 4 níveis: leve, moderado, forte e muito forte. Nos níveis leve a moderado há uma redução contínua da produção de forragem e aumento de áreas de solo descoberto e plantas invasoras, já nos níveis forte e muito forte as áreas com as plantas forrageiras são escassas e a maior parte do solo é descoberta ou ocupada por plantas daninhas, havendo erosão e degradação biológica de solo.
Nestas situações a produção animal e capacidade de suporte do pasto também vão sendo reduzidas proporcionalmente à severidade da degradação das pastagens.
Para as pastagens apresentarem benefícios, o pecuarista precisa tomar a decisão de recuperar as pastagens ou reformá-las, sendo esta opção de maior custo do que a primeira. Para recuperar a pastagem a área ainda deve apresentar predomínio do capim desejado, se isso não ocorrer deve-se optar pela reforma de pastos.
Na recuperação de pastagens deve-se em primeiro lugar ajustar o manejo do pasto, reduzindo-se o número de animais por área ou até deixando a área em pousio (sem animais). Em seguida deve-se seguir as recomendações de manejo de cada planta forrageira conforme indicado pela pesquisa, usando faixas de altura do capim para áreas sob lotação contínua e alturas pré e pós-pastejo para áreas sob lotação rotacionada.
Como exemplo a Brachiaria brizantha cv. Marandu (braquiarão) deve ser manejada em uma faixa em torno de 30 cm sob lotação contínua ou alturas pré e pós-pastejo de 25 e 15 cm, respectivamente, sob lotação rotacionada.
Quanto à fertilidade do solo deve ser feita análise de solo e recomendações segundo os resultados, com aplicação de calcário, fósforo e potássio. A aplicação de nitrogênio estará bastante ligada aos objetivos do cultivo do pasto, sendo de 50 a 100 kg/ha.ano de N para manutenção de 100 a 300 kg/ha.ano de N para elevar a produção de forragem.
Quando não for possível recuperar, deve-se fazer a reforma da pastagem que engloba as mesmas ações de um novo plantio, com preparo do solo e semeadura de novas plantas forrageiras, além da adubação e adequação do manejo do pasto conforme feito na recuperação. Essa reforma também pode ser feita com integração de lavouras, como milho e soja, reduzindo os custos das operações agrícolas e da adubação.
De forma geral, o importante é que o produtor rural esteja sempre andando na pastagem e resolvendo os problemas assim que identificados, resultando em pastos com elevada produção de capim, muitas folhas, alto valor nutritivo e produtividade animal.
* Pesquisadora científica do Instituto de Zootecnia da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (IZ-APTA), Doutora em Ciência Animal e Pastagens pela USP e membro da Associação dos Profissionais de Pecuária Sustentável (APPS)