A Traive, fintech especializada no desenvolvimento de infraestrutura tecnológica para serviços financeiros e plataforma de análise e gestão de risco de crédito, em conjunto com OPEP, SIM (Sustainable Investment Management) e BVRio são os coordenadores da iniciativa que promove a emissão do Green CRA – Certificate de Recebíveis do Agronegócio, realizado no exterior com investimentos de US$ 11 milhões.
O CRA é um título de renda fixa, com incentivos fiscais por meio de isenção de imposto de renda para o investidor pessoa física, lastreado em recebíveis decorrentes de negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas e terceiros, cujo objetivo é servir como fonte de financiamento. complementares ao agronegócio. A CRA Verde está registrada na Bolsa de Valores de Viena, na Áustria, e conta com a tecnologia da Traive para conectar de forma transparente e precisa a expertise da OPEP na área de securitização e SIM, como coordenadora do RCF (Responsible Commodity Facility)).
O Programa RCF é um sistema de incentivos financeiros para agricultores no Brasil que se comprometem com o cultivo de soja livre de desmatamento e conservação. Esta primeira edição realizada no âmbito do RCF (RCF Programa Cerrado 1) é um piloto que envolve 36 propriedades, produzindo cerca de 75 mil toneladas de soja por ano (durante 4 anos), resultando na conservação de mais de 11 mil hectares de vegetação nativa . , 4 mil hectares além da reserva legal.
A operação foi financiada pelas redes britânicas de supermercados Tesco, Sainsbury’s e Waitrose para financiar capital de giro para 8 (oito) produtores de soja do Cerrado (região de Mato Grosso e Goiás), que receberão empréstimos a custos atrativos. Para ter acesso a recursos financeiros, esses produtores precisam atender a rigorosos critérios de elegibilidade, como responsabilidade pelo desmatamento zero da vegetação nativa, prevenção de impactos climáticos negativos e perda de habitat, além de não utilizar agrotóxicos permitidos no Brasil, porém . proibido na Europa. Os produtores, além de terem um excedente de reserva legal, comprometem-se a não desmatar tais excedentes durante o período de operação, mesmo quando permitido por lei.
O Cerrado é um dos biomas mais diversos do mundo, além de um dos mais ameaçados, e a expansão da soja é um dos principais impulsionadores do desmatamento. Portanto, a criação de um mecanismo de crédito exclusivo para produtores que não desmatam é essencial para a proteção da vegetação nativa.
Para Maurício Moura Costa, COO do SIM: “O financiamento agrícola é parte fundamental dos modelos de negócios dos produtores de soja e há uma grande demanda por financiamentos de baixo custo. Ao direcionar esse fluxo de financiamento verde para a produção de soja, podemos compensar aqueles que se comprometem a conservar a vegetação nativa.”
O valor da emissão, finalizada nesta sexta-feira, 29, gira em torno de 11 milhões de dólares, o equivalente a mais de R$ 55 milhões de reais, e o processo está sendo realizado em parceria entre Traive, Opep, SIM e BVRio.
“A emissão do CRA Verde em dólares finalmente reúne duas demandas históricas latentes do mercado de crédito agrícola no Brasil: aumento do capital privado estrangeiro e responsabilidade ambiental. Acrescente a isso um processo digitalizado, pronto para escalar, e temos um cenário bastante promissor para o setor. Com este projeto, reafirmamos nosso compromisso de conectar toda a cadeia de financiamento.” diz Fabricio Pezente, CEO da Traive.
Renato Barros Frascino, Sócio e Head de Agronegócios da Opea comentou: “Estamos honrados em fazer parte do desenvolvimento deste novo mercado. Esta é uma das primeiras operações de CRA em dólar e destinará recursos de investidores internacionais ao agronegócio brasileiro, visando financiar produtores comprometidos com o não desmatamento. Esse programa CRA é uma alternativa para que os diversos produtores rurais brasileiros, preocupados com a produção sustentável, acessem recursos do mercado de capitais, inclusive de investidores internacionais, em condições mais competitivas”.
Para Ken Murphy, CEO do Tesco Group, “a iniciativa RCF destaca a necessidade da indústria alimentícia se unir e apoiar a proteção de ecossistemas críticos como o Cerrado”.
A operação teve o respaldo legal do escritório Pinheiro Neto e só é possível no Brasil devido a inovações que surgiram com a Lei do Agro (13.986/2020), regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) com a Resolução 4.974/2020. A nova lei permite tanto a emissão de CRA Verde referenciada em moeda estrangeira quanto a colocação desses títulos diretamente no exterior, fato que aumenta a atratividade entre investidores que não residem no Brasil.
Segundo Luís Lapo, CRO da Traive, “conseguimos fazer uso pioneiro das novas leis do agro, trazendo recursos privados de investidores europeus para financiar a cadeia do agronegócio no Brasil, desbloqueando o potencial desse mercado para esses investidores e criando novos opções de acesso. financiamento em cadeia. Qualquer revenda, cooperativa ou empresa que venda insumos a prazo para produtores pode nos procurar para fazer uso desse tipo de operação, seja para financiamento próprio ou para seus clientes.”
Os próximos passos desta edição são: monitoramento da conformidade socioambiental ao longo do período da operação, além de dimensionar esse novo modelo de financiamento, desta vez por meio de revendedores, indústrias de insumos e cooperativas.
As atividades do programa serão verificadas pelo Earth Daily e relatadas a um Comitê Ambiental independente, composto por representantes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), The Nature Conservancy (TNC), WWF Brasil, Conservation International (CI-Brasil), Proforest e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e secretariado pela BVRio.
Para saber mais sobre o Traive, acesse: www.traivefinance.com.
