Após anos de estudo, uma nova metodologia da qualidade será apresentada em…

Metodologia para classificação da qualidade dos solúveis coloca o Brasil como líder absoluto e pioneiro na pesquisa de café

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Após anos de estudo, nova metodologia será apresentada em 2022 e promete movimentar o setor cafeeiro

O consumo de café solúvel cresce a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e embarque de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com remessas que vão para mais de 100 países, totalizando volumes superiores a quatro milhões de sacas.

A Solúvel é uma gigante no setor cafeeiro mundial, pois cerca de 27,5% do consumo ocorre na forma de café solúvel. No Brasil, o consumo do produto ainda é baixo, em 5%, embora esteja crescendo rapidamente, o que representa grande potencial e um grande mercado a ser desenvolvido. Para aproveitar esse cenário e consolidar a posição de liderança do país, a Associação Brasileira da Indústria do Café Solúvel (Abics), em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e, na divulgação global, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), desenvolveu uma metodologia inovadora de avaliação da qualidade do produto, a primeira a ser reconhecida internacionalmente por solúvel.

“O Brasil tem tudo para ser protagonista nesta metodologia, que vem sendo desenvolvida há mais de dois anos, com a participação de técnicos especializados em café solúvel e representantes de grandes marcas”, afirma o diretor de Relações Institucionais da entidade, Aguinaldo Lima.

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Reposicionamento do café solúvel no mercado

O documento técnico sobre a metodologia (White Paper), uma compilação de todo o trabalho realizado durante o processo de estabelecimento da classificação do produto, será divulgado durante a Semana Internacional do Café (SIC), que acontecerá de 16 a 18 de novembro , em Belo Horizonte (MG).

“Uma metodologia para avaliar a qualidade do café solúvel torna-se ainda mais relevante no momento em que as indústrias lançam produtos de maior valor agregado, com diferentes características e para diferentes usos, que incluem desde o preparo de cappuccinos, bebidas e outros tipos de café. de bebidas, cápsulas e até uso culinário. Tudo isso somado à praticidade de consumir o solúvel. Todo esse processo possibilitará a criação de uma linguagem comum de avaliação desses cafés, criando referências para o setor, e marcando um reposicionamento do café solúvel no mercado”, afirma o diretor da Abics.

A metodologia é descritiva e avalia a intensidade das características presentes no café solúvel, afirma Aline Garcia, Pesquisadora Científica do ITAL. A equipe do Instituto participou ativamente do desenvolvimento da metodologia de avaliação do café solúvel, juntamente com outros membros e especialistas do setor. Aline sugeriu a aplicação de testes descritivos como Sorting e CATA para refinar a metodologia e coordenou a interpretação desses resultados em algumas reuniões da equipe envolvida na criação da metodologia.

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“A questão principal foi desenvolver uma metodologia que se comunicasse com o consumidor, ou seja, informando as características da bebida para que o consumidor possa fazer sua escolha”, enfatiza o pesquisador.

“É uma mudança de paradigma, uma forma de entender melhor o produto e, principalmente, sua aplicação, em que os descritores podem ser extremamente positivos para auxiliar a indústria na comunicação com seus clientes”, afirma Eliana Relvas, especialista em avaliação sensorial e consultora. da Abics, que coordena este projeto.

“A comunicação entre as indústrias (grandes exportadores e fornecedores de grandes marcas globais), consequentemente, serve de base para as empresas que têm contato com os consumidores, para que possam tomar sua decisão de compra”, complementa Eliana.

Como funciona a metodologia pioneira?

Diferentemente da metodologia de avaliação do café torrado e moído, que é baseada em notas de notas, a metodologia do café solúvel apresenta uma avaliação da intensidade dos atributos, em uma escala de classificação das características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. “Assim, a metodologia categoriza o produto solúvel e destaca seus atributos, o que é mais perceptível pelo consumidor em relação ao sistema de classificação”, diz Aguinaldo Lima.

É possível reconhecer aromas e sabores no café solúvel

No processo de desenvolvimento da metodologia, diversos testes foram realizados em amostras de café solúvel do Brasil e do exterior. Foi identificada a intensidade dos principais atributos percebidos nos testes, como, por exemplo, notas de especiarias, nozes, chocolate, frutas, entre outros. Foram elencados 15 atributos e, de acordo com sua intensidade, cada um tem seu peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“As amostras analisadas mostraram produtos diferentes, mas, ao mesmo tempo, interessantes e complexos”, analisa Eliana. “Excelentes cafés solúveis costumam ser mais doces e ácidos, com pouco ou nenhum amargor, e podem ser apreciados puros”, explica o especialista.

Ainda segundo ela, os diferenciados são mais complexos de descrever, pois podem conter notas diversas, como chocolate e especiarias, e podem ser consumidos com leite, em diferentes misturas, como drinks, ou outras bebidas geladas ou puras.

Os convencionais são mais “potentes” no paladar, com sabor mais forte e são recomendados para consumo com leite. Cada categoria tem sua aplicabilidade.

Próximos passos

Um curso de avaliação de produtos também deve ser ministrado a todas as indústrias e cadeias que trabalham com café solúvel no Brasil. A ideia é formar profissionais para “nivelar” o conhecimento de clientes nacionais e internacionais.

Esse processo de avaliação, com a metodologia pioneira, deverá incluir também, no futuro, um selo voluntário indicando a qualidade do produto. “O projeto deve continuar e a estimativa é que, a cada seis meses, seja realizada uma calibração das análises das amostras, com a comprovação constante feita pela equipe, seja presencial ou online”, enfatiza Eliana Relvas.

“A nova metodologia de avaliação do café solúvel reforçará o protagonismo do setor, que poderá se mostrar ao mundo de forma mais inteligente”, acredita o diretor da Abics.

Projeto Imagem – Abics e ApexBrasil

Para prestigiar a divulgação e o lançamento da metodologia, a Abics, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), realiza um trabalho de divulgação internacional, denominado “Projeto Imagem”. O projeto deve trazer jornalistas e formadores de opinião de importantes veículos de comunicação do exterior para participar do evento.

Este projeto também inclui a visita de líderes setoriais de organizações mundiais do café, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a Federação Europeia do Café ( ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), uma organização sem fins lucrativos que atua internacionalmente em projetos que visam melhorar a qualidade do café e a vida das pessoas envolvidas em sua produção.



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Metodologia de avaliação de qualidade solúvel é apresentada em um dos maiores eventos internacionais de comércio de café

Em outubro, a Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics) participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, promovido pela Swiss Coffee Trade Association (SCTA – Swiss Coffee Trade Association), em Genebra, um dos maiores eventos internacionais de comércio de café.

Durante dois dias, o evento reuniu os maiores players de café do mundo, incluindo o setor. Tradicionalmente mais focado no mundo do café verde, o SCTA Coffee Forum & Dinner 2022 proporcionou um espaço para a Abics divulgar a metodologia pioneira de avaliação da qualidade do café solúvel.

Em painel sobre inovação no setor cafeeiro, no segundo dia do evento (14 de outubro), o presidente da Abics, Fábio Sato, apresentou um esboço da nova metodologia de análise sensorial do café solúvel, que está sendo desenvolvida pela Associação em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). O painel do qual a Abics participou também contou com mais quatro palestrantes sobre novas tecnologias e transformação no setor cafeeiro.

A apresentação da Abics mostrou inicialmente como é produzido o café solúvel, desde a seleção dos grãos, blends até a torrefação e granulação, em uma primeira etapa muito semelhante à produção de café torrado e moído, seguindo-se outras etapas, como concentração e secagem. . “Ao somar outras etapas nesse processo de industrialização, a imensa variedade de blends e graus de torra e moagem do torrado e moído se multiplica, gerando mais combinações”, explica Sato.

Esse processo desmistifica o que muitos acreditam: que o café solúvel é “tudo igual”. O presidente da Abics explica que há uma grande variedade de produtos solúveis, desde produtos com grãos 100% arábica até aqueles que apresentam selos de sustentabilidade. No entanto, “incrivelmente, não havia uma metodologia para diferenciar esta gama de produtos”.

Assim, a metodologia está sendo criada com base na avaliação da intensidade de 15 atributos de aromas e sabores, em uma escala de classificação dessas características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. Cada atributo tem um peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“Não se pode dizer que determinada categoria é melhor que outra, mas que é indicada para determinadas aplicações, como, por exemplo, para consumo puro ou com leite ou para uso em outras bebidas”, diz Sato.

Durante o evento na Suíça, a Abics convidou participantes do setor cafeeiro para participar do lançamento da metodologia. O “White Paper”, documento técnico que detalha esse processo de avaliação, será lançado oficialmente na Semana Internacional do Café (SIC), no dia 16 de novembro, em Belo Horizonte (MG). A SIC, que decorre até dia 18, contará ainda com uma sessão prática com provas de café solúvel.

Qual foi a avaliação dos participantes do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner sobre a metodologia do café solúvel?

“O feedback foi positivo”, diz Sato. A metodologia não foi detalhada, mas o público foi convidado a participar no lançamento da metodologia na SIC. A Abics já havia convidado representantes de instituições de vários países para participar do lançamento, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a European Coffee Federação (ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), além de jornalistas especializados na cobertura do setor cafeeiro em outros países.

Para Carlos Brando, sócio da P&A Marketing Internacional, que também participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, chamou a atenção do público o fato de o café solúvel ser um produto muito mais complexo do que se pensava inicialmente.

“Ao contrário do que muitos pensam, a matéria-prima e o processo de fabricação alteram a qualidade do produto final. Além disso, muitos, principalmente os de fora do setor, esquecem que o café solúvel não é apenas para ser bebido como café preto na xícara. É um componente essencial dos cappuccinos – que podem ser de alta qualidade –, da indústria culinária e do popular “3 em 1”, o produto mais consumido na Ásia, um envelope individual com café solúvel, leite não lácteo e açúcar, o bebida pronta para beber. para beber quando a água é adicionada”, explica Brando.

Segundo ele, como produto de entrada do café na Ásia, à medida que o consumidor se acostumar com o consumo, ele exigirá um produto mais sofisticado. “Então, uma opção para a indústria é oferecer produtos práticos e de maior qualidade, já que esse consumidor não pode mudar para outro tipo de consumo devido à praticidade dos produtos solúveis”, acrescenta Brando.

Metodologia nacional e global para avaliação de café solúvel

“A ideia da Abics ao criar essa metodologia pioneira de avaliação sensorial de solúveis é que todas as indústrias brasileiras a adotem, além de torná-la global”, diz Fábio Sato.

A entidade também está engajando alguns institutos de qualidade para adotarem treinamentos de acordo com a metodologia para que os profissionais possam receber a certificação como provadores de café solúvel.

“Entre os planos está levar a metodologia de avaliação do café solúvel para outros países, por meio de apresentações para empresas do segmento em eventos nos principais mercados mundiais do produto”, finaliza o presidente da Abics.

mercado de café solúvel

O consumo de café solúvel avança a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e exportação de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com embarques, que vão para mais de 100 países.



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A metodologia de avaliação da qualidade solúvel é apresentada em um dos…

Protocolo inovador será lançado oficialmente na Semana Internacional do Café (SIC), em novembro, em Belo Horizonte (MG)

Em outubro, a Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics) participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, promovido pela Swiss Coffee Trade Association (SCTA – Swiss Coffee Trade Association), em Genebra, um dos maiores eventos internacionais de comércio de café.

Durante dois dias, o evento reuniu os maiores players de café do mundo, incluindo o setor. Tradicionalmente mais focado no mundo do café verde, o SCTA Coffee Forum & Dinner 2022 proporcionou um espaço para a Abics divulgar a metodologia pioneira de avaliação da qualidade do café solúvel.

Em painel sobre inovação no setor cafeeiro, no segundo dia do evento (14 de outubro), o presidente da Abics, Fábio Sato, apresentou um esboço da nova metodologia de análise sensorial do café solúvel, que está sendo desenvolvida pela Associação em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). O painel do qual a Abics participou também contou com mais quatro palestrantes sobre novas tecnologias e transformação no setor cafeeiro.

A apresentação da Abics mostrou inicialmente como é produzido o café solúvel, desde a seleção dos grãos, blends até a torrefação e granulação, em uma primeira etapa muito semelhante à produção de café torrado e moído, seguindo-se outras etapas, como concentração e secagem. . “Ao somar outras etapas nesse processo de industrialização, a imensa variedade de blends e graus de torra e moagem do torrado e moído se multiplica, gerando mais combinações”, explica Sato.

Esse processo desmistifica o que muitos acreditam: que o café solúvel é “tudo igual”. O presidente da Abics explica que há uma grande variedade de produtos solúveis, desde produtos com grãos 100% arábica até aqueles que apresentam selos de sustentabilidade. No entanto, “incrivelmente, não havia uma metodologia para diferenciar esta gama de produtos”.

Assim, a metodologia está sendo criada com base na avaliação da intensidade de 15 atributos de aromas e sabores, em uma escala de classificação dessas características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. Cada atributo tem um peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“Não se pode dizer que determinada categoria é melhor que outra, mas que é indicada para determinadas aplicações, como, por exemplo, para consumo puro ou com leite ou para uso em outras bebidas”, diz Sato.

Durante o evento na Suíça, a Abics convidou participantes do setor cafeeiro para participar do lançamento da metodologia. O “White Paper”, documento técnico que detalha esse processo de avaliação, será lançado oficialmente na Semana Internacional do Café (SIC), no dia 16 de novembro, em Belo Horizonte (MG). A SIC, que decorre até dia 18, contará ainda com uma sessão prática com provas de café solúvel.

Qual foi a avaliação dos participantes do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner sobre a metodologia do café solúvel?

“O feedback foi positivo”, diz Sato. A metodologia não foi detalhada, mas o público foi convidado a participar no lançamento da metodologia na SIC. A Abics já havia convidado representantes de instituições de vários países para participar do lançamento, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a European Coffee Federação (ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), além de jornalistas especializados na cobertura do setor cafeeiro em outros países.

Para Carlos Brando, sócio da P&A Marketing Internacional, que também participou do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, chamou a atenção do público o fato de o café solúvel ser um produto muito mais complexo do que se pensava inicialmente.

“Ao contrário do que muitos pensam, a matéria-prima e o processo de fabricação alteram a qualidade do produto final. Além disso, muitos, principalmente os de fora do setor, esquecem que o café solúvel não é apenas para ser bebido como café preto na xícara. É um componente essencial dos cappuccinos – que podem ser de alta qualidade –, da indústria culinária e do popular “3 em 1”, o produto mais consumido na Ásia, um envelope individual com café solúvel, leite não lácteo e açúcar, o bebida pronta para beber. para beber quando a água é adicionada”, explica Brando.

Segundo ele, como produto de entrada do café na Ásia, à medida que o consumidor se acostumar com o consumo, ele exigirá um produto mais sofisticado. “Então, uma opção para a indústria é oferecer produtos práticos e de maior qualidade, já que esse consumidor não pode mudar para outro tipo de consumo devido à praticidade dos produtos solúveis”, acrescenta Brando.

Metodologia nacional e global para avaliação de café solúvel

“A ideia da Abics ao criar essa metodologia pioneira de avaliação sensorial de solúveis é que todas as indústrias brasileiras a adotem, além de torná-la global”, diz Fábio Sato.

A entidade também está engajando alguns institutos de qualidade para adotarem treinamentos de acordo com a metodologia para que os profissionais possam receber a certificação como provadores de café solúvel.

“Entre os planos está levar a metodologia de avaliação do café solúvel para outros países, por meio de apresentações para empresas do segmento em eventos nos principais mercados mundiais do produto”, finaliza o presidente da Abics.

mercado de café solúvel

O consumo de café solúvel avança a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e exportação de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com embarques, que vão para mais de 100 países.



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Café solúvel terá metodologia pioneira para avaliação de qualidade

O consumo de café solúvel cresce a taxas superiores a 2% ao ano no mundo, acima dos percentuais de crescimento apresentados pelo produto torrado e moído. O Brasil, como maior produtor e exportador mundial de café verde, também lidera a produção e embarque de café solúvel. A atividade gera receita de mais de R$ 1 bilhão no mercado interno e movimenta cerca de US$ 600 milhões em divisas com remessas que vão para mais de 100 países, totalizando volumes superiores a quatro milhões de sacas.

A Solúvel é uma gigante no setor cafeeiro mundial, pois cerca de 27,5% do consumo ocorre na forma de café solúvel. No Brasil, o consumo do produto ainda é baixo, em 5%, embora esteja crescendo rapidamente, o que representa grande potencial e um grande mercado a ser desenvolvido. Para aproveitar esse cenário e consolidar a posição de liderança do país, a Associação Brasileira da Indústria do Café Solúvel (Abics), em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e, na divulgação global, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), desenvolveu uma metodologia inovadora de avaliação da qualidade do produto, a primeira a ser reconhecida internacionalmente por solúvel.

“O Brasil tem tudo para ser protagonista nesta metodologia, que vem sendo desenvolvida há mais de dois anos, com a participação de técnicos especializados em café solúvel e representantes de grandes marcas”, afirma o diretor de Relações Institucionais da entidade, Aguinaldo Lima.

Reposicionamento do café solúvel no mercado

O documento técnico sobre a metodologia (White Paper), uma compilação de todo o trabalho realizado durante o processo de estabelecimento da classificação do produto, será divulgado durante a Semana Internacional do Café (SIC), que acontecerá de 16 a 18 de novembro , em Belo Horizonte (MG).

“Uma metodologia para avaliar a qualidade do café solúvel torna-se ainda mais relevante no momento em que as indústrias lançam produtos de maior valor agregado, com diferentes características e para diferentes usos, que incluem desde o preparo de cappuccinos, bebidas e outros tipos de café. de bebidas, cápsulas e até uso culinário. Tudo isso somado à praticidade de consumir o solúvel. Todo esse processo possibilitará a criação de uma linguagem comum de avaliação desses cafés, criando referências para o setor, e marcando um reposicionamento do café solúvel no mercado”, afirma o diretor da Abics.

A metodologia é descritiva e avalia a intensidade das características presentes no café solúvel, afirma Aline Garcia, Pesquisadora Científica do ITAL. A equipe do Instituto participou ativamente do desenvolvimento da metodologia de avaliação do café solúvel, juntamente com outros membros e especialistas do setor. Aline sugeriu a aplicação de testes descritivos como Sorting e CATA para refinar a metodologia e coordenou a interpretação desses resultados em algumas reuniões da equipe envolvida na criação da metodologia.

“A questão principal foi desenvolver uma metodologia que se comunicasse com o consumidor, ou seja, informando as características da bebida para que o consumidor possa fazer sua escolha”, enfatiza o pesquisador.

“É uma mudança de paradigma, uma forma de entender melhor o produto e, principalmente, sua aplicação, em que os descritores podem ser extremamente positivos para auxiliar a indústria na comunicação com seus clientes”, afirma Eliana Relvas, especialista em avaliação sensorial e consultora. da Abics, que coordena este projeto.

“A comunicação entre as indústrias (grandes exportadores e fornecedores de grandes marcas globais), consequentemente, serve de base para as empresas que têm contato com os consumidores, para que possam tomar sua decisão de compra”, complementa Eliana.

Como funciona a metodologia pioneira?

Diferentemente da metodologia de avaliação do café torrado e moído, que é baseada em notas de notas, a metodologia do café solúvel apresenta uma avaliação da intensidade dos atributos, em uma escala de classificação das características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. “Assim, a metodologia categoriza o produto solúvel e destaca seus atributos, o que é mais perceptível pelo consumidor em relação ao sistema de classificação”, diz Aguinaldo Lima.

É possível reconhecer aromas e sabores no café solúvel

No processo de desenvolvimento da metodologia, diversos testes foram realizados em amostras de café solúvel do Brasil e do exterior. Foi identificada a intensidade dos principais atributos percebidos nos testes, como, por exemplo, notas de especiarias, nozes, chocolate, frutas, entre outros. Foram elencados 15 atributos e, de acordo com sua intensidade, cada um tem seu peso na avaliação. Os dados são inseridos em um sistema e esse peso é calculado por meio de um algoritmo, que indicará a categoria do produto.

“As amostras analisadas mostraram produtos diferentes, mas, ao mesmo tempo, interessantes e complexos”, analisa Eliana. “Excelentes cafés solúveis costumam ser mais doces e ácidos, com pouco ou nenhum amargor, e podem ser apreciados puros”, explica o especialista.

Ainda segundo ela, os diferenciados são mais complexos de descrever, pois podem conter notas diversas, como chocolate e especiarias, e podem ser consumidos com leite, em diferentes misturas, como drinks, ou outras bebidas geladas ou puras.

Os convencionais são mais “potentes” no paladar, com sabor mais forte e são recomendados para consumo com leite. Cada categoria tem sua aplicabilidade.

Próximos passos

Um curso de avaliação de produtos também deve ser ministrado a todas as indústrias e cadeias que trabalham com café solúvel no Brasil. A ideia é formar profissionais para “nivelar” o conhecimento de clientes nacionais e internacionais.

Esse processo de avaliação, com a metodologia pioneira, deverá incluir também, no futuro, um selo voluntário indicando a qualidade do produto. “O projeto deve continuar e a estimativa é que, a cada seis meses, seja realizada uma calibração das análises das amostras, com a comprovação constante feita pela equipe, seja presencial ou online”, enfatiza Eliana Relvas.

“A nova metodologia de avaliação do café solúvel reforçará o protagonismo do setor, que poderá se mostrar ao mundo de forma mais inteligente”, acredita o diretor da Abics.

Projeto Imagem – Abics e ApexBrasil

Para prestigiar a divulgação e o lançamento da metodologia, a Abics, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), realiza um trabalho de divulgação internacional, denominado “Projeto Imagem”. O projeto deve trazer jornalistas e formadores de opinião de importantes veículos de comunicação do exterior para participar do evento.

Este projeto também inclui a visita de líderes setoriais de organizações mundiais do café, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a Federação Europeia do Café ( ECF) e também o Coffee Quality Institute (CQI), uma organização sem fins lucrativos que atua internacionalmente em projetos que visam melhorar a qualidade do café e a vida das pessoas envolvidas em sua produção.

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Aprosoja Rondônia propõe consulta para revisão da safra da Conab – Saiba mais!

Problema na Metodologia da Conab pode Impactar a Precisão nos Levantamentos de Safra de Grãos

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja Rondônia) está propondo a realização de consulta pública para revisão da metodologia utilizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seus levantamentos de safra de grãos. Esta proposta, apoiada pela Aprosoja Brasil, visa melhorar a precisão e a eficácia dos levantamentos, a fim de garantir uma coleta de dados mais precisa, especialmente durante o período de colheita.

Necessidade de Atualização da Metodologia

Os levantamentos mensais de safra de grãos da Conab têm sido criticados por entidades do setor produtivo, alegando falta de precisão e atualização dos dados. Esta situação pode gerar prejuízos para os produtores e o setor como um todo, impactando no planejamento e nas estratégias de mercado.

Proposta de Melhoria na Coleta de Dados

A proposta da Aprosoja Rondônia envolve a revisão da metodologia da Conab, a possibilidade de um credenciamento de institutos de pesquisa estaduais e privados, e uma reflexão sobre a eficácia das previsões em relação à realidade. Ao incorporar novas tecnologias e instituições para auxiliar na coleta de dados brutos, a intenção é elevar a precisão e a confiabilidade dos levantamentos de safra de grãos.

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Proposta de alteração na metodologia da Conab

Os levantamentos mensais de safra de grãos da Conab têm recebido críticas do setor produtivo, que alega que as previsões recentes não refletem a real quebra da safra. A Aprosoja Rondônia propõe uma consulta pública para revisar a metodologia da Conab e sugere que os técnicos saiam a campo, além do credenciamento de institutos de pesquisa estaduais e privados para auxiliar a Conab no levantamento dos dados brutos. A entidade acredita que o intervalo de um mês para a atualização dos dados durante a colheita é longo e que a incorporação de novas tecnologias pode refinar as estimativas.

Discussões e críticas sobre os levantamentos da Conab

A queixa sobre a assertividade dos levantamentos da Conab não se restringe apenas às safras de soja e milho, mas também abrange outros setores, como o café. No entanto, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, rebate as críticas à companhia, destacando que a Conab possui mais de 20 anos de levantamentos de safra e afirmando que os estudos técnicos são sempre assertivos e próximos a outras consultorias e ao setor. Ele pede cautela aos representantes do setor produtivo.

Problemas e propostas de melhoria

A proposta da Aprosoja Rondônia visa contribuir com a metodologia da Conab, buscando aprimorar o processo de levantamento e atualização de dados sobre a safra de grãos. A entidade acredita que é necessário uma revisão da metodologia utilizada pela companhia para garantir previsões mais precisas e alinhadas com a realidade.

Resistência e defesa da Conab

Apesar das críticas sobre a eficiência dos levantamentos de safra da Conab, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura defende a companhia e ressalta a importância da assertividade técnica. Ele descarta a interferência na metodologia utilizada, destacando a proximidade dos estudos técnicos da Conab com outras consultorias e o setor produtivo. A resistência à revisão da metodologia pode ser um obstáculo para a implementação das propostas de melhoria apresentadas pela Aprosoja Rondônia.

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O Papel das Entidades na Revisão da Metodologia de Previsão de Safra da Conab

A revisão da metodologia de previsão de safra da Conab é uma discussão necessária para garantir a assertividade dos levantamentos e atender às demandas do setor produtivo. A proposta de consulta pública feita pela Aprosoja Rondônia representa um passo importante nesse sentido, buscando o aprimoramento da coleta de dados brutos e a incorporação de novas tecnologias. Ao envolver entidades e institutos de pesquisa, a Conab pode fortalecer sua metodologia e garantir uma previsão de safra mais precisa e confiável, atendendo às necessidades do mercado agrícola. Portanto, a participação ativa das entidades é fundamental para promover melhorias significativas nos levantamentos de safra, garantindo informações precisas e atualizadas para o setor produtivo.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Consulta Pública para Revisão da Metodologia da Conab

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja Rondônia) propôs a realização de uma consulta pública para revisão da metodologia utilizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seus levantamentos de safra de grãos. A proposta, que tem o apoio da Aprosoja Brasil, foi apresentada à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Soja e da Câmara do Milho do Ministério da Agricultura.

Quais são as críticas das entidades do setor produtivo aos levantamentos de safra da Conab?

As previsões recentes da Conab vêm sendo criticadas por não retratarem a real quebra da safra de grãos 2023/24. O intervalo de um mês para atualização dos dados durante a colheita é considerado longo, e sugere-se que um acompanhamento com novas tecnologias poderia refinar as estimativas.

Como a proposta da Aprosoja Rondônia busca aprimorar os levantamentos de safra?

A proposta da entidade contempla o credenciamento de institutos de pesquisa estaduais e privados para auxiliar a Conab no levantamento dos dados brutos, visando melhorar a metodologia utilizada pela companhia.

Quais setores além do soja e milho estão insatisfeitos com os levantamentos de safra da Conab?

Além das safras de soja e milho, a insatisfação com a assertividade dos levantamentos da Conab também é encontrada em setores como o café, levando à necessidade de revisão da metodologia utilizada.

Como o Ministério da Agricultura respondeu às críticas sobre os levantamentos de safra da Conab?

O secretário de Política Agrícola do Ministério, Neri Geller, rebateu as críticas ressaltando que a Conab possui mais de 20 anos de levantamentos de safra, e defendeu a assertividade e a proximidade dos dados da Conab com outras consultorias e o setor produtivo.

Essas são as informações que temos até o momento, mas continue acompanhando para saber mais sobre o desenrolar dessa proposta e consulta pública para revisão da metodologia da Conab.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja Rondônia) está propondo a realização de consulta pública para revisão da metodologia utilizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seus levantamentos de safra de grãos.

A proposta, que tem o apoio da Aprosoja Brasil, foi apresentada à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Soja e da Câmara do Milho do Ministério da Agricultura.

“Queremos contribuir com a metodologia da Conab. É um processo de amadurecimento já que, até 2020, os técnicos não saíam a campo. Em consulta pública, abrindo a forma que os dados são apurados, talvez pudéssemos melhorar ou até mesmo ratificar a metodologia da companhia”, afirmou o consultor da Aprosoja Rondônia, Thiago Rocha, na reunião setorial realizada na terça-feira, em Brasília.

Os levantamentos mensais de safra de grãos da Conab vêm sendo alvo de críticas de entidades do setor produtivo, que alegam que as previsões recentes não retratam a real quebra da safra de grãos 2023/24.

“Entendemos que o intervalo de um mês é longo para a atualização dos dados durante a colheita. Um acompanhamento com novas tecnologias poderia refinar as estimativas”, sugeriu Rocha.

A proposta da entidade contempla também o credenciamento de institutos de pesquisa estaduais e privados para auxiliar a Conab no levantamento dos dados brutos.

“É uma discussão a ser feita entre a Conab e o setor produtivo. Não podemos ter expectativa que a Conab tenha equipe em todos lugares do País, talvez o Imea em Mato Grosso ou o Deral no Paraná podem ajudar com a coleta de dados brutos”, exemplificou Rocha.

VEJA TAMBÉM | Datagro revisa para baixo estimativa para a produção de soja e de milho no Brasil

Ele lembrou que a queixa sobre a assertividade dos levantamentos da companhia não se restringe às safras de soja e milho, encontrando ressonância em setores, como o café.

Mais cedo na mesma reunião, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, rebateu as críticas à companhia, ressaltando que a Conab possui mais de 20 anos de levantamentos de safra.

“Tenho acompanhado questionamentos a respeito do levantamento de safra da Conab. Temos obrigação de acompanhar, mas sem interferência de metodologia porque são dados e estudos técnicos sempre assertivos e próximos a outras consultorias e ao setor”, disse Geller.

O secretário pediu cautela aos representantes do setor produtivo.

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Workshop inovador sobre análise microbiológica!

O I Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem

Neste artigo, abordaremos os principais destaques e informações relevantes apresentadas durante o I Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem. Este evento foi de extrema importância para os profissionais da área e trouxe contribuições significativas para a padronização das metodologias de análise de microrganismos em silagem.

Eventos de destaque

Durante o workshop, foram oferecidas palestras com informações atualizadas sobre as metodologias para análise de microrganismos em silagem, com foco nas principais técnicas, pontos positivos, negativos, custos de análise e viabilidade de execução. Mais de 70 pessoas, entre pesquisadores, docentes e estudantes da graduação e pós-graduação, participaram do evento, contribuindo para enriquecer as discussões e a troca de experiências.

Consolidação das metodologias de análise de microrganismos em silagem

O workshop contou com a participação de pesquisadores de três diferentes equipes da região do nordeste brasileiro, possibilitando assim uma oportunidade única para a padronização das metodologias de análise de microrganismos em silagem. Além disso, os participantes tiveram acesso a um manual técnico sobre as metodologias para análise microbiológica em silagem, o que contribuiu significativamente para o enriquecimento do conhecimento na área.
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Desenvolvimento

O I Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem teve como objetivo principal fomentar informações atualizadas sobre as metodologias para análise de microrganismos em silagem. Participaram mais de 70 pessoas, entre pesquisadores, docentes, estudantes da graduação e pós-graduação, com palestras e treinamento prático no Laboratório de Forragicultura (LABFOR, localizado no Departamento de Zootecnia do CCA/UFPI).

Padronização de metodologias

O evento representou uma oportunidade para padronização das metodologias da análise de microrganismos em silagem, visto que pesquisadores de três diferentes equipes da região do nordeste brasileiro estavam presentes. Além disso, foi distribuído durante o evento um manual técnico sobre metodologias para análise microbiológica em silagem, incentivando a adoção de práticas mais uniformes e eficientes.

Impacto na pesquisa e na produção

A troca de informações e a disseminação de conhecimento durante o workshop certamente terão um impacto significativo na pesquisa e na produção relacionadas à silagem. A padronização de metodologias e a adoção de técnicas mais eficazes contribuirão para melhorar a qualidade e a eficiência da análise microbiológica desse produto, repercutindo positivamente no setor agropecuário como um todo.

Benefícios para os participantes

Os participantes do workshop saíram do evento com um conhecimento aprofundado sobre as técnicas e metodologias mais atualizadas para a análise de microrganismos em silagem. Isso certamente os ajudará em suas pesquisas e na aplicação prática desse conhecimento em seus respectivos campos de atuação, trazendo benefícios tanto para suas carreiras quanto para a evolução da área de produção de silagem.

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Padronização de Metodologias para Análise de Microrganismos em Silagem

O I Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem foi um sucesso, reunindo pesquisadores, docentes e estudantes da área. O evento proporcionou um amplo debate sobre as técnicas de análise, custos envolvidos e viabilidade de execução. Além disso, foi uma oportunidade única para a padronização das metodologias de análise de microrganismos em silagem, contribuindo para a uniformização das práticas na região nordeste do Brasil. Com a distribuição do manual técnico, o evento deixou um legado importante para a comunidade acadêmica. Espera-se que os conhecimentos compartilhados nesse workshop sejam aplicados e tragam avanços significativos para a área de forragicultura e zootecnia tropical.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem

O I Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem foi um evento realizado no dia 27 de novembro no auditório da pós-graduação do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, em Teresina (PI). Organizado pelo Grupo de Estudo em Forragicultura (NUEFO/CNPQ), Grupo de Extensão em Forragicultura do Piauí (GEFORPI) e Programa de Pós-graduação em Zootecnia Tropical, o evento teve o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre as metodologias para a análise de microrganismos em silagem, enfatizando as principais técnicas, seus pontos positivos e negativos, bem como custo de análises e viabilidade de execução.

Participação e Programação

Mais de 70 pessoas participaram do workshop, incluindo pesquisadores, docentes e estudantes da graduação e pós-graduação. O evento contou com palestras e treinamento prático no Laboratório de Forragicultura (LABFOR, localizado no Departamento de Zootecnia do CCA/UFPI).

Foco na Padronização

O prof. Ricardo Loiola Edvan, coordenador do evento, ressaltou que o workshop proporcionou uma oportunidade para a padronização das metodologias da análise de microrganismos em silagem, com a participação de pesquisadores de três diferentes equipes da região do nordeste brasileiro. Além disso, foi distribuído durante o evento um manual técnico sobre metodologias para análise microbiológica em silagem.

FAQs (Perguntas Frequentes)

1. Quais foram os principais objetivos do Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem?

O evento teve como principal objetivo fornecer informações atualizadas sobre as metodologias para a análise de microrganismos em silagem, enfatizando as principais técnicas, seus pontos positivos e negativos, bem como custo de análises e viabilidade de execução.

2. Quem participou do workshop?

O workshop contou com a participação de mais de 70 pessoas, incluindo pesquisadores, docentes e estudantes da graduação e pós-graduação.

3. O que foi destaque durante o evento?

O destaque do evento foi a oportunidade para a padronização das metodologias da análise de microrganismos em silagem, com a participação de pesquisadores de três diferentes equipes da região do nordeste brasileiro, e a distribuição de um manual técnico sobre metodologias para análise microbiológica em silagem.

4. O que foi oferecido durante o workshop?

O workshop ofereceu palestras e treinamento prático no Laboratório de Forragicultura (LABFOR, localizado no Departamento de Zootecnia do CCA/UFPI), além do manual técnico distribuído durante o evento.

5. Qual foi a importância do evento para a área de forragicultura?

O evento foi importante para fornecer informações atualizadas e padronizadas sobre as metodologias para a análise microbiológica em silagem, contribuindo para o avanço da área de forragicultura e para a disseminação do conhecimento entre pesquisadores, docentes e estudantes.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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O I Workshop de Metodologia para Análise Microbiológica em Silagem foi realizado no dia 27 de novembro no auditório da pós-graduação do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Piauí, em Teresina (PI). O evento foi organizado pelo Grupo de Estudo em Forragicultura (NUEFO/CNPQ), Grupo de Extensão em Forragicultura do Piauí (GEFORPI) e Programa de Pós-graduação em Zootecnia Tropical.

O evento objetivou fomentar informações atualizadas sobre as metodologias para análise de microrganismos em silagem, enfatizando as principais técnicas, seus pontos positivos e negativos, bem como custo de análises e viabilidade de execução. Participaram mais de 70 pessoas, entre pesquisadores, docentes, estudantes da graduação e pós-graduação, com palestras e treinamento prático no Laboratório de Forragicultura (LABFOR, localizado no Departamento de Zootecnia do CCA/UFPI).

 O prof. Ricardo Loiola Edvan, coordenador do evento, informou que essa foi uma oportunidade para padronização das metodologias da análise de microrganismos em silagem, já que no evento participaram pesquisadores de três diferentes equipes da região do nordeste brasileiro. Também foi distribuído durante o evento manual técnico sobre metodologias para análise microbiológica em silagem.

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Nova metodologia mede a emissão de metano em pecuaristas

A identificação de animais brasileiros mais eficientes no uso de alimentos e que emitem menos metano por quilo de alimento consumido tornou-se algo de grande importância.

Uma metodologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (RS) é capaz de medir a emissão de gás metano (CH 4 ) em criadores de bovinos de raças europeias. Chamado de E-Gas Test (PEG), consiste na coleta do metano liberado por tourinhos da mesma raça, características sob condições durante vários dias de manejo e alimentação.

Em seguida, o gás é avaliado em laboratório e os animais são classificados de acordo com uma emissão baseada em critérios previamente estabelecidos. O objetivo do PEG, que será lançado na Expointer 2022, é identificar qual tem a menor emissão de metano por quilo de alimento consumido e por quilo de peso vivo produzido.

A identificação de matrizes jovens com menores taxas de emissão de metano pode ser utilizada para melhorar as raças, utilizando a genética na formação de progênies com essa característica. Segundo a pesquisadora Cristina Genro, identificar a diferença mais eficiente na relação consumo alimentar, ganho de peso brasileiro e menor emissão de gases é uma ferramenta para a sustentabilidade da sustentabilidade e a redução do impacto no clima dos animais.

A pesquisa teste também está relacionada a um pesquisador que aderiu ao Pacto Global do Brasil na COP26, o estudo realizado na Escócia em 2021, no qual se comprometeu a reduzir a emissão deste, considerado fundamental na estratégia de mitigação para fazer a distribuição global. De acordo com dados do Observatório do Clima, 70,5% das formulações nacionais de metano são provenientes da agricultura, sendo 90% da fermentação do gado.

“Nesse sentido, a identificação de animais brasileiros mais eficientes no uso de alimentos e que emitem menos metano por quilo de alimento consumido, tornou-se algo de grande importância para a cadeia da carne bovina”, enfatiza Fernando Cardoso, general da Embrapa Pecuária Sul, .

Em 2022, foram realizados PEGs com animais que participaram de outros testes de desempenho no centro de pesquisa. O objetivo foi validar a metodologia utilizada para a medição, bem como a adaptação e ajustes nos equipamentos utilizados na coleta dos gases. Segundo Genro, uma das mudanças nesse período foi a inserção de dois sistemas de coleta e armazenamento de gás. “Com isso teremos mais segurança na coleta de dados, pois se um dos coletores ou tubos não funcionar, teremos o outro para enviar para análise”, explica.

Os testes foram transmitidos com criadores de Angus, Braford, Charolês e Hereford. “Os resultados preliminares mostram uma emissão média do produto de 48 kg/animal/ano de metano, muito abaixo do recomendado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para animais da mesma categoria, que é de 56 kg/animal/ano” , acrescenta um pesquisador.

Como funciona a metodologia

A metodologia para medir a emissão de metano por animais utiliza a técnica do gás designer hexafluoreto de enxofre (SF 6 ). Para tanto, com uma substância no início, prova uma cápsula oral ao criador. O SF 6 liberado pela cápsula se mistura com os gases da fermentação ruminal, meta como apresentado e o gás produzido pelo animal. O ar pelo bovino é captado por um tubo capilar de aço inoxidável posicionado na região logo acima.

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Fotos: Felipe Rosa (colocação de equipamentos)

O tubo capilar é conectado por uma mangueira a um recipiente cilíndrico de alumínio, localizado no dorso do bovino, preenchido com os gases captados durante os cinco dias de coleta. Em seguida, o vaso pressurizado com nitrogênio e como SF de gás metano e gás 6 são determinados a partir de técnicas de cromatografia especializadas. Além dos receptores recebidos em cada período experimental, mais receptores dos reguladores de recepção são distribuídos em cada período experimental para receber o ambiente.

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Fernando Goss (gado com equipamento nas costas).

A emissão de metano é devido ao processo de digestão do gado

A produção de metano em bovinos ocorre durante o processo natural de digestão dos alimentos pelos animais. Após os órgãos digestivos, o alimento vai do trato digestivo ou rúmen, os órgãos digestivos auxiliam na digestão através da fermentação dos animais, que também é originada na atmosfera a partir da erupção (arroto) dos animais.

Segundo Genro, é possível mitigar a emissão de metano na pecuária brasileira, principalmente pelo nascimento nas propriedades. “As pesquisas mostram que, com o manejo de pastagens e animais, é possível obter um balanço de carbono positivo. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono do solo em maior quantidade”, explica que emite na natureza.

De acordo com o objetivo do pesquisador, medidas simples como o controle da altura dos pastos contribuem de forma muito positiva para atingir esse objetivo. Para a grande maioria das espécies forrageiras utilizadas na região Sul, a Embrapa possui estudos que indicam um ideal para a saída dos animais nas pastagens, forma um aumento ou não do estoque de carbono e mitigação das emissões de GEE. “As pastagens bem manejadas podem ser um grande sumidouro de carbono”, ressalta.

A adoção de outras tecnologias também pode contribuir para uma produção mais sustentável na pecuária em relação às mudanças climáticas. Entre eles, um pesquisador destaca a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema que proporciona maior sustentabilidade, ao utilizar culturas agrícolas, animais e componentes arbóreos em um mesmo espaço.

Genro também destaca a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, denominada Pasto sobre Pasto, que se baseia em não ativar o chamado vazio para o Rajeiro nos períodos entre as estações, utilizando diferentes espécies de forrageiras com ciclos de produção e características complementares. “Além da questão ambiental, essa tecnologia proporciona maior ganho de peso animal. Com isso é possível reduzir a emissão de gases de efeito estufa do animal em menos tempo possível, considerando a pesquisadora Márcia Silveira.

Genro destaca ainda que o uso de leguminosas em pastagens pode contribuir sem aumentar o processo de mitigação, uma vez que essas plantas em não correção do solo podem permitir o uso de fertilizantes químicos, um dos emissores de GEE. Nesse sentido, ela ressalta a importância do programa de melhoramento de forragem da Embrapa, que já está disponível para produtores de cultivares, principalmente leguminosas, mas também gramíneas, que proporcionam planejamento de forragem e eficiência nos sistemas de produção.

Outra ação apontada pela investigadora é a utilização de suplementos alimentares, com produtos apresentados na região, como os restos dos processos de produção da viticultura e da olivicultura. “Na Embrapa, estamos iniciando estudos de recomendação para estudos de qualidade, estamos recomendando nutrição para produtos recomendados e com recomendações de qualidade”, completa.

Evidências de desempenho contribuíram para o melhoramento genético

Uma das ferramentas para o melhoramento genético de bovinos são os testes de avaliação de desempenho. Com o PEG, a Embrapa Pecuária Sul passa a realizar três tipos de testes de desempenho, sempre em parceria com associações de raças bovinas.

Esses testes foram realizados no Brasil, na década de 1950, no interior de São Paulo. A Embrapa Pecuária Sul realiza testes de avaliação de desempenho há mais de 30 anos, testando touros nos diferentes campos experimentais do centro de pesquisa de Bagé (RS).

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Fotografia: Felipe Rosa

Nesses testes, animais de qualidades semelhantes e de diferentes criadores são testados no mesmo, com as mesmas condições de manejo e alimentação, para avaliar características genéticas de interesse dos produtores. O objetivo é identificar animais com atributos superiores, proporcionando melhoramento da raça de forma mais rápida. “A comercialização de linha superior e sêmen aumenta a partir desses animais a partir da difusão da linhagem bovina e, com isso, melhorou o desenvolvimento. Além disso, os produtores utilizam esses criadores e interagem para aprimorar seus rebanhos”, Roberto Collares, analista da Embrapa e coordenador dos testes.

Além do PEG, a Embrapa realiza outros dois tipos de testes: Teste de Avaliação de Campo (PAC) e Teste de Eficiência Alimentar (PEA). Nos PACs, os novilhos de diferentes fazendas são protegidos em igualdade de condições de manejo. Segundo o pesquisador Marcos Yokoo, o objetivo é obter dados homogêneos desses animais, eliminando fatores ambientais, ou seja, sem interferência humana.

“Essa é a importância dos testes de desempenho; controlar o meio ambiente e garantir que todos os animais realmente recebam o mesmo tratamento. Quanto às propriedades, como há diferenças de tratamento, essa comparação é mais difícil”, ressalta.

Nas configurações estão as diferentes características dos animais, como ganho de peso, gordura subcutânea, gordura intramuscular, perímetro escrotal, conformação, padrão racial e sexualidade. Alguns deles são considerados por meio de exames, principalmente como características a serem realizadas.

Na PEA, os consumos são duas medidas básicas, ganho de peso residual e resíduo alimentar (CAR). Com a mensuração dos índices, é possível que esses mesmos animais sejam mais eficientes no uso dos alimentos e selecioná-los para a transmissão das características de suas progênies. “O interessante para a pecuária de corte é identificar os animais que consomem menos comida e ganham mais peso”, conclui Yokoo.

Fonte: Embrapa

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Nova metodologia mede a emissão de metano em pecuaristas

A metodologia é capaz de medir a emissão de gás metano em bovinos de raças europeias.

Chamado de Prova de Emissão de Gases (PEG), contribui para a seleção de reprodutores que aliam ganho de peso com menor produção desse gás durante a digestão.

O objetivo é promover programas de melhoramento genético que considerem o consumo alimentar, ganho de peso e menor emissão de gases.

PEG será lançado na Expointer, que acontece entre 27 de agosto e 4 de setembro, em Esteio (RS)

É mais uma ferramenta da Embrapa para a sustentabilidade da pecuária brasileira e a redução do impacto nas mudanças climáticas.

O PEG se soma a outros testes de desempenho desenvolvidos pela Companhia, com foco na sustentabilidade da agricultura, como Avaliação de Campo (PAC) e Eficiência Alimentar (PEA).

Uma metodologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (RS) é capaz de medir a emissão de gás metano (CH4) em bovinos de raças européias. Chamado de Gas Emission Test (PEG), consiste na coleta do metano emitido por reprodutores jovens da mesma raça, mantidos em idênticas condições de manejo e alimentação por cinco dias. Em seguida, o gás é avaliado em laboratório e os animais são classificados de acordo com a emissão com base em coeficientes previamente estabelecidos. O objetivo do PEG, que será lançado durante a Expointer 2022, é identificar os animais com menor emissão de metano por quilo de ração consumido e por quilo de peso vivo produzido.

A identificação de matrizes jovens com menores taxas de emissão de metano pode ser utilizada para melhorar as raças, utilizando a genética na formação de progênies com essa característica. Segundo a pesquisadora da Embrapa Cristina Genro, identificar animais mais eficientes na relação entre consumo de alimentos, ganho de peso e menor emissão de gases é mais uma ferramenta para a sustentabilidade da pecuária brasileira e a redução do impacto nas mudanças climáticas.

A relevância das evidências, segundo o pesquisador, também está relacionada ao fato de o Brasil ter aderido ao Pacto Mundial do Metano na COP26, realizada na Escócia em 2021, na qual se comprometeu a reduzir a emissão desse gás, considerado fundamental na mitigação estratégia. do aquecimento global. Segundo dados do Observatório do Clima, 70,5% das emissões nacionais de metano são provenientes da agricultura, 90% da fermentação entérica em bovinos. “Nesse sentido, a identificação de animais mais eficientes no uso dos alimentos e que, portanto, emitem menos metano por quilo de alimento consumido, tornou-se algo de grande importância para a cadeia da carne bovina brasileira”, enfatiza o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso.

Em 2022, foram realizados PEGs com animais que participaram de outros testes de desempenho no centro de pesquisa. O objetivo foi validar a metodologia utilizada para a medição, bem como para a adaptação e ajustes nos equipamentos utilizados para a coleta do gás. Segundo Genro, uma das mudanças nesse período foi a inserção de dois sistemas de coleta e armazenamento de gás. “Com isso, teremos mais segurança na coleta de dados, pois se um dos coletores ou tubos não funcionar, teremos o outro para enviar para análise”, explica.

Os testes foram realizados com criadores de Angus, Braford, Charolês e Hereford. “Nos resultados preliminares, houve uma emissão média de 48 kg/animal/ano de metano desses criadores, muito abaixo do recomendado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para animais da mesma categoria, que é de 56 kg/animal/ano”, acrescenta o pesquisador.

Como funciona a metodologia

A metodologia para medir a emissão de metano por animais utiliza a técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6). Para isso, uma cápsula com a substância é administrada por via oral ao criador no início do teste. O SF6 liberado pela cápsula se mistura com os gases da fermentação ruminal, atuando como traçador do gás metano produzido e eructado pelo animal. O ar exalado pelo bovino é captado por um tubo capilar de aço inoxidável posicionado na região logo acima das narinas.

O tubo capilar é conectado por uma mangueira a um recipiente cilíndrico de alumínio, localizado no dorso do bovino, preenchido com os gases captados durante os cinco dias de coleta. Em seguida, o vaso é pressurizado com nitrogênio e as concentrações de metano e SF6 são determinadas por técnicas de cromatografia gasosa em laboratórios especializados. Além dos recipientes colocados sobre os animais, mais quatro cilindros equipados com válvulas reguladoras de entrada são distribuídos na área em cada período experimental, a fim de capturar amostras do ambiente.

O PEG é realizado logo após o término do Teste de Eficiência Alimentar (PEA), que gera os dados de consumo e desempenho individual utilizados para os cálculos de emissão de gás metano por consumo alimentar e ganho de peso. Em ambos os testes, alimentação e manejo são os mesmos, em ambiente controlado e com oportunidades iguais para cada animal expressar seu potencial genético. A dieta fornecida aos animais é composta por 75% de volumoso (silagem e feno) e 25% de concentrado.

O coeficiente técnico para a classificação dos melhoristas é calculado com base na relação entre a emissão de metano pelo consumo de matéria seca e a emissão de metano pelo ganho médio diário. A partir dessas relações, os criadores serão estratificados em elite, superior e comercial.

A emissão de metano é devido ao processo de digestão do gado

A produção de metano em bovinos ocorre durante o processo natural de digestão dos alimentos pelos animais. Depois de ingerido, o alimento segue para o rúmen, órgão do aparelho digestivo, onde os microrganismos auxiliam na digestão por meio da fermentação, produzindo também o gás metano, que é emitido para a atmosfera a partir da eructação (arroto) dos animais.

Segundo Genro, é possível mitigar a emissão de metano na pecuária brasileira, principalmente por meio do manejo nas propriedades. “As pesquisas mostram que, com o manejo correto das pastagens e dos animais, é possível alcançar um balanço de carbono positivo. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono e armazená-lo no solo em maior quantidade do que emite na natureza”, explica.

Segundo o pesquisador, medidas simples como o controle da altura dos pastos contribuem de forma muito positiva para atingir esse objetivo. Para a grande maioria das espécies forrageiras utilizadas na Região Sul, a Embrapa possui estudos que indicam o momento ideal de entrada e saída dos animais das pastagens, a fim de aumentar o estoque de carbono no solo e mitigar as emissões de GEE. “As pastagens bem manejadas podem ser um grande sumidouro de carbono”, ressalta.

A adoção de outras tecnologias também pode contribuir para uma produção mais sustentável na pecuária em relação às mudanças climáticas. Entre eles, o pesquisador destaca a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema que proporciona maior sustentabilidade ao utilizar culturas agrícolas, animais e componentes arbóreos em um mesmo espaço. Genro também destaca a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, denominada Pasto sobre Pasto, que se baseia em não deixar o chamado vazio forrageiro nas entressafras, utilizando diferentes espécies de forrageiras com ciclos de produção e características complementares. “Além da questão ambiental, essa tecnologia proporciona maior ganho de peso animal. Com isso, é possível abater o animal em menos tempo, contribuindo para a redução da emissão de gases de efeito estufa”, considera a pesquisadora Márcia Silveira.

Genro destaca ainda que o uso de leguminosas em pastagens pode contribuir para o processo de mitigação, uma vez que essas plantas fixam nitrogênio no solo, possibilitando a redução do uso de fertilizantes químicos, um dos emissores de GEE. Nesse sentido, ela ressalta a importância do programa de melhoramento de forragem da Embrapa, que já disponibilizou aos produtores diferentes cultivares, principalmente de leguminosas, mas também de gramíneas, que proporcionam planejamento forrageiro e maior eficiência nos sistemas de produção. Outra ação apontada pela investigadora é a utilização de suplementos alimentares, com produtos presentes na região, como os restos dos processos de produção da viticultura e da olivicultura. “Na Embrapa, estamos iniciando estudos para recomendar formulações com esses produtos, garantindo nutrição de qualidade aos animais com custos menores”, acrescenta.

Testes de desempenho contribuem para o melhoramento genético

Uma das ferramentas utilizadas para o melhoramento genético de bovinos são os testes de avaliação de desempenho. Com o PEG, a Embrapa Pecuária Sul passa a realizar três tipos de testes de desempenho, sempre em parceria com associações de raças bovinas.

Esses testes foram introduzidos no Brasil, na década de 1950, no interior de São Paulo. A Embrapa Pecuária Sul realiza testes de avaliação de desempenho há mais de 30 anos, testando novilhos de diferentes raças taurinas nos campos experimentais do centro de pesquisa de Bagé (RS).

Nesses testes, animais de idades semelhantes e de diferentes criadores são testados no mesmo ambiente, com as mesmas condições de manejo e alimentação, para avaliar características genéticas de interesse dos produtores. O objetivo é identificar animais com atributos superiores, proporcionando melhoramento da raça de forma mais rápida. “A comercialização do sêmen desses animais aumenta a capilaridade da difusão de bovinos de genética superior e, com isso, o desenvolvimento de linhagens melhoradas. Além disso, os produtores utilizam esses criadores para aprimorar seus rebanhos”, relata o analista da Embrapa e coordenador dos testes, Roberto Collares.

Além do PEG, a Embrapa realiza outros dois tipos de testes: Teste de Avaliação de Campo (PAC) e Teste de Eficiência Alimentar (PEA). Nos PACs, os novilhos de diferentes fazendas são submetidos a iguais condições de manejo. Segundo o pesquisador Marcos Yokoo, o objetivo é obter dados homogêneos desses animais, eliminando fatores ambientais, ou seja, sem interferência humana. “Essa é a importância dos testes de desempenho; conseguimos controlar o meio ambiente e garantir que todos os animais sejam realmente tratados da mesma forma. Quanto às propriedades, como há diferenças de tratamento, essa comparação se torna mais difícil”, ressalta.

Nos CAPs, são avaliadas diferentes características dos animais, como ganho de peso, camada de gordura subcutânea, gordura intramuscular, circunferência escrotal, conformação, padrão racial e sexualidade. Algumas dessas medidas são obtidas por ultrassom, especialmente características que não podem ser verificadas visualmente.

Na PEA, duas medidas básicas são avaliadas, ganho de peso residual e ingestão alimentar residual (CAR). Com a mensuração desses índices, é possível identificar aqueles animais que são mais eficientes no uso de alimentos e selecioná-los para a transmissão dessas características para suas progênies. “O interessante para a pecuária de corte é identificar os animais que consomem menos alimentos e ganham mais peso”, conclui Yokoo.



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Nova metodologia mede a emissão de metano em pecuaristas • Portal DBO

Uma metodologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (Bagé, RS) é capaz de medir a emissão de gás metano (CH4) em bovinos de raças européias. Chamado de Gas Emission Test (PEG), consiste na coleta do metano emitido por reprodutores jovens da mesma raça, mantidos em idênticas condições de manejo e alimentação por cinco dias.

Em seguida, o gás é avaliado em laboratório e os animais são classificados de acordo com a emissão com base em coeficientes previamente estabelecidos.

O objetivo do PEG, que será lançado durante a Expointer 2022, é identificar os animais com menor emissão de metano por quilo de ração consumido e por quilo de peso vivo produzido.

A identificação de matrizes jovens com menores taxas de emissão de metano pode ser utilizada para melhorar as raças, utilizando a genética na formação de progênies com essa característica.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Cristina Genro, identificar animais mais eficientes na relação entre consumo de alimentos, ganho de peso e menor emissão de gases é mais uma ferramenta para a sustentabilidade da pecuária brasileira e a redução do impacto nas mudanças climáticas.

A relevância das evidências, segundo o pesquisador, também está relacionada ao fato de o Brasil ter aderido ao Pacto Mundial do Metano na COP26, realizada na Escócia em 2021, na qual se comprometeu a reduzir a emissão desse gás, considerado fundamental na mitigação estratégia. do aquecimento global. Segundo dados do Observatório do Clima, 70,5% das emissões nacionais de metano são provenientes da agricultura, 90% da fermentação entérica em bovinos.

“Nesse sentido, a identificação de animais mais eficientes no uso dos alimentos e que, portanto, emitem menos metano por quilo de alimento consumido, tornou-se algo de grande importância para a cadeia da carne bovina brasileira”destaca o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso.

Em 2022, foram realizados PEGs com animais que participaram de outros testes de desempenho no centro de pesquisa. O objetivo foi validar a metodologia utilizada para a medição, bem como para a adaptação e ajustes nos equipamentos utilizados para a coleta do gás.

Segundo Genro, uma das mudanças nesse período foi a inserção de dois sistemas de coleta e armazenamento de gás. “Com isso, teremos mais segurança na coleta de dados, pois se um dos coletores ou tubos não funcionar, teremos o outro para enviar para análise”explica.

Os testes foram realizados com criadores de Angus, Braford, Charolês e Hereford. “Nos resultados preliminares, houve uma emissão média de 48 kg/animal/ano de metano desses criadores, muito abaixo do recomendado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para animais da mesma categoria, que é de 56 kg/animal/ano”, acrescenta o pesquisador.

Como funciona a metodologia? A metodologia para medir a emissão de metano por animais utiliza a técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6). Para isso, uma cápsula com a substância é administrada por via oral ao criador no início do teste.

O SF6 liberado pela cápsula se mistura com os gases da fermentação ruminal, atuando como traçador do gás metano produzido e eructado pelo animal. O ar exalado pelo bovino é captado por um tubo capilar de aço inoxidável posicionado na região logo acima das narinas.

O tubo capilar é conectado por uma mangueira a um recipiente cilíndrico de alumínio, localizado no dorso do bovino, preenchido com os gases captados durante os cinco dias de coleta. Em seguida, o vaso é pressurizado com nitrogênio e as concentrações de metano e SF6 são determinadas por técnicas de cromatografia gasosa em laboratórios especializados.

Além dos recipientes colocados sobre os animais, mais quatro cilindros equipados com válvulas reguladoras de entrada são distribuídos na área em cada período experimental, a fim de capturar amostras do ambiente.

O PEG é realizado logo após o término do Teste de Eficiência Alimentar (PEA), que gera os dados de consumo e desempenho individual utilizados para os cálculos de emissão de gás metano por consumo alimentar e ganho de peso.

Em ambos os testes, alimentação e manejo são os mesmos, em ambiente controlado e com oportunidades iguais para cada animal expressar seu potencial genético. A dieta fornecida aos animais é composta por 75% de volumoso (silagem e feno) e 25% de concentrado.

O coeficiente técnico para a classificação dos melhoristas é calculado com base na relação entre a emissão de metano pelo consumo de matéria seca e a emissão de metano pelo ganho médio diário. A partir dessas relações, os criadores serão estratificados em elite, superior e comercial.

Foto: Fernando Goss

A emissão de metano é devido ao processo de digestão do gado A produção de metano em bovinos ocorre durante o processo natural de digestão dos alimentos pelos animais.

Depois de ingerido, o alimento segue para o rúmen, órgão do aparelho digestivo, onde os microrganismos auxiliam na digestão por meio da fermentação, produzindo também o gás metano, que é emitido para a atmosfera a partir da eructação (arroto) dos animais.

Segundo Genro, é possível mitigar a emissão de metano na pecuária brasileira, principalmente por meio do manejo nas propriedades. “As pesquisas mostram que, com o manejo correto das pastagens e dos animais, é possível alcançar um balanço de carbono positivo. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono e armazená-lo no solo em maior quantidade do que emite na natureza”explica.

Segundo o pesquisador, medidas simples como o controle da altura dos pastos contribuem de forma muito positiva para atingir esse objetivo.

Para a grande maioria das espécies forrageiras utilizadas na Região Sul, a Embrapa possui estudos que indicam o momento ideal de entrada e saída dos animais das pastagens, a fim de aumentar o estoque de carbono no solo e mitigar as emissões de GEE. “Pastos bem manejados podem ser um grande sumidouro de carbono”aponta.

A adoção de outras tecnologias também pode contribuir para uma produção mais sustentável na pecuária em relação às mudanças climáticas. Entre eles, o pesquisador destaca a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema que proporciona maior sustentabilidade ao utilizar culturas agrícolas, animais e componentes arbóreos em um mesmo espaço.

Genro também destaca a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, denominada Pasto sobre Pasto, que se baseia em não deixar o chamado vazio forrageiro nas entressafras, utilizando diferentes espécies de forrageiras com ciclos de produção e características complementares.

“Além da questão ambiental, essa tecnologia proporciona maior ganho de peso animal. Com isso, é possível abater o animal em menos tempo, contribuindo para a redução da emissão de gases de efeito estufa”considera a pesquisadora Márcia Silveira.

Genro destaca ainda que o uso de leguminosas em pastagens pode contribuir para o processo de mitigação, uma vez que essas plantas fixam nitrogênio no solo, possibilitando a redução do uso de fertilizantes químicos, um dos emissores de GEE.

Nesse sentido, ela ressalta a importância do programa de melhoramento de forragem da Embrapa, que já disponibilizou aos produtores diferentes cultivares, principalmente de leguminosas, mas também de gramíneas, que proporcionam planejamento forrageiro e maior eficiência nos sistemas de produção.

Outra ação apontada pela investigadora é a utilização de suplementos alimentares, com produtos presentes na região, como os restos dos processos de produção da viticultura e da olivicultura. “Na Embrapa estamos iniciando estudos para recomendar formulações com esses produtos, garantindo nutrição de qualidade aos animais a custos menores”adiciona.

Testes de desempenho contribuem para o melhoramento genético – Uma das ferramentas utilizadas para o melhoramento genético de bovinos são os testes de avaliação de desempenho. Com o PEG, a Embrapa Pecuária Sul passa a realizar três tipos de testes de desempenho, sempre em parceria com associações de raças bovinas.

Esses testes foram introduzidos no Brasil, na década de 1950, no interior de São Paulo. A Embrapa Pecuária Sul realiza testes de avaliação de desempenho há mais de 30 anos, testando novilhos de diferentes raças taurinas nos campos experimentais do centro de pesquisa de Bagé (RS).

Nesses testes, animais de idades semelhantes e de diferentes criadores são testados no mesmo ambiente, com as mesmas condições de manejo e alimentação, para avaliar características genéticas de interesse dos produtores. O objetivo é identificar animais com atributos superiores, proporcionando melhoramento da raça de forma mais rápida.

“A comercialização do sêmen desses animais aumenta a capilaridade da difusão de bovinos de genética superior e, com isso, o desenvolvimento de linhagens melhoradas. Além disso, os produtores utilizam esses criadores para melhorar seus rebanhos”relata o analista e coordenador de prova da Embrapa Roberto Collares.

Além do PEG, a Embrapa realiza outros dois tipos de testes: Teste de Avaliação de Campo (PAC) e Teste de Eficiência Alimentar (PEA). Nos PACs, os novilhos de diferentes fazendas são submetidos a iguais condições de manejo.

Segundo o pesquisador Marcos Yokoo, o objetivo é obter dados homogêneos desses animais, eliminando fatores ambientais, ou seja, sem interferência humana. “Essa é a importância dos testes de desempenho; conseguimos controlar o meio ambiente e garantir que todos os animais sejam realmente tratados da mesma forma. Quanto às propriedades, como existem diferenças de tratamento, essa comparação é mais difícil”pontuações.

Nos CAPs, são avaliadas diferentes características dos animais, como ganho de peso, camada de gordura subcutânea, gordura intramuscular, circunferência escrotal, conformação, padrão racial e sexualidade. Algumas dessas medidas são obtidas por ultrassom, especialmente características que não podem ser verificadas visualmente.

Na PEA, duas medidas básicas são avaliadas, ganho de peso residual e ingestão alimentar residual (CAR). Com a mensuração desses índices, é possível identificar aqueles animais que são mais eficientes no uso de alimentos e selecioná-los para a transmissão dessas características para suas progênies.

“O interessante para a pecuária de corte é identificar animais que consomem menos alimentos e ganham mais peso”conclui Yokoo.

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Nova metodologia mede a emissão de metano em pecuaristas

Uma metodologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul (RS) é capaz de medir a emissão de gás metano (CH4) em bovinos de raças européias. Chamado de Gas Emission Test (PEG), consiste na coleta do metano emitido por reprodutores jovens da mesma raça, mantidos em idênticas condições de manejo e alimentação por cinco dias. Em seguida, o gás é avaliado em laboratório e os animais são classificados de acordo com a emissão com base em coeficientes previamente estabelecidos. O objetivo do PEG, que será lançado durante a Expointer 2022, é identificar os animais com menor emissão de metano por quilo de ração consumido e por quilo de peso vivo produzido.

A identificação de matrizes jovens com menores taxas de emissão de metano pode ser utilizada para melhorar as raças, utilizando a genética na formação de progênies com essa característica. Segundo a pesquisadora da Embrapa Cristina Genro, identificar animais mais eficientes na relação entre consumo de alimentos, ganho de peso e menor emissão de gases é mais uma ferramenta para a sustentabilidade da pecuária brasileira e a redução do impacto nas mudanças climáticas.

A relevância das evidências, segundo o pesquisador, também está relacionada ao fato de o Brasil ter aderido ao Pacto Mundial do Metano na COP26, realizada na Escócia em 2021, na qual se comprometeu a reduzir a emissão desse gás, considerado fundamental na mitigação estratégia. do aquecimento global. Segundo dados do Observatório do Clima, 70,5% das emissões nacionais de metano são provenientes da agricultura, 90% da fermentação entérica em bovinos. “Nesse sentido, a identificação de animais mais eficientes no uso dos alimentos e que, portanto, emitem menos metano por quilo de alimento consumido, tornou-se algo de grande importância para a cadeia da carne bovina brasileira”, enfatiza o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso.

A emissão de metano é devido ao processo de digestão do gado

A emissão de metano é devido ao processo de digestão do gado
A produção de metano em bovinos ocorre durante o processo natural de digestão dos alimentos pelos animais. Depois de ingerido, o alimento segue para o rúmen, órgão do aparelho digestivo, onde os microrganismos auxiliam na digestão por meio da fermentação, produzindo também o gás metano, que é emitido para a atmosfera a partir da eructação (arroto) dos animais.

Segundo Genro, é possível mitigar a emissão de metano na pecuária brasileira, principalmente por meio do manejo nas propriedades. “As pesquisas mostram que, com o manejo correto das pastagens e dos animais, é possível alcançar um balanço de carbono positivo. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono e armazená-lo no solo em maior quantidade do que emite na natureza”, explica.

Segundo o pesquisador, medidas simples como o controle da altura dos pastos contribuem de forma muito positiva para atingir esse objetivo. Para a grande maioria das espécies forrageiras utilizadas na Região Sul, a Embrapa possui estudos que indicam o momento ideal de entrada e saída dos animais das pastagens, a fim de aumentar o estoque de carbono no solo e mitigar as emissões de GEE. “As pastagens bem manejadas podem ser um grande sumidouro de carbono”, ressalta.

A adoção de outras tecnologias também pode contribuir para uma produção mais sustentável na pecuária em relação às mudanças climáticas. Entre eles, o pesquisador destaca a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema que proporciona maior sustentabilidade ao utilizar culturas agrícolas, animais e componentes arbóreos em um mesmo espaço. Genro também destaca a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, denominada Pasto sobre Pasto, que se baseia em não deixar o chamado vazio forrageiro nas entressafras, utilizando diferentes espécies de forrageiras com ciclos de produção e características complementares. “Além da questão ambiental, essa tecnologia proporciona maior ganho de peso animal. Com isso, é possível abater o animal em menos tempo, contribuindo para a redução da emissão de gases de efeito estufa”, considera a pesquisadora Márcia Silveira.

Genro destaca ainda que o uso de leguminosas em pastagens pode contribuir para o processo de mitigação, uma vez que essas plantas fixam nitrogênio no solo, possibilitando a redução do uso de fertilizantes químicos, um dos emissores de GEE. Nesse sentido, ela ressalta a importância do programa de melhoramento de forragem da Embrapa, que já disponibilizou aos produtores diferentes cultivares, principalmente de leguminosas, mas também de gramíneas, que proporcionam planejamento forrageiro e maior eficiência nos sistemas de produção. Outra ação apontada pela investigadora é a utilização de suplementos alimentares, com produtos presentes na região, como os restos dos processos de produção da viticultura e da olivicultura. “Na Embrapa, estamos iniciando estudos para recomendar formulações com esses produtos, garantindo nutrição de qualidade aos animais com custos menores”, acrescenta.

Em 2022, foram realizados PEGs com animais que participaram de outros testes de desempenho no centro de pesquisa. O objetivo foi validar a metodologia utilizada para a medição, bem como para a adaptação e ajustes nos equipamentos utilizados para a coleta do gás. Segundo Genro, uma das mudanças nesse período foi a inserção de dois sistemas de coleta e armazenamento de gás. “Com isso, teremos mais segurança na coleta de dados, pois se um dos coletores ou tubos não funcionar, teremos o outro para enviar para análise”, explica.

Os testes foram realizados com criadores de Angus, Braford, Charolês e Hereford. “Nos resultados preliminares, houve uma emissão média de 48 kg/animal/ano de metano desses criadores, muito abaixo do recomendado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para animais da mesma categoria, que é de 56 kg/animal/ano”, acrescenta o pesquisador.

Como funciona a metodologia

A metodologia para medir a emissão de metano por animais utiliza a técnica de gás traçador de hexafluoreto de enxofre (SF6). Para isso, uma cápsula com a substância é administrada por via oral ao criador no início do teste. O SF6 liberado pela cápsula se mistura com os gases da fermentação ruminal, atuando como traçador do gás metano produzido e eructado pelo animal. O ar exalado pelo bovino é captado por um tubo capilar de aço inoxidável posicionado na região logo acima das narinas.

O tubo capilar é conectado por uma mangueira a um recipiente cilíndrico de alumínio, localizado no dorso do bovino, preenchido com os gases captados durante os cinco dias de coleta. Em seguida, o vaso é pressurizado com nitrogênio e as concentrações de metano e SF6 são determinadas por técnicas de cromatografia gasosa em laboratórios especializados. Além dos recipientes colocados sobre os animais, mais quatro cilindros equipados com válvulas reguladoras de entrada são distribuídos na área em cada período experimental, a fim de capturar amostras do ambiente.

O PEG é realizado logo após o término do Teste de Eficiência Alimentar (PEA), que gera os dados de consumo e desempenho individual utilizados para os cálculos de emissão de gás metano por consumo alimentar e ganho de peso. Em ambos os testes, alimentação e manejo são os mesmos, em ambiente controlado e com oportunidades iguais para cada animal expressar seu potencial genético. A dieta fornecida aos animais é composta por 75% de volumoso (silagem e feno) e 25% de concentrado.

O coeficiente técnico para a classificação dos melhoristas é calculado com base na relação entre a emissão de metano pelo consumo de matéria seca e a emissão de metano pelo ganho médio diário. A partir dessas relações, os criadores serão estratificados em elite, superior e comercial.

Testes de desempenho contribuem para o melhoramento genético

Uma das ferramentas utilizadas para o melhoramento genético de bovinos são os testes de avaliação de desempenho. Com o PEG, a Embrapa Pecuária Sul passa a realizar três tipos de testes de desempenho, sempre em parceria com associações de raças bovinas.

Esses testes foram introduzidos no Brasil, na década de 1950, no interior de São Paulo. A Embrapa Pecuária Sul realiza testes de avaliação de desempenho há mais de 30 anos, testando novilhos de diferentes raças taurinas nos campos experimentais do centro de pesquisa de Bagé (RS).

Nesses testes, animais de idades semelhantes e de diferentes criadores são testados no mesmo ambiente, com as mesmas condições de manejo e alimentação, para avaliar características genéticas de interesse dos produtores. O objetivo é identificar animais com atributos superiores, proporcionando melhoramento da raça de forma mais rápida. “A comercialização do sêmen desses animais aumenta a capilaridade da difusão de bovinos de genética superior e, com isso, o desenvolvimento de linhagens melhoradas. Além disso, os produtores utilizam esses criadores para aprimorar seus rebanhos”, relata o analista da Embrapa e coordenador dos testes, Roberto Collares.

Além do PEG, a Embrapa realiza outros dois tipos de testes: Teste de Avaliação de Campo (PAC) e Teste de Eficiência Alimentar (PEA). Nos PACs, os novilhos de diferentes fazendas são submetidos a iguais condições de manejo. Segundo o pesquisador Marcos Yokoo, o objetivo é obter dados homogêneos desses animais, eliminando fatores ambientais, ou seja, sem interferência humana. “Essa é a importância dos testes de desempenho; conseguimos controlar o meio ambiente e garantir que todos os animais sejam realmente tratados da mesma forma. Quanto às propriedades, como há diferenças de tratamento, essa comparação se torna mais difícil”, ressalta.

Nos CAPs, são avaliadas diferentes características dos animais, como ganho de peso, camada de gordura subcutânea, gordura intramuscular, circunferência escrotal, conformação, padrão racial e sexualidade. Algumas dessas medidas são obtidas por ultrassom, especialmente características que não podem ser verificadas visualmente.

Na PEA, duas medidas básicas são avaliadas, ganho de peso residual e ingestão alimentar residual (CAR). Com a mensuração desses índices, é possível identificar aqueles animais que são mais eficientes no uso de alimentos e selecioná-los para a transmissão dessas características para suas progênies. “O interessante para a pecuária de corte é identificar os animais que consomem menos alimentos e ganham mais peso”, conclui Yokoo.

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