Nas mãos do pecuarista, o “mapa da mina” para emissão zero de gases de efeito estufa • Portal DBO

Na ausência de quem entende a busca por uma atividade sustentável como mais uma lista de custos para jogar na arroba produzida, importantes agentes da cadeia produtiva da carne bovina hasteiam a bandeira da sustentabilidade, de olho no atendimento das demandas internacionais e até mesmo das mais exigentes consumidores brasileiros.

O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), entidade sem fins lucrativos criada em 2007 com o compromisso de estimular o desenvolvimento sustentável da pecuária por meio da articulação entre os elos de sua cadeia produtiva, realizou no dia 18 de outubro um webinar apresentando o “mapa da mina” para reduzir as emissões de carbono; Clique aqui.

São diretrizes para que o produtor se localize com seu contexto produtivo e implemente um trabalho de baixo carbono, apoiado nas metodologias mais adequadas e consultorias previamente selecionadas.

Por meio de etapas a serem cumpridas e apoio – inclusive financiamento – o pecuarista tem um caminho claro para chegar ao erário em até dez anos.

Patrocinadores

Para se ter uma ideia do problema, uma pesquisa realizada pela Minerva Foods em parceria com a Embrapa constatou que metade das fazendas consultadas foram negativas no sequestro de carbono.

A boa notícia, segundo Pedro Amaral, gerente sênior de Sustentabilidade Global da Mars, é que o Brasil tem boa parte das tecnologias para reverter essa situação.

O evento GTPS foi transmitido no YouTube (Foto: Reprodução)

Gracie Verde Selva, cientista ambiental, coordenadora e porta-voz do GT Clima, além de gerente executiva de sustentabilidade da Minerva Foods, patrocinadora do encontro conectados, explica que os meses de trabalho do grupo tiveram como objetivo definir metodologias e práticas em sintonia com o pensamento global para que os criadores atingissem seus objetivos.

Obstáculos no caminho – O grupo reconhece que há uma série de desafios para as certificadoras internacionais aceitarem os indicadores (métricas) brasileiros, a começar pela produção científica nacional em língua portuguesa. Outro obstáculo é a tropicalização das metas, pois as realidades produtivas são muito diferentes das europeias e norte-americanas.

Patrocinadores

Outro ponto levantado é onde o processo começa. O plano do GT Clima não é exclusivo e ensina a encontrar o fio. Por exemplo, ele cita como ponto de partida conhecer o nível de carbono já sequestrado no solo da fazenda, por meio de análises físicas, químicas e orgânicas. “Adoção de técnicas e estratégias de recuperação de terras é um bom começo”explica Selva.

Um vasto suporte de pesquisas e medições que avançam muito na tropicalização está na posse da Embrapa. São conhecimentos já aplicados, como plantio direto, integração lavoura-pecuária (ILP), integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), reforma e manejo de pastagens; tudo através da revitalização do solo.

A cadeia produtiva da carne bovina sob pressão – O GTPS conta com 70 integrantes representando os elos da cadeia produtiva da carne bovina: insumos e serviços, produtores, indústrias, varejistas e restaurantes, sociedade civil e instituições financeiras. Todos estão representados nos GTs da entidade: Terra (mudanças no uso da terra), Rastreabilidade, Clima (emissões de GEE) e Leite.

Na realização das atividades do GT Clima, que teve duração de cinco meses, foi proposta a assinatura de um termo para engajar as organizações associadas ao GTPS nas categorias de Indústrias, Insumos e Setor Produtivo, a fim de implementar ações e estratégias voltadas à reduzindo as emissões de GEE. e contribuir para a redução dos impactos no clima (aquecimento do planeta).

Para Pedro Amaral, é preciso alinhar ambições e metodologia entre os integrantes dessa cadeia produtiva. Ele cita como exemplo a Mars, que possui diversos compromissos internacionais para a mitigação de GEE, por meio de metas bem definidas. Tudo está bem desenhado em seu planejamento estratégico.

“Cerca de 80% das emissões estão na produção de matéria-prima por fornecedores de insumos de origem animal. Portanto, não há como atingir nossos objetivos sem que os produtores rurais façam sua parte. Portanto, sempre que for mais barato investir na cadeia produtiva, a empresa deixará de lado os créditos de carbono. Não há como caminhar sozinho neste contexto”diz o executivo.

Um pensamento comum à mesa – Entre os debatedores, há uma visão unânime de que o Brasil tem uma imensa oportunidade, em curto espaço de tempo, de se tornar o principal provedor de serviços ambientais do mundo e ter grande acesso ao crédito de carbono, que pode ser a principal fonte de recursos para a sustentabilidade produtiva em sua economia.

Além de Amaral e Selva, participaram do debate Luiza Bruscato (gerente executiva do GTPS), Beatriz Pressi M. da Silva (mediadora e técnica do GTPS); Helen Estima, Gerente de Projetos de Sustentabilidade do SIA (Agribusiness Intelligence Service); José Antônio Ferreira, coordenador de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Grupo Marfrig; e Gabriel Mambula, consultor técnico da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul).

GTPS também oferece dois serviços. O GIPS (Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável) define indicadores de sustentabilidade para a cadeia produtiva; a construção e harmonização de pactos entre seus vínculos; e seu fortalecimento na busca por reconhecimento e legitimidade, com foco na legislação brasileira e nos princípios globais.

O outro serviço é o MIPS (Mapa de Iniciativas Pecuárias Sustentáveis) que reúne experiências de produtores, seus grupos e empresas, estampando uma vitrine para incentivar outros agentes e investidores a aderirem ao movimento.

Source link

Novos protocolos reduzem 15% de gases

Protocolos de Redução de Emissão de Metano na Pecuária

Você já ouviu falar nos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC)? Eles são sistemas que demonstraram reduzir as emissões de metano entérico, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa e pelo aquecimento global, em rebanhos durante a fase de recria a pasto. Além disso, esses protocolos também permitiram ganhos superiores de peso dos animais em comparação ao manejo tradicional.

Neste post, vamos explorar os resultados desses protocolos, como eles são aplicados, e a importância da redução das emissões na atividade pecuária, criando um cenário sustentável e lucrativo. Acompanhe e descubra como a pecuária pode se tornar mais amigável ao meio ambiente sem abrir mão da eficiência na produção animal.

———————————————————————————————-

Evidências dos protocolos de redução das emissões

O estudo revelou que a aplicação dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) foram eficazes na redução da emissão de metano entérico e resultou em ganhos superiores de peso dos animais.

Menor emissão de metano e maior produtividade

Os resultados demonstraram que os protocolos CCN e CBC promoveram uma redução significativa na emissão de metano entérico, entre 2% e 5%, e um aumento na produtividade, entre 4% e 8%, em comparação com o manejo tradicional, com base nas fases de recria e terminação.

Impacto positivo na pecuária e nas emissões de gases de efeito estufa

O ganho de peso final do rebanho durante 385 dias de prova foi elevado, apontando para um aumento no desempenho individual. Esses dados evidenciam os benefícios dos protocolos na redução das emissões de gases de efeito estufa, como o metano entérico, e no melhoramento da produtividade dos animais.

Redução da idade de abate e melhores resultados

O estudo também revelou que a aplicação dos protocolos possibilitou a redução da idade de abate dos animais, resultando em um peso ideal antes de 22 meses. Esses dados refletem a eficiência dos protocolos na pecuária e abrem novas perspectivas para a redução do prazo de abate no Brasil.

————————————————————————————————–

O impacto positivo dos protocolos Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono na pecuária

Os resultados obtidos com a aplicação dos protocolos CCN e CBC demonstraram reduções significativas nas emissões de metano entérico, além de um aumento na produtividade e no ganho de peso dos animais. Isso sinaliza que a adoção desses protocolos pode trazer benefícios tanto para o meio ambiente quanto para a rentabilidade dos pecuaristas. Com a certificação desses protocolos e a disponibilização na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da CNA, a pecuária de baixo carbono ganha impulso, contribuindo de forma efetiva para a sustentabilidade do setor.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Como os protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) podem reduzir as emissões de metano entérico?

Os protocolos CCN e CBC reduzem as emissões de metano entérico ao introduzir árvores no sistema de produção (no caso do CCN) e por meio da redução na idade do abate, melhoria da dieta, aumento do estoque de carbono no solo e adoção de boas práticas agropecuárias (no caso do CBC).

Quais os benefícios dos protocolos CCN e CBC para os animais?

Os protocolos CCN e CBC permitiram ganhos superiores de peso dos animais, entre 2% a 5% em relação ao manejo tradicional. Além disso, promoveram uma redução na emissão de metano entérico de 2% a 5% e o aumento na produtividade de 4% a 8%, respectivamente.

O que é necessário para aderir aos protocolos CCN e CBC?

Para aderir à certificação dos protocolos, a propriedade deverá estar em conformidade com os requisitos mínimos obrigatórios. No caso do CBC, a propriedade precisará cumprir 20 requisitos iniciais, de um total de 67, que serão requeridos progressivamente ao longo de auditorias bienais.

Qual é a diferença entre os protocolos CCN e CBC?

O protocolo CCN introduz árvores no sistema de produção, considerando o carbono sequestrado e armazenado nos troncos. Já o protocolo CBC reduz as emissões de metano pelo próprio processo produtivo, por meio da redução na idade do abate, melhoria da dieta e aumento do estoque de carbono no solo.

Quais são os resultados comparativos dos animais submetidos aos protocolos CCN e CBC em relação ao manejo tradicional?

Ao final de 385 dias de prova, o ganho de peso final dos animais submetidos aos protocolos CCN e CBC foi 4,2% e 8,1% superior, respectivamente, em comparação ao rebanho em manejo padrão da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Estes são apenas alguns aspectos abordados no artigo que aborda a redução das emissões de metano entérico e melhoria na produtividade animal por meio dos protocolos de Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC). Continue a leitura para entender como a pecuária tem buscado alternativas sustentáveis e eficientes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e aumentar a produtividade, com impacto positivo no meio ambiente e nos resultados econômicos.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

cows 3556432 scaled 1

A aplicação dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) em uma área comercial demonstrou que os sistemas reduzem em 12% e 15%, respectivamente, a emissão de metano entérico pelos animais durante a fase de recria a pasto. O metano entérico é um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa, que provoca o aquecimento global.

Além desse benefício, os protocolos permitiram ganhos superiores de peso dos animais, entre 2% a 5% em relação ao manejo tradicional. Essa é a primeira vez que esses protocolos são aplicados em um rebanho de alto padrão genético. O estudo foi realizado na Fazenda Experimental Orestes Prata Tibery Jr., em Uberaba (MG), em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

“Comprovamos que a atividade pecuária, com recria a pasto e terminação em confinamento, seguindo as práticas corretas, proporciona a redução das emissões e tem viabilidade. O sistema, no caso da Carne Carbono Neutro, não é capaz de neutralizar todas as emissões, mas a redução é significativa. E o que é muito importante para o pecuarista, o desempenho animal é muito bom”, afirma a pesquisadora Giovana Maciel, da Embrapa Cerrados (DF), responsável pela condução do experimento.

Considerando as fases de recria e terminação, o uso dos protocolos CCN e CBC promoveu a redução na emissão de metano entérico, de 2% a 5%, e o aumento na produtividade, de 4% a 8%, respectivamente, em relação ao manejo tradicional.

Com esses resultados, o pesquisador Roberto Giolo, da Embrapa Gado de Corte (MS), ressalta a importância do manejo de pastagem, com a aplicação dos protocolos CCN e CBC, e que mesmo em rebanhos de alto padrão genético se mostrou eficiente, com melhoria na produtividade e redução das emissões de metano entérico no pasto.

As marcas Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) atestam que a produção de bovinos de corte em sistemas pecuários neutraliza ou reduz, respectivamente, a emissão do metano entérico.

A primeira, com introdução obrigatória de árvores no sistema de produção (ILPF ou silvipastoril), considera o carbono sequestrado e armazenado nos troncos e sua utilização como produtos de madeira com valor agregado.

A segunda produz animais cujas emissões de metano foram mitigadas pelo próprio processo produtivo, por meio da redução na idade do abate, da melhoria da dieta e do aumento do estoque de carbono no solo, resultante da adoção de boas práticas agropecuárias envolvendo recuperação e manejo sustentável das pastagens e sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP).

O Protocolo CBC deverá ser disponibilizado ao público na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2024. Para aderir à certificação, a propriedade deverá, já na auditoria inicial, estar em conformidade com os 20 requisitos mínimos obrigatórios para sua implantação, de um total de 67, que serão requeridos progressivamente ao longo de auditorias bienais. O CCN está disponível nessa mesma plataforma desde 2020, à disposição dos pecuaristas interessados.

Ao final de 385 dias de prova, o ganho de peso final do rebanho foi elevado: 346 quilos para os animais na área de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), dentro do protocolo Carne Carbono Neutro; 359 quilos para os animais na área de ILP, no protocolo Carne Baixo Carbono, aos 21,5 meses de idade – um aumento de 4,2% e 8,1%, respectivamente, em relação ao rebanho em manejo padrão da ABCZ.

“O maior benefício dos dois protocolos é, sem dúvida, a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, ainda, com um aumento no desempenho individual. Apesar de não ter árvores no sistema ILP, o ganho de peso foi ligeiramente superior ao alcançado no sistema ILPF e os dois foram superiores ao rebanho-testemunha que mantivemos nas outras áreas de pastagens da fazenda”, afirma a pesquisadora.

Lauro Almeida, gerente de melhoramento da ABCZ, conta que, no período em que ocorreram os testes, a média de idade de abate no Brasil ainda era de quatro anos. “Nesse programa, obtivemos o peso ideal antes de 22 meses, o que mostra que é possível reduzir esse prazo para menos da metade em relação ao que se emprega no País”, complementa.

Verifique a Fonte Aqui

Estudos mostram que adubação balanceada à base de nitrato pode aumentar a produtividade e reduzir as emissões de gases de efeito estufa

A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, tem investido progressivamente em estudos que possam oferecer alternativas às demandas e desafios do agronegócio. Em 2022, a empresa está realizando 152 projetos científicos em parceria com 48 instituições de ensino e pesquisa, e alguns deles já apresentam resultados expressivos sobre os benefícios do uso de fertilizantes à base de nitrato em relação à ureia em milho, café, algodão. e feijão.

“As pesquisas de médio e longo prazo trazem observações relevantes que nos ajudam a demonstrar o potencial produtivo e a eficiência no uso de nutrientes de diferentes culturas e, sobretudo, como potencializar resultados que visam preservar a natureza, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. Por isso, apoiamos diversos projetos de pesquisa com instituições, que nos ajudam a promover práticas, soluções e ferramentas mais positivas para a preservação do meio ambiente, ajudando a descarbonizar a agricultura e aumentar a produtividade das lavouras”, afirma Guilherme Schmitz, Diretor de Desenvolvimento de Mercado da Yara Brasil .

Para o milho, o estudo realizado em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão nos últimos nove anos vem comparando os efeitos de diferentes fertilizantes nitrogenados, como os à base de nitrato e ureia, e avaliando variáveis ​​como produtividade, eficiência de uso do nitrogênio (N) pela planta, emissões de gases de efeito estufa e amônia e a pegada de carbono na produção de cereais que considera todas as emissões da produção, transporte e aplicação de fertilizantes.

Após oito safras de avaliação de safras, a pesquisa concluiu que o uso de fertilizantes nitrogenados de matrizes de energia limpa contribui para a redução da pegada de carbono em até 20%. Os resultados também apontam para um aumento na produtividade do milho equivalente a 10 sacas por hectare por ano, um aumento de 9% em relação ao uso de uréia. Para confirmar essa constatação, foram necessárias quatro safras, a partir das quais os resultados se tornaram persistentes, confirmando o processo de esgotamento do nitrogênio do solo, fundamental para os processos de sequestro de carbono, em campos adubados com fertilizantes com maior potencial de perdas, principalmente amônia – a caso da uréia, o fertilizante mais utilizado na produção de milho no Brasil.

Nesta mesma pesquisa, e em sucessão ao milho, foi semeada uma terceira safra de feijão irrigado, também adubado com diferentes fontes de nitrogênio. O efeito do fertilizante na cultura foi observado a partir da segunda época de plantio, sendo que a produtividade acumulada em quatro anos foi de 27 sacas por hectare com o uso de fertilizante de amônio e nitrato de cálcio em relação à uréia. O estudo também revela um retorno de investimento 65% maior com a adoção do nitrato de amônio e cálcio em relação ao uso da uréia.

Em relação ao café arábica, a Yara vem realizando estudos com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) para a comparação de produtividade entre a aplicação de fertilizantes à base de nitratos de fontes limpas e uréia. A pesquisa está em andamento há cinco safras e a produtividade média nesses anos mostra um aumento de 10% na produtividade do uso de fertilizante à base de nitrato, um aumento de quatro sacas de café arábica por hectare por ano.

Os estudos também trazem resultados conclusivos quanto à perda de N por volatilização na lavoura cafeeira, ao comparar o uso de nitrato de amônio com ureia. Ao longo de cinco anos, foi utilizada a dose recomendada de 400 kg de N por hectare por ano na cultura do café arábica e, após o período, verificou-se que através da fonte de uréia, a perda de N na forma de amônia para a atmosfera foi de aproximadamente 286 kg, o que representa 14% do total de nutrientes aplicados. Na aplicação da mesma quantidade do elemento com nitrato de amônio, as perdas ao longo de cinco anos foram de 7 kg de N na forma de amônia, representando aproximadamente 0,4% do nutriente aplicado. Portanto, é possível afirmar que o uso de insumos contendo nitrato de amônio na cultura do café arábica reduz a volatilização da amônia em cerca de 90% em relação ao uso da uréia, influenciando nas emissões de gases de efeito estufa e na qualidade do ar, além de proporcionar um aumento de produtividade.

Os benefícios dos fertilizantes com amônia e nitrato de cálcio também estão presentes no algodão. Os dados são da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP) que, em parceria com a Yara, realizou um experimento com algodão para avaliar o efeito de fontes de nitrogênio. Os resultados, após o quarto ano de cultivo do algodão, apontam para um aumento na produtividade do algodão safrinha de, em média, 273 kg/ha com o uso de fertilizantes de nitrato de amônio e cálcio em relação à uréia, o que equivale a 18 arrobas de caroço de algodão.

“Todos os estudos e pesquisas fazem parte da estratégia de negócios da Yara para promover um sistema de agricultura regenerativa eficiente para o produtor e toda a cadeia. Acreditamos que é possível alinhar a produtividade agrícola com a preservação dos recursos naturais, minimizando a emissão de gases de efeito estufa em larga escala, e contamos com pesquisas para atingir esse objetivo”, completa Schmitz.



Source link

Pecuária: Estudo revela emissão menor de gases

O impacto da pecuária no clima global

Uma análise crítica sobre os estudos científicos e as políticas em vigor

Análise de um estudo recente sobre a participação da pecuária nas emissões de carbono

O boi é o vilão do clima? Vários estudos indicam que a produção de alimentos é uma das principais atividades responsáveis pela emissão global de gases de efeito estufa. Indicam a pecuária como responsável por um percentual entre 14,5% e 18% das emissões globais de carbono e essa emissão seria até 100% superior à da produção de grãos.

É o que mostram estudos de cientistas e de universidades que se debruçam sobre o tema. Esses relatórios influenciaram a elaboração de políticas, principalmente na União Europeia, tiveram ampla divulgação e moldam o comportamento de parte dos consumidores.

Como essas ações afetam diretamente os pecuaristas das Américas, o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) desenvolveu uma agenda para avaliar problemas sensíveis entre pecuária e meio ambiente.

Nem tudo está resolvido e ainda há muito para ser feito, mas os métodos de aferição da emissão provocada pela pecuária estão equivocados, segundo estudo do cientista Ernesto Viglizzo.

Denominado “Pecuária Bovina e Mudanças Climáticas nas Américas“, o estudo foi apresentado no domingo (3) na Casa da Agricultura Sustentável, espaço montado pelo IICA na COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Para Viglizzo, pesquisador sobre pecuária e mudanças climáticas, os estudos que definem a participação da pecuária na emissão de gás carbônico estão, na verdade, atribuindo ao setor emissões de outras atividades que vêm no pós-porteira, como transporte, processo industrial e distribuição.

Na avaliação dele, apenas as emissões relacionadas às atividades de produção da pecuária deveriam ser computadas para ela.

Manuel Otero, diretor-geral do IICA e que participou da apresentação do estudo, afirmou que a pecuária vem passando por importantes avanços na busca de redução dos impactos no solo, na conservação de água e na queda das emissões de carbono. “Temos que demonstrar isso nos foros internacionais, e é o que estamos fazendo”, afirmou.

Para Viglizzo, se fossem computadas ao gado apenas as suas emissões biogênicas (o metano e o óxido nitroso, produtos da fermentação entérica), a emissão global de carbono ficaria abaixo de 5%.

O cientista afirma que os métodos de avaliação atuais permitem determinar os produtores que geram créditos de carbono, os que são neutros e os que emitem. É preciso valorizar os primeiros, que são parte da solução, afirma. Ele propõe que o crédito capturado na pecuária se transforme em uma commodity comercial.

A aferição da pecuária não deveria ser por tonelada de carne produzida por hectare, mas por balanço de carbono gerado na terra utilizada, segundo o cientista.

Renata Miranda, secretária de Inovação do Ministério da Agricultura brasileiro, que também participou das discussões na apresentação do estudo em Dubai, diz que não se pode fazer uma comparação da produção pecuária intensiva, como a da Europa, de onde surgem os estudos, com a extensiva, como a do Brasil.

Na pecuária intensiva do hemisfério Norte, há uma concentração de animais e, consequentemente, uma emissão maior de gás carbônico por hectare.

Na extensiva, há vários fatores que vão equilibrando o sistema e capturando carbono por meio da própria pastagem e da integração de culturas como lavoura, floresta e pecuária. Não faz sentido contabilizar o sistema de pecuária europeu com o nosso, afirma a secretária.

Para Viglizzo, não se trata de isentar a pecuária de seus efeitos negativos, mas outros setores sociais e econômicos geram impactos negativos ainda maiores sem uma compensação produtiva. A pecuária é chave para regiões pouco desenvolvidas, gera renda para os produtores e é uma fonte de alimentação.

Mas nem tudo está resolvido. Miranda diz que ainda há muito para ser feito para que a pecuária reduza o efeito estufa. É necessária uma eficiência produtiva. O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, tem poucos animais por hectare.

É preciso melhorar a pastagem e aprimorar a genética dos animais. Com isso, haverá uma redução de animais e uma produção maior de carne. Essa eficiência produtiva gera uma maior eficiência climática, afirma.

É preciso acelerar o processo de engorda e de diminuição do gado no pasto. Ganham os produtores, que terão menos gastos, e o clima, devido à emissão menor de carbono.

A União Europeia faz ameaças de restrições e penalização comercial, mas as Américas são um conjunto heterogêneo de países, os quais implementam sistemas diferentes de produção de carne bovina.

O estudo de Viglizzo mostra que a pecuária extensiva pode capturar de 0,25 a 0,63 tonelada de carbono por hectare por ano. Já a pecuária intensiva, um método muito utilizado no hemisfério Norte, tem um balanço negativo de até 6,5 toneladas de carbono por hectare. Segundo o estudo, cada sistema deve ser olhado de uma forma diferenciada.

Essas diferenças de sistemas devem ser levadas em consideração no momento da aplicação de penalizações ou restrições comerciais. Nas duas últimas décadas, vários estudos acadêmicos e científicos se tornaram eco do impacto supostamente negativo da pecuária, mas essa visão omite seletivamente a consideração de outros papéis e funções sociais que os sistemas de produção bovina desempenham no meio ambiente e nos ecossistemas, afirma o pesquisador.

Quanto ao desmatamento de florestas nativas, existe uma correlação entre pecuária e desmatamento no Brasil, no Paraguai e na Colômbia. Em alguns países, porém, o desmatamento está associado a outras atividades, inclusive à produção de soja, aponta o estudo.

1. Qual é a importância da agropecuária na emissão global de gases de efeito estufa?
R: A agropecuária é responsável por um percentual entre 14,5% e 18% das emissões globais de carbono, tornando-se uma das principais atividades responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa.

2. Em que aspectos a pecuária pode ter impactos negativos no meio ambiente?
R: O impacto negativo da pecuária pode ser observado no desmatamento de florestas nativas, na correlação com o desmatamento em países como o Brasil, Paraguai e Colômbia, e na emissão de gases de efeito estufa.

3. Quais são as propostas de mitigação dos impactos negativos da agropecuária no meio ambiente?
R: As propostas incluem a melhoria da eficiência produtiva, o desenvolvimento de técnicas para a redução da emissão de carbono, aprimoramento da genética dos animais e diminuição do gado no pasto.

4. Como os sistemas de produção bovina se diferenciam entre a pecuária extensiva e a pecuária intensiva?
R: A pecuária extensiva pode capturar de 0,25 a 0,63 tonelada de carbono por hectare por ano, enquanto a pecuária intensiva apresenta um balanço negativo de até 6,5 toneladas de carbono por hectare.

5. Qual é a relevância do estudo de Ernesto Viglizzo para a compreensão dos impactos da pecuária no meio ambiente?
R: O estudo de Viglizzo questiona os métodos de avaliação atuais e propõe uma abordagem diferenciada para cada sistema de produção bovina, levando em consideração as diferenças entre a pecuária extensiva e intensiva. Ele também destaca a importância de valorizar os produtores que são parte da solução para os impactos negativos da pecuária.

O Impacto da Pecuária na Emissão de Gases Poluentes

Vários estudos indicam que a produção de alimentos é uma das principais atividades responsáveis pela emissão global de gases de efeito estufa. Indicam a pecuária como responsável por um percentual entre 14,5% e 18% das emissões globais de carbono e essa emissão seria até 100% superior à da produção de grãos.

Estudos de Cientistas e Universidades

É o que mostram estudos de cientistas e de universidades que se debruçam sobre o tema. Esses relatórios influenciaram a elaboração de políticas, principalmente na União Europeia, tiveram ampla divulgação e moldam o comportamento de parte dos consumidores.

Agenda do IICA para Avaliar Problemas Entre Pecuária e Meio Ambiente

Como essas ações afetam diretamente os pecuaristas das Américas, o IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura) desenvolveu uma agenda para avaliar problemas sensíveis entre pecuária e meio ambiente.

Estudo do Cientista Ernesto Viglizzo

Nem tudo está resolvido e ainda há muito para ser feito, mas os métodos de aferição da emissão provocada pela pecuária estão equivocados, segundo estudo do cientista Ernesto Viglizzo.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Perguntas Frequentes sobre o Impacto da Pecuária no Meio Ambiente

A pecuária é responsável por grande parte das emissões de gases de efeito estufa?

  • Quais são os estudos que indicam a pecuária como uma das principais atividades responsáveis pelas emissões globais de carbono?
  • Como essas informações influenciam as políticas de combate às mudanças climáticas?

Os métodos de avaliação atuais estão corretos em relação à emissão de carbono da pecuária?

  • Qual foi a conclusão do estudo de Ernesto Viglizzo?
  • O que ele propõe em relação à aferição da emissão de carbono?

Como a pecuária extensiva e intensiva se comparam em termos de emissões de carbono?

  • Quais são as diferenças entre a pecuária extensiva e a pecuária intensiva e como elas afetam as emissões de carbono?
  • Como as diferenças de sistemas devem ser consideradas em relação a penalizações ou restrições comerciais?

Quais atividades estão associadas ao desmatamento em regiões onde a pecuária é praticada?

  • Existe uma correlação direta entre a pecuária e o desmatamento?
  • Quais outras atividades podem estar relacionadas ao desmatamento?

O texto continua…

Verifique a Fonte Aqui

Sair da versão mobile