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Reflorestamento em Amparo: descubra as novidades.

Encontro em Amparo foca promoção de biodiversidade em projetos de reflorestamento • Portal DBO

Para garantir a recomposição florestal adequada no Brasil, é crucial superar a escassez de mudas nativas para o replantio. A baixa variedade de espécies disponíveis limita a biodiversidade das áreas reflorestadas, o que compromete a perpetuação das matas a longo prazo. Projetos de reflorestamento devem ir além das leis ambientais e do armazenamento de carbono, priorizando a diversidade de espécies. A falta de biodiversidade na recomposição florestal será discutida em um encontro internacional promovido pelo Araribá Jardim Botânico em parceria com a ONG britânica BGCI. Este evento tem como objetivo formular o Padrão Global de Biodiversidade, que será base para projetos de reflorestamentos em todo o mundo. Com palestras, workshops e treinamentos, o encontro reunirá representantes de 15 países para discutir e estabelecer critérios de certificação GBS, garantindo a conservação da biodiversidade. A iniciativa tem potencial para revolucionar a forma como encaramos o reflorestamento e a conservação florestal, colocando o Brasil na vanguarda da sustentabilidade ambiental.

Solução para a falta de biodiversidade na recomposição florestal

A escassez de mudas nativas tem sido um grande desafio para a recomposição florestal no Brasil. A baixa variedade de espécies disponíveis para o replantio compromete a biodiversidade das áreas reflorestadas, comprometendo a perpetuação da floresta a longo prazo. Além disso, a “lei do mercado” impera no setor, resultando na preferência por espécies mais baratas em projetos de reflorestamento, o que reduz ainda mais a biodiversidade.

Diante desse cenário, é essencial encontrar soluções para superar esses obstáculos e garantir a efetiva recomposição florestal com espécies nativas. A criação do Padrão Global de Biodiversidade (GBS) é um passo importante nessa direção, e o evento internacional em parceria com a ONG britânica BGCI tem o objetivo de formular os critérios para avaliar e certificar projetos de reflorestamento e conservação florestal.

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O GBS visa estabelecer um padrão internacional de biodiversidade nos vários biomas do planeta, garantindo que projetos que atendam aos critérios ESG recebam a certificação GBS. Com parceiros técnicos em 15 países, incluindo o Brasil, o BGCI está trabalhando para desenvolver os critérios necessários para garantir a manutenção da biodiversidade florestal em projetos de recomposição.

Por meio desse padrão, será possível superar a escassez de mudas nativas e promover a biodiversidade na recomposição florestal. O envolvimento de instituições de renome internacional nesse processo demonstra a importância e a relevância desse projeto para a conservação do meio ambiente em escala global.

Portanto, é fundamental apoiar e participar ativamente desse esforço conjunto para garantir a efetiva recomposição florestal com espécies nativas e a preservação da biodiversidade. Isso não apenas contribuirá para a mitigação das mudanças climáticas, mas também para a manutenção dos ecossistemas e da vida em nosso planeta.

Em resumo, a criação e implementação do Padrão Global de Biodiversidade (GBS) representa um avanço significativo no combate à escassez de mudas nativas e na promoção da biodiversidade na recomposição florestal. É uma oportunidade única de estabelecer critérios internacionais claros para avaliar e certificar projetos de reflorestamento, garantindo a preservação da natureza e a sustentabilidade ambiental em todo o mundo. A participação e apoio a essa iniciativa são essenciais para alcançar esse objetivo comum.

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A adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) e o replantio de áreas desmatadas nos biomas brasileiros encontra dificuldade na baixa variedade de mudas de espécies nativas disponíveis para plantio. Este deverá, aliás, ser um dos principais obstáculos para a recomposição florestal no País, a partir do momento em que tiverem sido analisados e validados os mais de 5 milhões de Cadastros Ambientais Rurais (CAR) preenchidos pelos proprietários rurais. Após a validação, propriedades rurais com alguma irregularidade ambiental poderão aderir ao PRA e, assim, iniciar o processo de recomposição florestal.

Entretanto, a oferta limitada dessas mudas nativas em quantidade e variedade que seria a ideal reduz a biodiversidade das áreas reflorestadas, podendo, inclusive, comprometer a perpetuação da mata a longo prazo, diz o educador ambiental e diretor do Araribá Jardim Botânico (AJB), de Amparo (SP), Guaraci Diniz. Segundo ele, vários dos atuais projetos de reflorestamento estão mais preocupados em cumprir as leis ambientais, garantindo rápida cobertura vegetal, ou simplesmente em fixar carbono no solo.

A biodiversidade de espécies acaba ficando em segundo plano. “Isso pode comprometer a perpetuação da floresta, pois em vários casos o que se faz, por exemplo, é um plantio predominantemente de espécies pioneiras, que têm crescimento rápido, porém vida curta”, continua. “As espécies clímax, que, em ambiente natural, surgem na mata quando já há cobertura garantida pelas pioneiras – elas gostam de ambiente sombreado – acabam sendo introduzidas em quantidade aquém do ideal.”

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Sob este aspecto, um viveirista de mudas nativas, que não quis se identificar, confirma que a “lei do mercado” impera no setor. “Muitas espécies clímax são de difícil reprodução e multiplicação de sementes; há algumas, por exemplo, que, para se conseguirem apenas 2 mudas viáveis, têm de se plantar até 20 sementes”, diz. “Logicamente essas mudas são mais caras e por isso preteridas em projetos de reflorestamento com espécies nativas, em favor de espécies mais baratas, o que reduz a biodiversidade desses projetos.” O viveirista conta ainda que, mesmo que o projeto de reflorestamento dê preferência à biodiversidade e a espécies mais caras, também é difícil, a depender do tamanho da área a ser recomposta, obter quantidade suficiente dessas mudas.

Justamente para discutir a questão da falta de biodiversidade na recomposição florestal com espécies nativas que o Araribá Jardim Botânico, em parceria com a ONG britânica Botanic Gardens Conservation International (BGCI), está promovendo, a partir de segunda-feira (22) até o dia 2 de fevereiro, em Amparo (SP), o segundo encontro internacional para formulação do Padrão Global de Biodiversidade (GBS, na sigla em inglês, ou Global Biodiversity Standard). O primeiro foi em janeiro de 2023, no Quênia. Ao todo, 15 países que enfrentam o mesmo desafio que o Brasil em relação à manutenção da biodiversidade de suas matas vão estar representados no encontro, que contará com 36 participantes de Uganda, Índia, Madagáscar, Peru, Reino Unido, Indonésia, Jordânia, França, Estados Unidos, Alemanha, Quênia, Suíça, China (Hong Kong) e Malásia.

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O evento contará com palestras, workshops e treinamentos em torno do tema Padrão Global de Biodiversidade, além de exercícios práticos sobre sensoriamento remoto e parâmetros indicadores das condições da biodiversidade da fauna, flora, solo e água. Compreenderá também visitas à mata da RPPN Duas Cachoeiras, em Amparo, e ao Parque das Neblinas, no município de Suzano (SP).

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Entre as instituições representadas, estão o BGCI, do Reino Unido; a Society for Ecological Restoration, dos Estados Unidos; a Plan Vivo Foundation, do Reino Unido; a Ecosia, da Alemanha; o Kew Gardens Royal Botanic Gardens, do Reino Unido; o Auroville Botanic Gardens, da Índia; a ONG Huarango Nature, do Peru; o Araribá Jardim Botânico, do Brasil; o Missouri Botanical Gardens, de Madagascar; a Society for Ecological Restoration, dos Estados Unidos; o Centre of Ecosystem Restoration, do Quênia; a empresa Reforest’Action, da França; o Center for International Forestry Research (Cifor-Icraf), do Quênia; o Tooro Botanical Gardens, de Uganda; a Associação Pró-Jardim Botânico Nacional de Lima, do Peru, e o Tropical Rainforest Conservation and Research Centre (TRCRC), da Malásia.

O BGCI, que conta com mais de 850 instituições – principalmente jardins botânicos ao redor do mundo – e 60 mil especialistas em cerca de cem países como parceiros, idealizou e lançou a ideia do GBS em 2021, durante a 26ª Conferência do Clima (COP26), em Glasgow, na Escócia. Desde então, já angariou parceiros técnicos naqueles 15 países para lançar as bases do que seria um ambiente florestal efetivamente biodiverso nos vários biomas do Planeta.

Já na COP28, realizada entre novembro e dezembro do ano passado em Dubai, nos Emirados Árabes, o BGCI apresentou ao mundo os avanços obtidos até aqui no GBS. A ideia final, quando o Padrão Global de Biodiversidade estiver desenvolvido, é que projetos de reflorestamento e conservação florestal que de fato atendam a todos os seus critérios ESG (social, ambiental e de governança) recebam a “certificação GBS”, explica Diniz, do AJB. Já o BGCI garante que, “como maior rede botânica e de conservação de plantas no mundo”, é certamente “a rede mais qualificada para estabelecer um padrão internacional de biodiversidade”.

Para se chegar finalmente aos critérios do que será a certificação GBS, o BGCI trabalha com parceiros locais em cada um daqueles países. No caso do Brasil, o AJB é o parceiro – no mesmo local do AJB, situa-se a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Duas Cachoeiras, que também recebeu da Unesco, em 2021, o título de “Posto Avançado da Reserva da Biosfera do Programa Homem e Natureza”.

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Diniz, do AJB, conta que desde que os trabalhos do GBS começaram por aqui, já visitou áreas de recomposição florestal em três biomas no País: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, a fim de contribuir para a definição dos critérios de manutenção da biodiversidade florestal. Assim como Diniz, os outros representantes do encontro vão apresentar seus respectivos relatórios de trabalhos de campo realizados em seus respectivos países de um ano para cá, atualizações gerais, tomadas de decisão e definição de estratégias e ações futuras. A perspectiva é a de que o “Padrão GBS” seja lançado ainda este ano, adianta Diniz.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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