O Rabobank divulgou o seu novo relatório de perspectivas para o agronegócio brasileiro, onde afirmou que o novo governo deverá continuar tendo os mesmos desafios do governo anterior, que é lidar com as consequências da pandemia. “O ano de 2022 marcou a reabertura da economia após o controle da Covid e, com ela, deu-se a retomada do setor de serviços, o maior do PIB brasileiro”, comenta.
“O fim da situação de emergência sanitária revelou a demanda reprimida por serviços em contraposição à demanda por bens, observada durante a pandemia. Além disto, a renovação de programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil, sustentou a demanda agregada, resultando em expansão do consumo e de investimentos. Com isto, o PIB surpreendeu positivamente no 1º semestre e nos levou a projetar um crescimento de 2,7% em 2022”, completa o relatório.
Porém, sinais de desaceleração já estão presentes, com o aumento da taxa de juros a patamares bastante restritivos, aumentando o custo de crédito a empresas e famílias. “Para 2023, esperamos que o PIB desacelere, para 0,6%, principalmente em razão dos efeitos defasados da política monetária, da dissipação das medidas de estímulo e do esgotamento do processo de reabertura da economia”, indica.
“Por último, com relação ao câmbio, vemos três fatores explicando o seu comportamento. Primeiro, o fortalecimento do dólar perante seus pares, que se apreciou 19,3% entre o começo desse ano e final de setembro. Este se dá à medida que o Fed (Banco central dos Estados Unidos) precisou fazer um forte aperto de taxa de juros para resfriar uma inflação anual que alcançou as taxas mais altas dos últimos quarenta anos”, conclui.