Pular para o conteúdo

O futuro do leite e do queijo: sem LEITE

A REVOLUÇÃO DO LEITE: COMO A TECNOLOGIA ESTÁ TRANSFORMANDO A INDÚSTRIA

Nos últimos anos, testemunhamos uma verdadeira revolução na indústria de laticínios. A produção de leite, que antes era exclusivamente associada às vacas, está passando por mudanças sem precedentes. A tecnologia está permitindo que fungos produzam leite com a mesma composição e propriedades do leite convencional.

A startup brasileira Future Cow já está produzindo leite a partir de fermentação bacteriana, abrindo caminho para uma nova era na produção de laticínios. Empresas em todo o mundo estão se juntando a essa corrida do ouro, em busca de uma fatia desse mercado inovador.

Mas será que esse leite é realmente equivalente ao leite convencional? A resposta está na tecnologia de fermentação, que permite a produção de leite com alta qualidade e composição idêntica, a um custo muito mais acessível do que a produção tradicional.

Entretanto, a legislação específica para esse tipo de produto ainda é uma questão em aberto. Além disso, há desafios relacionados à produção em escala e à garantia de qualidade e segurança para os consumidores.

No entanto, empresas como Perfect Day e Change Foods têm angariado investimentos significativos, demonstrando o potencial desse mercado. Mas o desafio para pequenos empreendedores é competir com essas gigantes, que contam com financiamento de grandes fundos e apoio governamental.

A produção de leite por meio de fermentação bacteriana é também uma resposta às crescentes pressões por menores impactos ambientais da atividade. A redução das emissões de gases de efeito estufa e a eliminação das preocupações relacionadas ao bem-estar animal são apenas alguns dos benefícios adicionais desse avanço tecnológico.

No entanto, a adoção em massa desse tipo de leite dependerá em grande parte do custo para os consumidores. Pesquisas mostram que o preço é um fator determinante na escolha entre leite convencional e leite produzido por fermentação de precisão.

À medida que essas empresas avançam com seus processos de licenciamento e construção de fábricas, é possível que em breve veremos esses produtos chegando às prateleiras. O potencial é enorme, e as expectativas são altas para a entrada desse novo tipo de leite no mercado.

Portanto, diante desse cenário de inovação e transformação, é importante acompanhar de perto os desdobramentos dessa corrida do ouro do leite produzido por fermentação bacteriana. O futuro da indústria de laticínios está sendo reescrito, e as oportunidades de negócios estão surgindo para aqueles que sabem aproveitá-las.

O mundo está presenciando uma verdadeira revolução na indústria de laticínios. A produção de leite a partir de fungos tem despertado o interesse de empresas e consumidores, prometendo uma alternativa inovadora e sustentável.

A produção de leite a partir de fungos representa mais do que uma simples inovação. Estamos testemunhando uma transformação fundamental na forma como pensamos sobre a produção de alimentos, com implicações significativas para o meio ambiente, a saúde pública e a economia global.

A capacidade de oferecer um produto que rivaliza em sabor, textura e valor nutricional com o leite convencional, ao mesmo tempo em que reduz o impacto ambiental e atende às demandas do mercado moderno, é verdadeiramente revolucionária. As empresas pioneiras nesse campo estão liderando o caminho para uma indústria de laticínios mais sustentável e ética.

O corpo do texto será preenchido com informações adicionais e argumentos relacionados à produção de leite a partir de fermentação bacteriana, explorando os desafios, oportunidades e implicações dessa inovação para a indústria de laticínios.

Conclusão:
A revolução do leite a partir de fungos está apenas começando, e as possibilidades são empolgantes. À medida que as empresas continuam a avançar nesse campo, podemos esperar mudanças significativas na forma como o leite é produzido, distribuído e consumido em todo o mundo. Este é apenas o começo de uma nova era na indústria de laticínios, e as oportunidades são vastas. Estamos diante de uma transformação que não apenas beneficiará os consumidores, mas também o planeta que chamamos de lar.

Leite que até então era produzido por vacas hoje pode ser produzido por fungos com exatamente a mesma composição, mesmo cheiro, com caseína, lactose, e tudo mais. É leite de verdade, é a corrida do ouro!

Uma Startup brasileira chamada Future Cow,  já produz leite advindo de fermentação bacteriana, ainda em forma experimental, mas com planta piloto para teste em escala industrial. Além disso, outras empresas aqui e no mundo estão nessa corrida.

Antes de tudo, quais as dúvidas que pairam no ar neste momento? Vamos tentar respondê-las abaixo

Afinal, esse leite deve estar entre aspas ou é leite de verdade?

É sabido que a tecnologia utilizada na produção de leite já existe há décadas. Trata-se da técnica recombinante que insere porções específicas de DNA de vacas em microrganismos e estes, por sua vez, vão produzir o que essa porção de DNA as comandar.

Isso já é usado por laboratórios há muitos anos para produzir insulina e BST por exemplo, sendo muito mais barato ter grandes câmaras de fermentação com bactérias do que com vacas, que convenhamos, ocupariam mais espaço e comeriam muito mais.

Todavia, a lógica não pode ser simplesmente extrapolada para o leite pois não estamos falando de uma molécula simples em pequenas quantidades e sim de um composto líquido com certa complexidade e alto nível nutricional, ou seja, a produção em escala continua sendo uma grande questão a ser respondida. Além disso não basta produzir em escala, é preciso legislação específica para isso com delimitações de padrões, qualidade e segurança do produto ao consumidor.

Quem são os jogadores nesse campo? Eles estão realmente estourados ou são eternas promessas?

Em 2020 noticiamos que a Perfect Day havia angariado nada menos que U$300 milhões de dólares na sua primeira rodada de negócios. Após 3 anos vende whey, que é uma proteína relativamente mais fácil de produzir, mas leite propriamente dito ainda não tem escala, lembrando que a empresa existe desde 2014. Outro importante player é a Change foods, australiana criada em 2019, também angariou fundos de investimentos empolgados com o segmento.

Conversamos com Ricardo Cotta, que durante a pandemia estudou a fundo este tema e tinha intenção de criar uma startup para brigar por essa fatia de mercado. Ele nos contou que “É uma corrida do ouro, pois se trata de um processo difícil que exige transgenia de um fungo e Como ter tecnologia e competitividade de custos para brigar com essas empresas gigantes e que contam com financiamento de grandes fundos e apoio governamental?… Foi por observar esses movimentos e estudar os concorrentes a fundo que desisti do investimento”

Isso é uma solução para as pressões por menores impactos ambientais da atividade?

Cotta nos relatou que acredita ser uma tentativa de primeiramente produzir algo em escala com custo atrativo, mas que trará o bônus da mensagem de menor impacto ambiental e ser livre de questões sobre bem-estar animal. Ou seja, o grande propulsor dessa corrida é a lucratividade e traz consigo ganhos secundários como respostas ao consumidor moderno.

O caso do Reino Unido foi noticiado mundialmente prevendo o incentivo ao uso da fermentação bacteriana ou de precisão na produção de queijos para reduzir 1.2% da emissão de gases de efeito estufa (GEE) atribuída a produção de queijos nesse território. Importante notar que toda essa mobilização para reduzir 1% das emissões parecem muito mais uma ação em resposta a pressão de consumidores do que uma ação efetiva para mitigação de efeitos ambientais causados pela atividade.

Comércio B2B ou diretamente para as gondolas?

Um total de 1.249 participaram do estudo no Reino Unido com um ‘experimento de escolha discreta’, em que os participantes foram confrontados com diferentes tarefas de escolha exigindo que eles escolhessem entre seis opções: “muçarela” à base de nozes, muçarela premium, muçarela bola, “muçarela” livre de animais (derivada de fermentação de precisão), ou não comprar. O preço foi uma característica fundamental do experimento. Outra pesquisa feita no Canadá determinou que o preço é o fator mais importante dessa decisão.

Tratando-se de uma economia de país ainda pobre e com grandes desafios de distribuição de renda, o consumo desse leite parece, enquanto não houver escalabilidade, ser algo nichado a um público mais rico e com acesso e preferência por informações contra a produção animal e isso traria o consumo de leite sem peso na consciência, mesmo que lhe custasse mais. No mercado de massa, a alternativa do leite advindo de fermentação de precisão poderia ser uma possibilidade contanto que o custo de aquisição seja realmente muito competitivo. Se, conforme citado, para canadenses o preço é o fator mais decisivo, para brasileiros com certeza não será diferente.

Na Inglaterra, um estudo demonstrou que havendo paridade de preços se prevê que o queijo sem origem animal conquistará um terço (33%) da participação no mercado de queijos. E se a demanda do mercado crescer, as colaborações da indústria se fortalecerem e os avanços tecnológicos continuarem em ritmo acelerado, esses números estão a caminho de experimentar um “salto surpreendente”, observou a start-up de fermentação de precisão. Reforçando, estamos considerando países ricos.

Cotta dividiu que acredita se tratar de um negócio muito mais B2B do que efetivamente para abastecer mercados, pelo menos a médio prazo. Assim ele diz crer que a pecuária tradicional vai continuar abastecendo o mercado de leite fluído mas que vai perder fatias importantes como fornecimento de proteína Whey para industrias, já que este produto é o mais consolidade e de maior facilidade de produção até o momento.

Quando deve chegar de fato ao mercado?

Nos EUA a licença junto ao Food and Drug Administration FDA pela Perfect Day já foi aprovada desde 2020, a startup Future Cow já entrou com pedido de registro na ANVISA.

A expectativa da Future Cow é que os processos sejam finalizados em até doze meses, quando pretendem construir uma fábrica e assim escalar a produção. A ideia da startup é ser apenas um fornecedor para a indústria, e não uma empresa de marca. A Future Cow foi o primeiro investimento da  Big Idea Ventures no país, que tem cerca de US$ 100 milhões em ativos. 

Nos EUA, a Perfect Day é o ‘case’ mais emblemático. Fundada em 2019, a startup já levantou mais de US$ 750 milhões — e virou um unicórnio — justamente com a produção de leite usando a fermentação de precisão. Leonardo, CEO da Future Cow, disse que o maior diferencial em relação as outras startups é o desenvolvimento de uma técnica que permite aos hospedeiros (a levedura ou fungo) serem alimentados com resíduos da agroindústria em vez da glicose, que é usada pelos concorrentes. “Isso reduz muito o custo unitário de produção, que é um dos grandes gargalos dessa indústria,” ao Brazil Journal. “No nosso modelo, a redução foi de mais de 200%.” completa.

Muitas dúvidas ainda precisam de tempo para serem respondidas e há grandes segredos de produção guardados a sete chaves como em qualquer corrida tecnológica. Assim, obviamente veremos muitas apostas e especulação. Ao mercado cabe aguardar os novos desdobramentos dessas iniciativas e prever possíveis movimentos que possam mudar esse jogo ou criar novas oportunidades de negócios.

Verifique a Fonte Aqui
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Patrocinadores