O papel do trabalho rural evoluiu, cresceu e se tornou parte indissociável do que representa hoje para o agronegócio no Brasil e no mundo.
Não é novidade que as mulheres são parte fundamental da vida no campo.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Sabe-se que, no tempo das cavernas, eles eram responsáveis por coletar as sementes e fazer os testes de plantio enquanto os homens saíam para caçar.
Desde então, muita coisa mudou e essa organização de subsistência familiar nunca se separou da figura feminina.
Mas esse papel no trabalho rural evoluiu, cresceu e tornou-se parte indissociável do que representam hoje para o agronegócio no Brasil e no mundo.
As mulheres atuam nas mais diversas funções e carreiras, e os últimos anos foram decisivos para que houvesse um avanço significativo em suas conquistas por um espaço que sempre foi seu, mas que carecia de pertencimento.
Mais do que isso, conseguiram – e ainda conseguem – inspirar todos ao seu redor, fazendo com que o setor caminhe para um futuro com mais equidade de gênero e desenvolvimento sustentável.
Apesar desse progresso, ainda há muitos desafios. Em 2016, quando foi criado o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), os obstáculos para elas eram ainda maiores: preconceito em um ambiente predominantemente masculino, dificuldade de acesso à tecnologia, estudos, crédito, entre muitos outros.
Foi nesse contexto que o evento proporcionou a oportunidade de reunir essas mulheres e discutir seus objetivos e anseios ao olhar para o mercado.
Em sua primeira edição, em 2016, o CNMA esperava um público de 300 delegadas, mas surpreendeu até a organização com a presença do dobro de inscrições, com a presença de 600 mulheres. A partir daí, não pararam.
O evento tornou-se um grande e sólido movimento, que inspirou a criação de uma rede de apoio e ação, que, no ano seguinte, reuniu 1.000 participantes e, na última edição presencial, em 2019, alcançou 1.900 protagonistas do agro.
Isso sem falar nas dezenas de grupos regionais criados a partir das congressistas que estiveram presentes.
Hoje estão no campo, nas indústrias, nos centros de pesquisa, entre outras áreas, ocupando diversos cargos, muitos deles de liderança.
Na edição de 2022 do Congresso, totalmente presencial após a pandemia, o tema será “Coordenação das cadeias produtivas do agronegócio, a década decisiva”, escolhido corretamente por abranger o momento que o Brasil vive e o que queremos para o país nos próximos anos.
Além de reunir o que o evento se propõe a ser: um espaço de referência para tudo que envolve as mulheres do setor.
Esse protagonismo exigido pelo Congresso para ser o palco principal das discussões, o elo propulsor e multiplicador de ideias foi sendo construído ao longo desses anos, aproximando pessoas, contando histórias, revelando lideranças, destacando talentos e voz para mulheres de diferentes cadeias agropecuárias.
Mais do que isso, impactando a todos, homens e mulheres, por tudo que foi construído ao seu redor.
Para colocar à luz de todas as conquistas e dificuldades dos produtores rurais e profissionais que atuam no agronegócio, criar uma rede de apoio e confiança entre mulheres de diferentes regiões.
Esse é o poder e a importância da comunicação, que hoje precisa integrar todos os elos da cadeia produtiva para que o setor evolua e possa contribuir ainda mais para o PIB brasileiro, participação que chegou a 27,4% em 2021, segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP.
A pluralidade do agronegócio e as diferentes realidades do campo fazem com que as cadeias produtivas enfrentem diferentes desafios, ainda que todas façam parte de um mesmo setor.
Esta é uma missão muito importante para as mulheres do agronegócio, que têm revelado ao longo dos anos ter características muito positivas de empatia, intuição, consciência ambiental, sucessão, valorização dos recursos humanos e uma grande competência de comunicação, fundamentais para esta coordenação e para desenvolver a diálogo com as cadeias produtivas.
Vemos que, atualmente, os elos que compõem o agronegócio brasileiro estão frouxos e é necessária uma estrutura conjunta robusta.
Isso vale para tudo que engloba o processo produtivo dentro do agro, desde as operações necessárias antes de entrar na porteira da propriedade.
Assim como na produção de insumos, maquinários e tecnologias, passando pela porteira (o próprio manejo do solo, o plantio , colheita, manutenção de propriedades, etc.), até chegar ao processo após a porteira, como é o caso da agroindústria, por exemplo.
Para este último grupo, vale destacar a ausência de participação em toda essa cadeia por parte das grandes empresas que, invariavelmente, fazem parte desse complexo.
Por exemplo, a indústria química, redes de atacado e varejo, supermercados, indústria farmacêutica, entre outros, fazem parte direta e indiretamente do agronegócio brasileiro.
Ou seja, são setores desse amplo mercado que não conversam entre si, e uma das razões para isso é a cultura desse mercado, que vê o outro como concorrente e não aliado de um “bem maior” .
O Brasil precisa reverter o cenário econômico em que se encontra hoje e dobrar seu PIB nos próximos 10 anos. Isto é urgente.
O agronegócio brasileiro vem batendo recorde atrás de recorde de produtividade, porém, apesar da participação do setor no crescimento do PIB, ainda está abaixo do necessário.
Se esse cenário não mudar, as principais consequências serão a extrema miséria e pobreza.
Os debates que faremos em outubro durante o 7º CNMA serão sobre tudo isso e muito mais, que está sendo preparado para ser um marco desse novo agro, que precisa de integração e coordenação.
Será nos dias 26 e 27 de outubro que entidades setoriais, líderes do agronegócio e produtores rurais vão desenhar o futuro do agronegócio brasileiro.