Mato Grosso do Sul, 45 anos desenvolvendo na agricultura

Quando Mato Grosso do Sul foi criado, a população era próxima a 1,3 milhão de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje, o total estimado é de 2,8 milhões de habitantes, número que representa um crescimento de 107% nos 45 anos de existência do estado — que se separou de Mato Grosso em outubro de 1977.

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Segundo informações divulgadas pela CNA, no primeiro ano do recém-criado Mato Grosso do Sul, a população rural representava 33% do total de moradores. Acima de tudo, em 2015 (últimos dados disponíveis por domicílio rural e urbano), o número de pessoas na área rural aumentou para 287 mil pessoas, o que equivale a 10,8% da população do estado.

A ocupação na agricultura, medida pelo emprego formal, totalizou 77,4 mil pessoas no ano passado. Esse número de pessoas ocupadas cresceu 163,5% entre 1994 e 2021. “As atividades que impulsionaram essa evolução foram: cultivo de soja com crescimento superior a 1550% e atividade de produção florestal com crescimento de 720%”, detalha a consultoria. economia de Sistema FamasulElimar Oliveira.

Produção agrícola em Mato Grosso do Sul 45 anos

Após a constituição do estado, a safra 1977/1978 respondeu por 2,6% da produção brasileira com menos de 1 milhão de toneladas, ocupando a 9ª posição no ranking nacional, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Após 42 safras, houve aumento da área cultivada em 316% e evolução ainda maior na produtividade, com 360%, garantindo o 5º lugar na produção nacional de grãos, com aproximadamente 19 milhões de toneladas na safra 2020/2021, um valor que em percentual representa um crescimento de 1.817% ou 18 vezes superior ao volume do primeiro ano de produção do estado, número também equivalente a 7,4% do total de grãos produzidos em todo o país.

“O resultado da safra 2020/2021 não foi superior porque foi fortemente afetado pelo clima, seca e geadas, que reduziram a produção e produtividade da safra de milho inverno”, destaca Eliamar.

Para a safra de grãos 2021/2022, a estimativa é que a produção total seja de aproximadamente 20,4 milhões de toneladas, segundo dados do Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio).

Mato Grosso do Sul ocupa o 4º lugar na produção de cana-de-açúcar com 6,6% da produção brasileira. A colheita da cana-de-açúcar é utilizada para a produção de etanol e açúcar. Segundo o IBGE, a área cresceu 865% entre 1988 e 2021, passando de 69,7 mil para 674,3 mil hectares. A produção cresceu 1.043% no período. De 4,1 milhões no primeiro ano para 47,2 mil toneladas no ano passado.

“O estado ocupa a 4ª posição na produção de combustível renovável, com volume de 2,5 bilhões de litros de etanol na safra 2021/2022. Na safra 2022/2023, receberá um reforço de aproximadamente 698,2 milhões de litros de etanol de milho e passará a integrar o grupo de outros três estados que produzem etanol a partir dessa matéria-prima”, completa o consultor.

Hoje, referência na produção florestal com eucalipto e pinus, Mato Grosso do Sul é referência no cultivo dessas plantas, com destaque para o plantio de eucalipto, que ocupa 99,5% da área destinada à cultura. Em dez anos, o setor cresceu 157%, passando de 456,6 mil hectares na safra 2011/2012 para 1,1 milhão de hectares na safra 2021/2022, segundo dados do Siga-MS. Em 2020, o estado ocupou a terceira posição na produção de madeira para celulose e a segunda na área de eucalipto.

Eliamar explica que a evolução do setor florestal foi impulsionada pela presença de duas empresas multinacionais de papel e celulose e três fábricas. “A perspectiva de instalação de duas novas fábricas movimenta a cadeia produtiva e a operação dessas novas unidades deve representar um aumento de 800 mil hectares na produção florestal e nos próximos dez anos, Mato Grosso do Sul terá mais de 2 milhões de hectares de áreas plantadas florestas. “, ele aponta.

O desenvolvimento das atividades florestais aliado à necessidade de práticas produtivas sustentáveis ​​estimulou a utilização do sistema ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta). Hoje o estado se destaca em nível nacional na utilização de sistemas de integração. São aproximadamente 3,1 milhões de hectares destinados à aplicação dessa tecnologia e garante ao estado o primeiro lugar no ranking nacional.

Dados do IBGE também mostram que em 1978 o rebanho bovino no estado era de 9,3 milhões de cabeças. Número que cresceu 98,49% em 2021, com 18,6 milhões. No mesmo período, foram 545,1 mil suínos, que passaram para 1,5 milhão, o que representa um aumento de 184%.

O número de ovinos era de 95,9 mil cabeças e subiu para 409,6 mil no ano passado, um aumento de 326%. O maior crescimento, porém, foi com o bando de galináceos. Em 1978, o total era de 3,2 milhões de cabeças. Em 2021, o crescimento foi de 932%, atingindo 33,3 milhões de cabeças.

Com 18 milhões de cabeças de gado, Mato Grosso do Sul ocupa o 5º lugar no ranking classificação nacional. O consultor ressalta que nos últimos 18 anos o número de animais diminuiu sem inviabilizar a produção, já que o estado aumentou a produtividade abatendo animais mais jovens, mais pesados ​​e com maior rendimento de carcaça.

“O Mato Grosso do Sul está na terceira posição na produção de carne bovina. As proteínas de frango e suína registraram desempenho ainda mais positivo, com aumentos de 199,5% e 470,9%, respectivamente, nos 24 anos de acompanhamento”, descreve.

A proteína total produzida excede 1,5 milhão de toneladas em 2021.

A produção de pescado no Mato Grosso do Sul cresceu substancialmente desde 2013. A tilápia é a principal espécie, respondendo por 94,17% da produção de pescado e cresceu 568,67% em 8 anos de acompanhamento. O estado está na 6ª posição no ranking nacional. E as cidades de Aparecida do Taboado e Selviria estão entre os 20 maiores municípios brasileiros na produção de tilápia, em 10º e 15º lugar, respectivamente.

diversas culturas

O cultivo de frutas e produtos hortícolas ocorre em aproximadamente 8.500 hectares. Essa área é 51% maior do que os 5.600 hectares do início da década de 1990. A produção de mandioca evoluiu, em 33 anos a área plantada cresceu 88,79%. Mato Grosso do Sul está em 4º lugar na produção de mandioca com 5,5% da produção brasileira.

Em produtos de origem animal, os destaques são o mel de abelha e os ovos de galinha. “Os volumes ainda não são expressivos, mas os percentuais de crescimento da produção entre 1978 e 2021 indicam que são atividades com alto potencial de desenvolvimento e geração de renda para as propriedades da agricultura familiar no estado”, diz Eliamar.

exportações

Segundo o Ministério da Economia, a comercialização do agronegócio mato-grossense no exterior, em 2021, ultrapassou US$ 6,5 bilhões em receita, 8º lugar no ranking brasileiro. O crescimento é de 1.840% em relação a 1997, quando as vendas foram de US$ 338,5 milhões.

“O avanço no período é quatro vezes maior que o crescimento das agroexportações brasileiras. A soja em grãos e a celulose, juntas, respondem por 59% da receita e 72% do volume exportado pelo estado. Os agroprodutos da MS são destinados a 142 países”, enfatiza.

Os principais destinos da comercialização de produtos do agronegócio em 2021 são liderados pela China, com aproximadamente 47% de participação na receita, seguida pelos Estados Unidos, com 6,2% e Holanda com 4,58%.

Os dez maiores compradores foram responsáveis ​​por US$ 4,8 bilhões em vendas no ano passado. O volume exportado atingiu cerca de 10 milhões de toneladas. As vendas totais para esses territórios representaram 73,3% dos produtos vendidos.

“Isso demonstra que a agricultura mato-grossense está prosperando, atendendo o mercado interno e gerando um excedente para exportação. Em 45 anos de existência do estado, deixamos de ser importadores para nos tornarmos uma unidade da Federação que contribui com a alimentação de quase 150 países”, finaliza o consultor de economia do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira.

Mercado agrícola em Mato Grosso do Sul

Semanalmente, o Sistema Famasul publica um artigo sobre o andamento das principais cadeias produtivas de Mato Grosso do Sul.