O impacto da importação de leite em pó no mercado mineiro
O mercado de laticínios em Minas Gerais tem enfrentado desafios significativos devido à importação de leite em pó. O governador Romeu Zema anunciou recentemente uma mudança nas políticas tributárias para enfrentar essa questão, em resposta à pressão dos produtores locais.
Mas qual é o real impacto dessas importações no setor? Este artigo analisa a situação atual e discute as perspectivas para o mercado lácteo mineiro.
Importância da indústria leiteira em Minas Gerais
Minas Gerais é conhecido como um dos principais produtores de leite e laticínios do Brasil, com mais de 220 mil micro e pequenos produtores que geram empregos e renda para o estado.
No entanto, a competição desleal provocada pelas importações de leite em pó tem prejudicado esses produtores, levando muitos deles a abandonar a atividade. O evento Minas Grita pelo Leite trouxe essa questão à tona, mostrando a necessidade de medidas para proteger a indústria leiteira local.
Impacto das importações no mercado
Em 2023, as importações de leite em pó atingiram um volume recorde, impactando diretamente os preços pagos aos produtores locais. Com países do Mercosul isentos de tarifas, a competição se tornou ainda mais desigual, afetando toda a cadeia produtiva do leite em Minas Gerais. Os números mostram claramente como essa situação tem contribuído para a queda nos preços do leite e a pressão sobre os produtores.
No ano passado, as importações mineiras de leite em pó somaram de US$ 62,6 milhões. E, neste ano, as compras continuam crescentes. No primeiro bimestre deste ano, as importações já alcançaram US$ 12,7 milhões, representando 20,3% do valor de 2023.
Em MG, especificamente, vários produtores se veem obrigados a deixar a atividade leiteira em função da competição desleal de mercado originada pela importação do produto, que contribui de forma contundente para a queda de preço do leite pago ao produtor.
Durante o evento, o governador Romeu Zema justificou a ação. “Os produtores de leite representam uma classe muito importante em Minas Gerais, com mais de 220 mil micro e pequenos produtores, o que gera muitos empregos e leva muita renda para o campo.
E Minas Gerais é o estado que mais produz leite e laticínios no Brasil. Esses produtores têm sofrido muito com a concorrência do leite importado, que nós consideramos desleal”.
O Secretário de Agricultura, Thales Fernandes, destacou a importância de se preservar os 220 mil produtores de leite do estado. “Temos de frear essa importação predatória, que vem acabando com a pecuária leiteira, importante para a segurança alimentar do Brasil. Somos do mundo, somos leite, somos Minas Gerais. E juntos somos mais fortes!”, afirmou.
Apesar disso, em 2023, o leite em pó foi o principal derivado lácteo importado pelo país, alcançando o volume equivalente a 2,8 bilhões de litros de leite. Esse volume é quase 96% superior ao adquirido em 2019, representando um recorde de importação em 23 anos.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), 46% das importações vieram da Argentina e 45% do Uruguai. Como integrantes do Mercosul, os dois países são isentos da Tarifa Externa Comum (TEC) cobrada de países que estão fora do bloco, desestruturando a cadeia produtiva do leite.
Em janeiro de 2024, o valor pago ao produtor foi de R$ 2,11 o litro, inferior ao mesmo mês de 2023, quando estava em R$ 2,51. Os números evidenciam o impacto negativo das importações nos preços pagos aos produtores mineiros. Em 2022, o preço médio do litro de leite havia sido de R$ 2,71.
A defesa dos produtores de leite em Minas Gerais
A decisão do Governo do Estado de retirar as empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação é um passo importante na proteção dos produtores locais. O aumento das importações tem impactado negativamente os preços pagos aos produtores e colocado em risco a atividade leiteira no estado.
A mobilização em defesa dos produtores, liderada pela Faemg e com o apoio do governador Romeu Zema, destaca a importância de valorizar a produção local e preservar os empregos gerados pela atividade leiteira. A competição desleal provocada pelas importações precisa ser contida para garantir a sustentabilidade do setor no estado.
Ao frear a importação predatória e proteger os 220 mil produtores de leite de Minas Gerais, o governo demonstra seu compromisso com a segurança alimentar e o desenvolvimento econômico da região. É necessário continuar acompanhando de perto essa questão e buscar soluções que beneficiem os produtores locais e fortaleçam a cadeia produtiva do leite em Minas Gerais.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Regime Especial de Tributação para Importadoras de Leite em Pó
O Governador Romeu Zema anunciou a retirada das empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação em Minas Gerais. Essa medida tem como objetivo proteger os produtores locais e combater a concorrência desleal no mercado de laticínios.
FAQs
1. Por que as empresas importadoras de leite em pó estão sendo retiradas do Regime Especial de Tributação?
As empresas importadoras de leite em pó estão sendo retiradas do regime para nivelar a competição e proteger os produtores locais de Minas Gerais.
2. Qual o impacto das importações de leite em pó no mercado mineiro?
As importações de leite em pó têm contribuído para a queda de preços pagos aos produtores locais, levando muitos deles a abandonar a atividade leiteira.
3. Qual o valor das importações de leite em pó em Minas Gerais?
No ano passado, as importações mineiras de leite em pó totalizaram US$ 62,6 milhões, com um aumento significativo nas compras nos primeiros meses de 2024.
4. Quais os principais países de origem das importações de leite em pó para o Brasil?
O Ministério da Agricultura e Pecuária aponta que 46% das importações vêm da Argentina e 45% do Uruguai, países integrantes do Mercosul.
5. Qual o preço médio do litro de leite pago aos produtores em Minas Gerais e como as importações influenciam esse valor?
Em janeiro de 2024, o preço pago ao produtor foi de R$ 2,11 por litro, demonstrando uma redução em relação aos anos anteriores devido ao impacto das importações de leite em pó.
A retirada das empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação em Minas Gerais é uma medida importante para proteger os produtores locais e garantir a sustentabilidade do mercado de laticínios no estado.
A concorrência desleal provocada pelas importações tem impactado negativamente os preços pagos aos produtores, levando muitos deles a abandonar a atividade. É fundamental promover a valorização da produção local e garantir condições justas para os produtores de leite em Minas Gerais.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
