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Irrigação na produção de silagem?

Projetos de viabilidade de irrigação para produção de milho silagem na pecuária leiteira

Os projetos de viabilidade voltados à implementação de irrigação na cultura do milho para silagem na pecuária leiteira têm passado por dificuldades, tais como falta de acesso à informações técnicas, variações nos preços de mercado e descapitalização dos produtores. Isso tem impedido o avanço dessa importante tecnologia no setor.

Ocorrência de déficits hídricos na cultura do milho silagem

É inegável que a produção de milho silagem sofre com déficits hídricos severos durante uma parte do ano, resultando em perdas significativas de rendimento. Além disso, a falta de água em momentos críticos do desenvolvimento da planta pode levar a impactos negativos na produtividade, prejudicando os produtores em termos econômicos.

Viabilidade Econômica da Irrigação na Produção de Milho Silagem

Dada a importância da irrigação na cultura do milho silagem, a realização de um projeto de viabilidade econômica se mostra essencial para demonstrar a eficácia e benefícios dessa tecnologia. Tendo em mente os riscos e custos associados, é crucial entender a viabilidade financeira desse investimento.

O papel da irrigação na produção de silagem de milho

Entender como a irrigação pode influenciar de forma positiva a produção de silagem de milho é essencial para produtores rurais. Os benefícios econômicos e técnicos desse sistema podem representar uma importante oportunidade para melhorar a rentabilidade e sustentabilidade da atividade pecuária.

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Desenvolvimento

Os projetos de viabilidade voltados à implementação de irrigação na cultura do milho para silagem na pecuária leiteira têm crescido a passos lentos, em virtude do pouco acesso às informações técnicas por parte dos produtores, variações acentuadas nos preços de mercado, descapitalização dos produtores e êxodo rural.

1. Falta de Informações Técnicas

Quem nunca se deparou com as afirmações “Irrigação é muito caro”, “Meu vizinho não irriga e colhe muita silagem” no meio rural?

2. Necessidade de Tecnologia de Manejo

A ocorrência de déficits hídricos pronunciados no solo durante os meses de fevereiro a outubro e a frequente incidência de “veranicos”, levam a perdas significativas no rendimento da cultura.

3. Tecnologias de Manejo e Investimento

Para a implementação de tal tecnologia, é crucial realizar um projeto com foco na viabilidade econômica da irrigação para o milho silagem, minimizando riscos e analisando indicadores como TRC, B/C %, VPL, e TIR.

4. Projeto de Irrigação na Cultura do Milho

Para a implementação do projeto, é necessário a orçamentação, a qual envolve a estimativa da renda provável, do valor do investimento e das despesas operacionais com o sistema, como demonstrado em estudo de caso.

5. Avaliação Econômica e Financeira

A avaliação econômica e financeira do projeto alcançou resultados interessantes, indicando uma viabilidade econômica na implementação da irrigação para uma área específica na produção de silagem de milho.

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Conclusão

Na avaliação econômica e financeira do projeto, alcançou-se taxas interessantes, como a VPL de R$220.014,74, a TIR de 84,1% ao ano e a relação B/C (%) próxima aos 500% para dez anos. Isso indica um retorno significativo para cada real investido no projeto ao longo do tempo. Além disso, o payback time aconteceu no 3º ano do projeto, demonstrando um período relativamente curto para recuperar os investimentos iniciais. Assim, conclui-se que a implementação da irrigação para a produção de silagem de milho em uma área de quinze hectares é economicamente viável, com alta atratividade e baixo risco.

Ao considerar os benefícios econômicos e a segurança proporcionada pela irrigação, a tomada de decisão sobre a implementação do projeto se torna clara e baseada em dados concretos. Essa iniciativa pode trazer impactos positivos significativos para a produção de silagem, enfrentando as desafios impostos pela escassez hídrica e proporcionando melhores resultados para a pecuária leiteira.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo


FAQs

1. Qual a importância da irrigação na cultura do milho para silagem?

A irrigação na cultura do milho para silagem é essencial devido à ocorrência de déficits hídricos pronunciados no solo durante determinados meses, o que pode levar a perdas significativas no rendimento da cultura.

2. Quais são as fases de desenvolvimento da cultura do milho em que a falta de água pode causar perdas significativas?

A falta de água durante as fases de florescimento, fertilização e enchimento de grãos pode causar danos na produção do milho para silagem.

3. O que é Tempo de Retorno do Capital (TRC) em um projeto de irrigação para a cultura do milho silagem?

O Tempo de Retorno do Capital (TRC) é o tempo necessário para igualar o fluxo de caixa do projeto a zero, contado a partir do início do investimento.

4. Como é calculada a Relação Benefício/Custo Descontada (B/C %) em um projeto de irrigação?

A Relação Benefício/Custo Descontada (B/C %) expressa o quociente entre o somatório dos valores presentes positivos do fluxo de caixa e o somatório dos valores presentes negativos do fluxo de caixa do projeto, representando a quantidade que cada unidade monetária investida no projeto retorna para o investidor.

5. O que considerar ao realizar a orçamentação para a implementação de um projeto de irrigação na cultura do milho silagem?

Ao realizar a orçamentação, é essencial considerar a estimativa da renda provável, do valor do investimento e das despesas operacionais com o sistema de irrigação.

Implementação de Irrigação na Cultura do Milho para Silagem: Viabilidade Econômica

O projeto de viabilidade voltado à implementação de irrigação na cultura do milho para silagem é crucial para minimizar os riscos, tempo de retorno do capital, e maximizar a relação benefício/custo e a taxa interna de retorno. Descubra como um projeto implementado em uma fazenda em Viçosa alcançou resultados promissores e viabilidade econômica para a produção de silagem de milho. Acompanhe conosco para entender os benefícios e os cálculos econômicos por trás desse projeto de irrigação.

Leia mais para descobrir como a irrigação pode transformar os resultados na produção de silagem de milho e como os cálculos econômicos mostram a viabilidade desse investimento.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Os projetos de viabilidade voltados à implementação de irrigação na cultura do milho para silagem na pecuária leiteira têm crescido a passos lentos, em virtude do pouco acesso às informações técnicas por parte dos produtores, variações acentuadas nos preços de mercado, descapitalização dos produtores e êxodo rural.

Quem nunca se deparou com as seguintes afirmações no meio rural: “Irrigação é muito caro”, “Meu vizinho não irriga e colhe muita silagem”.

No entanto, tal tecnologia se faz necessária por conta da ocorrência de déficits hídricos pronunciados no solo durante os meses de fevereiro a outubro (Resende et al., 2000), somado a frequentes “veranicos”, levando a perdas significativas no rendimento da cultura, especialmente quando a falta de água ocorre nos períodos críticos de desenvolvimento da planta (Figura 1), ou seja, no início do florescimento (VT), no qual ocorre a determinação do número potencial de grãos; no período de fertilização (R1), em que o potencial produtivo é fixado, e no enchimento de grãos (R5) (Morizet & Togola, 1984).

Segundo Henckel (1964), se houver carência de recurso hídrico uma semana após a emissão das antenas, podem haver perdas de até 50% na produção do milho e déficits após esse período resulta em danos de até 30%. Corroborando com o estudo anterior, Aldrich et al. (1982) afirma que dois dias com escassez de água antes do florescimento diminui 20% e quatro dias, mais de 50% na produção.

Figura 1. Fases de desenvolvimento da cultura do milho

 

 

Uma saída para esse cenário é por intermédio de tecnologias de manejo, como a irrigação, mas, para implementação de tal tecnologia, deve-se realizar projeto com foco na viabilidade econômica da irrigação para o milho silagem, a fim de minimizar os riscos, tempo de retorno do capital (TRC); Relação Benefício/Custo descontada (B/C %); Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).

  1. Tempo de Retorno do Capital (TRC) é o tempo necessário para igualar o fluxo de caixa do projeto a zero. Em projetos de longo prazo esse valor é expresso em ano e, para projetos de curto prazo, pode ser contabilizado em meses. Este tempo é contado a partir do início do investimento.
     
  1. Relação Benefício/Custo Descontada (B/C %) expressa o quociente entre o somatório dos valores presentes positivos do fluxo de caixa e o somatório dos valores presentes negativos do fluxo de caixa do projeto, sendo a quantidade que cada unidade monetária investida no projeto retorna para o investidor.
     
  1. Valor Presente Líquido (VPL) é definido como a soma do fluxo de caixa de um projeto, descontado ano por ano, a uma taxa constante de juros. Essa taxa de juros foi considerada 6%.
     
  1. Taxa Interna de Retorno (TIR) é o valor da taxa de juros (taxa de desconto) que iguala o valor presente líquido a zero. A grande vantagem da TIR é a sua facilidade de interpretação, pois o seu valor pode ser comparado diretamente com a taxa que o mercado financeiro está pagando no momento.

Então para implementação do projeto de irrigação na cultura do milho silagem, primeiramente, é necessário a orçamentação, na qual envolve a estimativa da renda provável, do valor do investimento e das despesas operacionais com o sistema. Abaixo vamos descrever sobre um projeto implementado em uma fazenda assistida pelo PDPL (Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira) em Viçosa.

Em relação ao investimento inicial, consideraram-se os seguintes equipamentos: autopropelido tipo carretel; bomba normalizada; motor à diesel; tubos de PVC; conexões; mangueira de hidrante e registro, resultando no valor de R$81.135,03 (Tabela 1).

Tabela 1. Investimento em equipamentos para implantação do sistema de irrigação

 Investimento em equipamentos para implantação do sistema de irrigação




No projeto, foi considerado uma área plantada de quinze hectares (15ha), que representava o cenário desta fazenda, e um ponto interessante é que a realidade da pecuária leiteira são propriedades de médio á pequeno porte, sendo essa área compatível com esses projetos.

Em relação às despesas operacionais, considerou-se o óleo diesel, a mão de obra, a manutenção do sistema ao longo do tempo e a hora máquina para deslocamento do sistema de irrigação, resultando em um valor de R$2.926,10 por hectare (R$43.891,50 para o total de 15ha) (Tabela 2).

Tabela 2. Despesas operacionais anuais associadas à condução do sistema de irrigação

Despesas operacionais anuais associadas à condução do sistema de irrigação



Com o investimento no sistema de irrigação para cultura do milho silagem, o uso será significativo na safrinha, onde o déficit hídrico é mais pronunciado. Com isso, estima-se um aumento de até quinze toneladas de MN por hectare (15ton/ha), em áreas que adotam esse sistema. É importante ressaltar que ocorre uma perda de até dez porcento (10%) na área de plantio, oriunda dos corredores para o deslocamento do implemento (Tabela 3). Com a finalidade de estimar a receita obtida através da irrigação, o preço da tonelada de silagem referente ao milho safrinha foi de R$400,00 reais a tonelada de MN, alcançando receita de R$ 81.000,00 por ano.

Tabela 3. Adicional de receita (entrada do projeto) em função do uso sistema de irrigação

Adicional de receita (entrada do projeto) em função do uso sistema de irrigação

Fonte: Elaborado pelos autores.

No fluxo de caixa do projeto, em termos de saída (despesa), o primeiro ano apresentou o valor de R$ 125.026,53 reais, no qual está incluído o valor do investimento inicial, adicionado das despesas operacionais. Do segundo ano até o último ano avaliado, as despesas foram de apenas R$43.891,50 reais.

No cenário de entrada de recurso (receita), observa-se que o valor é proveniente da diferença entre a produtividade do milho que está em sistema de irrigação para o convencional, alcançando o valor de R$ 81.000,00 reais por ano, exceto no último ano que o valor tem um acréscimo de, aproximadamente, R$19.666,67 reais, devido ao valor residual do projeto ao final do seu horizonte de planejamento, em decorrência do valor ainda embutido no equipamento de irrigação ao final do décimo ano.

Na avaliação econômica e financeira do projeto alcançou taxas interessantes, na qual a VPL foi de R$220.014,74, indicando que o projeto rendeu a taxa de juros (desconto) paga pelo mercado financeiro e ainda houve um saldo positivo. Para a taxa interna de retorno (TIR), o valor obtido foi 84,1% ao ano, ou seja, uma rentabilidade acima do valor usado como comparação (6% ao ano). A relação B/C (%) atingiu marca próxima dos 500% para dez anos, indicando um retorno de R$6,00 para cada R$1,00 investido durante o tempo total do projeto.

O Tempo de Retorno do Capital descontado (6%) ou payback time aconteceu no 3º ano do projeto, indicando esse período com o tempo necessário para igualar o fluxo de caixa do projeto a zero, ou seja, o tempo necessário para recuperar os investimentos iniciais feitos no projeto.

Com isso, conclui-se que foi viável economicamente a implantação da irrigação para uma área de quinze hectares na produção de silagem de milho (a partir das premissas adotadas), haja visto que o projeto tem atratividade alta e risco baixo.

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Autores:

Yuri Cesconetto Ebani –  Graduando em Zootecnia DZ-UFV e estagiário Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira PDPL.

Altair Dias de Moura – Professor titular do Departamento de Economia Rural DER-UFV

Marcus Vinicius Castro Moreira – Médico Veterinário do PDPL

Referâncias:

MORIZET, J.; TOGOLA, D. Effet et arrière-effet de la sécheresse sur la croissance de plusieurs génotypes de maïs. In: Les besoins en eau des cultures, conférence internationale, Paris, Versailles, 11-14 septembre 1984. 1985. p. 351-359.

HENCKEL, P. A. Physiology of plants under drought. Annual review of plant physiology, v. 15, n. 1, p. 363-386, 1964

ALDRICH, Samuel R. et al. Modern corn production. Modern corn production., n. 2. ed., 1975.

RESENDE, Morethson; DE FRANCA, Gonçalvo Evangelista; COUTO, Lairson. Cultivo do milho irrigado. 2000.

IPNI – BRASIL. FASES DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO MILHO. Disponível em: <https://brasil.ipni.net/ipniweb/region/brasil.nsf/0/81A0BBD6E936445D83257AA0003A892E/$FILE/MF3305BP-CornGrowth-portuguese_FINAL.pdf>, acesso em: 03/11/2023.

REZENDE, J. L. P.; OLIVEIRA, A. D. Análise econômica e social de projetos florestais: matemática financeira, formulação de projetos, avaliação de projetos, localização de projetos, análise de custo-benefício. Viçosa: Ed. UFV, 1993.

CASAROTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão e estratégia empresarial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1994.

 

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