Calor? Nem pensar! ILPF garante conforto térmico ao gado e aumenta produtividade

ILPF: a solução para o conforto do gado.

Introdução

Atualmente, a preocupação com o bem-estar animal e a busca por sistemas mais sustentáveis na produção agropecuária tem ganhado cada vez mais destaque. Um estudo coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) avaliou o conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em relação ao bem-estar dos animais. Esse monitoramento multidimensional revelou impactos significativos que vão além do conforto térmico, influenciando a reprodução do gado e suas condições fisiológicas.

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Conclusão

O conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) tem impactos positivos no bem-estar animal, influenciando desde o comportamento natural até as condições fisiológicas do gado. A presença de árvores em áreas de pastagens tropicais contribui para um microclima mais favorável, reduzindo o estresse térmico e melhorando a reprodução e a eficiência dos sistemas de produção.

Resultados

O monitoramento realizado demonstrou que os sistemas com árvores melhoram o conforto térmico, trazendo bem-estar animal, comportamentos adequados e ganhos fisiológicos. Os animais pastam mais pela manhã em áreas com pouca sombra, enquanto os mantidos em ILPF preferem permanecer nas áreas sombreadas, reduzindo a frequência de idas ao bebedouro e ao cocho com mistura mineral. Além disso, o ILPF contribui para a racionalização do uso de recursos hídricos na pecuária, tornando a produção mais sustentável.

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Conforto térmico para o gado

O sistema ILPF impacta positivamente o microclima das pastagens, proporcionando maior conforto térmico aos animais e menores níveis de estresse calórico. O ambiente influencia não apenas o comportamento, mas também a produção, reprodução e rentabilidade global do sistema, promovendo um ambiente confortável para que os animais expressem todo seu potencial genético. A adoção de tecnologias como o ILPF e o monitoramento animal contribuem para a tomada de decisões assertivas pelos pecuaristas, atendendo às demandas por bem-estar animal e sustentabilidade.

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Conforto térmico e bem-estar animal na pecuária: a importância do sistema ILPF

As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sudeste têm demonstrado que a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) traz benefícios significativos para o conforto térmico e o bem-estar animal. A presença de árvores nas pastagens contribui para um microclima mais favorável, influenciando diretamente na expressão do comportamento natural dos animais e nas condições fisiológicas. Além disso, o ILPF se mostra como uma estratégia sustentável para a pecuária, proporcionando um ambiente confortável que permite aos animais expressarem todo seu potencial genético.

Decisões assertivas e benefícios ambientais

Os resultados obtidos nesses estudos fornecem subsídios importantes para os pecuaristas tomarem decisões assertivas em relação ao manejo do rebanho e do ambiente de produção. A busca por alternativas sustentáveis e tecnologias que favoreçam o bem-estar animal, aliadas ao equilíbrio com o meio ambiente, é essencial para atender às demandas do mercado consumidor e garantir uma produção de alimentos de qualidade. Portanto, investir em sistemas como o ILPF pode não apenas melhorar a eficiência da atividade pecuária, mas também contribuir para a preservação ambiental e o bem-estar dos animais.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

O impacto do conforto térmico proporcionado pela tecnologia ILPF no bem-estar animal

O estudo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) avaliou de forma multidimensional o bem-estar animal em relação ao conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Os resultados obtidos destacaram a importância do ambiente no comportamento e na fisiologia do gado de corte, além de evidenciar os benefícios do plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais.

FAQs:

1. Como o monitoramento do bem-estar animal foi realizado no estudo da Embrapa?

O estudo monitorou o bem-estar animal sob diversos prismas, incluindo o sistema de produção, a observação dos animais e suas respostas comportamentais, e coletando material biológico para análises laboratoriais. Foram utilizadas tecnologias inovadoras, como sobrevoos de avião com câmeras térmicas e sensoriamento proximal dos animais.

2. Qual a influência do conforto térmico no desempenho dos animais?

O conforto térmico impacta diretamente no desempenho dos animais, afetando sua reprodução, ganho de peso, eficiência dos sistemas de produção e condição imunológica. O estresse térmico pode levar a distúrbios nutricionais e metabólicos, prejudicando a saúde e produtividade do rebanho.

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3. Qual foi a conclusão do estudo em relação ao peso e consumo de água dos animais em sistemas sombreados e a pleno sol?

O estudo mostrou que os animais criados em sistemas sombreados e a pleno sol apresentaram pesos finais semelhantes, porém, os animais no ILPF reduziram a frequência de idas ao bebedouro. Além disso, a qualidade da forragem produzida em áreas sombreadas foi superior, com maior teor de proteína bruta.

4. Como o sistema ILPF contribui para a sustentabilidade na pecuária?

O sistema ILPF auxilia na redução do estresse térmico dos animais, melhora o ambiente de produção, favorece o bem-estar animal e promove o balanço de carbono na produção de bovinos. Além disso, a integração de árvores nas pastagens auxilia na racionalização do uso de recursos hídricos, tornando a produção pecuária mais sustentável.

5. Qual é a importância do bem-estar animal na produção de alimentos?

O bem-estar animal é um fator cada vez mais relevante não apenas para consumidores brasileiros, mas também para países importadores de carne do Brasil. A preocupação com o bem-estar dos animais criados para a produção de alimentos tem impacto nas decisões dos produtores e na aceitação dos produtos no mercado, sendo um aspecto essencial para a produção sustentável.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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Estudo coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) avaliou o bem-estar animal, de maneira multidimensional, em relação ao conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

O monitoramento ocorreu sob diversos prismas: desde o sistema de produção até o nível celular de gado de corte criados a pasto. Com isso, conseguiu registrar os amplos impactos que essa tecnologia gera na atividade, que vão além do conforto térmico e influencia até na reprodução do gado.

O primeiro parâmetro foi o ambiental (microclima), o segundo, observação dos animais e as respostas comportamentais e, por último, a coleta do material biológico e as análises laboratoriais.

“Fomos do nível macro, utilizando sobrevoos de avião com câmeras termais, passando pelo sensoriamento proximal dos animais, até chegar à microscopia. Três abordagens bem diferentes, mas que se correlacionam, e com tecnologias inovadoras”, explica o pesquisador Alexandre Rossetto Garcia, coordenador do estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Esses resultados apontam que o plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais mostrou-se benéfico para um microclima mais favorável à criação de gado de corte, influenciando o conforto térmico, expressão do comportamento natural e as condições fisiológicas.

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Foto: Gisele Rosso

Os dados obtidos no estudo são essenciais para incentivar o pecuarista a implementar na propriedade ações focadas em boas práticas.

“Nesses modelos, os animais ficam mais expostos às condições ambientais e podem sofrer com o acúmulo excessivo de calor, principalmente em pastagens sem o componente arbóreo. Assim, é importante saber como os fatores bioclimáticos influenciam a manutenção da temperatura corporal interna e o comportamento, a fim de permitir ajustes no manejo do rebanho e do ambiente de produção”, destaca Garcia.

O estresse térmico prejudica a homeostase (capacidade dos organismos de manterem seu meio interno estável), levando a distúrbios nutricionais e metabólicos, reduzindo a taxa de crescimento e o ganho de peso.

Segundo o pesquisador, o calor é capaz de tirar o gado de sua zona de conforto de temperatura, levando ao estresse térmico, comprometendo a reprodução e reduzindo a fertilidade, além de diminuir a eficiência dos sistemas de produção. Eventos climáticos extremos também podem ocasionar efeitos adversos na condição imunológica do gado, tornando-os mais susceptíveis a doenças.

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Um dado importante da pesquisa refere-se à evolução de peso e à frequência de consumo de água. As médias iniciais e finais de peso vivo dos animais criados em sistemas sombreados e em sistemas a pleno sol foram semelhantes e a produtividade por animal não teve diferença. Já em relação à água, os animais no ILPF reduziram a frequência de idas ao bebedouro.

A preocupação dos produtores é saber se na pastagem sombreada o boi ganha mais ou menos peso. A oferta de pasto é um pouco reduzida na área com árvores. No entanto, a qualidade da forragem produzida é melhor, com maior teor de proteína bruta. Assim, tanto o rebanho a pleno sol, como o do ILPF chegam ao final do ciclo de engorda com peso igual.

“O fato de o peso ser semelhante e trabalhar com um sistema que traz outras vantagens do ponto de vista ambiental já agrega muito valor à iniciativa de arborizar as pastagens. Deve-se olhar do ponto de vista sistêmico, considerar o desempenho animal e os benefícios da presença das árvores, que aumenta a biodiversidade, a matéria orgânica no solo, reduz a temperatura, traz bem-estar animal e favorece o balanço de carbono na produção dos bovinos”, considera Garcia.

Resultados

A principal conclusão em cada uma das dimensões foi que os sistemas com árvores melhoram o microclima e o conforto térmico e, com isso, trazem bem-estar animal, comportamentos adequados e ainda ganhos fisiológicos.

Os resultados observacionais mostraram que os animais criados em pastagens com pouca sombra pastejaram mais pela manhã do que os mantidos em ILPF, principalmente nas estações mais quentes. Ainda permaneceram mais tempo deitados, ruminando ou repousando. Os animais do grupo ILPF preferiram permanecer nas áreas sombreadas; além disso, visitaram menos o bebedouro.

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O gado costuma dividir os dias em períodos alternados de pastejo, ruminação e descanso. Os animais a pleno sol pastejaram por mais tempo pela manhã que os mantidos no ILPF, principalmente nas estações mais quentes, sem mudanças significativas no tempo de pastejo à tarde.

“Isso ocorreu porque os indivíduos, buscando se preservar, aproveitaram para pastejar nos momentos de temperaturas mais amenas e com menor radiação solar, ou seja, em condições mais favoráveis ao conforto térmico”, explica Garcia.

De acordo com ele, altas temperaturas do ar, umidade relativa e radiação solar podem afetar negativamente o comportamento do gado quanto ao tempo dedicado ao descanso e ao pastejo.

“O comportamento pode ser utilizado para analisar as respostas dos animais às condições ambientais nos sistemas de produção. A condição de estresse calórico, ao longo do tempo, constitui um problema crônico que afeta a saúde e o desempenho. Essas informações relacionadas ao comportamento podem ser usadas para melhorar as decisões de gerenciamento e maximizar a eficiência, a produtividade e o bem-estar animal na fazenda”, afirma o coordenador da pesquisa.

O número de visitas ao bebedouro e ao cocho com mistura mineral foi sempre menor para os animais mantidos em áreas com sombreamento natural. Os dados demonstraram que o uso do componente arbóreo teve o efeito “poupa água”. De tarde, os machos de corte reduziram em 26% a frequência de ida ao bebedouro.

Esse resultado está de acordo com os 23% de redução de frequência ao bebedouro para vacas de corte mantidas em sistema integrado previstos em um estudo publicado em 2019 pela própria Embrapa.

Em curto, médio e longo prazo, essa redução na frequência ajuda a racionalizar o uso dos recursos hídricos na pecuária e colabora para uma produção mais sustentável. O Brasil tem um rebanho de 234 milhões de cabeças de gado, segundo dados de 2023 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Isso é extremamente importante, em um momento em que o ciclo das águas pelo planeta vem sendo alterado devido ao aquecimento global”, destaca Garcia.

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Foto: Gisele Rosso

Conforto térmico para o gado

A influência do microclima nas respostas termorreguladoras e endócrinas também foi avaliada para conhecer o conforto térmico. A temperatura do ar, o Índice de Temperatura de Globo Negro e Umidade, e a carga térmica radiante foram menores no ILPF; em consequência, houve maior conforto térmico e menor estresse calórico.

O sistema ILPF foi eficaz em atenuar o microclima das pastagens pela ação dos eucaliptos, impactando as características fisiológicas relacionadas ao equilíbrio termodinâmico dos animais e à manutenção de sua homeotermia. Segundo a zootecnista Andréa Barreto, uma das executoras do projeto, os animais a pleno sol alteraram o comportamento natural por conta das altas temperaturas e falta de sombreamento, diferentemente dos que estavam no ILPF.

Ela destacou que o ambiente influencia positivamente não só o comportamento, mas a produção, a reprodução e a rentabilidade global do sistema. “A preocupação do produtor não deve ser só em ter lucro em cima do ganho de peso, mas trazer um ambiente confortável para que o animal expresse todo seu potencial genético”, defende Barreto.

Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Pecuária Sudeste têm buscado alternativas de produção sustentáveis para diminuir o impacto da pecuária no clima. Os estudos indicam que a melhor estratégia para o produtor é a adoção de tecnologias para melhorar a eficiência da atividade com foco no bem-estar animal e em equilíbrio com o meio ambiente.

Trabalhos como esse, com foco em ILPF e tecnologias de monitoramento animal, dão subsídios ao pecuarista para tomadas de decisão assertivas em vários aspectos – econômico, ambiental e comportamental.

Além disso, de acordo com Garcia, é uma forma de atender às exigências de consumidores brasileiros e de países importadores de carne do Brasil, que têm se preocupado cada vez mais com as questões de bem-estar dos animais criados para a produção de alimentos.

*Sob supervisão de Gabriel Azevedo

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