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Estudo revela redução de 15% na emissão de metano

Redução das emissões de metano entérico pela pecuária

Os impactos ambientais da pecuária são uma preocupação global, mas a tecnologia está oferecendo soluções inovadoras para reduzir o impacto negativo da atividade. Neste post, você irá conhecer os protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC). Descubra como esses sistemas estão sendo aplicados na prática e como estão gerando resultados surpreendentes em termos de redução de emissões de metano entérico e ganhos de produtividade. Além disso, vamos discutir como esses protocolos ajudam a promover a sustentabilidade na pecuária, proporcionando benefícios ambientais e econômicos para os produtores. Continue lendo para descobrir como a pecuária está se adaptando para se tornar mais ecologicamente correta e descubra como essas inovações estão mudando o campo da produção de carne.

Impacto positivo dos protocolos CCN e CBC na pecuária

Quando se trata de reduzir as emissões de metano entérico, dois protocolos têm se destacado na pecuária. O Carne Carbono Neutro e o Carne Baixo Carbono estão gerando resultados positivos, não apenas em termos de sustentabilidade, mas também em termos de ganho de produtividade. Entenda como esses protocolos estão sendo aplicados na prática e como estão revolucionando a forma como a atividade pecuária é conduzida no Brasil. Conheça os dados e resultados em primeira mão e descubra como essas técnicas estão transformando a indústria da carne.

Redução de emissões de metano entérico e aumento na produtividade animal

Descubra como os protocolos CCN e CBC promovem a redução nas emissões de metano entérico e o aumento na produtividade dos animais. Entenda como esses sistemas estão revolucionando a maneira como a pecuária se relaciona com o meio ambiente e como estão gerando benefícios tanto para os produtores quanto para o planeta. Acompanhe as descobertas da pesquisa realizada pela Embrapa e pela ABCZ e saiba como esses protocolos estão abrindo novas possibilidades para a produção de carne. Prepare-se para se surpreender com os resultados alcançados e as perspectivas para o futuro da pecuária sustentável.

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Uso de protocolos reduz em até 15% a emissão de metano entérico por animais

A aplicação dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) promoveu uma redução de 12% a 15% na emissão de metano entérico pelos animais durante a fase de recria a pasto. Além disso, os protocolos permitiram ganhos superiores de peso dos animais, entre 2% e 5%, em relação ao manejo tradicional.

Aumento na produtividade com o uso dos protocolos CCN e CBC

Os protocolos CCN e CBC promoveram a redução na emissão de metano entérico e o aumento na produtividade, respectivamente, de 2% a 5% na emissão de metano entérico e de 4% a 8% na produtividade, em comparação ao manejo tradicional. Isso ressalta a importância do manejo de pastagem e a eficiência dos protocolos, mesmo em rebanhos de alto padrão genético.

Os benefícios da produção com Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono

Os protocolos CCN e CBC atestam que a produção de bovinos de corte em sistemas pecuários neutraliza ou reduz, respectivamente, a emissão do metano entérico. Eles integram árvores no sistema de produção e mitigam as emissões de metano entérico com a melhoria da dieta e do aumento do estoque de carbono no solo, resultante da adoção de boas práticas agropecuárias.

Como se certificar dos protocolos CCN e CBC?

Para aderir à certificação dos protocolos, a propriedade deve estar em conformidade com os requisitos mínimos, sendo requeridos progressivamente à medida que avançam as auditorias. A certificação dos protocolos é uma forma de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa e obter um bom desempenho econômico na produção pecuária.

Desempenho animal e aplicação dos protocolos

O aumento do peso dos animais antes do abate, a redução na idade de abate, e a eficiência produtiva e econômica dos rebanhos com a aplicação dos protocolos CCN e CBC demonstram o potencial dessas práticas para a pecuária tropical. Os protocolos contribuem não só para a redução das emissões, mas também para o aumento do desempenho individual dos animais.

Os resultados positivos da aplicação dos protocolos CBC e CCN na produção de carne

Os protocolos CBC e CCN apresentaram uma eficiência para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, bem como para aumentar o desempenho econômico da produção de carne. Esses resultados evidenciam os impactos positivos das práticas sustentáveis na pecuária.

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Subtítulo 1

Em suma, os experimentos conduzidos pela Embrapa e pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) reforçaram a eficiência dos protocolos CCN e CBC na redução das emissões de metano entérico em sistemas pecuários, ainda permitindo o aumento na produtividade dos rebanhos de alto padrão genético.

Subtítulo 2

A aplicação dos protocolos CCN e CBC garantiu benefícios significativos em termos de eficiência produtiva e pecuária sustentável. A iniciativa também possibilitou a avançada certificação desses sistemas como operacionalmente viáveis e ambientalmente sustentáveis.

Subtítulo 3

Diante disso, é crucial realçar a importância do manejo sustentável na pecuária, evidenciado pelas melhorias significativas em produtividade e efetiva redução das emissões de metano entérico. A implementação das práticas de Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono sinaliza um futuro promissor para a pecuária sustentável e econômica. É essencial que o setor pecuário adote esses protocolos em larga escala para cumprir seu papel na mitigação dos impactos ambientais.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Protocolos Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono na Pecuária

A aplicação dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) em uma área comercial demonstrou reduzir a emissão de metano entérico pelos animais, além de promover ganhos de peso superiores e aumento na produtividade. O estudo foi feito pela Embrapa e pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) em uma fazenda em Uberaba (MG).

FAQs

Houve aumento na produtividade dos animais com a aplicação dos protocolos?

Sim, os protocolos CCN e CBC promoveram redução de emissão de metano entérico e aumento na produtividade em relação ao manejo tradicional. O ganho foi de 4% a 8% na produtividade, e de 2% a 5% na redução da emissão de metano entérico.

Como funcionam os protocolos CCN e CBC?

O CCN introduz árvores no sistema de produção (ILPF ou silvipastoril), enquanto o CBC produz animais cujas emissões de metano são mitigadas pelo próprio processo produtivo, através da redução na idade do abate, melhoria da dieta e aumento do estoque de carbono no solo.

Como a propriedade pode se certificar?

Para aderir à certificação, a propriedade deve estar em conformidade com 20 requisitos iniciais. O CCN está disponível na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal desde 2020, e o CBC estará disponível em 2024.

Qual foi o resultado econômico dos sistemas CCN e CBC?

Os sistemas CBC e CCN apresentam menores custos de produção por arroba para o pecuarista em comparação com o manejo tradicional. Os custos foram de R$ 252,44 e R$ 255,48, respectivamente, contra R$ 261,08 do manejo padrão.

Como foram utilizadas as avaliações dos sistemas CBC e CCN?

Os rebanhos dos sistemas CBC e CCN foram avaliados em relação aos indicadores de qualidade da carcaça e da carne. Os resultados demonstraram um bom rendimento de carcaça, presença de gordura desejada pela indústria, bom desenvolvimento muscular e boa relação entre carne, osso e gordura na carcaça.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

A aplicação dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) em uma área comercial demonstrou que os sistemas reduzem em 12% e 15%, respectivamente, a emissão de metano entérico pelos animais durante a fase de recria a pasto.

O metano entérico é um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa, que provoca o aquecimento global. Além desse benefício, os protocolos permitiram ganhos superiores de peso dos animais, entre 2% a 5% em relação ao manejo tradicional.

Essa é a primeira vez que esses protocolos são aplicados em um rebanho de alto padrão genético. O estudo foi realizado pela Embrapa, na Fazenda Experimental Orestes Prata Tibery Jr., em Uberaba (MG), em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

“Comprovamos que a atividade pecuária, com recria a pasto e terminação em confinamento, seguindo as práticas corretas, proporciona a redução das emissões e tem viabilidade. O sistema, no caso da Carne Carbono Neutro, não é capaz de neutralizar todas as emissões, mas a redução é significativa. E o que é muito importante para o pecuarista, o desempenho animal é muito bom”, afirma a pesquisadora da Embrapa Cerrados (DF) Giovana Maciel, responsável pela condução do experimento.

Aumento na produtividade

Considerando as fases de recria e terminação, o uso dos protocolos CCN e CBC promoveu a redução na emissão de metano entérico, de 2% a 5%, e o aumento na produtividade, de 4% a 8%, respectivamente, em relação ao manejo tradicional.

Com esses resultados, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte (MS), Roberto Giolo, ressalta a importância do manejo de pastagem, com a aplicação dos protocolos CCN e CBC, e que mesmo em rebanhos de alto padrão genético se mostrou eficiente, com melhoria na produtividade e redução das emissões de metano entérico no pasto.

As marcas Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) atestam que a produção de bovinos de corte em sistemas pecuários neutraliza ou reduz, respectivamente, a emissão do metano entérico.

A primeira, com introdução obrigatória de árvores no sistema de produção (ILPF ou silvipastoril), considera o carbono sequestrado e armazenado nos troncos e sua utilização como produtos de madeira com valor agregado.

A segunda produz animais cujas emissões de metano foram mitigadas pelo próprio processo produtivo, por meio da redução na idade do abate, da melhoria da dieta e do aumento do estoque de carbono no solo, resultante da adoção de boas práticas agropecuárias envolvendo recuperação e manejo sustentável das pastagens e sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP).

O Protocolo CBC deverá ser disponibilizado ao público na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2024.

Como se certificar?

Experimento-ABCZ_02 produção de carne
Fotos: Giovana Maciel

Para aderir à certificação, a propriedade deverá, já na auditoria inicial, estar em conformidade com os 20 requisitos mínimos obrigatórios para sua implantação, de um total de 67, que serão requeridos progressivamente ao longo de auditorias bienais. O CCN está disponível nessa mesma plataforma desde 2020, à disposição dos pecuaristas interessados.

Ao final de 385 dias de prova, o ganho de peso final do rebanho foi elevado:

  • 346 quilos para os animais na área de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), dentro do protocolo Carne Carbono Neutro;
  • 359 quilos para os animais na área de ILP, no protocolo Carne Baixo Carbono, aos 21,5 meses de idade

Assim, o aumento é de 4,2% e 8,1%, respectivamente, em relação ao rebanho em manejo padrão da ABCZ.

“O maior benefício dos dois protocolos é, sem dúvida, a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, ainda, um aumento no desempenho individual. Apesar de não ter árvores no sistema ILP, o ganho de peso foi ligeiramente superior ao alcançado no sistema ILPF e os dois foram superiores ao rebanho-testemunha que mantivemos nas outras áreas de pastagens da fazenda”, afirma a pesquisadora.

O gerente de melhoramento da ABCZ, Lauro Almeida, conta que, no período em que ocorreram os testes, a média de idade de abate no Brasil ainda era de quatro anos.

“Nesse programa, obtivemos o peso ideal antes de 22 meses, o que mostra que é possível reduzir esse prazo para menos da metade em relação ao que se emprega no país”, complementa.

Da entrada no pasto às avaliações de carcaça

As avaliações dos rebanhos fizeram parte do Programa Zebu Carne de Qualidade (PZCQ), desenvolvido pela ABCZ desde 2020. Na terceira edição da prova, realizada entre 2022 e 2023, foi acrescentada a mensuração da emissão do metano entérico.

Os cálculos foram feitos seguindo a equação desenvolvida pela Rede Pecus, da Embrapa, utilizada para os protocolos CCN e CBC. Para estimar a emissão de metano entérico, são considerados a qualidade da dieta (pasto + ração), a ingestão de alimento e o ganho médio diário dos animais.

Para a prova, foram recebidos 147 animais, todos resultados de cruzamentos entre Nelore e outras raças, adquiridos por sua excelência genética:

  • 32 Brahmanel (Brahman/Nelore);
  • 32 Guzonel (Guzerá/Nelore);
  • 25 Sindinel (Sindi/Nelore);
  • 26 Tabanel (Tabapuã/Nelore)

“Seguimos as diretrizes dos dois protocolos: CCN e CBC. Apenas as etapas que não interferem no sistema de produção, como a rastreabilidade do produto, não foram realizadas”, explica Maciel.

Desses animais, foram selecionados 32, oito de cada cruzamento, e divididos em dois grupos – um para a área de ILPF e outro para a de ILP. A fazenda, com 20,3 hectares de pasto de braquiária brizantha BRS Paiaguás, foi dividida em oito piquetes.

A área de lavoura e pecuária foi implantada com milho para silagem consorciado com capim. Já a área de integração lavoura-pecuária-floresta foi composta por quatro espécies arbóreas: teca, eucalipto, mogno e nim. Os demais animais continuaram nas áreas comuns, seguindo o manejo rotineiro da ABCZ e os dados gerados a partir de seu desempenho foram utilizados para comparação dos resultados.

Os animais entraram no sistema com idade entre seis e oito meses, logo após a desmama. No início da estação seca, em maio de 2022, foram iniciadas as avaliações no pasto, onde ficaram por 280 dias, sendo metade desse tempo no período da seca e, a outra metade, no período das águas.

Após esse período no pasto em recria, os animais seguiram para a etapa de confinamento, com duração de 105 dias. Os bovinos foram alojados em currais de confinamento compostos por cochos eletrônicos e balanças de pesagem. Todo o período do teste durou 385 dias.

Para Almeida, os resultados foram muito positivos: “Os trabalhos científicos da ABCZ mostram ao mundo a eficiência e a sustentabilidade da genética zebuína para a pecuária tropical. Conseguimos bons resultados em uma fazenda eficiente. Esse modelo se mostra viável economicamente e pode ser replicado em todo o Brasil.”

Suplementação da dieta durante a seca

Experimento ABCZ
Foto: Giovana Maciel

O técnico da ABCZ enfatiza que o principal ponto para melhorar a eficiência produtiva da atividade pecuária é um bom planejamento que garanta a suplementação da dieta do rebanho no período da seca.

“O pecuarista tem que trabalhar com a previsão de volumoso para seca, que pode ser silagem de milho, sorgo, cana-de-açúcar ou capim, além de animais com boa genética. Durante os três anos do programa, conseguimos resultados muito positivos. Os criadores podem adotar um manejo na fase de pasto e outro em confinamento para obter 1 kg de ganho de peso por dia, o que já é um excelente resultado”, explica.

Avaliação completa dos sistemas

O Programa Zebu Carne de Qualidade (PZCQ) também contou com a implantação de um sistema de gestão de custos da produção. “Durante os três anos do programa, foi feito o controle dos custos e das receitas, com o intuito de, além do resultado global, obter o resultado econômico, para saber quanto foi o custo por arroba produzida, a receita obtida e, consequentemente, o lucro”, conta Ricardo Brumatti, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), responsável pela atividade.

Na análise, foram computados os seguintes desembolsos:

  • Nutrição animal, entre silagem e suplementos minerais e proteicos;

Os resultados mostram que os sistemas CBC e CCN apresentam menores custos por arroba para o pecuarista, de R$ 252,44 e R$ 255,48, respectivamente, quando comparados ao rebanho-testemunha, com manejo adotado pela ABCZ, com custo de R$ 261,08.

“Essa diferença se deve, basicamente, ao melhor desempenho produtivo do rebanho no CBC, uma vez que os animais foram mais eficientes no uso dos insumos, que foram os mesmos para todos os rebanhos”, informa o professor.

Os animais no regime CCN sentiram mais desconforto térmico na fase de confinamento (com sombreamento artificial) em relação à fase de pasto, pois durante a recria estavam em condição mais favorável em sistema ILPF (com sombreamento das árvores), conforme esclarece Giolo, o que se refletiu no custo de produção e no peso vivo final.

Brumatti destaca a abrangência do programa, visto que engloba a avaliação de diversos aspectos, como da genética, essencialmente zebuína, do sistema produtivo mais intensivo em pequena área, da questão econômica e, agora, da emissão de carbono: “Nós temos um pacote tecnológico com aspectos técnicos e a confrontação econômica muito próxima da realidade do produtor rural”, defende.

Após o abate, os animais foram avaliados em relação aos indicadores de qualidade da carcaça e da carne. Amostras de contrafilé foram analisadas pelo professor Sergio Pflanzer, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA/Unicamp).

Os resultados comprovaram o bom rendimento da carcaça, 56,1% (55% é considerado um bom índice); cobertura de gordura desejada pela indústria; bom desenvolvimento muscular; bom índice para carne aproveitável total, além da idade de abate – todos animais jovens.

A avaliação considerou a quantidade e a qualidade dos produtos. Como indicadores de quantidade, foram utilizados peso vivo do animal sem jejum; peso da carcaça quente; espessura de gordura subcutânea; área do olho do lombo; e carne aproveitável total.

Já em relação à qualidade, os parâmetros se referem à idade de abate do animal, ao acabamento de cobertura, à gordura intramuscular e à maciez.

Emissão de GEE durante a pesquisa

As fases avaliadas com a aplicação dos protocolos foram a recria e a terminação. Entretanto, quando computadas as estimativas de emissões na fase de cria, durante os 595 dias do ciclo de produção, os animais do programa da ABCZ apresentaram uma intensidade de emissão (IE) de 142,36 gramas de metano por quilo de ganho de peso, enquanto no protocolo CCN e no CBC a IE foi de 99% e 97% desse valor, respectivamente. Ou seja, emitiram 1% e 3% menos nesses sistemas.

De modo geral, a média anual de emissão de metano entérico (CH4) dos animais dos três sistemas foi de 46,5 kg ou cerca de 17% abaixo do parâmetro utilizado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), que é de 56 kg de CH4/ano, indicando que todos os sistemas foram eficientes na redução da emissão de metano entérico.

“As emissões foram menores na fase de recria, o que evidencia o uso dos protocolos no manejo do pasto. Depois, na terminação/confinamento, a diferença diminui um pouco. De qualquer forma, nosso foco maior é no pasto (fase de recria), onde ficou bem clara a diferença em favor do uso dos protocolos”, comenta Giolo.

O pesquisador afirma que há potencial de melhoria no desempenho animal e consequente redução das emissões de metano entérico em pasto. “Todavia, é necessário aprimorar o ajuste do pastejo nos últimos ciclos, principalmente para CCN”, informa.

Os próximos passos são os cálculos referentes a carbono no solo e nas árvores, assim como os dados sobre consumo de água.

Acompanhamento econômico

Considerando os custos de produção para os sistemas adotados para produção de carne, sob os protocolos Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono, a maior despesa foi com a nutrição do rebanho. “No entanto, os estudos registraram as oscilações que ocorreram no próprio mercado, tanto dos custos quanto das receitas”, ressalta Brumatti.

Entre a safra de 2020/2021, quando foi iniciado o programa, e a de 2022/2023, houve uma queda no lucro da fazenda. “O melhor resultado foi o da primeira safra, quando estávamos no início da pandemia e os preços ainda estavam estáveis. Na segunda, houve uma pequena queda na receita, mas um incremento muito grande nos custos produtivos; foi o pior momento da pandemia, com os fertilizantes e insumos nutricionais ficando muito caros – um aumento de 26% em relação à safra anterior”, lembra o professor.

Já na terceira safra, os custos se mantiveram quase os mesmos, mas houve uma grande queda no preço da arroba, mais de 21%.

Brumatti destaca que esse resultado foi reflexo do que aconteceu no mercado nesse período: “O preço do boi gordo é dado pelo mercado. Na etapa do abate, o pecuarista está à mercê do mercado e o projeto sentiu a queda do preço da arroba no último ano. O projeto refletiu o que aconteceu com o produtor rural.”

No entanto, ele enfatiza que, por ser muito realista, o programa possibilita testar ferramentas que podem auxiliar os produtores: “É muito importante que os produtores possam analisar o fluxo de caixa, controlar os custos para ajudar nos momentos drásticos e fazer projeções do valor da arroba para calcular a diária do confinamento e saber qual é a receita mínima que ele precisa para cobrir os valores gastos naquela safra. Conseguimos fazer tudo isso durante as etapas da prova da ABCZ”, acrescenta.

Qualidade da carne é garantida

Após o abate, os rebanhos da fazenda Orestes Prata Tibery Jr. foram testados para verificar seu desempenho em relação à qualidade da carcaça e da carne produzidas. O professor da Unicamp conta que o objetivo foi averiguar a qualidade da carcaça que o pecuarista está oferecendo para o frigorífico e da carne que o frigorífico está oferecendo ao consumidor.

“O produtor rural recebe pelo peso da carcaça, então é importante ele saber de quanto será o rendimento do animal após o abate. Já o frigorífico busca carne com maciez, sabor e suculência, que é basicamente o que o mercado valoriza”, observa.

Pflanzer explica que os indicadores utilizados trazem respostas para essas questões. A idade de abate tem relação direta com a maciez da carne. A gordura intramuscular, também conhecida como mármore ou marmoreio, reflete-se também nesse quesito.

Os resultados mostram que os rebanhos tiveram bom rendimento de carcaça, 56,1%, que, segundo o professor da Unicamp, é um ótimo índice; presença de gordura desejada pela indústria; bom desenvolvimento muscular, expresso pela área de olho de lombo; e boa relação entre carne, osso e gordura na carcaça, ou seja, bom índice de carne aproveitável total.

Já em relação à gordura intramuscular e à maciez da carne, os resultados têm relação com a própria genética das raças zebuínas.

“Com os protocolos, conseguimos atestar as aptidões do Nelore para produção de carne e carcaça de maneira eficiente, econômica e sustentável, capaz de atender à demanda nacional e mundial dos frigoríficos por proteína animal. O Brasil é um grande produtor de carne e mostramos que esses animais têm aptidão para fornecer carne a partir de um rebanho com qualidade genética”, conclui.

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