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O Ciclo de Debates “SOS Pecuária Gaúcha – O que fazer agora?” realizado recentemente trouxe à tona questões fundamentais para o desenvolvimento do setor no Rio Grande do Sul. O terceiro painel contou com a participação de renomados profissionais, como o consultor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), professor José Fernando Piva Lobato, e o diretor comercial da GAP Genética, João Paulo Schneider, conhecido como Kaju.
Durante a sua apresentação, o professor Lobato destacou a importância de medidas que deveriam ter sido tomadas anteriormente, uma vez que a pecuária gaúcha tem apresentado uma regressão no seu aproveitamento. Dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação apontam que o número de abates de bovinos diminuiu para apenas 11% no período entre janeiro e setembro deste ano. Considerando os bezerros que partiram em navios e os animais que foram para outros estados, o índice de aproveitamento atinge apenas 12,2%. O professor ressalta que esse ritmo atual não permite uma pecuária sustentável.
Lobato ressaltou a evolução que tem sido alcançada na pecuária gaúcha, principalmente por meio de programas de melhoramento genético animal. No entanto, enfatizou a importância de analisar as particularidades de cada propriedade e agir de acordo com as necessidades específicas de cada situação. Ele defendeu a adoção da pecuária de precisão, valorizando a criação de um produto que esteja em harmonia com o meio ambiente e que seja focado na produtividade e qualidade.
Para melhorar a produtividade na pecuária, o consultor Farsul destacou a importância de oferecer uma maior oferta e reservas de forragem, além de buscar uma melhor digestibilidade da forragem conforme a categoria animal. Ele também ressaltou a necessidade de uma seleção genética que seja capaz de adaptar os animais às diferentes condições de solo e clima do estado, incluindo a resistência aos carrapatos. O Rio Grande do Sul possui 75 tipos de solos diferentes e dois climas subtropicais úmidos, o que requer uma atenção especial para garantir a produtividade do rebanho.
Em seguida, o diretor comercial da GAP Genética, Kaju, defendeu uma revolução dentro do setor, com o aumento da produtividade. Ele ressaltou que o Rio Grande do Sul é um lugar especial e que é necessário adotar técnicas que sejam capazes de adaptar o ambiente à pecuária produtiva. Além disso, Kaju destacou a importância da organização e estruturação da cadeia produtiva, enfatizando que é essencial intensificar os investimentos para superar os desafios enfrentados pelos pecuaristas. Ele mencionou a criação do Instituto da Carne como uma medida importante para unir os interesses do setor e buscar apoio profissional e financeiro.
Para superar os desafios enfrentados pela pecuária gaúcha, é importante fortalecer a representação política, a comunicação e o associativismo. Mostrar ao consumidor que o produto pecuário é ambientalmente correto e diferenciado é fundamental para expandir os mercados e garantir o desenvolvimento sustentável do setor. Um Instituto que defenda os interesses dos pecuaristas é essencial para garantir a solidariedade e o apoio necessário para superar os desafios.
Em conclusão, o Ciclo de Debates “SOS Pecuária Gaúcha – O que fazer agora?” trouxe à tona questões cruciais para o desenvolvimento da pecuária no Rio Grande do Sul. É fundamental buscar soluções que promovam a sustentabilidade, a produtividade e a qualidade, levando em consideração as especificidades de cada propriedade. Fortalecer a representação política e o associativismo, além de buscar apoio profissional, são medidas que podem contribuir para superar os desafios enfrentados pelo setor.
Perguntas com respostas:
1. Quais foram os palestrantes do terceiro painel do Ciclo de Debates “SOS Pecuária Gaúcha – O que fazer agora?”
Resposta: O consultor da Farsul, professor José Fernando Piva Lobato, e o diretor comercial da GAP Genética, João Paulo Schneider, conhecido como Kaju.
2. Qual foi a principal questão abordada pelo professor Lobato em sua apresentação?
Resposta: O aproveitamento da pecuária gaúcha e a necessidade de medidas para garantir sua sustentabilidade.
3. Quais foram as principais recomendações do professor Lobato para o desenvolvimento da pecuária no Rio Grande do Sul?
Resposta: Analisar as particularidades de cada propriedade, praticar a pecuária de precisão e buscar o melhoramento genético animal.
4. Como o consultor Farsul citou que é possível melhorar a produtividade na pecuária?
Resposta: Aumentando a oferta e reservas de forragem, buscando maior digestibilidade da forragem para cada categoria animal e selecionando animais com maior adaptabilidade aos solos e climas adversos.
5. Quais são as medidas defendidas por Kaju para a pecuária gaúcha?
Resposta: Adotar técnicas para adaptar o ambiente à pecuária produtiva e fortalecer a organização e estruturação da cadeia produtiva, incluindo a criação do Instituto da Carne.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
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O Ciclo de Debates “SOS Pecuária Gaúcha – O que fazer agora?” realizou na última quinta-feira, 21 de setembro, seu terceiro painel, dentro do projeto Prosa de Pecuária, tradicional live do Instituto Desenvolvimento Pecuária que chega à sua 29ª edição e é transmitida pelo canal da entidade no YouTube. Os palestrantes foram o consultor da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), professor José Fernando Piva Lobato, e o diretor comercial da GAP Genética, João Paulo Schneider, conhecido como Kaju.
Abrindo a palestra, o professor Lobato afirmou que o SOS para a pecuária deveria ter chegado mais cedo porque a aproveitamento do Rio Grande do Sul regrediu, chegando a 11% segundo dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, em relação à o número de abates de bovinos no período entre 1º de janeiro e 14 de setembro deste ano. “Se incluirmos os bezerros que partiram em navios e os animais que foram para outros estados, o índice de aproveitamento chega a 12,2%. Se dividirmos isto por oito meses e meio e multiplicarmos por 12 meses, voltaremos aos 17% como entre 2018 e 2021”, notou, afirmando que a colheita em 2022, com base na população bovina declarada pelos produtores, foi de 16 7%. Ele destacou que com o atual ritmo de aproveitamento não há pecuária sustentável.
Lobato lembrou que houve evolução na pecuária gaúcha, citando programas de melhoramento genético animal, mas disse que é preciso olhar para cada propriedade, analisar o que precisa ser feito e agir dentro de cada situação. Para os próximos 50 anos, o professor falou da necessidade de olhar para toda a propriedade e praticar a pecuária de precisão nas diferentes categorias do rebanho, dentro do seu ambiente. “Vamos valorizar a criação de um produto em que possamos associá-lo ao meio ambiente do Bioma Pampa e valorizá-lo, mas com produtividade, não com fome ou seca”, aconselhou, enfatizando para quem vai para a pecuária a importância de ter melhoramento genético animal com conteúdo, usufruir de cruzamentos, segurança alimentar do consumidor, certificação e rastreabilidade, e expansão de mercados.
Sobre como melhorar a produtividade, o consultor Farsul citou maior oferta e reservas de forragem, maior digestibilidade da forragem por categoria animal e maior conteúdo genético das vacas para maior adaptação aos piores solos e climas que o Estado possui, além da resistência aos carrapatos. Ele comentou que o Rio Grande do Sul possui 75 solos diferentes e é classificado internacionalmente como tendo dois climas subtropicais úmidos, com as habituais secas no verão.
O diretor comercial da GAP Genética falou em seguida e defendeu uma revolução dentro do portão com aumento de produtividade que, segundo ele, está em níveis baixos, muitas vezes motivada por atrasos tecnológicos e problemas climáticos que não são os mesmos enfrentados pelo Brasil Central. Kaju afirmou que o Rio Grande do Sul é um lugar especial e que pode ser necessário adotar algumas técnicas para tentar adaptar o ambiente à pecuária produtiva. Ele também afirmou que outra revolução seria em termos de estruturação. “O problema estrutural vem de uma certa desorganização da nossa cadeia produtiva. Nós, pecuaristas, estamos fragilizados pelo nosso tamanho, com redução de propriedades, o que torna ainda mais necessária a intensificação dos investimentos”, destacou.
Segundo Kaju, o SOS Pecuária envolve a criação do Instituto da Carne. “Precisamos nos unir para que alguém de forma mais associativa olhe para os nossos interesses. Precisamos de ajuda profissional e financiamento”, enfatizou ela, destacando que a pecuária no Rio Grande do Sul sofre e precisa de solidariedade. “A solução para a pecuária no Rio Grande do Sul é ter representação política, comunicação e associativismo. Precisamos mostrar que nosso produto é ambientalmente correto, diferenciado, e por isso é importante ter um Instituto que defenda os pecuaristas”, finalizou.
O próximo painel do Ciclo de Debates “SOS Pecuária Gaúcha – O que fazer agora?, que encerrará esta iniciativa, acontecerá na próxima segunda-feira, dia 25, às 19h, com a participação do economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, e o presidente do Instituto Desenvolvimento Pecuário, Luis Felipe Barros.