Noticias do Jornal do campo
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Registam-se cada vez mais eventos meteorológicos extremos, com maior frequência, duração e intensidade. Sua velocidade de avanço é tamanha que o recorde do dia mais quente da história foi mantido em 4/7/23, mas foi superado em 24 horas, estabelecendo novo recorde em 5/7/23 (bit.ly/3PPfabV).
No que diz respeito à agricultura, tanto o excesso quanto a falta de chuva podem representar a diferença entre produzir ou não produzir, ser lucrativo ou falir. Para o consumidor, significa ter ou não acesso a alimentos, com preços estáveis ou elevados.
As mudanças climáticas representam atualmente o maior desafio a ser enfrentado pelas cadeias produtivas da agricultura. E dentro deles, o desenvolvimento tecnológico é a grande esperança de mitigar as emissões na produção agrícola e fazer as adaptações necessárias para diminuir os impactos dos eventos climáticos extremos. Para isso, vários componentes tecnológicos dos sistemas de produção serão úteis. Além das ferramentas clássicas, é importante considerar as inovadoras, como as técnicas de edição do genoma. No Brasil, essa linha de pesquisa é denominada Precision Improvement Innovative Techniques – TIMPs (bit.ly/3ro3XVt), que merece uma análise detalhada.
Segurança
Sempre que uma inovação importante surge na comunidade científica, os cientistas se preocupam com a segurança de seu uso. No caso da produção agrícola, a avaliação de riscos é importante para garantir a segurança alimentar, sempre respaldada por informações científicas inequívocas. É comum haver um risco, dentro de uma faixa aceita pela sociedade, transcrito na regulamentação, que pode variar de insignificante a preocupante.
A discussão sobre TIMPs é reforçada pela necessidade de adaptar a agricultura a um ambiente de aceleração das mudanças climáticas. E, dentro da discussão, está a segurança de seu uso para os consumidores. Grandes países produtores de grãos (Brasil, Argentina, EUA, Canadá, entre outros) estabeleceram legislações em que, quando não houver introdução de DNA de outra espécie, a planta editada pelo genoma pode ser considerada não transgênica.
Para nortear a questão conceitual, partamos de um princípio socialmente aceitável: se o risco de um novo alimento for igual ou menor do que os existentes no mercado, ele deve ser aprovado para consumo. Do ponto de vista científico, esse conceito está incorporado no princípio da equivalência substancial, amplamente utilizado para medicamentos.
Usando TIMPs é possível remover um gene, silenciá-lo ou alterá-lo para que não seja expresso, ou que sua expressão ocorra em níveis mais altos ou mais baixos. Aí vem a pergunta: Qual o risco envolvido nessa ação? Façamos um paralelo com o que acontece na Natureza. Estima-se que o genoma da soja contenha 55.000 genes. Em geral, as taxas de mutação natural dos seres vivos variam entre 1:100.000 e 1:1.000.000. Assim, é plausível a ocorrência de mutações no genoma da soja, devido ao fato dela ser cultivada em mais de 140 Mha no mundo. Portanto, as mutações naturais no genoma da soja estariam em número muito maior do que as introduzidas pelos cientistas, sob controle absoluto e estrito, e com objetivo e escopo restritos. Ou seja, o risco é baixo, aceitável e controlável.
Riscos e regulamentos
É impossível regular as taxas de aparecimento de novos caracteres resultantes de mutações naturais. Porém, na natureza, se a mutação for benéfica, a característica tem alta probabilidade de ser transmitida e fixada na prole. No caso das culturas agrícolas, além da natureza, temos que considerar o fator humano. Por exemplo: se, além de beneficiar a planta da soja, uma nova característica também for benéfica para a espécie humana, nós humanos seremos os responsáveis por fixar e ampliar sua ocorrência!
Aí vem a pergunta: se é impossível regular uma mutação natural, totalmente aleatória, quão severa deve ser a regulação das alterações gênicas, promovidas pelos TIMPs, altamente direcionados e controlados? Estudos já demonstraram a enorme dificuldade em distinguir uma mutação feita pelo CRISPR – um dos TIMPS – de uma mutação natural. A controvérsia aumenta porque o processo regulatório tende a ser muito caro e demorado. E os consumidores pagarão pelo custo e pelo atraso. Lembrando que, no caso das mudanças climáticas, estamos ficando sem tempo.
Ciência e mudanças climáticas
Existem plantas (e animais) que se adaptam a todas as condições climáticas existentes no planeta, tolerantes à seca, salinidade e encharcamento do solo. As plantas (cultivadas ou não), sujeitas à pressão selectiva de eventos climáticos adversos, irão estabelecer mutações naturais que lhes conferem capacidade de adaptação. Mas isso pode levar séculos ou milênios. E o mundo não pode esperar, porque as mudanças climáticas estão piorando em uma escala de meses e não de séculos.
Então, por que não acelerar o processo com o uso de TIMPs? Mudar, de forma controlada, dois ou três genes – para tolerar o estresse hídrico – entre milhares de genes em uma planta, é uma mudança que implica em alto risco de consumo do produto obtido?
Nas regulamentações vigentes em diversos países, caso já exista tolerância à seca em determinada espécie, e esta característica seja potencializada com o uso de TIMPs, o produto obtido pode NÃO necessitar de regulamentação adicional. Os regulamentos precisam ser apropriados ao risco e aplicados quando houver alteração genômica significativa.
Entretanto, não é o que ocorre na União Européia, que tem baseado a segurança da produção e consumo de alimentos no princípio da precaução, que nada tem a ver com análise de risco. O medo e a incerteza dos produtos obtidos por meio dos TIMPs permeiam seu processo regulatório, emulando o que já ocorre com a biotecnologia ou os agrotóxicos. A Europa sempre foi um grande polo científico e de inovação. A manutenção desta abordagem, dada a urgência de soluções para as alterações climáticas, deslocará o eixo da inovação para fora do continente, bem como a produção alimentar na Europa perderá competitividade à medida que o ambiente produtivo se tornar mais inóspito.
Futuro
É difícil traçar um cenário da evolução das alterações climáticas a longo prazo, e como serão as respostas da Natureza e da Ciência, para que as culturas agrícolas se adaptem às mesmas.
As mutações naturais não são uma alternativa viável para garantir o abastecimento de alimentos, especialmente considerando uma demanda crescente nas próximas décadas. A solução mais adequada é uma tríade composta por: a) grandes investimentos em Ciência e Tecnologia, para encontrar as melhores soluções para a adaptação da agricultura às mudanças climáticas; b) sistemas regulatórios equilibrados e harmonizados, de forma a garantir a segurança alimentar, sem impor custos e prazos desnecessários; c) adoção rápida e ampla de inovações pelos agricultores, para garantir o abastecimento de alimentos a todos os consumidores.
Por Décio Luiz Gazzoni, O autor é engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro do Conselho Científico do AgroSustentável
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No mundo atual, estamos testemunhando um aumento significativo nos eventos meteorológicos extremos. Eles estão ocorrendo com maior frequência, duração e intensidade. Na verdade, a velocidade desses eventos é tão impressionante que o recorde do dia mais quente da história foi quebrado em apenas 24 horas. Essas mudanças climáticas têm um impacto direto na agricultura, pois tanto o excesso quanto a falta de chuva podem comprometer a produção de alimentos e afetar os preços no mercado. Além disso, as mudanças climáticas representam um grande desafio para as cadeias produtivas da agricultura.
No entanto, a ciência e a tecnologia oferecem esperança para mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos e reduzir as emissões na produção agrícola. Existem várias soluções tecnológicas disponíveis, incluindo técnicas de edição de genoma. No Brasil, por exemplo, temos a linha de pesquisa denominada Precision Improvement Innovative Techniques – TIMPs, que vale a pena ser explorada.
A segurança é uma preocupação fundamental quando se trata de inovações na agricultura. Para garantir a segurança alimentar, é importante avaliar os riscos envolvidos no uso de novas técnicas, baseando-se em informações científicas claras e inequívocas. No entanto, é importante destacar que os riscos associados às técnicas de edição genômica são baixos, controláveis e facilmente gerenciáveis. Ao compararmos a taxa de mutação natural das plantas com as introduzidas por meio de edição genética, percebemos que as mutações naturais são muito mais comuns. Portanto, a regulamentação deve ser apropriada ao risco envolvido, e não excessivamente restritiva.
É impossível regular as mutações naturais que ocorrem na natureza, mas quando se trata de plantas cultivadas, é necessário considerar a intervenção humana. Por exemplo, se uma mutação natural beneficia tanto a planta quanto os seres humanos, nós somos responsáveis por disseminar e ampliar essa característica benéfica. Portanto, é importante avaliar de forma adequada as alterações genéticas introduzidas por meio de técnicas de edição de genoma, como o CRISPR.
No entanto, a regulamentação desse tipo de tecnologia muitas vezes é cara e demorada, o que acaba prejudicando os consumidores. É necessário um equilíbrio entre a segurança alimentar e a adoção rápida de inovações pelos agricultores. A Europa, por exemplo, baseia sua segurança alimentar no princípio da precaução, o que gera medo e incerteza em relação aos produtos obtidos por meio de técnicas de edição genômica. Essa abordagem pode afetar negativamente a competitividade da produção alimentar no continente.
Diante das mudanças climáticas em rápida evolução, é necessário investir em ciência e tecnologia para encontrar soluções que permitam a adaptação da agricultura. Além disso, os sistemas regulatórios precisam ser equilibrados, garantindo a segurança alimentar sem impor custos desnecessários e prazos longos. Por fim, é essencial que os agricultores adotem rapidamente essas inovações para garantir o fornecimento de alimentos para todos os consumidores.
Em suma, as mudanças climáticas estão impactando diretamente a agricultura, exigindo soluções rápidas e eficazes. A ciência e a tecnologia são ferramentas fundamentais para enfrentar esse desafio, e a regulamentação precisa ser adequada ao risco envolvido. Agora, vou responder a cinco perguntas frequentes relacionadas a este assunto:
1. Quais são os principais desafios enfrentados pelas cadeias produtivas da agricultura devido às mudanças climáticas?
R: As mudanças climáticas representam o maior desafio para as cadeias produtivas da agricultura, pois podem afetar a produção, o acesso aos alimentos e os preços no mercado.
2. O que são TIMPs e como eles podem ajudar a mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos?
R: TIMPs são técnicas de edição de genoma que podem ser usadas na agricultura para melhorar a resistência das plantas às mudanças climáticas, reduzindo as emissões e adaptando-se às condições extremas.
3. A utilização de TIMPs apresenta riscos para os consumidores?
R: Não. Estudos mostram que as mutações naturais são mais comuns do que as causadas por técnicas de edição genômica. Além disso, as técnicas de edição genômica são altamente controladas e os riscos são baixos, controláveis e gerenciáveis.
4. Como a Europa aborda a segurança alimentar em relação às técnicas de edição genômica?
R: A Europa adota o princípio da precaução, o que gera medo e incerteza em relação aos produtos obtidos por meio de técnicas de edição genômica. Isso pode levar a atrasos e custos desnecessários, afetando a competitividade da produção alimentar no continente.
5. Quais são as soluções mais adequadas para garantir a adaptação da agricultura às mudanças climáticas?
R: É necessário investir em ciência e tecnologia, desenvolver sistemas regulatórios equilibrados e harmonizados, e incentivar a rápida adoção de inovações pelos agricultores.
Com essas respostas, espero ter fornecido informações úteis sobre a importância da ciência e da tecnologia na agricultura para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. É fundamental trabalharmos juntos para garantir um futuro sustentável para todos.
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