As abelhas africanizadas são úteis e perigosas
As abelhas africanizadas são úteis e perigosas

Dependendo de quão sensível a pessoa é, se é alérgica à toxina de abelha, o número de picadas e o volume de toxina injetada.

Costuma-se dizer que as abelhas são agressivas, mas na realidade são defensivas.

As abelhas africanizadas se defendem picando o agressor quando sentem que alguém está ameaçando sua sobrevivência ou a integridade de suas colônias.

Em humanos, quando há uma agressão ao organismo, com a presença de uma substância exógena, o sistema imunológico é ativado, como forma de proteção, para evitar danos e até salvar vidas.

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A reação do corpo à picada varia desde uma pequena inflamação com eritema, vermelhidão e coceira no local da picada, até sintomas muito graves, como parada respiratória e problemas cardíacos.

Nos casos mais graves, os principais sintomas são uma sensação generalizada de mal-estar, formigueiro, tonturas, comichão e urticária.

Há inchaço dos lábios e da língua, seguido de obstrução das vias aéreas, com dificuldade para respirar, taquicardia, queda de pressão e sudorese intensa.

Outros sintomas incluem dispneia, sibilos, estridor, disartria, disfonia, astenia, confusão, sensação de morte iminente, cianose, incontinência esfincteriana, até perda de consciência, anafilaxia e colapso de órgãos.

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As abelhas injetam entre 50-100 µg de veneno por picada, chegando a 300 µg, que é o conteúdo máximo do saco de veneno.

O veneno de abelha consiste em peptídeos, uma mistura complexa de aminas biogênicas e proteínas de alto peso molecular, principalmente enzimas.

A melitina é o principal componente do veneno de abelha, representando até 50% do peso do veneno seco.

É composto por 26 aminoácidos e pode causar a destruição de glóbulos vermelhos, leucócitos e hepatócitos.

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O alérgeno mais importante é a fosfolipase A2, uma glicoproteína composta por 134 aminoácidos, cuja atividade está relacionada à degradação da membrana.

Outro alérgeno é a hialuronidase, que hidrolisa o ácido hialurônico e facilita a difusão do veneno pelo tecido conjuntivo.

O sistema imunológico reage a qualquer substância estranha injetada no corpo, que pode vir da saliva, veneno, anticoagulantes ou toxinas.

Pode parecer contraditório que o sistema de defesa do organismo seja responsável por uma reação que pode causar problemas tão graves.

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No entanto, a resposta imune é uma característica com diferenças entre os organismos, e a intensidade da reação pode variar de leve a muito intensa.

Quando a toxina da abelha é injetada em um organismo, os mastócitos – que são células que compõem o sistema imunológico – produzem anticorpos para neutralizar a toxina.

Quando os anticorpos entram em contato com a toxina, ocorrem reações químicas, com liberação concomitante de histamina dos mastócitos.

A histamina é responsável por aumentar a circulação sanguínea, o que explica os primeiros sintomas, como vermelhidão, inchaço e coceira.

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O problema ocorre em organismos supersensíveis, o que desencadeia os sintomas graves descritos acima que, em casos extremos, podem levar à morte.

Segundo as estatísticas, cerca de 70 pessoas morrem a cada ano nos EUA como resultado de picadas de abelha.

No Brasil, segundo o SINITOX do Ministério da Saúde, os acidentes com animais peçonhentos – que incluem as abelhas – representam a segunda causa de acidentes toxicológicos, logo abaixo dos medicamentos, mas não há referência específica sobre o número de intoxicações causadas por abelhas.

O primeiro cuidado é sempre ficar longe de locais onde haja abelhas, evitando tocá-las ou realizar qualquer ação que possa ser interpretada como ameaça a uma abelha isolada ou a uma colônia.

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Ao observar o ataque, se o ferrão ainda estiver preso à pele, é importante retirá-lo imediatamente, para impedir a instilação de toxinas.

Quando aparecem os primeiros sintomas que vão além da dor ou inchaço local, e principalmente se a pessoa picada for alérgica ou tiver histórico de reações a picadas de abelha, ela deve ser encaminhada com urgência para um hospital, onde receberá o tratamento adequado.

A retirada de colônias de abelhas localizadas em locais públicos ou residências deve ser realizada por profissionais devidamente treinados e protegidos com EPIs específicos para lidar com abelhas.

As principais recomendações para prevenir acidentes com abelhas incluem:

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a. Mantenha distância das colônias de abelhas africanizadas;

b. Se a abordagem for necessária, a pessoa deve estar protegida com roupas e equipamentos adequados (macacões, luvas, máscara, botas, fumigador, etc.);

ç. Não circule e, principalmente, não faça movimentos bruscos, na trajetória de voo das abelhas;

d. Na proximidade das abelhas, evite ruídos irritantes (tratores, ceifadeiras, motores barulhentos), use perfumes ou desodorantes, apresente odor de suor humano e use cores escuras (principalmente preto e azul marinho), pois essas ações estão associadas ao ataque das abelhas .

As abelhas são muito úteis, tanto por seus produtos – mel, cera, própolis – quanto pelo serviço ecossistêmico de polinização, que favorece tanto as plantações quanto a vida selvagem.

Mas, como todos os seres vivos, eles possuem mecanismos para proteger sua própria vida e a de sua comunidade, razão pela qual devem ser respeitadas regras básicas para evitar acidentes com eles.

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