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Agricultores enfrentam dilema intrigante

O desafio dos produtores rurais

Na economia atual, muitos produtores rurais enfrentam o desafio de aumentar sua produtividade e eficiência, mas sem conseguir garantir sua sustentabilidade financeira a longo prazo. Essa sensação de “correr para continuar no mesmo lugar” é familiar para quem atua no setor agrícola, independentemente do tipo de cultura trabalhada.

A teoria do “efeito esteira”

Um modelo econômico desenvolvido nas décadas de 1940 e 1950, conhecido como “efeito esteira”, explora essa realidade enfrentada pelos agricultores. Segundo essa teoria, os produtores investem em melhorias e tecnologias, aumentando sua produtividade e oferta de produtos. No entanto, esse aumento de oferta leva a uma queda nos preços, resultando em margens de lucro diminuídas e, eventualmente, forçando alguns produtores a saírem do mercado.

A dinâmica do sistema agrícola

Com base na classificação dos agricultores em três grupos distintos, conforme sua aversão ao risco, o modelo prevê um ciclo em que a adoção de tecnologias pelos pioneiros leva os demais a seguir o mesmo caminho. Esse processo gera um aumento de produtividade e oferta, impactando os preços e as margens de lucro no mercado.

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Desenvolvimento

O modelo prevê a classificação dos agricultores/pecuaristas em três grupos distintos, conforme seu grau de aversão a risco (risco e inovação andam no mesmo sentido na economia). No primeiro, encontram-se os mais modernos, abertos ao risco e dispostos a adotar novas tecnologias. Do segundo grupo fazem parte os agricultores que são mais cautelosos para tomar a decisão para inovar, esperando os resultados do grupo mais moderno. O terceiro grupo é constituído pelos agricultores que, por ausência de capital humano ou por falta de recursos para investir ou mesmo questão comportamentais de aversão a risco, não fazem uso da mesma.

Progresso Tecnológico e Aumento de Produtividade

Partindo-se de uma posição de equilíbrio, a dinâmica do sistema será dada pela adoção de tecnologia por parte dos agricultores com adoção pioneira. O segundo grupo, formado por agricultores mais cautelosos, vendo os ganhos produtivos e em redução de custos médios com adoção de tecnologia pelos pioneiros, também irá adotar as tecnologias. Essa adoção de tecnologias, vai gerando aumento de produtividade, e esse aumento de produtividade, leva progressivamente ao aumento de oferta agregada (mais produção disponível ao consumidor).  

Efeito Esteira e Impacto nos Preços

Mantida a demanda constante de alimentos (nesse nosso exemplo), os preços passam a cair em decorrência da maior oferta de produto. Chegamos a um novo ponto de equilíbrio, com a queda do preço, a margem de lucro volta a ser zero – equilíbrio de mercado que opera em concorrência perfeita, tanto para o grupo moderno quanto para o intermediário. Por outro lado, os produtores mais atrasados, na medida em que não fizeram uso da nova tecnologia, mantêm seu custo unitário no mesmo nível da situação inicial. Não conseguem, assim, cobrir seus custos de produção, uma vez que o nível de preços baixa. Ao longo do tempo, são forçados a deixar a atividade.  

Desafios e Estratégias de Enfrentamento

O exemplo acima mostra o desafio em atuar nesse setor e o conflito que existe entre a lavoura (nível microeconômico) e o agregado do país (macroeconômico). O produtor rural “corre” no campo para sair do lugar e aumentar a produtividade, mas essa corrida, gera mais oferta e pressão baixista. Esses são fatores incontroláveis do ponto de vista do produtor, mas reforçam a importância da abertura de mercados. O arroz é um exemplo, em que a ajuda para o produtor “sair do lugar” estão vindo da organização do setor, com busca de aumento da exportação e alternativas de culturas para reduzir a pressão baixista de um excesso de oferta.

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Conclusão: Entendendo o “efeito esteira” na produção agrícola

Diante do cenário apresentado, fica evidente a complexidade envolvida na produção agrícola e os desafios enfrentados pelos produtores rurais. O modelo do “efeito esteira” mostra como o investimento em tecnologia e aumento da produtividade pode, paradoxalmente, levar a uma margem de lucro cada vez mais reduzida, impactando diretamente a sustentabilidade financeira dos agricultores.

Necessidade de busca por alternativas

Diante desse cenário, é fundamental que os produtores busquem alternativas para contornar o “efeito esteira” e garantir a viabilidade de seus negócios a longo prazo. Isso pode envolver a diversificação de culturas, a busca por novos mercados e a adoção de práticas mais sustentáveis e eficientes.

Desafios e oportunidades no setor agrícola

O exemplo do arroz ilustra perfeitamente os desafios enfrentados pelos produtores rurais, mas também aponta para as oportunidades de crescimento e desenvolvimento do setor. Com planejamento estratégico e inovação, é possível superar os obstáculos e alcançar um equilíbrio sustentável entre produção, lucratividade e impacto ambiental.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Análise do efeito esteira na atividade agrícola

“Aqui, você vê, é necessário correr o mais rápido que você puder para continuar no mesmo lugar.” Essa é uma frase da Rainha Vermelha, uma personagem fictícia de um livro do Lewis Carroll chamado “Alice do outro lado do espelho” (sim, o mesmo que escreveu Alice no País das Maravilhas). Na história, Alice termina percebendo que ela está correndo cada vez mais rápido, mas sem conseguir sair do lugar.

Essa talvez seja uma sensação que muitos produtores rurais já passaram em diversos setores (arroz, soja, leite, suínos, frutíferas, bovinos) alguma vez na vida. Fazer o melhor, em termos de manejo, gestão operacional e tomada de decisões comerciais no negócio, tendo uma boa produtividade, mas não conseguir prosperar financeiramente durante alguns períodos ou ciclos produtivos.

Vou recorrer à economia, e suas teorias, para explicar a sensação vivida por muitos produtores. Cochrane (1993) faz uso de um modelo desenvolvido nos anos 1940 e 1950, com o intuito de entender o crescimento da oferta agrícola nos Estados Unidos da América. Com base na teoria formulada por Schumpeter (1936), o autor procurou explicar o aumento persistente da produtividade observada naquele país, no setor agropecuário. O modelo foi por ele batizado de treadmill ou “efeito esteira”, no qual o agricultor investe na atividade sem, entretanto, no longo prazo, gerar acréscimos significativos em lucratividade. Como assim?

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O modelo prevê a classificação dos agricultores/pecuaristas em três grupos distintos, conforme seu grau de aversão a risco (risco e inovação andam no mesmo sentido na economia). No primeiro, encontram-se os mais modernos, abertos ao risco e dispostos a adotar novas tecnologias. Do segundo grupo fazem parte os agricultores que são mais cautelosos para tomar a decisão para inovar, esperando os resultados do grupo mais moderno. O terceiro grupo é constituído pelos agricultores que, por ausência de capital humano ou por falta de recursos para investir ou mesmo questão comportamentais de aversão a risco, não fazem uso da mesma.

Perguntas frequentes sobre o efeito esteira na atividade agrícola

1. Como o modelo do “efeito esteira” afeta a produtividade dos agricultores?

O modelo prevê que, mesmo investindo em tecnologia e aumentando a produtividade, os agricultores podem não gerar acréscimos significativos em lucratividade no longo prazo devido ao aumento da oferta agregada.

2. Quais são os grupos de agricultores mencionados no modelo do “efeito esteira”?

O modelo classifica os agricultores em três grupos: os mais modernos e abertos ao risco, os mais cautelosos que esperam os resultados do grupo moderno, e os que por diversas razões não adotam novas tecnologias.

3. Como a dinâmica do sistema é influenciada pela adoção de tecnologia pelos agricultores?

A adoção de tecnologia pelos pioneiros leva à redução dos custos médios e aumento da produtividade, gerando uma maior oferta de produto e consequente queda de preços.

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4. Qual é a conclusão principal do modelo do “efeito esteira”?

Os agricultores precisam constantemente investir para se manterem na produção, mas seus lucros tendem a zero no longo prazo, impactando principalmente aqueles que não adotam novas tecnologias.

5. Como os produtores rurais podem lidar com o “efeito esteira” na atividade agrícola?

Uma das formas de lidar com o efeito esteira é buscar alternativas de mercado, como a exportação e diversificação de culturas, para reduzir a pressão baixista da oferta excessiva e buscar maior lucratividade.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

“Aqui, você vê, é necessário correr o mais rápido que você puder para continuar no mesmo lugar.” Essa é uma frase da Rainha Vermelha, uma personagem fictícia de um livro do Lewis Carroll chamado “Alice do outro lado do espelho” (sim, o mesmo que escreveu Alice no País das Maravilhas). Na história, Alice termina percebendo que ela está correndo cada vez mais rápido, mas sem conseguir sair do lugar.

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Essa talvez seja uma sensação que muitos produtores rurais já passaram em diversos setores (arroz, soja, leite, suínos, frutíferas, bovinos) alguma vez na vida.  Fazer o melhor, em termos de manejo, gestão operacional e tomada de decisões comerciais no negócio, tendo uma boa produtividade, mas não conseguir prosperar financeiramente durante alguns períodos ou ciclos produtivos.

Vou recorrer à economia, e suas teorias, para explicar a sensação vivida por muitos produtores. Cochrane (1993) faz uso de um modelo desenvolvido nos anos 1940 e 1950, com o intuito de entender o crescimento da oferta agrícola nos Estados Unidos da América. Com base na teoria formulada por Schumpeter (1936), o autor procurou explicar o aumento persistente da produtividade observada naquele país, no setor agropecuário. O modelo foi por ele batizado de treadmill ou “efeito esteira”, no qual o agricultor investe na atividade sem, entretanto, no longo prazo, gerar acréscimos significativos em lucratividade. Como assim?

O modelo prevê a classificação dos agricultores/pecuaristas em três grupos distintos, conforme seu grau de aversão a risco (risco e inovação andam no mesmo sentido na economia). No primeiro, encontram-se os mais modernos, abertos ao risco e dispostos a adotar novas tecnologias. Do segundo grupo fazem parte os agricultores que são mais cautelosos para tomar a decisão para inovar, esperando os resultados do grupo mais moderno. O terceiro grupo é constituído pelos agricultores que, por ausência de capital humano ou por falta de recursos para investir ou mesmo questão comportamentais de aversão a risco, não fazem uso da mesma.

Partindo-se de uma posição de equilíbrio, a dinâmica do sistema será dada pela adoção de tecnologia por parte dos agricultores com adoção pioneira. O segundo grupo, formado por agricultores mais cautelosos, vendo os ganhos produtivos e em redução de custos médios com adoção de tecnologia pelos pioneiros, também irá adotar as tecnologias. Essa adoção de tecnologias, vai gerando aumento de produtividade, e esse aumento de produtividade, leva progressivamente ao aumento de oferta agregada (mais produção disponível ao consumidor).  

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Mantida a demanda constante de alimentos (nesse nosso exemplo), os preços passam a cair em decorrência da maior oferta de produto. Chegamos a um novo ponto de equilíbrio, com a queda do preço, a margem de lucro volta a ser zero – equilíbrio de mercado que opera em concorrência perfeita, tanto para o grupo moderno quanto para o intermediário. Por outro lado, os produtores mais atrasados, na medida em que não fizeram uso da nova tecnologia, mantêm seu custo unitário no mesmo nível da situação inicial. Não conseguem, assim, cobrir seus custos de produção, uma vez que o nível de preços baixa. Ao longo do tempo, são forçados a deixar a atividade.  

O modelo acima gera à seguinte conclusão:  Os agricultores terão sempre que investir para se manterem na produção e seus lucros sempre tendem a zero. Os produtores investem, mas permanecem no mesmo lugar. No longo prazo, os únicos ganhadores desse processo serão os consumidores e os perdedores serão aqueles que foram expulsos da produção.

Na cadeia produtiva do arroz observamos esse “efeito esteira” durante muitos anos. Os produtores fizeram um ótimo trabalho, aumentaram a produtividade, aumentando a oferta agregada, o que pressionou os preços, e reduziu a margem novamente (mesmo com novo patamar produtivo). Muitos produtores deixaram a atividade, o que fez com que os preços tivessem elevação (além de outros fatores externos (como exportação), redução da produção nos principais países, outras culturas substitutas).  

O exemplo acima mostra o desafio em atuar nesse setor e o conflito que existe entre a lavoura (nível microeconômico) e o agregado do país (macroeconômico). O produtor rural “corre” no campo para sair do lugar e aumentar a produtividade, mas essa corrida, gera mais oferta e pressão baixista. Esses são fatores incontroláveis do ponto de vista do produtor, mas reforçam a importância da abertura de mercados. O arroz é um exemplo, em que a ajuda para o produtor “sair do lugar” estão vindo da organização do setor, com busca de aumento da exportação e alternativas de culturas para reduzir a pressão baixista de um excesso de oferta.

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