A Alemanha tem uma forte associação com tratores de sistemas, decorrente de uma visão de longa data de que os tratores são veículos polivalentes, em vez das máquinas mais focadas preferidas pelos fabricantes anglo-americanos do pré-guerra.
Lanz, entre outros, foi típico desta abordagem, criando muitas vezes duas variantes de um único modelo, uma equipada para trabalho de campo e outra para transporte rodoviário, característica que fez com que o continente adotasse o hábito de reboques de quatro rodas em oposição a para itens de eixo único ou duplo, um costume que ainda mantém.
tratores multifunção
Os anos que se seguiram ao conflito viram tratores sendo importados dos EUA e de outros lugares.
Naturalmente, isso teve uma influência nos projetos domésticos, embora a provisão de um assento nos guarda-lamas não tenha desaparecido da cena até que os táxis se tornassem mais difundidos.
No entanto, a visão de que os tratores deveriam ser capazes de realizar uma infinidade de tarefas ainda era forte e as décadas de 1950 e 1960 viram uma infinidade de porta-ferramentas, incluindo o Claas Huckepack, sendo produzidos para trabalhar grandes áreas de colheitas de raízes, que ainda eram um significativo parte da dieta.
No final da década de 1960, a Claas começou a desenvolver uma nova transmissão hidrostática para suas colheitadeiras, conhecida como projeto HSG e um trator/caminhão de dupla finalidade foi criado como mula de teste.
Durante os trabalhos do projeto HSG começou a ganhar vida própria, tanto que se decidiu produzi-lo como um produto próprio e foi proposto um acordo de distribuição com a Daimler-Benz para o novo trator .
Não se sabe se esta última empresa viu o veículo como um substituto para o Unimog, no entanto, a notícia da Deutz desenvolvendo um trator de sistemas, o Intrac, a estimulou a criar um modelo próprio, que se tornou o MB Trac.
Claas vai sozinho com o Xerion
Naturalmente, qualquer cooperação adicional estava fora de questão e, portanto, o trator HSG, antes visto como uma entrada no mercado de tratores de última geração, foi discretamente arquivado em 1972.
A ideia não foi totalmente esquecida, porém, e seis anos depois foi trazida de volta à vida como Projeto 207, e é neste momento que o Xerion, como o conhecemos hoje, nasceu.
Apesar desse novo entusiasmo encontrado, levou até 1993 para que o conceito se tornasse público e só em 1997 ele realmente se tornou disponível para compra.
No seu coração está a transmissão infinitamente variável HM-8, que aciona as rodas de tamanho igual permanentemente engatadas, o culminar do trabalho de desenvolvimento realizado desde 1968.
Ele também veio com a nova opção de uma cabine giratória. Até então, os tratores de tração reversa dependiam de girar o assento dentro da cabine para que o motorista enfrentasse um novo conjunto de controles. Girar toda a cabine foi um avanço dramático no conceito.
MAN poder
Durante o seu desenvolvimento foi equipado com um motor de 200cv da MAN, embora muitas vezes se sugira que fosse uma unidade Caterpillar, estes came mais tarde, no Xerion 3300 de 2004.
Os primeiros modelos de produção tiveram um salto de potência para 250cv para o Xerion 2500 e 300cv para o Xerion 3000, o motor agora sendo um Perkins 1306-9TA de seis cilindros em ambos. Um extra de 15 cv foi concedido a cada um em uma reformulação de 1999.
A Claas já havia entrado no topo do mercado de tratores com a introdução das máquinas de esteiras Challenger em 1995. Elas representavam uma das últimas tentativas da Caterpillar de permanecer no negócio de tratores; pintou-os com a libré de Claas para venda na Europa.
Ambição cumprida
Eles permaneceram dentro do alcance da Claas até que a AGCO comprou o negócio Challenger da Caterpillar em 2001, deixando o Xerion como o único trator da Claas, e isso serviu apenas para o segmento premium do mercado.
Esta situação foi finalmente resolvida quando Claas comprou o negócio de tratores Renault alguns anos depois, dando à empresa a longa e desejada gama de máquinas padrão para acompanhar seu sofisticado trator de sistemas de potência muito maior.
Em um movimento que enfatizou ainda mais a lacuna entre o trator caseiro e a recém-adquirida linha Renault, o Xerion recebeu uma grande reformulação em 2004, que viu uma transmissão ZF substituir a unidade própria da empresa, o mesmo item que o trator havia sido construído como a mula de teste para.
Para acompanhar isso, e uma mudança na designação do modelo, também viu os motores Caterpillar serem equipados com um aumento na potência dos dois modelos para 335 cavalos de potência para o 330 e 364 cavalos de potência para o 3800.
Cabover adicionado à gama Xerion
A terceira opção de cabine também foi introduzida, posicionando-a acima do motor. Conhecida como Saddle Trac, a opção liberava o ‘deck’ traseiro do trator para permitir a instalação de tanques de polpa ou pulverizadores totalmente montados.
Esta segunda geração de modelos não desapareceu completamente da cena até 2013, apesar da terceira geração ter sido introduzida em 2009. Estes foram o Xerion 4000 e 5000 com 449cv e 487cv respectivamente.
Para obter essas saídas mais altas, o motor Cat C9 foi substituído pelo Cat C13, que ainda era uma unidade de seis cilindros, mas com 12,5L de deslocamento em vez de 8,8L.
Xerion hoje
Em 2014, veio a mais recente iteração da linha Xerion, pois o 4000 e o 5000 foram atualizados e receberam um motor Mercedes Benz.
Ele viu mais aumentos de potência com o 5000 agora com 509cv, o 4500 foi abençoado com 480cv e um terceiro modelo, o 4200, entrou em cena ostentando 458cv um pouco mais modestos.
Esta é a gama como está agora, três níveis de potência, cada um com três opções de cabine e os dois maiores também disponíveis com esteiras triangulares (Trac TS) para dar ao Quadtrac Case uma corrida pelo seu dinheiro.
Claas afirma que as vendas do Xerion dobraram nos últimos três anos, com até 400 máquinas sendo vendidas anualmente. Isso o está tirando de um nicho de mercado, para o mainstream e Claas com ele.
Nada mal para uma empresa que veio para a festa décadas depois de todos os outros grandes fabricantes, e deve estar prestes a passar por outra reformulação.
