O que é a lei de desmatamento da UE (EUDR) e quem atinge
A EUDR, sigla para a normativa da União Europeia sobre desmatamento, tem como objetivo frear o desmatamento ligado a produtos vendidos no mercado europeu. Em termos simples, a lei exige que quem coloca produtos no mercado da UE demonstre que eles não contribuíram para a derrubada de florestas. O eixo central é a rastreabilidade e a due diligence em toda a cadeia de suprimentos, desde a fazenda até o portão de embarque.
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Ela abrange várias commodities, entre elas soja, carne bovina, óleo de palma, café, cacau, borracha e madeira. Não importa se você exporta diretamente ou através de comerciantes; se o seu produto chega à UE, você precisa estar em conformidade. Pequenos produtores podem sentir o impacto porque grandes compradores exigem a prova de origem, o que pode exigir documentação adicional.
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Quem é atingido?
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Os principais agentes são os operadores que colocam produtos na cadeia de abastecimento da UE. Isso inclui exportadores, traders, processadores e importadores na Europa. Cooperativas e grandes produtores também se enquadram, especialmente quando atuam como fornecedores para compradores europeus. No campo, a responsabilidade pode recair sobre quem produz ou contrata com compradores europeus, mesmo que o produtor não tenha relação direta com a importação final.
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Quais são os principais requisitos?
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As regras exigem due diligence de risco, ou seja, olhar com cuidado a origem de cada lote. Você precisa mapear a cadeia de custódia, ou seja, mostrar como o produto se move desde a terra até o consumidor na UE. Além disso, é preciso coletar evidências de conformidade e manter registros que demonstrem que não houve desmatamento recente ou conversões ilegais.
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- Mapear a cadeia de custódia: quem plantou, quem vende, quem transportou e quem importou na UE
- Avaliar riscos: identificando áreas onde o desmatamento é mais provável
- Mitigar riscos: implementar ações para reduzir a probabilidade de desmatamento, como escolher fornecedores que comprovem origem
- Armazenar evidências: contratos, faturas, certificados de origem, dados de geolocalização
- Atualizar periodicamente: revisar a cadeia de suprimentos quando houver mudanças
- Assistir com autoridades e compradores, se necessário
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Como se preparar no dia a dia?
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Para produtores, o caminho envolve manter um registro claro da terra onde há cultivo. Tenha mapas de áreas bem definidas; registre áreas de reserva legal e glebas. Trabalhe com seus compradores para entender o que eles precisam de documentação e com que frequência. Use dados de satélite ou de órgãos oficiais para monitorar o uso da terra e evitar desmatamento.
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- Crie um mapa de área plantada e áreas de reserva legal; mantenha atualizado
- Guarde notas fiscais, contratos de venda, e documentos de origem
- Adote métodos de manejo sustentável que não impliquem desmatamento
- Converse com o comprador sobre prazos de entrega e exigências de evidência
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Benefícios e ações práticas
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Ao cumprir a EUDR, você não só evita multas, como ganha melhor credibilidade com compradores europeus. A rastreabilidade pode trazer vantagens como contratos estáveis e acesso a linhas de crédito que exigem conformidade de origem. Comece hoje com um plano simples: priorize a produção responsável, mantenha a documentação organizada e estabeleça um canal direto com seus compradores.
Por que o atraso ocorreu? TI e prontidão de sistemas
O atraso ocorreu principalmente por desafios na TI e na prontidão de sistemas. A EUDR exige rastreabilidade completa, e isso depende de ferramentas integradas que conectem campo, fábrica e importadores.
Se as plataformas não falam entre si, ou se os dados de origem não estão atualizados, o processo fica lento. Além disso, a falta de conectividade em áreas rurais atrasa a consolidação de informações em tempo real, aumentando a burocracia.
Principais causas
- Integração entre sistemas legados e novas plataformas de rastreabilidade
- Acesso a dados confiáveis de origem e desmatamento, que demandam atualizações constantes
- Conectividade rural instável que impede envio rápido de informações
- Treinamento insuficiente da equipe para operar as ferramentas
- Procedimentos administrativos que exigem validações repetidas
- Risco de falha na automação de alertas e geração de relatórios
Impactos no dia a dia
Produtores podem sentir atrasos na emissão de certificados de origem, custos de conformidade mais altos e dificuldade em fechar negócios com compradores europeus. Contudo, essas dificuldades costumam diminuir com práticas simples e consistentes.
Como se preparar daqui pra frente
- Mapear a cadeia de custódia atual e identificar lacunas
- Priorizar ferramentas que integrem dados de campo, laboratório e fornecedores
- Treinar a equipe e simular auditorias internas
- Estabelecer prazos internos para atualizações de dados
- Manter documentação organizada e acessível aos envolvidos
Boas práticas para o produtor
Comece com um plano de ajuste simples. Use dados de satélite para monitorar o uso da terra e*combine com mapas de reserva legal. Documente onde cada lote é produzido para facilitar validações futuras.
Commodities impactadas: soja, carne bovina e óleo de palma
As commodities impactadas pela EUDR são soja, carne bovina e óleo de palma, entre outras. A lei exige que quem coloca o produto no mercado da UE comprove a origem e que não houve desmatamento recente.
Para cada uma, veja o que muda no dia a dia do produtor e como se preparar.
Soja
Para a soja, a rastreabilidade é central. Você deve mapear cada lote desde o plantio até o embarque. Guarde contratos, notas fiscais e certificados de origem. Use dados de satélite para monitorar as áreas cultivadas e evitar desmatamento. Mantenha mapas atuais de área plantada, reserva legal e glebas. Converse com seus compradores para entender quais evidências eles exigem.
Carne bovina
No caso da carne, a cadeia de custódia precisa ficar clara. Registre quem criou o gado, onde foi abatido e como o produto chega ao destino europeu. Tenha mapas de pastagem, registros de manejo e documentação de origem. Guarde faturas, certificados de origem e comprovantes de transporte. Esteja preparado para auditorias e solicitações de documentação a qualquer momento.
Óleo de palma
Para o óleo de palma, avalie o risco de desmatamento ligado aos fornecedores. Faça due diligence de origem por lote e mantenha evidências de conformidade. Construa cadeia de custódia desde o produtor até o importador e armazene contratos, certificados e dados de geolocalização. Mantenha as informações atualizadas, especialmente quando houver mudanças na origem.
Boas práticas para todos
- Mapear a cadeia de custódia e pontos de controle
- Avaliar riscos de desmatamento por região
- Estabelecer fluxos de dados entre campo, fábrica e compradores
- Revisar e atualizar evidências periodicamente
- Treinar equipes e conduzir simulações de auditoria
Com planejamento e organização, sua operação fica mais preparada para a EUDR e ganha credibilidade no mercado internacional. Agora, comece com um plano simples para cada commodity e avance com metas trimestrais.
Quem perde e quem ganha com a prorrogação
A prorrogação da EUDR para 2027 traz ganhadores e perdedores. Quem ganha é quem tem tempo para adaptar rastreamabilidade em toda a cadeia.
Cooperativas e traders que já investem em dados também ganham. Eles podem planejar compras e auditorias com menos pressão.
Quem ganha com a prorrogação
A prorrogação oferece fôlego para ajustar processos sem correria. Com mais tempo, você investe em dados de origem, treinos da equipe e auditorias simuladas. Isso reduz surpresas na hora de atender compradores europeus e facilita acesso a crédito para projetos de rastreabilidade.
- Expansão gradual de sistemas de rastreabilidade na fazenda e na fábrica.
- Melhor alinhamento com compradores, que ganham previsibilidade.
- Redução de custos com ajustes de última hora.
- Treinamento da equipe sem prazos estressantes.
Quem perde com a prorrogação
Quem não aproveitar o tempo pode enfrentar custos maiores no futuro. Pequenos produtores com pouca estrutura sentem mais peso da transição. A incerteza sobre prazos e exigências também pode atrasar negócios com compradores que já exigem conformidade.
- Custos adicionais com melhoria de processos sem planejamento.
- Risco de ficar para trás na fila de importação.
- Desalinhamento entre o que o comprador quer e o que a fazenda entrega.
Como aproveitar bem a janela de prorrogação
- Faça um diagnóstico simples da cadeia de custódia e pontos de controle.
- Priorize ações que registram origem por lote.
- Treine a equipe e pratique auditorias internas.
- Converse com compradores para entender evidências necessárias e prazos.
- Defina um cronograma trimestral com metas realistas.
Essa prática organizada melhora a confiabilidade da sua produção e posiciona a empresa melhor no mercado internacional.
Desafios para a rastreabilidade e fiscalização
A rastreabilidade e a fiscalização da EUDR trazem desafios reais para quem vende à UE. Isso exige dados consistentes, atualizados e acessíveis em toda a cadeia.
Além disso, há dificuldades técnicas, administrativas e de infraestrutura que nenhum produtor pode ignorar. A gente vê que a conectividade rural e a interoperabilidade entre sistemas pesam bastante no dia a dia.
Principais entraves
- Conectividade rural irregular que atrasa envio de dados em tempo real
- Integração entre sistemas legados e plataformas modernas de rastreabilidade
- Qualidade e disponibilidade de dados de origem por lote
- Custos de implementação, especialmente para pequenos produtores
- Capacitação da equipe e mudanças na rotina de trabalho
- Padronização de dados entre fazenda, cooperativa, exportador e importador
- Validação de evidências e auditorias com prazos apertados
- Risco de fraude, certificados falsos ou manipulação de documentos
- Verificação de desmatamento recente e de conformidade ambiental
- Proteção de dados sensíveis e confidencialidade contratual
Estratégias para superar
- Adote um mapa de cadeia de custódia por lote, com responsáveis claros
- Use ferramentas que conectem campo, fábrica e compradores em tempo real
- Faça uso de dados de satélite e fontes oficiais para monitorar uso da terra
- Treine a equipe e realize auditorias internas simuladas periódicas
- Crie um repositório único de evidências: contratos, notas, certificados
- Defina prazos internos para atualização de dados e checagens
- Fortaleça parcerias com cooperativas para compartilhamento seguro de dados
- Invista em conectividade rural ou soluções offline com sincronização automática
Dia a dia na fazenda
Em casa, mantenha mapas claros das áreas plantadas e reserva legal. Registre mudanças de uso da terra com fotos, coordenadas e datas. Guarde notas fiscais e certificados de origem com fácil acesso. Converse com compradores para alinhar evidências necessárias.
Reações de produtores, Polônia e Áustria citadas
Produtores na Polônia e na Áustria já falam sobre a EUDR, com seriedade na prática diária. Eles destacam custos, prazos e a necessidade de rastreamento de origem para cumprir a UE.
Na Polônia, a agroindústria foca em suínos, milho e frutas, buscando soluções que não quebrem o orçamento. Muitos pedem apoio público para financiar a adoção de tecnologia e treinamento da equipe. Outros veem vantagem em contratos mais estáveis com compradores europeus, desde que haja clareza nos dados.
Reações dos produtores na Polônia
- Custos de implementação e manutenção de sistemas de rastreabilidade por lote.
- Dúvidas sobre compatibilidade entre sistemas antigos e novas plataformas.
- Necessidade de treinamento prático para equipe operacional.
- Preocupação com a privacidade de dados e responsabilidades legais.
Na Áustria, destaca-se a forte base de leite, frutas e hortaliças, com compradores exigentes de dados confiáveis. Produtores pedem interfaces simples, menos burocracia e apoio de cooperativas para reduzir custos. Auditorias periódicas são vistas como inevitáveis, mas podem ser gerenciadas melhor com planejamento.
Reações dos produtores na Áustria
- Demanda por soluções fáceis de usar e integração suave com sistemas existentes.
- Ênfase na qualidade de dados e na confiabilidade de evidências por lote.
- Apoio de cooperativas para compartilhar custos de tecnologia.
- Preocupação com a carga de auditorias e prazos de entrega de evidências.
Olhando para fora, os dois países mostram que o caminho é investir em dados limpos, treinamento prático e parcerias fortes. Isso reduz surpresas na hora de vender para a UE e aumenta a confiabilidade da produção.
Como produtores brasileiros podem se inspirar
- Desenvolva rastreabilidade por lote com documentação organizada e acessível.
- Treine a equipe com simulados de auditoria para ganhar confiança.
- Considere cooperações para compartilhar custos de tecnologia e dados.
- Planeje a integração de sistemas desde já, priorizando interoperabilidade.
O que vem a seguir no processo de aprovação parlamentar
Agora vem a próxima fase do processo de aprovação parlamentar da EUDR. Os trabalhos passam pelas comissões técnicas, vão ao plenário e, por fim, ganham a votação final.
Nessa etapa, os pontos de rastreabilidade, origem e responsabilidade na cadeia ganham clareza prática. Emendas podem ajustar prazos, requisitos de dados e a forma de apresentar evidências.
Etapas-chave próximas
- Tramitação em comissões técnicas com pareceres e emendas
- Debates públicos sobre impactos para produtores e importadores
- Votação no plenário e, se necessário, negociações adicionais
- Publicação do texto aprovado e início dos prazos de implementação
Impacto prático para produtores
Até a lei ficar final, mantenha a rastreabilidade por lote. Tenha contratos, certificados, mapas de área e registros de origem atualizados. Prepare-se para auditorias e exigências de dados com clareza.
Como se manter informado
- Acompanhe fontes oficiais da UE e comunicados de associações do setor
- Participe de webinars e treinamentos oferecidos por cooperativas
- Peça aos compradores quais evidências eles exigem e em que prazo
Próximos passos úteis
- Faça um diagnóstico rápido da cadeia de custódia por lote
- Atualize sua documentação de origem e de transporte
- Treine a equipe para auditorias simuladas
- Estabeleça um cronograma trimestral de melhoria
Como produtores brasileiros devem se preparar
Para se preparar, você precisa de um plano claro que una fazenda, cooperativa e comprador. A EUDR exige rastreamento por lote, origem confiável e evidências de conformidade, e dá para chegar lá com passos práticos.
Diagnóstico inicial
- Mapear a cadeia de custódia por lote, desde a terra até o exportador.
- Listar documentos atuais e verificar se são legíveis e atualizados.
- Identificar lacunas de dados, como origem, data de produção ou transporte.
- Definir responsáveis e prazos para cada tarefa.
Tecnologia e dados
Escolha ferramentas que falem a linguagem do campo. Prefira sistemas que conectem campo, fábrica e compradores em tempo real. Monte um repositório único de evidências com contratos, certificados e dados de geolocalização. Use mapas, dados de satélite e NDVI para monitorar áreas e evitar desmatamento.
Documentação e padrões
Tenha mapas de área plantada, reserva legal e glebas atualizados. Guarde documentos em formato digital com backups. Padronize nomes de lote, datas e locais para facilitar auditorias.
Treinamento e auditorias
Treine a equipe e realize auditorias internas simuladas. Assim, quando chegar um auditor, a gente vê tudo organizado e confiável. Pratique a coleta de evidências e a apresentação de dados.
Plano de ação de 90 dias
- Faça diagnóstico rápido da cadeia por lote.
- Crie um mapa de custódia simplificado por lote.
- Selecione as ferramentas e implemente o repositório de evidências.
- Treine a equipe e realize uma auditoria simulada.
- Estabeleça prazos para atualização de dados e evidências.
Seguir esse caminho torna a operação mais confiável e atrai mais confiança de compradores internacionais.
Calendário, riscos e oportunidades após o adiamento
Com o adiamento da EUDR, você ganha tempo pra alinhar a rastreamento por lote e a origem com mais tranquilidade, sem perder o ritmo. Use esse período para montar um calendário prático e ações que realmente funcionem na sua fazenda.
Aqui vai um roteiro claro de calendário, riscos e oportunidades que você pode adaptar já. O objetivo é manter a conformidade, ganhar credibilidade e abrir portas com compradores europeus.
Calendário prático
- 0-30 dias: levante dados atuais. Mapear a cadeia de custódia por lote, revisar documentos e confirmar quem é responsável por cada tarefa.
- 30-90 dias: crie um repositório único de evidências. Padronize nomes de lote, datas e locais; organize contratos, certificados e mapas de origem.
- 90-180 dias: conecte campo, fábrica e compradores. Busque integração de dados em tempo real ou com sincronização confiável.
- 180-270 dias: treine a equipe. Realize auditorias internas simuladas e ajuste processos conforme o feedback.
- 270-360 dias: ajuste conforme exigências. Reavalie a cadeia de custódia e atualize evidências com base no que os compradores pedem.
- 360 dias em diante: monitoramento contínuo. Revise anualmente a cadeia e fortaleça parcerias com cooperativas para reduzir custos.
Riscos a monitorar
- Retrabalho e custos adicionais se dados não estiverem atualizados.
- Integração falha entre sistemas legados e novas plataformas.
- Conectividade rural instável que atrasa o envio de informações.
- Auditorias com prazos curtos que pegam sua equipe sem preparação.
- Dados incompletos ou inconsistentes que gerem desconfiança dos compradores.
Oportunidades de cada passo
- Mais credibilidade com compradores europeus e possível acesso a linhas de crédito ambientais.
- Contratos mais estáveis quando a rastreabilidade está bem definida.
- Economia de custos com aquisições conjuntas via cooperativas e compartilhamento de dados.
- Melhor gestão de estoque e planejamento logístico com informações claras por lote.
- Preparação para futuras regulamentações com processos já testados e comprovados.
Ao seguir esse caminho, você reduz surpresas, aumenta a confiança dos parceiros e posiciona a fazenda para oportunidades no mercado internacional.
Além disso, confira abaixo esses posts:
Saiba Mais Sobre Dr. João Maria
Dr. João Silva é um renomado zootecnista especializado em pecuária de leite, com mais de 2 Décadas de experiência no setor. Com doutorado pela Universidade Federal de Viçosa e diversas certificações, Também é autor de inúmeros artigos científicos e livros sobre manejo e produção de leite.
Dr. João é reconhecido por sua contribuição significativa à indústria e seu compromisso com a qualidade e a inovação na produção leiteira.



