As lavouras semeadas no final de maio e na primeira quinzena de junho apresentam uma emergência muito satisfatória e um rápido desenvolvimento inicial. Segundo o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (29/06), a ocorrência de chuvas, intercaladas com períodos de clima estável, tem influenciado o ritmo da semeadura. A implantação do trigo já se aproxima de 90% na região Noroeste, se aproximando de 65% na região Centro, e no Sul chegando a 60%.
Em Santa Rosa, a área semeada com trigo corresponde a 88% da área total. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o percentual de área plantada está 15% mais avançado. As condições climáticas favoreceram a germinação, o crescimento inicial e a população adequada de plantas. Ainda há áreas a serem semeadas devido ao excesso de umidade e financiamentos pendentes, o que impede a realização da atividade antes da contratação dos créditos. Devido ao aumento das temperaturas, os produtores intensificam o monitoramento de pragas e doenças, buscando reduzir os danos causados por infestações de pulgões e manchas foliares.
A aveia branca também está sendo implantada, assim como as demais culturas de inverno, canola e cevada. Com uma área de cultivo projetada para a safra 2023 de 365.081 hectares, a produtividade estimada para a aveia branca no RS é de 2.340 kg/ha. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar Frederico Westphalen, o plantio de aveia branca está prestes a terminar, com 95% da área total já semeada, com 92% em germinação e desenvolvimento vegetativo e 8% no início do fase de floração.
Na canola, com 95% da área de cultivo estimada de 67.219 hectares, a implantação está chegando ao fim, com aproximadamente 95% das lavouras já estabelecidas, sendo 92% em germinação e desenvolvimento vegetativo, e 8% em floração. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, devido às chuvas, houve uniformidade na emergência das plantas e crescimento mais rápido, indicando bom andamento inicial da cultura.
A cultura da cevada encontra-se em fase de implantação, com 75% da área de cultivo de 35.899 hectares já implantados. No momento, todas as lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, a área destinada ao cultivo de cevada é destinada à produção de malte para a indústria cervejeira. Até o momento, 90% dessa área já foi plantada, e as condições climáticas têm sido favoráveis para o surgimento e desenvolvimento inicial das lavouras.
CULTURAS DE VERÃO
Soja – A safra é de entressafra. Nesse período, os preços da oleaginosa podem ser acompanhados no documento Cotações Agrícolas, elaborado pela Emater/RS-Ascar/Gestão de Planejamento/Centro de Informações e Análises. Disponível em https://l1nq.com/ygLDI
Milho – A colheita foi concluída do ponto de vista técnico, com área e produtividade estimadas em 810.380 hectares e 4.440 kg/ha. No entanto, existem pequenas lavouras que foram semeadas após o período recomendado. Em outros, as espigas ainda estão no campo, dobradas para protegê-las da umidade, aguardando a colheita escalonada de acordo com a demanda de consumo nas propriedades.
Feijão – A área cultivada na 1ª safra, no Estado, totalizou 31.449 hectares. A colheita está terminada. A estimativa final de produtividade é de 1.576 kg/ha. Já para o feijão 2ª safra, a colheita está próxima do final, atingindo 95% das lavouras. Apenas 5% permanecem no processo de maturação, aguardando a redução da umidade nos grãos para que a colheita seja realizada. A área de cultivo na 2ª safra é de 20.127 hectares e a produtividade estimada é de 1.376 kg/ha.
PASTOS E CRIAÇÕES
A alternância entre dias chuvosos e frios, bem como dias com temperaturas mais amenas, com aberturas de sol, favoreceu o desenvolvimento das pastagens, pois não houve limitação de água, luz ou temperatura. Essas condições foram benéficas aos rebanhos, devido ao aumento da oferta de forragem nas propriedades. Campos nativos apresentaram forragem de baixa qualidade nutricional para bovinos. Onde havia geada, havia queima das folhas e, com isso, redução da capacidade de rebrota. Nas áreas diferidas, há bastante pastagem seca que pode ser utilizada com sal proteico. Em locais com melhoramento de pastagens nativas, a partir da introdução de espécies de inverno, calagem e adubação, houve um excelente desenvolvimento das plantas forrageiras, permitindo o pastejo dos animais e suprindo as necessidades nutricionais.
CARNE E CRIAÇÃO DE BOVINOS – Os produtores que desenvolvem sua atividade exclusivamente em campos nativos estão sendo orientados sobre a necessidade de ajustar a lotação como medida para evitar perda significativa da condição corporal dos animais. A saúde do gado manteve-se estável. Foi feito o controle de ectoparasitas, que tendem a diminuir conforme o frio aumenta. Muitos produtores aproveitam o período para vacinar contra a brucelose em bezerros com idade entre 3 e 8 meses, bem como atualizar os rebanhos em relação à Declaração Anual do Rebanho nas Inspetorias de Defesa Agropecuária locais.
CRIAÇÃO DE OVELHAS – Rebanhos mantidos em áreas de pastagens nativas enfrentam escassez de alimentos. Nas propriedades com pastagens de aveia e azevém, os animais apresentam melhores condições corporais. O período inclui atividades de manejo pré-parto, além de vacinação contra clostridiose e realização de esquilos na região do úbere e períneo. Em várias propriedades com raças de lã, o parto já está acontecendo.