A expectativa é de que o PIB do setor avance em ritmo mais lento neste ano — no primeiro trimestre, foi registrada queda de 0,8%.
A economia brasileira não tem expectativas muito boas para 2022. Segundo projeções do Banco Mundial, o Brasil terá a menor taxa de crescimento entre os países emergentes e em desenvolvimento. Nesse contexto, até mesmo o agronegócio deve sofrer impactos, mesmo sendo um dos setores que mais cresce no país. Segundo estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Produto Interno Bruto (PIB) do segmento deve avançar em ritmo mais lento em meio a maiores custos de produção.
No primeiro trimestre do ano, as expectativas se confirmaram com queda de 0,8% no PIB do agronegócio, segundo registros da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Diante do cenário desafiador, produtores e gestores agrícolas precisam focar no aumento da eficiência de seus processos.
“Por sua importância nacional e internacional, o mercado agrícola é muito competitivo, e agora vive um período em que é ainda mais importante manter a produtividade com redução de custos e desperdícios. Para isso, é fundamental contar com o apoio de soluções tecnológicas”, comenta Bernardo de Castro, presidente da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve e fornece tecnologias agrícolas e florestais.
Confira três processos do agronegócio que podem ser otimizados com o auxílio de soluções inovadoras.
1 – Planejamento otimizado com suporte de software
“Planejar cada etapa da produção de forma otimizada, calcular possibilidades e variantes e monitorar de perto as operações é essencial. Embora não previnam acidentes, essas ações permitem maior acerto na tomada de decisões e agilidade na resposta aos conflitos, evitando grandes perdas nas lavouras”, explica Bernardo de Castro.
Atualmente, já existem softwares específicos para auxiliar no planejamento de todas as operações agropecuárias. As tecnologias de planejamento de plantio, por exemplo, são capazes de analisar áreas de produção, apontar a necessidade de reformas, indicar o solo e variedades ideais para plantio e calcular curvas de produtividade, gerando maior previsibilidade nos custos de insumos e equipamentos. Já pensando na safra, os sistemas ajudam a construir planos que consideram questões como produção estimada por área, curvas de maturação, distribuição geográfica, previsão do tempo e até demanda de mercado.
Outra vantagem do planejamento otimizado é a comparação com dados históricos de safras anteriores, o que auxilia na previsão e correção de erros cometidos anteriormente.
2 – Controladores para adubação e pulverização sem desperdício
Além das variações climáticas, questões como desperdício de insumos e influência de pragas na lavoura foram alguns dos problemas mais citados na pesquisa Hábitos do Produtor Rural, realizada pela Associação Brasileira de Comercialização Rural e Agronegócio (ABMRA). Nesse sentido, uma tecnologia que pode fazer a diferença são os controladores de aplicativos.
Um controlador de fertilizantes, por exemplo, regula e automatiza de forma inteligente a aplicação desses insumos, permitindo que cada parte do solo receba a quantidade ideal de substâncias de acordo com suas características e eliminando o desperdício em até 20%.
De forma semelhante, há também a tecnologia de controle de pulverização, que auxilia no combate a plantas invasoras, pragas e doenças nos campos, solucionando outro problema apontado pelos produtores. Esse controlador garante a distribuição da dosagem ideal de defensivos sem falhas na aplicação e também promove o desligamento automático da seção de pulverização em situações de sobreaquecimento. “Como a compra de herbicidas, inseticidas e fungicidas pesa muito no bolso, essa certeza de que os agrotóxicos serão usados no alvo e na quantidade ideal faz toda a diferença para a rentabilidade”, destaca Bernardo.
3 – Sistemas de monitoramento para uma gestão eficiente
Questões de produtividade, uso de diferentes insumos, consumo de combustível, manutenção de máquinas, fluxo de caixa e assim por diante: gerenciar uma operação agrícola é muito complexo, principalmente quando se trata de grandes produções. Na maioria dos casos, ter uma visão estratégica só é possível com o auxílio da tecnologia.
Por meio de sensores e computadores de bordo integrados ao maquinário agrícola, os sistemas geram dados e fornecem relatórios, mapas, gráficos e tabelas exportáveis, permitindo uma compreensão precisa dos processos que ocorrem no meio rural, seja na fase de plantio, cultivo ou colheita. . “Com a visualização e o cruzamento dessas informações, o gerenciamento de tarefas fica muito mais simples e a tomada de decisões muito mais precisa. As etapas de produção mais sensíveis são identificadas e as ações necessárias para adequá-las podem ser realizadas rapidamente pelo agricultor”, enfatiza Bernardo de Castro.
Hoje, com o avanço das inovações em campo, a telemetria e a conectividade já permitem a coleta e o compartilhamento desses dados de forma contínua e em tempo real com centrais de comando remotas, onde equipes de operadores podem ficar conectadas com as atividades de campo mesmo à distância . . Além de auxiliar nas análises de desempenho, esta solução permite a emissão de notificações e alertas de irregularidades, incidentes ou problemas nas máquinas em tempo real, garantindo uma intervenção mais ágil sempre que necessário.