Encontro da CAPAL aborda importância da cultura da cevada aos cooperados

Nesta semana, a Capal Cooperativa Agroindustrial promoveu o 1º Encontro da Cevada. O evento aconteceu na ASFUCA, na matriz em Arapoti/PR, e contou com a participação de produtores associados da cooperativa e agrônomos das unidades do Paraná e São Paulo.

Durante o encontro, os produtores foram apresentados a temas que mostraram a cevada como uma importante rotação da cultura de inverno, além de ter uma condição de maior liquidez antecipada.

A programação do Encontro também contou com a apresentação do Programa Capal de Gestão Rural (PCGR), ministrado pela engenheira agrônoma Tamyres Ferensovicz e pela engenheira ambiental Ana Carla Rosgoski.

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Clima 

O diretor comercial da Capal, Eliel Magalhães Leandro, comenta que a cevada, além de oferecer maiores ganhos ao produtor, foi mais resistente à geada durante a última safra.

“Tivemos muitas dificuldades na safra de inverno por conta do clima chuvoso. Mas, com relação à cevada, percebemos que não houve uma perda tão grande quanto os cooperados temiam que pudesse acontecer. E a reunião teve justamente esse objetivo: trazer o cooperado para essa realidade.”

Eliel destaca o compromisso com a Maltaria Campos Gerais, que está atualmente em obras na região de Ponta Grossa/PR e com previsão de inauguração para o próximo ano. “Firmamos esse compromisso e na próxima safra temos que sair dos nossos 6 mil hectares para 8 mil hectares de área plantada. Mostramos todas essas oportunidades, mas também precisamos da contrapartida dos produtores”, disse o diretor. 

Viabilidade 

O pesquisador do setor de Economia Rural da Fundação ABC, Claudio Kapp Junior, participou de forma remota do Encontro da Cevada e apresentou aos produtores estudos sobre as opções de culturas agrícolas no inverno. 

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“Mostramos os resultados de um experimento conduzido pela Fundação ABC mostrando que os sistemas de produção com a introdução das culturas de trigo e cevada, além de apresentarem benefícios agronômicos, também têm efeitos positivos nas propriedades.”

O estudo também compilou dados médios das culturas de trigo e cevada na Capal. “E, de uma maneira geral, ambas as culturas isoladas apresentaram um resultado médio positivo e benefício para as propriedades. Concluiu-se então que as duas culturas são boas opções sob o viés financeiro para encaixar o sistema de produção podendo, inclusive, coexistir na propriedade”, acrescenta. 



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Suinocultor precisa estar atento a doenças respiratórias para evitar perda de desempenho, alerta veterinário

As enfermidades se caracterizam por um quadro de pneumonia, que provoca inflamação dos pulmões e prejudica todo o processo respiratório, alerta o médico-veterinário Guilherme Moura, doutor em ciência animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Em geral, as doenças respiratórias têm origem bacteriana ou viral, provocando inflamação dos pulmões e grandes prejuízos aos suinocultores. Esse problema ganha ainda mais relevância em um momento de relação ajustada entre custos e receita”, comenta Moura, que é gerente de serviços técnicos da Vetoquinol Saúde Animal, empresa de origem francesa, uma das 10 maiores indústrias veterinárias do mundo. 

Para evitar a evolução do problema, os produtores devem ficar atentos a sinais clínicos, que incluem quadros de pneumonia, como tosse, febre e dificuldade respiratória, além de diminuição do consumo de ração, piora no desempenho zootécnico, choque endotóxico (também conhecido como choque séptico), pleurite e pleurisia. 

Os suinocultores também devem observar três principais enfermidades do chamado Complexo das Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS): pausteurelose, pleuropneumonia e Doença de Glässer. “Esse complexo combina agentes patogênicos e fatores de riscos associados às doenças respiratórias e pode evoluir para quadros graves, com alta morbidade, mortalidade e redução do desempenho zootécnico”, informa Guilherme Moura. 

Segundo o especialista da Vetoquinol, a pausteurelose é uma infecção pulmonar causada pela bactéria Pasteurella multocida. Os suínos afetados são acometidos por broncopneumonia exsudativa, pleurite e dificuldade respiratória. Os infectados se isolam, ficam deprimidos e diminuem o consumo de ração, podendo ocorrer também abscessos nos pulmões. Nesses casos, pode haver morte por choque endotóxico ou falha respiratória. 

Já a pleuropneumonia chega a provocar morte súbita dos suínos. Os casos mais prevalentes, nas formas aguda e superaguda da doença, podem fazer com que os animais afetados eliminem sangue pelas narinas e boca. Na forma crônica, é possível verificar aderências de pleura e pericárdio, focos encapsulados de necrose pulmonar. Os sintomas são febre, apatia, dificuldade para respirar e tosse profunda. 

“A Doença de Glässer é uma inflamação das membranas serosas e ocasiona pleurite, pericardite, peritonite, artrite e meningite. Essa é a enfermidade que tem mortalidade mais elevada. Entre os sobreviventes, há depreciação de carcaças. Os produtores precisam ficar atentos aos sintomas, como anorexia, febre e apatia. Em alguns casos, pode haver sintomatologia nervosa, como tremores e falta de coordenação”, salienta o doutor em ciência animal. 

Oscilações constantes na temperatura do interior dos galpões, manejo inadequado de cortinas, mistura de animais de diferentes origens, superlotação, vazio sanitário inapropriado e falhas de limpeza e desinfecção estão entres os principais fatores de riscos que contribuem para a disseminação do CDRS. 

“Porém, mesmo seguindo as regras de manejo e condições sanitárias adequadas, eventualmente os animais podem ser acometidos por alguma enfermidade respiratória. Para curá-los, a Vetoquinol desenvolveu um potente antibiótico injetável: Forcyl®. O medicamento tem como princípio ativo a marbofloxacina, que proporciona excelentes resultados com dose única”, diz Guilherme Moura. 

Forcyl® tem exclusivo modo de ação, que combina alta concentração plasmática e rápida ação em uma única dose, proporcionando tratamento muito eficaz para as principais doenças respiratórias dos suínos e consequente rápido retorno dos suínos ao processo produtivo. O medicamento pode ser utilizado com total segurança até 9 dias antes do abate, gerando praticidade e maior rentabilidade aos suinocultores. 



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Tecnologia no campo é a chave para aumentar a produtividade da nova safra de grãos

A expectativa é de uma safra cheia em 2022/2023, em torno de 313 milhões de toneladas, segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento. E, para que isso aconteça, o produtor deve estar atento a vários fatores. Além da escolha da semente, do manejo e do clima, é importante utilizar tecnologias que o ajudem na tomada de decisões e na gestão das lavouras.

“O produtor é um exímio administrador. Ele tem de controlar diversos fatores que são preponderantes para o resultado final da sua safra. Neste período, é importante ele contar com ferramentas e tecnologias que, de forma simples, o ajudam com informações em tempo real, funcionam como uma bússola na gestão da propriedade e ainda oferecerem relatórios periódicos sobre tudo o que está acontecendo nas lavouras, para o ajudar na tomada de decisões”, explica Jean Nobre, gerente de inovação e transformação digital da Agrológica.

Em uma plataforma que ajuda o agricultor a tomar decisões, armazenar dados sobre sua propriedade e seus negócios, a Agrológica, empresa de revenda de sementes e defensivos agrícolas com sete unidades em Mato Grosso, criou a ferramenta tecnológica AOL – Agro On Lógica (www.agrologica.com.br/aol/), que é um aplicativo em que o produtor faz download em seu celular e tem facilmente acesso a informações via timeline no aplicativo ou através de relatórios enviados via whatsapp pela equipe técnica de campo, acompanhamento geográfico de cada talhão durante a safra, fotos, áudios e vídeos gravados em tempo real nas propriedades.

“Mesmo fazendo uma gestão eficiente, o produtor se depara com desafios que fogem do seu controle, por isso a ferramenta ajuda os nossos clientes no mapeamento, planejamento e monitoramento das fazendas de forma segura e 100% gratuita. Nossa equipe de campo ajuda no planejamento de safra por cultura, monitoramento de praga (MIP), monitoramento de clima com mapas de chuva por talhão, entre outras informações”, conclui Nobre.

A Agrológica atende hoje 50% do estado de Mato Grosso. Dentre suas soluções para o mercado, a empresa oferece várias formas de financiamento e tem investido em operações como o barter, que representa 60% dos negócios a prazo. Para esta safra, prevê um faturamento de R$ 724 milhões nos segmentos de insumos e grãos, e espera dobrar a receita nos próximos três anos para safra 25/26.



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Colheita eficiente gera ganhos no plantio e aumento da produtividade da safra seguinte

O avanço da agricultura de precisão aumentou a eficiência da colheita e vem permitindo o crescimento da produção para atender à demanda global. Se na década de 1960, uma máquina colhia cerca de 500 sacas de 60 quilos de soja por dia; atualmente os equipamentos mais modernos alcançam um volume de 5.220 sacas de 60 quilos de soja por dia, aumento de 900% nos resultados. 

Além de agilizar a operação, reduzir os custos e aumentar a rentabilidade do produtor rural, a colheitadeira auxilia no planejamento da próxima safra. As tecnologias embarcadas, como sensores de umidade, produtividade, temperatura, perdas de grãos e pressão de solo, geram dados importantes, que contribuem para o sucesso do plantio seguinte. “É possível saber, por exemplo, qual área é menos produtiva e usar essas informações no plantio da próxima cultura. Essa informação vem dos mapas de produtividade que são gerados e extraídos da colheitadeira. Com tais dados em mãos, o controle da taxa variável de adubação pode ser feito na hora do plantio, proporcionando uma próxima safra com produtividade mais uniforme” explica Anderson Schofer, especialista em Colheitadeira Massey Ferguson. 

A distribuição uniforme da palhada durante a colheita proporciona melhor condição do solo e favorece a germinação da planta. “Quanto mais uniforme for a distribuição da palhada, maior será a eficiência do plantio no momento da distribuição e germinação da semente”, esclarece Ederson Soares, coordenador de Marketing de Produto. 

Evolução das colheitadeiras 

As colheitadeiras passaram por melhorias e mudanças no processamento do produto colhido, com alteração do sistema convencional para os sistemas híbridos e axiais – a diferença está na forma de como o fluxo da massa colhida é conduzida e processada pelos sistemas da máquina.

As plataformas também evoluíram em seu conceito de corte e transporte do produto colhido. O sistema de corte deixou de ser totalmente rígido e recebeu plataformas com regulagens flexíveis e ajustes no ângulo de ataque, permitindo variação de até 200mm de ajuste na altura do corte comandado por um sistema eletro hidráulico, além do sistema de alimentação, que pode ser feito por caracol e também por esteiras.

“As alterações possibilitaram o aproveitamento total da planta e os novos sistemas de processamento trouxeram mais suavidade nos sistemas de trilha, separação e gerenciamento de resíduos. Assim a máquina consegue desenvolver uma maior velocidade e, consequentemente, maior produtividade, perdendo menos grãos”, destaca Soares.

Colheitadeira MF 9895  

Um exemplo de tecnologia a favor da produtividade e eficiência operacional é a MF 9895, que viabiliza a execução da colheita de um a dois dias mais rápido, com até 25% de economia de combustível. 

A MF 9895 possui a tecnologia do motor eletrônico AGCO Power, produzindo mais, em menos tempo. O modelo traz o moderno sistema de arrefecimento V-Cool, exclusividade Massey Ferguson, que reduz drasticamente a necessidade de limpeza dos radiadores e oferece alta capacidade de resfriamento e, consequentemente, maior vida útil ao motor. 

Além da redução no consumo de combustível, a colheitadeira possui sistema de processamento Trident™, composto pelo rotor de 3,56 m de comprimento, promovendo mais trilha e separação, enquanto aumenta a qualidade dos grãos. Apresenta a maior taxa de descarga de grãos do mercado (150 litros por segundo) e tanque com capacidade de armazenagem de 12.334 litros. O sistema de acionamento do cilindro alimentador é responsável pela alta performance do equipamento, ampliando o leque de culturas e de aplicação.



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Embrapa e Unirio abrem inscrições para Conferência Internacional de Proteínas e Coloides Alimentares

A Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) realizam, de 9 a 11 de maio de 2023, a IX Conferência Internacional de Proteínas e Coloides Alimentares (CIPCA 2023), na sede da Unirio no Rio de Janeiro. O prazo para submissão de trabalhos é 15 de janeiro de 2023 e as inscrições para o evento já estão abertas. Mais informações podem ser obtidas no site https://eventos.galoa.com.br/cipca-2023/page/2149-inicio.

O evento envolverá conferências plenárias de renomados pesquisadores, assim como a apresentação de trabalhos técnico-científicos em forma oral e de pôsteres, distribuídos em sessões envolvendo os seguintes temas:

  • Interações entre biopolímeros e seu impacto na estrutura
  • Engenharia interfacial
  • Novos processos e ingredientes
  • Coloides alimentares como veículo de bioativos: digestibilidade e biodisponibilidade
  • Coloides alimentares e saúde (peptídeos bioativos, alergenicidade)
  • Coloides para filmes comestíveis

Segundo a organização do evento, o IX CIPCA resulta de uma série de reuniões periódicas internacionais, que tiveram início em 1998. Desde a edição de 2017, o evento foi denominado conferência, devido à grande participação internacional. Ao longo dos anos, o CIPCA tem conseguido reunir uma equipe multidisciplinar de cientistas de diversos países, em especial da comunidade ibero-americana.

A conferência é uma oportunidade para interação e troca de experiências entre pesquisadores de diferentes instituições, que poderão resultar em parcerias para o desenvolvimento de soluções inovadoras envolvendo o uso de proteínas e coloides em sistemas alimentares.

Serviço



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Pesquisa ajuda Brasil a conquistar denominação de origem de espumantes

Altos de Pinto Bandeira, região de altitude da Serra Gaúcha, foi a primeira do Hemisfério Sul a se dedicar exclusivamente à produção de espumante natural e acaba de conquistar o selo de denominação de origem (DO) para esse tipo de produto. A DO recém-obtida da bebida gaúcha tem status equivalente ao da Champagne da França, ao do Cava da Espanha, e ao da Franciacorta, da Itália. Esses espumantes têm em comum o uso exclusivo da marca indicadora de seu local de produção, a chamada denominação de origem. A expectativa é que os atuais produtores, as vinícolas Aurora, Don Giovanni, Família Geisse e Valmarino, disponibilizem as primeiras garrafas com o selo da DO já no primeiro semestre de 2023.

A DO de Altos de Pinto Bandeira foi obtida por meio de um amplo trabalho de diferentes instituições lideradas pela Embrapa Uva e Vinho (RS). O trabalho técnico-científico é fundamental para cumprir as exigências para esse tipo de registro feito pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

“Poder apresentar um espumante com o selo da denominação de origem é uma grande conquista, que exigiu competência profissional e dedicação dos vitivinicultores. Eles buscaram na Embrapa a orientação técnica para essa trajetória”, lembra o pesquisador da Embrapa Jorge Tonietto, que atua em estudos de estruturação e gestão de indicações geográficas.

Tonietto conta que, desde o início da cooperação estabelecida com os produtores em 2005, a conquista de uma DO era um objetivo do grupo no longo prazo. “Os produtores sabiam que a bebida tinha as qualidades necessárias, mas foi necessário internalizar todos os processos de produção de uma forma coletiva no território. Um grande passo foi a estruturação da Indicação de Procedência de vinhos Pinto Bandeira, reconhecida em 2012”, complementa.

O que é indicação de procedência e denominação de origem?

No Brasil, a indicação de procedência (IP) e a denominação de origem (DO) são duas modalidades de Indicação Geográfica (IG). A Indicação de Procedência se aplica a produtos de regiões específicas que se tornaram conhecidas, renomadas.

Já a denominação de origem se aplica a produtos de regiões específicas que apresentam qualidades ou características que são conferidas aos produtos pelo meio geográfico, incluídos os fatores naturais (clima, solo e relevo) e fatores humanos (sistemas de produção e elaboração, associados ao saber-fazer).

O trabalho da pesquisa

Para a obtenção dessa DO, a Embrapa coordenou estudos detalhados de solos, clima, relevo, aptidão das cultivares, sistemas de cultivo, caracterização dos produtos elaborados, paisagem e renome. Participaram especialistas da Universidade de Caxias do Sul (UCS), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de duas unidades de pesquisa da estatal: Embrapa Uva e Vinho e Embrapa Clima Temperado.

Com base nas informações técnicas da região e de seus produtos, a equipe de técnicos, em conjunto com os produtores, estabeleceram os requisitos de produção necessários para garantir que o produto tenha as qualidades e as características da indicação geográfica (IG), os quais passam a fazer parte do Caderno de Especificações Técnicas, que inclui, entre outros, toda a normativa de produção e controle específicos da IG.

Os cientistas também tiveram de traçar o perfil químico que caracteriza os espumantes da região, o que inclui informações como o teor alcoólico, acidez, teor de açúcar e compostos orgânicos e minerais (conhecidos como extrato seco reduzido). Outros dados desse grupo incluem a intensidade da cor e o grau de envelhecimento. Como resultado, o pesquisador Celito Guerra explica que os espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira apresentam características analíticas que refletem os fatores naturais dos locais onde as uvas são cultivadas, representados pelas variáveis climáticas, pedológicas e de relevo.

Outro papel importantíssimo da ciência nesse trabalho foi na caracterização dos solos da região. Profissionais da biologia, geografia e agronomia formaram uma equipe para pesquisar bancos de dados, executar trabalhos em campo e fazer um mapeamento digital combinando expertise em solos, cartografia e geoprocessamento. Foram visitados mais de 220 pontos da região para a identificação e descrição morfológica dos solos e da paisagem de ocorrência.

Por fim, ainda foi realizada uma expedição de campo para validação do mapa de solos, visando prover uma medida quantitativa da sua acurácia, o que raramente é realizado. Mais de 70 pontos aleatoriamente distribuídos foram visitados, e os tipos de solos identificados nesses locais foram depois comparados com os do mapa, chegando-se a uma acurácia superior a 90%. O trabalhou resultou na delimitação da região que seria reconhecida com o selo Altos de Pinto Bandeira, representada no mapa abaixo.

Desafio para os produtores

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“Não foi uma construção fácil. Com o decorrer dos trabalhos, a dedicação dos pesquisadores motivou o grupo a se unir nas definições técnicas importantes e na busca de um produto distinto, seguindo regras claras e metas a serem alcançadas e não apenas tentando adaptar à realidade de cada vinícola,” pontua Marco Salton, da Vinícola Valmarino, que foi o representante técnico da Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira (Asprovinho) no projeto com a Embrapa. Ele relata que uma das maiores dificuldades era encontrar tempo dos técnicos para as discussões necessárias para as tomadas de decisão, já que foram necessárias quase 30 reuniões.

Salton relata que a união do grupo e o foco na busca pela denominação de origem foram fundamentais para que o grupo fosse implementando as mudanças necessárias. A condução das videiras no sistema espaldeira, o controle na produção e aquisição de equipamentos, como a prensa pneumática, são alguns exemplos que exigiram grandes investimentos dos associados, necessários para o reconhecimento. O escritório Barcellos Marcas apoiou a Asprovinho no processo de registro da DO junto ao INPI.

“As pesquisas demonstraram que os espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira apresentam borbulhas finas e uma delicada e persistente espuma, com notas aromáticas diversas – do frutado à especiarias, um gosto nítido e agradável, refrescante e de média-longa persistência”, detalha o pesquisador Mauro Zanus. Ele explica que em função dos vinhos-base bem elaborados, com uma adequada composição de acidez natural, é possível promover um maior contato com as leveduras (envelhecimento ‘sur lees’) na segunda fermentação na garrafa, adicionando notas de maior complexidade de aroma e sabor.

O renome da região pesa

“Uma etapa importante, que reforça a qualificação para uma DO são os elementos de renome para o espumante natural. Neste caso, todo o trabalho de estruturação da Indicação de Procedência deu essa base”, destaca a professora Ivanira Falcade, pesquisadora aposentada da Universidade de Caxias do Sul. Ela reforça que foi possível reunir notícias de variados meios de comunicação, incluindo referências na mídia especializada; documentos da participação das vinícolas em eventos e feiras; prêmios obtidos em concursos, além de evidenciar a infraestrutura de enoturismo, que tem recebido visitantes de forma crescente.

“A conquista da DO dos Altos de Pinto Bandeira é uma entrega da pesquisa que agrega valor aos produtos vitivinícolas brasileiros e à comunidade do entorno, pois atrai mais turistas que querem conhecer a denominação de origem de espumantes”, pontua o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Adeliano Cargnin. Ele destaca que cada projeto de Indicação Geográfica de vinhos, reconhecida pelo INPI, traz um grande impacto econômico para o Brasil inteiro, pois atrai a atenção também dos consumidores estrangeiros.

Para Wellington Gomes dos Santos, da Coordenação de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), todo reconhecimento oficial de uma Indicação Geográfica, especialmente uma de vinho, é resultado de um grande trabalho construído coletivamente, que envolve produtores, universidades e entidades públicas de pesquisa e extensão rural. “É fundamental contarmos com instituições, como a Embrapa Uva e Vinho, na coordenação de estudos técnicos. Eles são imprescindíveis para embasar bem a documentação que justificará o registro de uma IG”, destaca.

Ele complementa que o Instrumento Oficial de Delimitação (IOD) é um dos documentos exigidos pelo INPI quando do pedido de registro de uma Indicação Geográfica (IG) e seu conteúdo deve versar sobre a fundamentação técnica que embasa a delimitação geográfica, apresentada de acordo com a espécie de Indicação Geográfica requerida, e elaborado em concordância com as normas do Sistema Cartográfico Nacional. “É importante que a área delimitada da IG apresente coerência e conformidade com os critérios previstos de acordo com a modalidade da IG (Indicação de Procedência ou Denominação de Origem)”, pontua.

No caso da DO Altos de Pinto Bandeira, a professora Ivanira Falcade, que atuou na delimitação geográfica, explica que os critérios considerados para a definição da área envolveram estudos georreferenciados de zoneamento, incluindo a altitude, a declividade, o clima, a geologia, o solo, o uso e cobertura do solo, entre outros. “Trata-se de um território único e exclusivo, no qual os espumantes naturais refletem as características da geografia da região, dos fatores naturais como as rochas e solos; o patamar com altitude situado entre 520 até 770 metros, o que contribui para temperaturas amenas (médias menores que o entorno), inclusive no período de maturação das uvas, e brisa frequente; e dos fatores humanos, como as variedades autorizadas, o sistema de condução vertical (espaldeira), os limites de produtividade, entre diversas outras práticas vitícolas e enológicas, que resultam em espumantes que expressam um saber fazer específico”, explica.

Para o presidente da Asprovinho, Daniel Geisse, as regras estabelecidas para a obtenção do selo “irão permitir extrair ao máximo as características únicas e privilegiadas que o terroir local pode oferecer na elaboração de espumantes de alto padrão. Isso deverá gerar cada vez mais valor aos produtos que detenham essa DO.”

Tipo de trabalho recente no Brasil

Segundo destaca Daniel Panizzi, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura, as Indicações Geográficas no Brasil ainda são muito recentes, quando comparadas à primeira DO concedida ao vinho do Porto, no século 18. No entanto, esse reconhecimento tem demonstrado ser um trabalho muito importante para o desenvolvimento do setor vitivinícola brasileiro.

Nosso País, de tamanho continental, possui muitos terroirs, e para um desenvolvimento ordenado e de qualidade é fundamental entendermos quais variedades de uva melhor se adaptam em cada região. Precisamos entender como elas se comportam/maturam conforme as condições de solo e clima do lugar. As IGs são fundamentais para isso. Uma uva de qualidade, dará origem a um produto de qualidade. Além disso, as DOs regulamentam não só a produção de uva, mas também reforçam a legislação e, por muitas vezes, acabam sendo ainda mais rígidas. O resultado disso, é o vinho na taça atingindo padrões de alta qualidade e garantindo que os processos estabelecidos sejam cumpridos, levando produtos conformes com o selo de controle ao consumidor.

“A DO Altos de Pinto Bandeira é um marco para o Espumante Brasileiro. Um grande passo para que nossos espumantes sejam ainda mais reconhecidos mundialmente”, segundo Panizzi. Ele destaca que desde a IP Pinto Bandeira, são praticamente 20 anos de análise de todas as possíveis variantes da região, para assim chegar em um Caderno de Especificações Técnicas de acordo com as características identificadas em todo esse tempo de acompanhamento e estudo, valorizando a tipicidade local.

Tanto os produtores viticultores e vinicultores atualmente estabelecidos na região, quanto futuros, poderão se beneficiar desse ativo de propriedade industrial. Para a Serra Gaúcha, a conquista reforça a sua projeção nacional na produção de espumantes.

No dia 8 de dezembro, durante o V Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, em Curitiba (PR), o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Cláudio Vilas Furtado, entregou à enóloga da Asprovinho, Juliana Toniolo Rossatto Asprovinho, o certificado da DO Altos de Pinto Bandeira. 

As regras para um legítimo “Altos de Pinto Bandeira”

Somente poderão receber o selo da DO Altos de Pinto Bandeira os espumantes naturais elaborados com as uvas Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico cultivadas dentro da região delimitada. São 65km2 de área contínua, situada nos municípios de Pinto Bandeira (77%), Farroupilha (19%) e Bento Gonçalves (4%). A elaboração dos produtos também deverá ser realizada dentro da área delimitada, sendo que serão elaborados pelo método tradicional no qual a segunda fermentação acontece dentro da garrafa.

A Denominação de Origem permite aos produtores produzir o produto de forma coletiva, promovendo a sua qualidade, com garantia de autenticidade para colocar no mercado consumidor, já que eles devem ter uma atestação de conformidade que garanta que os processos de produção foram cumpridos. São 25 requisitos específicos para o produto da DO, entre eles:

  1. Cultivares autorizadas: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico.
  2. Origem das uvas: as uvas devem ser cultivadas 100% na área geográfica delimitada da DO Altos de Pinto Bandeira.
  3. Sistema de Condução: espaldeira.
  4. Produtividade: limite máximo de 12 t/ha. A colheita mecânica é proibida para as uvas destinadas à DO. A maturação das uvas para colheita segue padrões da lei do vinho.
  5. Elaboração: os espumantes com DO somente podem ser elaborados pelo Método Tradicional (segunda fermentação exclusivamente na garrafa)
  6. O tempo de tomada de espuma na segunda fermentação deve ser de no mínimo 12 meses, podendo chegar a vários anos.
  7. Quanto ao teor de açúcar residual estão autorizadas as classes Nature, Extra-Brut, Brut, Sec e Demi-Sec.
  8. Alguns itens sobre os processos enológicos:
    • A prensagem deve ser feita com as uvas inteiras.
    • É permitido o uso de barricas de carvalho na primeira fermentação que resulta no do vinho base para espumante.
    • Os vinhos base para espumante devem ter no máximo cinco anos, contados a partir da data de término da respectiva safra de uva.
    • O vasilhame autorizado é, exclusivamente, o de garrafas de vidro nos volumes 375mL, 750mL, 1,5 L e 3 L.
    • Padrões de Identidade e Qualidade Organoléptica do Produto: espumantes da DO devem ser aprovados em avaliação sensorial realizada pela Comissão de Degustação, gerida pelo Conselho Regulador da DO.
    • Os espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira quando safrados, devem conter, no mínimo, 85% de vinho base da safra mencionada.
    • O rótulo principal deverá conter a identificação do nome geográfico Altos de Pinto Bandeira, seguido da expressão Denominação de Origem. A rotulagem também deverá incluir o Selo de Controle numerado, especificando o número do lote e da respectiva garrafa.



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Pesquisa aponta necessidade de plano para prevenção de doenças em caprinos leiteiros

Um estudo sobre a prevalência de doenças infecciosas em rebanhos de caprinos leiteiros na divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco (região que concentra cerca de 70% da produção de leite de cabra do País) aponta a necessidade de um plano de biosseguridade na região, para prevenção, controle e monitoramento das enfermidades mais presentes, reduzindo os riscos de mortes, perdas produtivas e até mesmo problemas de saúde pública.

A elaboração das bases do plano deverá acontecer nos dois primeiros meses de 2023, em uma proposta participativa, reunindo produtores rurais, instituições públicas e privadas em sua construção. A proposta é de integrar ações de assistência técnica, capacitação, rede de laboratórios para diagnóstico das doenças, melhoria de serviços de vigilância epidemiológica, além de treinamentos sobre educação sanitária e boas práticas para produtores rurais.

A pesquisa, coordenada pela Embrapa, investigou a prevalência de seis doenças (Agalaxia Contagiosa, Artrite Encefalite Caprina, Brucelose Ovina, Clamidiose, Paratuberculose e Toxoplasmose) em 51 propriedades rurais de 19 diferentes municípios da região, que compreende os territórios do Cariri Paraibano e Sertão de Pernambuco. No experimento, 937 animais foram identificados e coletadas amostras de sangue para exames sorológicos.

Os resultados de soroprevalência mostraram que algumas doenças foram verificadas, como a Agalaxia Contagiosa, infecção que pode causar prejuízos na produção de leite. Ela se mostrou presente em 11% dos animais avaliados e em 51% das propriedades rurais analisadas. Toxoplasmose (18,5% dos animais) e Clamidiose (16,1%) apresentaram os maiores percentuais de prevalência (ver tabela abaixo).

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*Percentual de animais com soroprevalência positiva, entre os 937 avaliados

Para os integrantes da equipe que realizou a pesquisa, os dados merecem atenção de gestores públicos e do setor produtivo, pois as doenças trazem prejuízos diretos e indiretos aos rebanhos (como diminuição da produção, elevação de custos com tratamento, necessidade de descartar animais), como também pode afetar a qualidade e, por consequência, a comercialização de produtos.

“A região possui uma organização da produção em arranjos produtivos locais, com cooperativas e associações que, em conjunto, buscaram esforços de articulação para a comercialização do leite caprino. A implementação de um plano de biosseguridade visa maior e melhor obtenção de produtos seguros e de qualidade”, explica Selmo Alves, pesquisador da área de Sanidade Animal da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE).

A proposta de um plano deverá articular produtores rurais e instituições, públicas e privadas, envolvidas com o segmento caprinocultura leiteira, com o objetivo de mitigar a presença de microrganismos causadores das doenças no ambiente das propriedades rurais. “Ele será baseado em um conjunto de ações integradas, visando estabelecer melhoria no manejo geral, sanitário e bem-estar dos rebanhos. Essa implantação deve ser baseada em capacitação, educação continuada e na adesão voluntária, com as devidas responsabilidades estabelecidas”, afirma Rizaldo Pinheiro, também pesquisador de Sanidade Animal da Embrapa.

Os cientistas reforçam que a conscientização e engajamento de técnicos e do setor produtivo na adoção de boas práticas é fundamental, pois os cuidados com manejo sanitário e nutricional podem reduzir bastante a incidência das doenças infecciosas nas propriedades (ver quadro abaixo sobre recomendações para prevenir as doenças ao fim deste texto). Outro aspecto a ser considerado é a compra de animais provenientes de outros rebanhos, que, se não forem observadas as recomendações de manejo, pode levar aos rebanhos animais doentes que contaminem os demais.

“É fundamental verificar no rebanho de origem se existe, ou existiram, casos de doenças, assim como observar a orientação técnica de informações sanitárias da propriedade e do rebanho, obtida nas instituições oficiais – secretarias de agricultura estaduais e municipais, bem como agências de defesa. Antes da chegada dos animais na propriedade, é importante proceder a limpeza e a desinfecção das instalações e manter os animais adquiridos separados do rebanho existente por 60 dias (quarentena)”, frisa Selmo Alves.

Perdas produtivas

Resultados preliminares do estudo foram compartilhados com os agricultores das propriedades analisadas e com gestores públicos dos municípios envolvidos, por meio de laudos, boletins técnicos e reuniões realizadas nos últimos meses de 2021. Uma das preocupações compartilhadas nesses encontros foi o impacto das doenças na produção do leite caprino da região da divisa, que possui um rebanho com cerca de 130 mil cabeças, e produção de nove milhões de litros por ano, aproximadamente.

Os pesquisadores destacam que as manifestações dessas doenças podem resultar em problemas na produção e qualidade do leite, distúrbios reprodutivos, morte de animais, além de comprometer o comércio do leite e seus derivados. “Algumas doenças como a Agalaxia Contagiosa e a Artrite Encefalite Caprina causam a mastite, o que ocasiona alteração físico-química e biológica do leite determinando comprometimento da qualidade e deterioração do produto”, acrescenta Pinheiro.

Esse compartilhamento de informações sobre prevalência de doenças nos rebanhos da região e a proposta de um plano de biosseguridade foram considerados contribuições importantes, na visão de agentes públicos e produtores rurais participantes dos encontros. Segundo Grazielle Sobrinho, produtora rural de Livramento (PB), as informações sobre as enfermidades apresentadas pela Embrapa a ajudaram exatamente em um momento em que ela ingressa na atividade da caprinocultura leiteira. “Nem sempre a gente tem como identificar as doenças, por falta de recursos e de técnicos mais experientes no assunto”, frisa ela.

Geneci Lemos, produtor rural de Coxixola (PB), afirmou que, a partir das informações compartilhadas pela equipe da Embrapa, já foi possível implantar melhorias no manejo de seus animais e que um plano de controle das doenças voltada para a região seria “excelente”. “O conhecimento já me ajudou muito e quanto mais informação, apoio e pessoas nos orientando, melhor”, destaca o criador.

Gestores dos municípios da região classificam a proposta de criação de um plano de biosseguridade para os caprinos leiteiros como uma iniciativa que, a partir do envolvimento de diferentes instituições públicas e privadas, pode trazer soluções mais efetivas para a sanidade animal nas propriedades rurais. “Esta articulação será bem-vinda. A Embrapa é uma empresa de pesquisa que apoia as instituições com ações para o diagnóstico e solução de problemas que, na maioria das vezes, o pequeno agricultor não dispõe de serviços e tecnologias”, ressalta Geandre Alves, secretário de Agricultura de São Domingos do Cariri (PB).

O secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Livramento (PB), Gabriel Montenegro, foi outro gestor a participar das reuniões para apresentação dos dados preliminares e ressalta acreditar que uma proposta de biosseguridade que consolide conhecimentos diversos trará uma “resposta positiva” para os produtores da região. “Assim, cada produtor vai tomar suas decisões para produzir leite ou carne de qualidade e passar para o consumidor produtos de qualidade”, acrescenta ele.

Minimizar riscos de zoonoses

Segundo os pesquisadores, os cuidados para evitar a proliferação de doenças zoonóticas devem estar presentes em uma proposta de biosseguridade, observando recomendações de manejo que possam reduzir os riscos. Entre elas, a limpeza e desinfecção de instalações e equipamentos e higienização de mãos e utensílios após atividades de ordenha ou manipulação de carne crua, frisa Alves.

“Recomenda-se também: evitar o contato de rações com fezes de felinos e roedores; reduzir a população de roedores na propriedade; que mulheres grávidas não tenham contato com fezes de gatos e não venham a ingerir carne mal passada”, acrescenta Pinheiro.

Doenças presentes nos rebanhos

Agalaxia Contagiosa

Tipo de Micoplasmose (infecção bacteriana) que, embora não apresente alta mortalidade, pode acometer todo o rebanho. Seu principal sinal clínico é a mastite com a redução ou completa parada na produção de leite. Além disso, há problemas nas articulações, sistema ocular, respiratório e reprodutivo, incluindo abortos.

Artrite Encefalite Caprina  

Doença infecciosa e contagiosa crônica, que afeta diversos órgãos e também é conhecida como joelho grosso. No Brasil, encontra-se disseminada nos rebanhos caprinos com aptidão leiteira. Causada por um vírus que acomete os caprinos de qualquer raça, sexo e idade. Pode resultar em diminuição da vida produtiva e da produção leiteira dos animais, redução na duração do período de lactação, predisposição para a ocorrência de infecções bacterianas, especialmente na glândula mamária, crescimento deficiente ou aumento da mortalidade das crias e diminuição da eficiência reprodutiva

Clamidiose

Enfermidade que afeta ovinos e caprinos causando distúrbios reprodutivos como: aborto, infertilidade, natimortalidade e nascimento de animais fracos. Também conhecida como aborto enzoótico de ovinos, a infecção pode ocorrer em qualquer animal, independente da idade, raça ou período do ano. Representa riscos econômicos à criação de pequenos ruminantes, devido às perdas produtivas e falhas reprodutivas, tais como: aborto, crias fracas ao nascer ou mortalidade, o que leva ao aumento da reposição de animais.

Paratuberculose 

Enfermidade que causa inflamação crônica no intestino de caprinos, ovinos, bovinos e bubalinos adultos. Algumas espécies de animais selvagens podem ser fonte de infecção para os ruminantes. Os prejuízos estão relacionados à redução da produção de leite e carne, queda na produtividade dos animais, baixa eficiência reprodutiva, descarte prematuro, redução do valor e morte de animais.

Toxoplasmose

Infecção parasitária de ocorrência mundial que acomete mamíferos domésticos e selvagens, aves e o ser humano. Essa doença causa problemas reprodutivos e comprometem a produção de caprinos e ovinos. A principal repercussão clínica e econômica é o aborto, entretanto pode ocorrer mortes neonatais.

Brucelose Ovina 

Doença infecciosa de ovinos que causa aborto, nascimento de crias fracas ou debilitadas e morte perinatal. Ela também é conhecida como Epididimite Ovina. Causa perdas reprodutivas, diminuição da fertilidade, problemas de parto e nascimento de animais doentes e fracos. Afeta o sistema reprodutor dos ovinos causando no macho inflamação nos testículos, enquanto nas fêmeas, inflamação na placenta e no útero.



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Cresce procura por mão-de-obra qualificada em MG

De acordo com o Guia Salarial da Robert Half, uma das mais respeitadas fontes de informação sobre remuneração e tendências de recrutamento para auxiliar empresas e profissionais, mostra que o mercado de trabalho para profissionais qualificados (a partir dos 25 anos e graduação completa) em Minas Gerais vive um momento de aquecimento nos últimos meses.  

Segundo o levantamento os setores que mais contratam são: agronegócio, energia, mineração, bancos digitais e laticínios. Porém, as áreas que lideram as contratações para posições permanentes são as de tecnologia e comercial.  

Para o gerente da Robert Half, Alexandre Mendonça, “Minas Gerais é muito grande e temos movimentos de contratação distintos, a mineração e o agro sempre tiveram muito volume. O agronegócio por exemplo, cresceu em todas as regiões do estado”, explica.



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Mapa intercepta 49 toneladas de uva-passa contaminada na fronteira do Brasil

De olho nas festividades de fim de ano, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) interceptou 49 toneladas de uvas-passas contaminadas nos postos de fronteira de São Borja/RS e Foz do Iguaçu/PR. Os produtos tinham como destino a fabricação de panetones e o fracionamento para venda ao consumidor final.

As cargas que seriam processadas na região metropolitana de São Paulo estavam contaminadas por Ocratoxina A, uma substância produzida por alguns tipos de fungos que, em condições ambientais adequadas, pode estar presente em produtos alimentares, como cereais, frutos secos, café, cacau, uvas, e processados, como vinho, cerveja ou sumos de fruta.

No caso da uva-passa, foi constatada pela fiscalização que uma das cargas apresentava quatro vezes o limite máximo permitido para a Ocratoxina. “Ao exceder o limite permitido de micotoxina o produto torna-se tóxico, sendo prejudicial à saúde”, explica o coordenador de Fiscalização da Qualidade Vegetal, Tiago Dokonal.

O país de origem será notificado oficialmente pelo Mapa e as cargas serão devolvidas dentro de 30 dias. “O Ministério segue atento para assegurar produtos de qualidade na mesa do consumidor brasileiro, principalmente, nesta época de festas de fim de ano”, destaca Dokonal.

Identidade e qualidade

A entrada de frutas secas, amêndoas, nozes e castanhas nas fronteiras são controladas pelas equipes da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e no mercado interno pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal.

Os responsáveis por esses produtos, bem como embalador, detentor ou importador, devem observar os requisitos mínimos de identidade e qualidade estabelecidos pelo Mapa, por meio da Portaria nº 635, para que estes sejam considerados próprios para o consumo.

Os limites máximos tolerados para micotoxinas em alimentos atendem aos critérios estabelecidos pela Instrução Normativa nº 88/2021 da Anvisa.

O controle de micotoxinas de produtos importados é realizado pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) e pela rede credenciada. Somente após a análise é que são liberados para a comercialização no Brasil.



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Parceria global contra o Fusarium e o IICA fortalecem sistemas técnicos da Venezuela para combater o fungo que ameaça a produção mundial de banana

O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em parceria com a Faculdade de Agronomia da Universidade Central da Venezuela (FAGRO-UCV), o Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas (IVIC) e a Rede de Musáceas da Venezuela (MUSAVEN) fortaleceram as capacidades do país sul-americano para enfrentar o avanço da cepa Tropical Race 4 (TR4) do fungo Fusarium, que ameaça seriamente o cultivo mundial de banana.

Na Venezuela, a murcha repentina em musáceas tem afetado a produção de banana desde 2006. A sintomatologia nas plantas é muito parecida à da fusariose da banana, pois se manifesta principalmente como coloração amarela e dobramento das folhas inferiores, obstrução dos feixes vasculares, presença de pontos filamentosos e bolsas gomosas avermelhadas, encurtamento dos entrenós, desenvolvimento lento e anômalo da planta e necrose no interior dos limbos.

Em 2022, o país contou com o acompanhamento da Parceria Global contra a TR4, apoiada pelo IICA e cuja missão é dar suporte ao setor da banana perante os desafios da doença, pelo desenvolvimento de conhecimentos, tecnologias e mecanismos que permitam encontrar uma solução científica definitiva que favoreça a erradicação do fungo.

Os pesquisadores Yonis Hernández e Rafael Mejías, da FAGRO-UCV; e Edgloris Marys, do IVIC, integrantes do Cluster em Detecção Molecular de Fitopatógenos Emergentes e Segurança Alimentar, realizaram um estudo sobre a situação da murcha repentina em musáceas na Venezuela, com o objetivo de conhecer de forma precisa os patógenos envolvidos na doença e sua potencial disseminação no país.

Entre as atividades realizadas, destacam-se as seguintes: 

  • Amostragem de plantas com sintomas de murcha em plantios de banana localizadas nos estados de Aragua e Carabobo.
  • Isolamentos de fungos e bactérias em meios de cultivos.
  • Testes de patogenicidade com isolamentos fúngicos e bacterianos obtidos.
  • Identificação dos patógenos isolados e que se mostraram patogênicos.
  • Extração de DNA para a identificação molecular dos isolamentos obtidos pelo teste PCR com primers específicos.

O estudo determinou que, nas oito unidades de produção amostradas nos estados de Aragua e Carabobo, foi observada a presença de plantas enfermas com sintomas de coloração amarela nas folhas, necrose e murcha. Os organismos causadores da sintomatologia observada são: Fusarium oxysporum f.sp. cubense, predominante na maioria das demonstrações analisadas; Ralstonia solanacearum; e uma bactéria causadora de podridão mole, presumivelmente a Pectobacterium carotovorum ou Dickeya paradisiaca.

“Com a ajuda da Parceria Global contra a TR4, conseguimos montar uma equipe de trabalho na Venezuela que projetou as amostragens e envolveu o Instituto Nacional de Saúde Agrícola Integral (INSAI) e a UCV, iniciando assim os isolamentos e a sequenciação e, em breve, a identificação de impressões genéticas dos patógenos. Estamos seguindo um excelente caminho para a identificação de todos os microrganismos envolvidos na murcha da banana na Venezuela, e esperamos ampliar a amostragem para todo o país”, expressou Edgloris Marys Sarabia, Chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Vegetal do IVIC.

“Podemos dizer que, para nós, os resultados foram satisfatórios, pois comprovamos que os patógenos mencionados estão envolvidos nessa murcha repentina das bananas. O diagnóstico foi totalmente harmonioso com o guia da Comunidade Andina, estudamos diversos manuais e elaboramos um sistema para a amostragem que foi a parte inicial do diagnóstico”, disse Yonis Hernández, Chefe de Fitopatologia da FAGRO-UCV.

A Parceria Global contra o Fusarium TR4 foi estabelecida em 2021 pelo IICA e parceiros internacionais do setor privado e da academia, entre eles a Bayer, a Chiquita Brands International, o Instituto Internacional de Agricultura Tropical (IITA), a Corporación Bananera Nacional (CORBANA), da Costa Rica, a Rede Solidariedade e a Universidade de Wageningen (Países Baixos).

Segundo os especialistas, graças à complexidade e ao tempo necessário para introduzir novas variedades resistentes ou tolerantes, a melhor via para combater a murcha por Fusarium é evitar a sua propagação, uma vez que se trata de uma doença que não pode ser erradicada; a prevenção é a forma mais eficaz de combate à doença, pelo uso de material vegetal certificado, controles quarentenários e vistorias periódicas.

Pela importância estratégica da banana na alimentação e receitas da agricultura familiar, é necessário fortalecer as capacidades para prevenir, diagnosticar, vigiar e conter os surtos do fungo, bem como para conscientizar e divulgar informações entre as comunidades agrícolas.



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