Lula é eleito presidente do Brasil, veja como fica o Agro!

O petista garantiu ainda que, agora eleito, vai fortalecer as cooperativas agrícolas, apoiar o MST, regular a agricultura e taxar as exportações de carne. E agora?

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi reeleito, neste domingo (30), para ocupar o Presidente da República para o terceiro mandato – aquele que presidiu o Brasil entre 2002 e 2010. Com mais de 50% dos votos válidos, o PT tomará posse em 1º de janeiro de 2023, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Poucos dias antes do segundo turno, o PT havia declarado que um de seus planos para combater a fome no Brasil é retomar o chamado “estoques reguladores de grãos”, que foram usados ​​até 2016 para ajudar a controlar os preços dos alimentos – a partir do incentivo ao aumento da produção agrícola dos pequenos produtores.

O plano de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lista a agricultura como um dos setores que serão foco das medidas de modernizaçãoatravés de “financiamento, compras governamentais, investimento público” e ênfase em “inovações orientadas para a transição ecológica, energética e digital”.

O programa prevê ainda a criação de uma “agroindústria de primeira linha” e o fortalecimento da “produção nacional de insumos, máquinas e implementos agrícolas”

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Segundo Lula, “Alimentando a produção agrícola, pode-se fazer o estoque e, assim, torna-se possível controlar o preço, colocando mais produto no mercado”. Ainda de acordo com o presidente eleito, a Conab será utilizada para executar a estratégia.

“A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) foi uma coisa muito importante no meu governo, pois através dela fizemos uma espécie de ‘estoque regulamentar’: Quando o feijão estava subindo muito, então colocamos o feijão no mercado para ficar mais barato. Nós vamos fazer isso”.

Lula afirmou que a partir de 1º de janeiro vai criar crédito e, ao mesmo tempo, uma espécie de fundo de seguro, “para que, se a pessoa falir, seja possível cobrir as necessidades dessa pessoa”.

O PT garantiu ainda que, agora eleito, fortalecerá o cooperativas agrícolas, incentivando a formação de pequenas cooperativas no campo e a retomada do crescimento da produção pelos pequenos agricultores – com garantias de crédito e seguro agrícola como algumas das formas de aumentar a produção de alimentos no país.

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O plano do governo também prevê o fortalecimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) “para identificar o potencial dos agricultores e garantir maiores avanços tecnológicos no campo”.

Agricultura familiar e sustentabilidade

Lula diz que pretende fortalecer a produção agrícola nas frentes da agricultura familiar, agricultura tradicional e agronegócio sustentável, por meio de medidas que:

  • “reduzir os custos de produção e o preço de comercialização dos alimentos frescos”;
  • “fomentar a produção orgânica e agroecológica”;
  • “incentivar sistemas alimentares com parâmetros de sustentabilidade, respeito aos territórios e democratização da propriedade e uso da terra”.

Soberania e segurança alimentar

O programa defende que a segurança alimentar será garantida com a agricultura e a pecuária “comprometidas com a sustentabilidade ambiental e social”.

O plano de Lula está comprometido em garantir a soberania alimentar por meio de:

  • reforma agrária e agroecológica;
  • “apoio às pequenas e médias propriedades, principalmente a agricultura familiar”;
  • políticas de compras públicas para incentivar a produção de alimentos saudáveis.

Em entrevista ao Canal Rural, em setembro, o candidato abordou a questão da reforma agrária ao falar sobre invasões de terras pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Ele defendeu que o movimento está muito mais “maduro” hoje em dia, focado “em produzir”, “organizar uma cooperativa” e “até chegar ao mercado externo”. O candidato também afirmou que “pouquíssimas terras produtivas” foram invadidas durante seu governo.

“Se o cidadão tem terra só para especular, a terra também tem que cumprir uma função social, isso está na Constituição. O que temos é fazer isso da maneira mais tranquila possível”, acrescentou o candidato.

Os planos de Lula para a agricultura

Em seu programa de governo, Lula fala sobre reforma agrária. O candidato do PT afirma estar comprometido com ações voltadas para essa área. Por isso, sinaliza a vontade de colocar em prática “um novo modelo de ocupação e uso do solo urbano e rural”.

“Vamos apoiar pequenos e médios agricultores, principalmente a agricultura familiar. As políticas de compras públicas podem servir de incentivo à produção de alimentos saudáveis ​​e de qualidade – que teve sua área plantada reduzida nos últimos anos por falta de apoio do Estado -, e estimular a ampliação das relações diretas entre pequenos produtores e consumidores no arredores. da cidades”, escreve o PT.

O candidato, que enviou o justiça eleitoral uma segunda versão do plano do governo depois de admitir que foi um erro propor a regulação do setor agrícola, afirma que fortalecerá a Embrapa, para que possa fornecer ainda mais recursos tecnológicos aos produtores. Também fala sobre políticas voltadas à sustentabilidade, agricultura familiar e agricultura orgânica.

“É estratégico repensar o padrão de produção e consumo e a matriz produtiva nacional, com vistas a oferecer alimentação saudável à população”, avalia.

Quanto ao MST, defendeu o movimento dizendo que “pouquíssimas” terras produtivas foram invadidas no país (fato negado em relatório). E desta vez, associou produtores ao desmatamento na Amazônia.

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Eleições 2022: Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é eleito presidente do Brasil…

Resultado é pregado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque quase 99% das urnas já estão apuradas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já pode ser considerado eleito presidente do Brasil, no segundo turno realizado neste domingo (30). O resultado é pregado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque quase 99% das urnas em todo o país já foram apuradas. O segundo colocado foi o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

Esta foi a eleição mais acirrada da história do Brasil, com uma diferença de cerca de 2 milhões de votos, por volta das 20h (horário de Brasília).

Lula, que foi presidente por dois mandatos de janeiro de 2003 até o final de 2010, é a primeira pessoa a conquistar um terceiro mandato presidencial na história democrática do país. Aos 77 anos, completados na última quinta-feira, ele levará o PT de volta ao poder pouco mais de seis anos depois que o partido de esquerda foi cassado pela então presidente Dilma Rousseff pela chamada “pedalada fiscal”.

Com apenas 1,66 ponto percentual de distância, foi uma vitória bem mais apertada do que a maioria das pesquisas previa – o resultado ainda mais ajustado do que em 2014, quando Dilma derrotou Aécio Neves. Apenas a pesquisa CNT/MDA previu empate entre os adversários.

Segundo informações da agência de notícias Reuters, neste domingo, as pesquisas eleitorais divulgadas neste sábado (29) apontavam para o líder do PT na disputa com uma vantagem que varia de 2 a 8 pontos percentuais, dependendo do levantamento. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomará posse em 1º de janeiro de 2023.

Na marcha final da investigação, o Datafolha já apontava para a eleição de Lula para o Palácio do Planalto.

A contagem de governadores também foi finalizada (veja todos os resultados abaixo).

O Notícias agrícolas foi atrás, nos últimos dias da primeira campanha, conhecer o planejamento do governo diretamente, ou por meio dos assessores de todos os candidatos (veja todas as propostas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o agronegócio brasileiro.

Lula (PT)

Clique aqui e veja o plano de governo completo.

Lula durante evento em Manaus 492022 REUTERSBruno Kelly
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em Manaus (AM)
– Foto: Reuters
  • • Criar convergência de instrumentos de política agropecuária para ampliar a produção de alimentos para o mercado interno, recuperando a área plantada com arroz, feijão, frutas, hortaliças, etc.

  • • Reduzir as Taxas de Juros do Pronaf, Pronamp e demais linhas de Crédito Rural em diferentes níveis de acordo com o compromisso ambiental e social.

  • • Ampliação dos Limites de Financiamento do Pronaf, Pronamp e demais linhas de Crédito Rural

  • • Criar novos incentivos para ampliar a oferta de crédito rural pelos bancos privados.

  • • Aumentar os recursos para o seguro rural público (Proagro) e para o seguro privado.

  • • Aumentar os investimentos em Inovação Tecnológica e produção sustentável – biofertilizantes, geração de energia, agricultura de baixo carbono, digitalização rural.

  • • Ampliar os incentivos à produção nacional de fertilizantes e biofertilizantes para maior autonomia e soberania nacional.

  • • Incentivar a produção, comercialização, abastecimento interno e exportação de produtos orgânicos e agroecológicos brasileiros.

  • • Aumentar os recursos repassados ​​à Embrapa, especialmente para o desenvolvimento de soluções de adaptação ao clima e aumento da resiliência climática.

  • • Retomar o Apoio ao Cooperativismo com o fortalecimento e expansão do Prodecoop e Procap-Agro.

  • • Simplificação, desburocratização e facilitação da utilização de títulos do agronegócio, principalmente para CPR.

  • • Retomar a Política Nacional de Abastecimento, com estoques regulatórios e ampliação do financiamento para a produção de alimentos saudáveis, de qualidade e a preços acessíveis.

  • • Aumentar os investimentos no Programa de Construção de Armazéns (PCA).

  • • Retomada da presença do Brasil em fóruns e grandes negociações internacionais para recuperar a imagem do país e ampliar o acesso aos mercados.

  • • Estimular a diversificação das exportações da agroindústria agropecuária e nacional (produtos e mercados).

  • • Promover a simplificação dos impostos incidentes sobre a produção e insumos agrícolas.

  • • Nosso governo também retomará e ampliará as políticas públicas na área de desenvolvimento agrário voltadas à agricultura familiar e camponesa que foram estratégicas para a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU. Para isso, o governo reforçará o papel da agricultura familiar recriando o específico ‘Plano Safra’ e fortalecendo e revisando o Pronaf com interesse adequado, bem como a Garantia Safra.

  • • Serão retomados os programas Luz para Todos, Programa de Aquisição de Alimentos e compras públicas, as ações de promoção e o Programa Água para Todos, visando à universalização do acesso à água para famílias de baixa renda.

  • • A este conjunto de medidas serão adicionadas outras medidas focadas na redução da pobreza rural.

  • • Caberá à Embrapa avançar na realização de pesquisas de tecnologias sociais e produtivas adequadas à realidade da agricultura familiar.

  • • Vamos avançar para garantir a assistência técnica pública e gratuita da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural – ANATER.

  • • Pequenos e médios produtores, que respondem por parte importante dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro, terão acesso a políticas públicas para fortalecer a produção e o acesso ao mercado. Destaque para as linhas de crédito ajustadas ao seu perfil, em termos e condições.

* Com informações da agência de notícias Reuters



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Isenção de combustível no Brasil é incerto quem for eleito, diz…

por Rafaella Barros

(Reuters) – Representantes do setor de combustíveis têm dúvidas sobre a manutenção da isenção de impostos federais sobre produtos em 2023, e veem com incerteza ainda maior a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), em análise pelo Supremo Tribunal Federal . Federal (STF).

O eventual fim da isenção do PIS/Cofins sobre os combustíveis tem potencial para elevar os preços a partir de 1º de janeiro – a legislação atual prevê o benefício apenas até 31 de dezembro.

Sem uma nova lei, portanto, poderia haver impacto na inflação e no bolso dos brasileiros, trazendo uma preocupação primordial ao presidente eleito, seja Luiz Inácio Lula da Silva ou Jair Bolsonaro.

Embora o orçamento federal considere uma renúncia fiscal de mais de 50 bilhões de reais com a prorrogação da isenção da Cide e do PIS/Cofins em 2023, no caso desses últimos impostos a nova isenção precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. A lei que estabeleceu teto para o ICMS é considerada inconstitucional pelos Estados e discutida no Supremo Tribunal Federal.

Há dúvidas se o Congresso Nacional analisará a questão após a eleição de domingo, independentemente do resultado, segundo representantes do setor. Isso teria que ser feito a tempo para que a lei entrasse em vigor em 1º de janeiro.

“A lei estabelece a isenção até dezembro de 2022. É com isso que contamos. Até termos certeza de que será prorrogada”, disse Valéria Lima, diretora de downstream do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

A incerteza, além de dificultar o planejamento das distribuidoras, também dificulta a previsão do volume de etanol que poderá ser produzido na safra 2023.

A destinação da cana-de-açúcar para a produção de combustível ou açúcar será maior ou menor dependendo da configuração tributária e do impacto na competitividade da gasolina, segundo especialistas. Se os impostos federais retornarem, em teoria, uma maior produção de etanol seria favorecida.

Outro representante do setor, que preferiu falar sob condição de anonimato, também disse não acreditar na prorrogação da desoneração federal, já que as renúncias fiscais são gigantescas.

“Se houver mudança de governo, tudo terá que ser revisto. estava nas alturas”, disse a fonte da indústria.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2023, já encaminhado ao Congresso Nacional, prevê renúncia fiscal total de R$ 52,9 bilhões da União para manter a Cide e o PIS/Cofins zerados ao longo do ano, considerando gasolina, etanol, GNV e diesel, além de GLP e querosene de aviação.

Só a isenção de gasolina, etanol e GNV representará 34,3 bilhões de reais a menos no orçamento. O Ministério da Economia disse à Reuters que a previsão está mantida.

Desde o final de junho, os impostos federais sobre a gasolina e o PIS/Cofins sobre o etanol hidratado são zero, representando uma desoneração de R$ 0,69 e R$ 0,24 por litro nas bombas, respectivamente, segundo dados da Federação Nacional do Comércio. de Combustíveis e Lubrificantes (Fefuels).

Para o diesel, essa isenção está em vigor desde março, reduzindo os preços ao consumidor em 0,33 reais/litro, devido à aprovação da Lei Complementar 192.

Junto com o teto do ICMS, a isenção do PIS/Cofins ajudou o país a reduzir a inflação, tendo registrado deflações em julho, agosto e setembro no IPCA.

O presidente da Fecombustíveis, James Thorp, porém, diz acreditar que a medida de isenção do PIS/Cofins será mantida por deputados e senadores para beneficiar a população.

“E isso não só aumenta a venda de postos, mas também impacta diretamente na possibilidade de menor capital de giro empregado (pelos postos)”, disse Thorp.

DISPUTA NO STF

Por outro lado, há um consenso entre os representantes do setor de que as medidas que levaram à redução do ICMS na bomba são um caso mais complexo.

“Para o setor, a Lei 192 foi um avanço muito importante. Mas continua incerto e isso é um problema. Essa incerteza com o ICMS é maior porque significa uma mudança tributária”, disse Valéria Lima.

Segundo dados da Fecombustíveis, o ICMS médio por litro de gasolina passou de R$ 1,75 em junho, antes da mudança, para R$ 0,89 por litro neste mês, enquanto o imposto sobre o etanol caiu de R$ 1,26 para R$ 0,68.

Para o advogado tributarista e presidente do Comitê de Transações Tributárias da Associação Brasileira dos Advogados Fiscais (ABAT) Eduardo Natal, a lei que alterou o ICMS é tão polêmica que não há como prever qual será a decisão do STF.

“Agora, os Estados, sem dúvida, têm competência constitucional para legislar sobre o ICMS. E também acho que definir o teto não seria de competência da União. Mas é um tema que ainda vai gerar muito debate”, disse Natal, referindo-se à Lei Complementar 194, promulgada em junho, que estabeleceu um teto de 17% ou 18% para o ICMS sobre combustíveis.

No caso do ICMS, a Lei Complementar 192, de março, substituiu a cobrança na forma de percentual sobre o preço final do combustível por uma alíquota única e uniforme (sem diferenciação entre estados), cobrada por litro, como já ocorre com impostos federais.

No entanto, como a lei foi contestada pelos Estados, hoje o imposto estadual corresponde à cobrança sobre média móvel de preços dos últimos cinco anos, após liminar em junho do ministro do STF André Mendonça.

Peritos convocados pelo ministro do STF Gilmar Mendes atestaram por unanimidade que a unificação e redução do ICMS sobre combustíveis proposta por Jair Bolsonaro (PL) e aprovada pelo Congresso é inconstitucional, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Procurado, o STF não se pronunciou sobre o assunto.

(Por Rafaella Barros)



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Reuters: Congresso eleito deve dar conforto a Bolsonaro e limitar agenda a…

Por Maria Carolina Marcello e Eduardo Simões

BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) – O Congresso eleito no último domingo, com ampla presença de parlamentares de direita e centro-direita, deve dar ao presidente Jair Bolsonaro (PL) maior conforto em relação ao Legislativo caso vença o segundo turno da eleição . eleição presidencial, ao mesmo tempo em que tende a frear uma agenda mais à esquerda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se ele vencer em 30 de outubro.

Analistas e políticos consultados pela Reuters concordam em sua avaliação de que Lula terá que fazer concessões programáticas e abrir espaço para o direito do governo construir uma base de apoio no Parlamento. Bolsonaro, por sua vez, estaria “em casa” ao lidar com parlamentares alinhados ao seu campo ideológico, tanto em termos de costumes quanto em relação à agenda econômica.

Em sinal de equilíbrio a favor do atual presidente nas eleições para o Congresso, o atual líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), avaliou o resultado como “espetacular para Bolsonaro”.

Na opinião de Leonardo Barreto, diretor do Vetor de Relações Governamentais, manter um perfil mais de direita no Congresso é uma mensagem clara para Lula, caso confirme o favoritismo indicado nas pesquisas e conquiste um terceiro mandato.

“Este Congresso está dizendo o seguinte: se Lula ganhar, ele não vai criar um governo de esquerda”, disse.

“Ele terá que dividir espaços entre as partes e algumas agendas já estão comprometidas. Por exemplo: tributação de grandes fortunas, comprometida; criar uma legislação ambiental mais rigorosa, comprometida; revisar a legislação trabalhista, comprometida.”

Se, por um lado, um governo Lula traria pouco risco de deslocamento para a esquerda, especialmente no campo econômico, dadas as limitações que deve enfrentar no Congresso, um governo Bolsonaro estaria, como este primeiro mandato, na esteira do Congresso, mesmo com base parlamentar. ampliado, avaliou Rafael Cortez, analista político da Tendências Consultoria.

“A maioria legislativa não significa o protagonismo do Executivo na condução da agenda econômica. O bom desempenho desses partidos se explica pelo fato de terem se distanciado da agenda econômica que o Ministério da Economia vislumbrava para esta atual conjuntura”, disse Cortez.

Na mesma linha, Barreto considera que no governo Bolsonaro deve prevalecer um “modelo de convivência”, com um “governo mais aderente ao Congresso do que o Congresso ao governo”.

Mas para além das divisões entre esquerda e direita, deve-se levar em conta uma força numerosa e consolidada no Congresso – o centro – que historicamente tende a formar a base dos mais variados governos, desde que atendidas suas demandas.

Inflados pelos recursos das emendas do relator, o chamado orçamento secreto, os parlamentares desse campo político se impõem como uma força impossível de ser ignorada para construir um mínimo de governabilidade.

“O PL não é o partido do presidente (Bolsonaro). O presidente é do PL”, destacou Barreto.

“Você não terá necessariamente o PL na oposição ao governo (se Lula vencer). Na verdade, nenhum dos partidos de centro se alinhará automaticamente e se declarará como partido de oposição. aproximação do governo do ex-presidente Lula”, explicou o diretor da Vector.

“Esse cronograma de adesão no momento certo vai se converter em espaços dentro do governo, mas para isso Lula terá que reduzir o espaço do PT dentro do governo e várias agendas de esquerda ficarão comprometidas”, acrescentou, alertando para o risco de um movimento essas linhas provocam uma cisão no PL entre os tradicionais deputados de centro-direita e os bolsonaristas mais intrinsecamente ligados ao atual presidente e, portanto, refratários a compor com um eventual governo petista.

Uma fonte consultada pela Reuters, sob condição de anonimato, disse que o centro trabalhará para a reeleição de Bolsonaro neste segundo turno. O campo político se fortaleceu a partir do enfraquecimento do atual presidente e consiste em importante apoio ao governo.

O PL conquistou a maior bancada da Câmara, com 99 deputados, mas boa parte dela composta por bolsonaristas de raiz que migraram para a sigla ao receber o presidente.

E mesmo que o Congresso tenha confirmado seu perfil de direita nessas eleições, a bancada do PT conseguiu crescer e se posiciona como a segunda maior, com 68 deputados. PCdoB e PV, que formam uma federação partidária com o PT, elegeram 6 deputados cada, o que eleva o total da federação para 80.

Mas as duas bancadas devem ser superadas assim que a fusão entre PP (47 deputados) e União Brasil (59) for concluída, confirmada pelo atual presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). A fusão visa eleger o comando das Casas do Congresso no início de 2023, já que por tradição, com poucas exceções, o cargo é ocupado pela bancada maior.

Segundo Barreto, outra variável que pode alterar a correlação de forças na Câmara diz respeito ao orçamento secreto, em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a depender do que o tribunal decidir. Se o Supremo de alguma forma reduzir o controle que o Parlamento exerce sobre o Orçamento, tanto Bolsonaro quanto Lula seriam beneficiados.

GOVERNANÇA

Levantamento da Queiroz Assessoria aponta que um eventual governo Lula teria “apoio consistente” de 138 deputados, enquanto 159 ofereceriam “apoio condicionado”, números que somados chegam a 297, insuficientes, por exemplo, para aprovar uma Proposta de uma Emenda à Constituição (PEC), que exige um mínimo de 308 votos da Câmara. Ainda na Câmara, outros 216 parlamentares se juntariam às fileiras da oposição.

No Senado, o PT teria o apoio consistente de 14 senadores, e o condicionamento de 33 deles, apoio que, somado, também é inferior ao mínimo necessário para a aprovação da PEC na Câmara de 49 votos. Ele seria contestado por 34 senadores.

Bolsonaro, por sua vez, atrairia 199 deputados com apoio consistente e 176 condicional, o que poderia dar uma maioria relativamente confortável de 375 votos. Ele enfrentaria 138 oposicionistas.

No Senado, 24 nomes ofereceriam apoio consistente ao atual presidente e outros 43 com alguma condição, somando 67 senadores, margem pra lá de confortável na Câmara se concretizada, onde 14 ofereceriam oposição.

O Senado pode até ser usado por Bolsonaro para seus ataques contra outros Poderes e para colocar em xeque o sistema de freios e contrapesos, já que cabe à Câmara chanceler a nomeação de autoridades, como ministros do STF, ou analisar impeachment de ministros. tribunal, avaliam os analistas.

“Se Lula for eleito em 30 de outubro, terá uma base de apoio reduzida e uma oposição massiva, o que o obrigará a negociar a todo momento com o centro e com os partidos que estão com Bolsonaro”, diz o comunicado. Queiroz em sua pesquisa.

“Se o atual presidente for reeleito, terá uma grande base de apoio e uma oposição menor, o que o obrigaria a negociar menos com o centro. No entanto, seu estilo mais conflituoso, observado ao longo deste mandato, pode ser um obstáculo para conquistando maiorias.”, acrescenta a consultoria.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo)



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