A Santos Brasil encerrou o 1T23 com lucro líquido de R$ 45,9 milhões (-49,4% A/A) e margem líquida de 10,8%. O EBITDA totalizou R$ 153,3 milhões (-15,0% A/A), com margem de 35,9% (-5,1 pontos percentuais A/A). Neste período, os terminais de contêineres da Companhia movimentaram 261.903 unidades, redução de 14,3% em relação ao 1T22.
O desempenho foi influenciado principalmente pela desaceleração das importações de bens de consumo e de capital; queda nas exportações de commodities, como café, algodão, carnes, etc., e menor fluxo de cargas transportadas pela cabotagem. Além disso, a base comparativa do 1T22 recai sobre os números, cujos volumes observados foram influenciados pela sazonalidade tardia causada pela pandemia de Covid-19, principalmente durante o 4T21 e 1T22. Na comparação com o 1T19, por exemplo, período anterior à pandemia, o 1T23 soma um aumento de 2,7%.
Por outro lado, a Santos Brasil Logística e o Terminal de Veículos (TEV) registraram crescimento de 39,6% e 12,7% no EBITDA no 1T23, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior. E, em seu primeiro trimestre completo de operação, os terminais líquidos de Itaqui (MA) apresentaram EBITDA positivo no valor de R$ 0,3 milhão.
No Tecon Santos, que representa 88% do volume total de movimentação de contêineres da Santos Brasil, a redução foi de 14,5% em relação ao 1T22, com destaque para menores volumes nas operações de longo curso (-17,4% A/A). As importações de contêineres caíram 4,1% na comparação anual, com destaque para os menores volumes importados de produtos químicos e eletroeletrônicos, refletindo o arrefecimento da economia doméstica.
As exportações caíram 4,8% A/A, devido aos menores embarques de commodities em geral. Por outro lado, a cabotagem apresentou crescimento de 1,7% em volume no 1T23, o que reforça a importância do Porto de Santos no transporte de cargas nacionais por este modal no país.
Como resultado da menor safra de arroz, o volume no Tecon Imbituba caiu 9,5% (YoY). O volume movimentado no Tecon Vila do Conde caiu 14,1% A/A, com queda no fluxo de longo curso (-14,8% A/A) devido à menor exportação de madeira e proteína animal, além do menor fluxo de cabotagem (-13,3% YoY).
A movimentação de carga geral caiu 57,6% (YoY) no 1T23, devido ao fim dos embarques de celulose para exportação no Terminal de Cargas Gerais (TCG) de Imbituba.
Na Santos Brasil Logística, a quantidade de contêineres armazenados no 1T23 foi 13,4% menor em relação ao 1T22, refletindo a queda nas importações no Porto de Santos. Já os Centros de Distribuição cresceram 20,1% na movimentação de paletes no 1T23, como resultado do aumento das operações de logística integrada 3PL em relação ao mesmo período do ano anterior.
O TEV movimentou 55.358 veículos, alta de 1,9% A/A. As exportações totalizaram 51.034 unidades (+6,1% YoY). Por outro lado, as importações caíram 30,5% (YoY) no 1T23. O mix de veículos pesados melhorou no trimestre, respondendo por 11% do volume total, ante 8% no 1T22, refletindo as maiores exportações de máquinas agrícolas e de construção para os Estados Unidos e Costa Rica.
Para Daniel Pedreira Dorea, diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores da Companhia, a expectativa para os próximos trimestres de 2023 é de crescimento nos resultados operacionais, financeiros e nas margens. “Esse aumento será impulsionado não apenas pela melhora dos volumes esperados, com a normalização da sazonalidade típica do setor de contêineres, mas também pela recomposição dos preços praticados, que voltaram a se equilibrar em patamares históricos, com a Companhia ainda tendo algumas renovações contratuais a fazer. . Além disso, o volume já observado no último mês de abril foi 13,2% superior ao de março e esperamos que esse aumento continue até a alta temporada no 3T23”, afirma.
investimentos
Para aumentar sua vantagem competitiva e ser referência na prestação de serviços portuários e logística integrada, a Santos Brasil continuou investindo em seus ativos. O Capex no 1T23 totalizou R$ 86,1 milhões, concentrado principalmente em projetos de expansão e modernização de suas unidades.
No Tecon Santos, por exemplo, foram investidos R$ 66,6 milhões, com destaque para a compra de dois guindastes STS (ship-to-shore) e oito RTGs elétricos, com entrega prevista para o quarto trimestre, empilhadeiras para contêineres vazios e tratores terminais; infraestrutura de rede elétrica e de dados, em preparação para projetos de automação no terminal, que garantirão maior nível de serviço e eficiência de custos; e investimentos em obras de drenagem.
Em Vila do Conde, os investimentos em melhorias na infraestrutura do terminal realizados no 1T23, assim como em Santos, estão relacionados à contrapartida da renovação antecipada do contrato de locação. No trimestre, foram investidos R$ 2,7 milhões em obras de expansão da capacidade de armazenagem de contêineres e em projetos de tecnologia que visam garantir maior eficiência nas operações e segurança da informação.
Em terminais líquidos, foram investidos R$ 10,8 milhões, com foco nos projetos de expansão das áreas brownfield (TGL 01 e TGL 03), que iniciaram suas operações no final do ano passado.
Outros R$ 5,5 milhões foram investidos na Santos Brasil Logística, com destaque para a verticalização de um dos armazéns alfandegados do CLIA Santos, projeto iniciado em 2022 que aumentará a capacidade de armazenamento, e na melhoria da infraestrutura dos CLIAs e dos Centros de Distribuição.
A Santos Brasil encerrou o trimestre com R$ 540,5 milhões em caixa e aplicações financeiras. Descontada a dívida total, a Companhia encerrou o período com caixa líquido de R$ 248,5 milhões.
