O mercado de arroz é um setor importante para a economia brasileira. Produzido em praticamente todos os estados brasileiros e considerado um dos alimentos mais importantes para a nutrição humana, o arroz pode ser considerado uma das commodities mais importantes tanto em termos de valor econômico quanto social.
Entender como funciona o circuito dessa cultura ao redor do mundo ajudará você a fazer os melhores negócios e antecipar as mudanças.
O arroz é o segundo cereal mais cultivado no mundo e a fonte de alimento mais importante para cerca de metade da população mundial. Atende cerca de 21% das calorias e cerca de 14% das necessidades proteicas, produzidas nos cinco continentes, aproximadamente 116 países, tanto em regiões tropicais quanto temperadas. Passou por um período de grandes transformações, da área tecnológica ao padrão de preferência dos consumidores, demonstrando ser uma cadeia produtiva flexível e atenta às demandas competitivas do setor.
Após um grande esforço para alcançar o mercado internacional, hoje o Brasil está entre os principais produtores, importadores e exportadores do cereal.
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Um novo cenário surge com o lançamento de programas sociais, aumentando o consumo e incentivando os pequenos produtores das próprias regiões de consumo a ativar as economias locais.
Divisão de produção continental no mercado de arroz
O arroz é produzido em praticamente todos os continentes, porém, mais de 90% da produção mundial está concentrada na Ásia. O período de colheita nas diferentes regiões do planeta ocorre de acordo com a latitude em que as lavouras estão localizadas.
Seguindo a distribuição do ano comercial, de agosto a janeiro, o mundo recebe cerca de 80% de todo o cereal produzido. De janeiro a julho entram os outros 20% dos grãos colhidos. Como resultado, os preços internacionais do arroz apresentam seus maiores níveis no primeiro semestre do ano comercial.
No ranking dos maiores produtores de cereais, os países asiáticos são responsáveis por cerca de 90% do total, seguidos do continente americano com aproximadamente 4%, africanos com 2%, europeus com 1% e Oceania com cerca de 0,05%.
O mercado mundial de arroz apresenta singularidades em relação a outras commodities. Os maiores produtores de cereais não são necessariamente os maiores exportadores, pois a maioria dos países produz para o abastecimento interno e exporta apenas o excedente.
Assim, seu fluxo de comércio e preços mundiais depende inteiramente da evolução da produção nos países mais deficitários ou das oscilações da oferta interna dos países de alto consumo.
As políticas de cultura do arroz são basicamente nacionais e praticamente não existem em nível internacional. A falta de regulamentação resulta em uma competição comercial agressiva entre os países ao apoiar produtores e exportadores, usando medidas protecionistas e subsídios, o que torna o mercado flutuante e imprevisível.
Produção mundial no mercado de arroz
A produção mundial de arroz entre 2002 e 2022 cresceu cerca de 36,14%, enquanto a área colhida aumentou apenas 13% e a produtividade aumentou aproximadamente 20,42% (base beneficiária).
Nesse mesmo período, o consumo mundial do cereal aumentou cerca de 27,51% e houve aumento de 77,21% nos estoques finais, enquanto a quantidade transacionada no comércio internacional passou de 28,67 milhões de toneladas para 54 milhões de toneladas. 0,61 milhões de toneladas (base processada).
De acordo com as projeções, o ritmo de crescimento da produção de arroz deve diminuir, tendo em vista que a produção asiática deve avançar apenas 1%. A previsão é baseada na redução das áreas cultivadas, principalmente em países com processo de urbanização significativamente elevado, onde há falta de mão de obra qualificada e escassez de água.
No entanto, nos últimos anos a produção cresceu significativamente na América do Sul e África, a taxas de 26,92% e 192,98% ao ano, respectivamente.
Comércio exterior do mercado de arroz
Nos grandes países asiáticos, a produção atende principalmente ao consumo interno. Países como China e Indonésia exercem grande influência no comportamento do mercado mundial, pois são grandes produtores e possuem alta população. Em anos de produção deficitária, eles precisam importar mais, enquanto em períodos de superávit, eles exportam mais.
Os preços do mercado mundial estão intimamente relacionados a esses dois gigantes. A oferta é dominada por poucos países, sendo os principais exportadores Índia, Tailândia, Vietnã e Paquistão, que comercializam aproximadamente 74,7% do volume total do comércio mundial do cereal.
O lado da demanda global de arroz
O comportamento da demanda por produtos agrícolas tem um perfil menos volátil quando comparado ao lado da oferta. Isso porque, durante o ciclo vegetativo de uma cultura, a produtividade pode ser significativamente revertida. Por outro lado, os fatores que influenciam a demanda, costumam trazer seus reflexos de forma mais gradual.
Esses fatores podem ser divididos em três principais:
- Demografia;
- Econômico;
- comportamental.
O crescimento populacional, segundo dados do Worldometer, compreende um total de 211.000 nascimentos por dia no planeta e 90.000 mortes. Isso corresponde a um crescimento populacional de 121 mil pessoas por dia, ou 847 mil em uma semana, ou mesmo cerca de 44,165 milhões em um ano. Seguindo essa estimativa, podemos dizer que até o ano de 2050 haverá necessidade de pelo menos 700 milhões de toneladas de arroz para atender a demanda global, mantendo o consumo per capita atual.
