Reuters O trunfo de Bolsonaro em 2018 Guedes chega ao

Reuters: O trunfo de Bolsonaro em 2018, Guedes chega ao fim da campanha para…

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Por Bernardo Caram e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – Chefe eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) antes do primeiro turno das eleições, o ministro da Economia, Paulo Guedes, assumiu uma postura defensiva nos últimos dias após se tornar alvo central de críticas de opositores da campanha bolsonarista. na reta final do processo eleitoral.

A divulgação de notícias sobre medidas potencialmente impopulares que surgiram do Ministério da Economia, com o vazamento de estudos realizados internamente na pasta, também despertou um alerta dos aliados do presidente.

Nome forte na campanha de Bolsonaro em 2018, quando recebeu o selo de “posto Ipiranga” e uma suposta carta branca para comandar a política econômica do país, Guedes já recebeu do presidente o sinal de que poderá continuar no cargo em um eventual segundo mandato .

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Nos últimos meses, embora não tenha participado ativamente do núcleo da campanha, o ministro vinha participando de uma série de eventos para enaltecer a melhora dos indicadores econômicos, como a redução do desemprego, o crescimento da atividade e a queda da inflação .

A postura mudou nos últimos dias, com Guedes usando os acontecimentos para se defender, negando reiteradamente a adoção de medidas impopulares e lançando acusações contra a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus apoiadores.

Para mitigar os efeitos negativos das notícias recentes, a campanha de Bolsonaro divulgou nesta quinta-feira sete vídeos com Guedes, nos quais ele destaca dados econômicos, promete manter o Auxílio Brasil energizado e responde a questionamentos sobre as supostas medidas em estudo, afirmando se trata de mentiras.

Segundo fonte da campanha de Bolsonaro, a ofensiva com a gravação dos vídeos foi planejada porque as informações que circularam por Guedes nos últimos dias desgastaram o presidente. Para ela, a ministra “entrou no lado direito da campanha agora”.

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A avaliação da equipe, segundo esse integrante, que pediu anonimato, é que a economia será um dos principais temas do debate decisivo na TV Globo nesta sexta-feira à noite entre Bolsonaro e Lula, e pode ajudar na tentativa do candidato de dar a volta por cima reeleição.

Na semana passada, uma reportagem da Folha de S.Paulo informava que Guedes estudava a desindexação do Orçamento, o que desobrigaria o governo de corrigir o salário mínimo e os benefícios previdenciários pela inflação.

No início desta semana, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo destacou que a equipe de Guedes defendeu por escrito o fim das deduções para despesas com saúde e educação do Imposto de Renda, o que impactaria com mais força a classe média.

O terceiro episódio a virar munição para os opositores foi a divulgação nas redes sociais de um pronunciamento feito por Guedes em 2020 em que sugeria que o governo pudesse tributar transações feitas por meio do Pix.

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O ministro tem negado as três informações e chegou a dizer que petistas da pasta estariam produzindo estudos e vazando para a imprensa como se fossem propostas de autoria do governo.

“Estou tendo que reagir publicamente às mentiras. Eles mentem o tempo todo”, disse nesta quinta-feira em São Paulo. “Fake news, gente que roubou o Brasil, agora querendo roubar o futuro e a esperança dos idosos que estão tranquilos em casa, isso é roubo de votos.”

Guedes, que já defendeu abertamente mudanças constitucionais para desindexar o Orçamento, argumentou que a medida permitiria reajustes acima da inflação. No entanto, não é necessário alterar a Constituição para que o governo dê esses aumentos reais.

O ministro e sua equipe também defenderam internamente, em todo o governo, a recriação de um imposto sobre transações financeiras para substituir os encargos trabalhistas – medida que foi travada pela resistência do Palácio do Planalto. O fim das deduções do IR também foi estudado pela equipe de Guedes, mas acabou sendo descartado.

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Nesta quinta-feira, o ministro negou pessoalmente à Reuters Fact Check Brasil, divisão de checagem de fatos da Reuters, o boato de que o governo pretende tributar transações feitas via Pix.

Procurado para comentar especificamente a mudança de postura de Guedes, o Ministério da Economia não respondeu de imediato.

ATAQUES ELEITORES

Em discursos recentes, Guedes também intensificou os ataques diretos a Lula e seus aliados. Na quarta-feira, por exemplo, criticou a regra do teto de gastos e o responsável por sua implementação, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, afirmando que “nem é economista” e “vai romper” a regra fiscal em eventual eleição de Lula.

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Outro alvo do ministro são os conhecidos economistas que declararam seu apoio ao PT, dizendo que erram grosseiramente as projeções e que seriam a favor de Lula porque não teriam oportunidades no setor privado e estariam em busca de uma vaga em um governo petista.

Nesta quinta-feira, Guedes também procurou vincular ao PT supostos planos impopulares elaborados por aqueles que ele definiu como “economistas de Lula”. No entanto, o ministro se referiu a sugestões de economistas independentes no documento “Contribuições para um Governo Democrático e Progressista”, que não tem ligação com Lula ou com o PT.

Guedes alegou que os mesmos “economistas Lula” estariam planejando arrecadar impostos sobre os trabalhadores informais, “sequestrar” o FGTS para pagar o seguro-desemprego e acabar com o Auxílio Brasil, substituindo o programa por uma ideia que não ficaria clara.

Essas medidas não são discutidas no programa petista, mas no documento dos economistas Bernard Appy, Carlos Ari Sundfeld, Francisco Gaetani, Marcelo Medeiros, Pérsio Arida e Sérgio Fausto.

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“O documento que fizemos não tem nada a ver com a campanha de Lula. É uma iniciativa pessoal de um grupo de técnicos, sem qualquer filiação partidária. Nem a campanha de Lula nem o PT -ou qualquer outro partido- tiveram influência na elaboração”, disse Bernard Appy à Reuters.

Na quarta-feira, ao defender que os programas sociais transferem recursos diretamente para a população, o ministro também criticou indiretamente Lula, dizendo que “se você der dinheiro para 1.000 brasileiros, 999 vão fazer a coisa certa, um vai tomar uma bebida, às vezes até se tornar presidente .”

(Por Bernardo Caram; editado por Isabel Versiani)



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