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O Protocolo Embrapa +Precoce P14, ou P14, é uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa que já está disponível para produtores rurais. Essa tecnologia permite trabalhar com fêmeas de gado Nelore com idade entre 12 e 16 meses, garantindo taxas adequadas de fertilidade e produtividade. A precocidade é um dos parâmetros importantes para melhorar a qualidade da carne e a eficiência dos sistemas de produção de bovinos de corte.

A equipe responsável pelo desenvolvimento do P14 é formada por pesquisadores multidisciplinares da Embrapa, incluindo criadores, nutricionistas e especialistas em reprodução e saúde animal. O objetivo do novo processo produtivo é acelerar o alcance do peso corporal na idade reprodutiva, além de aumentar a taxa de gravidez das fêmeas bovinas.

Após quatro anos de experimentos, validações na Embrapa e em fazendas comerciais, e troca de conhecimento com especialistas, o protocolo protótipo foi finalizado. Ele inclui indicações genéticas, reprodutivas, nutricionais, de manejo e sanitárias voltadas para a precocidade sexual de novilhas.

Os resultados dos experimentos mostraram que as fêmeas bovinas conseguiram engravidar na primeira época de monta após o desmame, por volta dos 14 meses, sem afetar seu desempenho produtivo. O protocolo foi recomendado para imóveis com certo nível de tecnologia e sistema de produção para melhoramento genético, localizados nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Apesar de ter sido desenvolvido para a raça Nelore, o protocolo pode ser adaptado e aplicado a outras raças.

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Além de aumentar a taxa de gravidez, a adoção do P14 indica o alcance de um peso corporal de pelo menos 260 kg no início da época reprodutiva, e cerca de 400 kg no parto de mulheres primíparas. Essas metas representam um ganho de peso diário de 0,425 kg desde o início da primeira estação reprodutiva até o parto, garantindo um crescimento adequado sem impactar a produção desses animais ao longo da vida.

Para novilhas nulíparas, a época reprodutiva é de 60 dias, entre os meses de novembro e janeiro, e para as primíparas precoces, a temporada é de 60 a 90 dias, entre outubro e janeiro.

Os experimentos realizados entre 2020 e 2023 avaliaram dois rebanhos da raça Nelore, sendo um composto por animais puros de origem e outro sem registro por associação de raça. Após passarem pelo Protocolo Embrapa +Precoce P14, as taxas de prenhez final variaram de 51,6% a 65,8% ao final da estação reprodutiva.

O protocolo também foi levado para fazendas comerciais no Mato Grosso do Sul, produzindo animais com Certificado Especial de Identificação e Produção. Os pesos ao desmame de bezerros machos e fêmeas, filhos de bezerras primíparas, nas categorias precoce e convencional, foram de 163,6 kg e 173,1 kg aos 210 dias de idade, respectivamente. As taxas de prenhez ficaram em torno de 40%, com um resultado de 58,1%, e as perdas de prenhez foram de aproximadamente 7,6%.

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Para seguir o protocolo, o desmame das fêmeas deve priorizar vacas com bom histórico reprodutivo e precoce materno e paterno. Também devem ser selecionadas fêmeas geradas no início da época de nascimento, completando 14 meses em novembro e dezembro, além daquelas com maior peso corporal ao desmame. Animais com prumos defeituosos, garupa angulada e chanfro torto devem ser descartados, a fim de não comprometer a execução do protocolo.

O manejo alimentar até a primeira estação reprodutiva envolve o uso de pastagem e suplementação. Para a pastagem, é recomendado definir a área três meses antes do desmame e optar por gramíneas como marandu, piatã, coastcross ou tifton. A suplementação alimentar deve considerar três classes de animais com peso ao desmame e respectivos ganhos de peso para atingir o peso alvo no início da primeira estação reprodutiva.

O manejo reprodutivo na primeira época reprodutiva pode ser realizado utilizando montagem natural ou Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Recomenda-se fazer a pré-sincronização das fêmeas utilizando progesterona injetável, dispositivos intravaginais liberadores de progesterona ou suplementação oral com acetato de melengestrol. Além disso, é importante vacinar contra doenças reprodutivas antes da época de reprodução, selecionar criadores que produzam bezerros leves ao nascer e programar a época de monta para que os partos ocorram entre setembro e outubro.

É válido ressaltar que, ao utilizar a reprodução natural, as taxas de prenhez podem ser inferiores às alcançadas com o uso da IATF, devido aos protocolos de sincronização da ovulação que estimulam os animais ainda no início de sua vida reprodutiva.

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Em resumo, o Protocolo Embrapa +Precoce P14 é uma tecnologia que permite trabalhar com fêmeas de gado Nelore entre 12 e 16 meses, garantindo taxas adequadas de fertilidade e produtividade. O objetivo é acelerar o alcance do peso corporal na idade reprodutiva, aumentar a taxa de gravidez e melhorar a qualidade da carne. O protocolo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa e já apresenta resultados positivos em experimentos e fazendas comerciais.

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O Protocolo Embrapa +Precoce P14, ou simplesmente P14, já está disponível para produtores rurais. A tecnologia permite trabalhar com fêmeas de gado Nelore, com idade entre 12 e 16 meses e com taxas adequadas de fertilidade e produtividade.

O novo processo produtivo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa, formada por criadores, nutricionistas e especialistas em reprodução e saúde animal.

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A precocidade é um dos parâmetros de escolha mais importantes para melhorar a qualidade da carne e a eficiência dos sistemas de produção de bovinos de corte.e, porque além de aumentar a taxa de gravidez, acelera o alcance do peso corporal no início da idade reprodutiva.

“Após quatro anos de experimentos, validações na Embrapa e em fazendas comerciais e intercâmbio com especialistas, conseguimos finalizar este protocolo protótipo, com indicações genéticas, reprodutivas, nutricionais, de manejo e sanitárias voltadas para a precocidade sexual de novilhas”, explica Eriklis Nogueira, pesquisador de reprodução da Embrapa Pantanal (MS).

“Os resultados mostram que as fêmeas bovinas conseguiram engravidar na primeira época de monta após o desmame, por volta dos 14 meses, sem afetar seu desempenho produtivo”, afirma a pesquisadora.

A recomendação é para imóveis com certo nível de tecnologia, sistema de produção para melhoramento genético e localizado nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, principalmente. Apesar de ter sido desenvolvido para a raça Nelore, o protocolo pode ser adaptado e aplicado a outras raças.

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Também atuando em reprodução animal na Unidade Corumbá, a pesquisadora Juliana Corrêa reforça que “a precocidade é uma característica unânime nos diferentes setores produtivos relacionados à pecuária de corte. Portanto, há interesse em avançar na entrada das fêmeas em idade reprodutiva e, consequentemente, no ciclo produtivo, seja por meio da produção de bezerros ou de carne.”

Em sistemas intensificados, o pesquisador confirma que a precocidade potencializa os índices de produção, aumentando a quantidade produzida por hectare.

Além do aumento da taxa de gravidez, a adoção do P14 indica o alcance de um peso corporal de pelo menos 260 kg no início da época reprodutiva e cerca de 400 kg no parto de mulheres primíparas (mulheres que já tiveram primeiro nascimento).

Isso representa um ganho de peso diário de 0,425 kg, desde o início da primeira estação reprodutiva até o parto (330 dias), garantindo um crescimento adequado sem impactar a produção desses animais ao longo da vida.

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Para novilhas nulíparas (novilhas que ainda não pariram), a época reprodutiva é de 60 dias, entre os meses de novembro e janeiro; e para as primíparas precoces, a temporada é de 60 a 90 dias, entre outubro e janeiro.

Assim, o novo processo produtivo busca pelo menos 35% de taxa de prenhez na primeira IATF (inseminação artificial em tempo fixo) e superior a 50% ao final da primeira estação reprodutiva.

O nutricionista da Embrapa Gado de Corte (MS), Rodrigo Gomes, afirma que esses números são metas mínimas desejáveis ​​para o protocolo, mas alerta que “o desempenho reprodutivo é fortemente dependente do meio ambiente e, portanto, o pleno cumprimento das metas não pode ser totalmente garantido”.

Foto: Amanda Alves/Divulgação

O que os experimentos demonstraram?

Entre 2020 e 2023, pesquisadores avaliaram dois rebanhos da raça Nelore nas dependências da Embrapa Gado de Corte, sendo um composto por animais puros de origem (Nelore PO) e outro sem registro por associação de raça.

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As fêmeas foram submetidas a duas inseminações, sem transferência com touro. Após passar por todo o Protocolo Embrapa +Precoce P14 – nutrição, reprodução, genética e saúde – as taxas de prenhez final variaram de 51,6% a 65,8% ao final da estação reprodutiva, ou seja, dentro das metas propostas pelo novo protocolo.

Dando continuidade aos testes, o P14 foi levado para fazendas comerciais no Mato Grosso do Sul, produzindo animais com Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). Dentre os resultados obtidos destacou-se o peso ao desmame de bezerros machos e fêmeas, filhos de bezerras primíparas, nas categorias precoce e convencional.

Aos 210 dias de idade, os pesos ao desmame eram de 163,6 kg e 173,1 kg, fêmeas e machos, respectivamente. Enquanto os das primíparas convencionais foram de 159,9 kg e 172,1 kg.

As taxas de prenhez e perdas de prenhez foram monitoradas em quatro estações reprodutivas consecutivas em duas propriedades rurais. Os estudos constataram que a taxa média de prenhez nas duas IATFs foi superior a 40%, com resultado de 58,1%. As perdas ficaram em torno de 7,6%.

Confira passo a passo o novo protocolo:

Desmamar

Para atingir as metas traçadas pelos pesquisadores, o primeiro ponto a ser observado é o desmame, priorizando vacas com bom histórico reprodutivo e precoce materno (e também paterno).

Também devem ser selecionadas fêmeas geradas no início da época de nascimento, completando 14 meses em novembro e dezembro, além daquelas com maior peso corporal ao desmame.

“Essa etapa também considera a meta de peso de pelo menos 260 kg no início da época de reprodução”, pontua Nogueira. Animais com prumos defeituosos (posicionamento correto), garupa angulada e chanfro torto (região dos ossos nasais) são descartados, para não comprometer a execução do protocolo.

Manejo alimentar até a primeira estação reprodutiva

Por sua vez, o nutricionista Rodrigo Gomes ressalta que o manejo alimentar considera pastagem e suplementação. Para pastagem, recomenda-se definir a área três meses antes do desmame e optar por gramíneas como marandu, piatã, coastcross ou tifton.

Se possível, escolha uma área com boa fertilidade do solo, aplicando fertilizante nitrogenado no final do período chuvoso. O diferimento deve durar de 60 a 90 dias, geralmente entre fevereiro e março.

Para a suplementação alimentar, Gomes apresenta fórmulas alimentares e considera três classes de animais com peso ao desmame e respectivos ganhos de peso para atingir o peso alvo no início da primeira estação reprodutiva.

Manejo reprodutivo na primeira época reprodutiva

A pesquisa aponta soluções comuns para montagem natural ou IATF. A primeira delas é pré-sincronizar (pré-sincronizar) as fêmeas, utilizando progesterona injetável, dispositivos intravaginais liberadores de progesterona (1g), previamente utilizados, ou suplementação oral com acetato de melengestrol (MGA).

Outra recomendação é vacinar contra doenças reprodutivas antes da época de reprodução, sem esquecer da dose de reforço.

Em seguida, selecionar criadores que produzam bezerros mais leves ao nascer e, por fim, a época de monta deve ser programada para que os partos ocorram entre setembro e outubro e, assim, evitar grande perda de condição corporal nas fêmeas até a época de monta. Seguindo.

Entre as diversas indicações, na criação natural, por exemplo, a época de monta deve ser curta, de 60 a 90 dias, entre novembro e fevereiro, e a utilização de touros mais jovens e leves, da 2ª época de monta, com peso corporal próximo de 600 kg e avaliados para baixo peso ao nascer.

Especialista em reprodução, a veterinária da Embrapa Gado de Corte Alessandra Nicacio alerta que ao utilizar a reprodução natural (mesmo com pré-sincronização), as taxas de prenhez podem ser inferiores às alcançadas com o uso da IATF, pois protocolos de sincronização da ovulação podem induzir um estímulo maior nesses animais ainda no início de sua vida reprodutiva.

Esquema do protocolo de indução hormonal da puberdade para IATF. CE = Cipionato de Estradiol, PGF = Prostaglandina F2 α, BE = Benzoato de Estradiol, eCG = Gonadotrofina Coriônica Equina, GnRH = Hormônio Liberador de Gonadatrofina, ESCT = Pontuação de remoção de tinta (1 – com tinta a 3 – sem tinta). (Figura 1)

  • 1ª dose de vacina reprodutiva para vacinações primárias ou reforço anual para animais vacinados durante a creche.
  • 2ª dose da vacina reprodutiva para vacinados pela primeira vez.

Atenção: As doses hormonais devem ser seguidas conforme recomendação de médico veterinário credenciado.

A diferença entre melhoramento genético

Para os pesquisadores da Embrapa, mesmo seguindo esse passo a passo, é fundamental que o rebanho a ser manejado já apresente alto desempenho reprodutivo, com taxa de prenhez superior a 75%.

Nesse caso, o criador da Companhia, Gilberto Menezes, comenta que os touros selecionados deverão passar por avaliação genética, confirmando se estão aptos em relação ao seu potencial genético para fertilidade.

Segundo Menezes, os mesmos procedimentos e critérios de seleção dos touros devem ser levados em consideração para as fêmeas. Porém, para as fêmeas, são recomendados aqueles com maior profundidade de costelas e maior espessura de gordura subcutânea na garupa.

Apresentação do protocolo

O protocolo Embrapa +Precoce P14 está sendo apresentado à comunidade técnico-científica durante o Simpósio Repronutri, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, em Campo Grande, MS.

O evento é um fórum de discussão semestral focado nos temas de reprodução, genética, produção e nutrição animal. A última edição presencial foi em 2019 e contou com mais de mil participantes.

Em sua sexta edição, o evento é realizado pela Embrapa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Uniderp, FertPlan, InovaGen Consultoria Veterinária, CIA Assessoria Agropecuária, MelhoreAnimal Consultoria, Gênesis e Fundação de Amparo à Pesquisa Agropecuária (Fundapam).

*Sob supervisão de Henrique Almeida

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