Noticias do Jornal do campo Soberano
Boa leitura!
Assim concluímos o artigo sobre a pesquisa que revela a relação das comunidades ribeirinhas e tradicionais com a fauna na Amazônia. Como vimos, essas comunidades não representam um risco direto para espécies de aves e mamíferos alvos de caça para subsistência. No entanto, é importante promover estratégias de gestão para reduzir os impactos negativos da caça, como a restrição do consumo de espécies sensíveis e o controle do comércio de carne de caça em áreas urbanas.

O trabalho de Ricardo Sampaio demonstrou que a redução da abundância das espécies ocorre em um raio de até 5 quilômetros das comunidades humanas. Foram utilizadas armadilhas fotográficas em 100 comunidades locais, dentro e fora de áreas de uso protegido sustentável na região centro-oeste da Amazônia brasileira. Os resultados mostraram registros de 29 espécies de mamíferos e aves, sendo que a presença de populações que têm acesso ao manejo sustentável da pesca tende a reduzir a pressão de caça sobre as espécies terrestres.

O destaque do estudo foi comprovar que as comunidades humanas possuem impacto reduzido na biodiversidade, o que desmistifica algumas discussões sobre o papel das unidades de conservação de uso sustentável na proteção da fauna. O manejo comunitário da fauna pode garantir a segurança alimentar das populações locais e proteger a biodiversidade.

Esses resultados são de extrema importância, principalmente agora que a Amazônia volta a ser foco das questões ambientais. A Declaração de Belém, que destaca a necessidade de aumentar as reservas de vegetação nativa por meio de incentivos financeiros e instrumentos de conservação, e a retomada das discussões sobre a caça de subsistência, exigem a conscientização dos gestores e a implementação de ações práticas.

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Nesse contexto, é fundamental combinar o conhecimento científico com o conhecimento tradicional das populações locais, como ribeirinhos e indígenas, para tomar decisões que garantam a conservação da biodiversidade. A pesquisa conduzida por Sampaio, com apoio da FAPESP, contribui para a criação de ambientes de discussão e processos institucionais para tratar desse tema delicado.

Agora, vamos finalizar o artigo com 5 perguntas e respostas que irão despertar o interesse do leitor e gerar alto índice de visualizações:

1. Como as comunidades ribeirinhas e tradicionais da Amazônia impactam a fauna local?
– A pesquisa revelou que essas comunidades têm um impacto reduzido na biodiversidade, desmistificando algumas discussões sobre a importância das unidades de conservação de uso sustentável.

2. Quais estratégias de gestão podem ser adotadas para reduzir os efeitos negativos da caça de subsistência?
– É importante promover a redução do consumo de espécies sensíveis e restringir o comércio de carne de caça em áreas urbanas, priorizando as comunidades locais mais próximas das cidades e em regiões de florestas secas.

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3. Qual é o principal fator que influencia a alteração da diversidade, abundância e biomassa das espécies?
– O principal fator identificado na pesquisa é a distância em relação à comunidade. A redução da abundância das espécies ocorre em um raio de até 5 quilômetros das comunidades humanas.

4. Qual é a importância do manejo sustentável da pesca para a redução da pressão de caça sobre as espécies terrestres?
– O manejo sustentável da pesca, como o caso do pirarucu na região do Médio Purus e do rio Juruá, tende a reduzir a pressão de caça sobre as espécies terrestres, contribuindo para a segurança alimentar das populações locais.

5. De que forma a pesquisa contribui para a conservação da biodiversidade na Amazônia?
– A pesquisa, realizada com armadilhas fotográficas em 100 comunidades locais, demonstra que as comunidades humanas têm um impacto reduzido na biodiversidade, o que reforça a importância do manejo comunitário da fauna para a segurança alimentar das populações e a proteção da biodiversidade.

Com essas perguntas e respostas, encerramos este artigo, trazendo à tona a importância de compreender a relação das comunidades ribeirinhas e tradicionais com a fauna na Amazônia e reforçando a necessidade de implementar estratégias de gestão que conciliem sustentabilidade e preservação da biodiversidade.

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A existência de comunidades ribeirinhas e tradicionais em reservas extrativistas na Amazônia Legal não representa risco para espécies de aves e mamíferos considerados alvos de caça para subsistência, como mostra pesquisa publicada na revista Conservação Biológica.

No entanto, o estudo sugere que, para reduzir os efeitos negativos da caça de subsistência, seria importante promover estratégias de gestão, incluindo a redução do consumo local de espécies sensíveis – como antas, queixadas e mutuns – e restringir o comércio de carne de caça em áreas urbanas, priorizando principalmente comunidades locais mais próximas das cidades e em regiões de florestas secas, onde a pesca em água doce e outras fontes de proteína aquática são escassas ou inexistentes.

Resultado do doutorado de Ricardo Sampaio como analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o trabalho mostrou que a redução da chamada “abundância” (uma espécie de contagem do número de indivíduos das espécies) ocorre até a 5 quilômetros (km) de distância das comunidades humanas.

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Para o trabalho foram utilizadas 720 armadilhas fotográficas em 100 comunidades locais, dentro e fora de nove áreas de uso protegido sustentável – cinco reservas extrativistas (Resex), duas reservas de desenvolvimento sustentável (RDS) e duas florestas estaduais – na região centro-oeste da Amazônia brasileira.

Eles geraram registros de 29 espécies de mamíferos e aves, com peso superior a cinco quilos, entre pacas, antas, mutuns e jacu.

Em áreas onde a população se desenvolve ou tem acesso ao manejo sustentável da pesca, como é o caso do pirarucu na região do Médio Purus e do rio Juruá, no estado do Amazonas, a tendência é reduzir a pressão de caça sobre as espécies terrestres.

“O principal resultado do trabalho é que o fator mais relevante na alteração da diversidade, abundância e biomassa das espécies é a distância em relação à comunidade. Mesmo assim, detectamos que as comunidades humanas têm impacto reduzido na biodiversidade, desmistificando algumas discussões que questionam o papel das unidades de conservação de uso sustentável na proteção da biodiversidade. O manejo comunitário da fauna pode ser uma forma de garantir a segurança alimentar dessas pessoas, além de proteger a biodiversidade”, afirma Sampaio à Agência FAPESP.

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Os resultados foram divulgados em meio à retomada do protagonismo da Amazônia nas questões ambientais e ao lançamento do Declaração de Belém, que estabelece entre seus pontos o “aumento das reservas de vegetação nativa por meio de incentivos financeiros e não financeiros e outros instrumentos de conservação”. O documento foi assinado em agosto pelos líderes dos países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) durante a Cúpula da Amazônia, realizada no Pará.

“Resultados práticos, como os obtidos na pesquisa, ajudam a criar ambientes de discussão e processos institucionais para tratar de um tema que é tabu no Brasil – a caça de subsistência. Agora o desafio é conscientizar os gestores sobre esses resultados e colocá-los em prática”, afirma Sampaio.

O trabalho recebeu apoio da FAPESP por meio de um projeto coordenado pelo pesquisador Ronaldo Gonçalves Morato, ex-coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) do ICMBio. Morato e seu grupo já haviam publicado outro artigo mostrando que a distância dos centros urbanos e a disponibilidade de proteínas de origem aquática são os fatores que mais influenciam a avaliação de como os moradores de Unidades de Conservação (UCs) percebem a sustentabilidade da caça nessas localidades.

Eles também assinam o artigo publicado em Conservação Biológica Os professores Adriano Garcia Chiarello, do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), e Carlos Augusto Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido). Peres recebeu o prêmio Planeta Fronteiras, que elegeu os três melhores artigos científicos do mundo na área ambiental nos últimos três anos. O trabalho premiado foi lançado na revista PNAS.

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Os pesquisadores destacam que o trabalho representa um dos esforços de maior escala usando armadilhas fotográficas para examinar as respostas da população de vertebrados à caça em regiões da floresta tropical com maior biodiversidade do mundo, a Amazônia.

O grupo destaca que a redução dos animais é resultado de uma maior pressão de caça próxima às comunidades. No entanto, os impactos negativos nas florestas circundantes, como a maior incidência de incêndios, a exploração madeireira e a presença de cães domésticos utilizados para caça, também podem repelir animais próximos às comunidades, conforme registado para 13 espécies avaliadas.

Nesse sentido, o pesquisador afirma que o estudo já rendeu resultados práticos. Durante o trabalho de campo do grupo em uma comunidade da região do Rio Liberdade (Resex Riozinho da Liberdade), no Acre, os moradores locais discutiram a eficácia de um acordo local para a caça de subsistência, mas divergiram sobre sua utilização ou não. de cães para a atividade.

Os cientistas instalaram então as armadilhas em ambas as margens do rio, onde era permitido o uso de cães (margem direita) e na outra (margem esquerda) sem esta técnica. Ao coletar as imagens e apresentá-las à comunidade, perceberam que havia mais animais silvestres, chamados de “animais de caça” ou simplesmente de “caça” pelos moradores locais, onde o cão não era utilizado. “Na reunião estavam mulheres, crianças, líderes locais. Mesmo morando em áreas de mata, muitos viram pela primeira vez algumas espécies de animais através de imagens das armadilhas”, lembra Sampaio.

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Ele conta que depois de alguns meses recebeu uma ata de reunião em que as imagens apoiavam a decisão coletiva de não utilizar mais cães de caça na comunidade. “Posteriormente, essa decisão foi adotada no plano de manejo da unidade de conservação, que tem regras definidas pela própria comunidade. Este foi um resultado positivo na tomada de decisões locais e na conservação da biodiversidade”, comemora o pesquisador, que defende a combinação do conhecimento científico com o conhecimento tradicional das populações locais, especialmente ribeirinhos e indígenas.

De acordo com legislaçãoas reservas extrativistas são espaços territoriais que visam garantir a proteção dos meios de subsistência e da cultura das populações tradicionais, como ribeirinhos, indígenas e quilombolas, além de garantir o uso sustentável dos recursos naturais da área.

As populações destes locais podem ter a sua fonte de rendimento baseada no extrativismo e, de forma complementar, na agricultura de subsistência e na criação de pequenos animais. As áreas da Resex são de propriedade do poder público e é proibida a prática de caça amadora ou profissional.

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